TODO DIA É DIA, TODA
HORA É HORA…
Frei Gustavo Medella
O Senhor vive chamando…
Esta é a constatação que perpassa os textos bíblicos da Liturgia deste 2º
Domingo do Tempo Comum. Na leitura do Livro de Samuel (1Sm 3,3b-10.19), o
chamado é de viva voz, atinge a audição e vem na madrugada, quando o menino Samuel
se encontra no estado entre vigília e sono. Meio entorpecido, por duas vezes
atribui o chamamento a Eli. Este, mais experiente na caminhada de fé, orienta
Samuel a abrir ainda mais os ouvidos para perceber que quem o chama é o próprio
Deus. O texto também nos reforça a convicção de que o Senhor é insistente em
seu chamado e nos dá a consciência de que, entorpecidos pelas preocupações do
dia a dia, pela falta de fé e também condicionados pelo medo ou pelo egoísmo,
nem sempre conseguimos discernir com clareza como e para que somos chamados. O
episódio ilustra que, para bem ouvirmos o apelo do Senhor em sua essência,
podemos – e devemos – contar com a ajuda e o discernimento uns dos
outros.
A bela oração do Salmo (Sl
39(40)) apresenta a boa disposição de quem aprende na vida a atender o convite
de Deus: “Eis que venho fazer, com prazer, a vossa vontade, Senhor”. O prazer,
força que mobiliza, e às vezes escraviza o ser humano, quando direcionado à
fidelidade ao projeto divino, é fonte de alegria e realização.
No Evangelho (Jo 1,35-42), o
apelo de Jesus é ao olhar: “Vinde e vede”. O convite do “Cordeiro”, lançado aos
dois discípulos de João, mobilizou-os decisivamente. No entardecer da vida,
diferentemente de Samuel (chamado de madrugada, quando ainda menino), estes
dois homens que aderem ao projeto de Cristo vêm nos mostrar que, qualquer que
seja o horário do dia (no caso deles, às quatro da tarde), ou a fase da vida
(eles já eram adultos), o Senhor nos chama a permanecer com Ele e pacientemente
espera de nós uma resposta de adesão.
FONTE: www.franciscanos.org
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