O CATEQUISTA
É VOLUNTÁRIO?
Uma catequista de São Paulo, me contou o seguinte
outro dia:
"Ângela
o padre daqui nos disse outro dia: Que ser catequista não é ser voluntário,
(ele não admite que a gente fale isso), que não se aprende a ser
catequista...que ser catequista é um dom que Deus nos dá ao nascer, e que cabe
a nós responder a esse chamado... No que é claro discordamos, dizendo que
podemos e devemos aprimorar esse chamado... Bom, nem preciso dizer que isso
gerou polêmicas..."
O que eu penso a respeito:
Eu acredito que ser catequista é muito mais que ir à Igreja em encontros semanais, ir à
missa toda semana, participar de reuniões, formações e retiros. A gente pode
ser catequista em todos os lugares e não só na Igreja.
Numa das minhas viagens por aí, eu conheci o marido
de uma catequista. Que era, sem saber, um grande "catequista"! Isso
porque ele se diz ateu e não frequenta a Igreja, mas não se importa que sua
esposa o faça e a apoia. Ele não o faz e tem ideias bem arraigadas sobre isso,
deixa a esposa na porta da Igreja e volta buscar depois.
Mas, o Seu Arnaldo é uma das pessoas mais
revestidas da "couraça" de Cristo que já conheci. Ele trabalha pela
comunidade como nenhuma outra pessoa faz, e sem rezar um Pai Nosso. Ele se
preocupa com o outro, ele trabalha pelo outro e ele FAZ pelo outro. Está sempre
envolvido em projetos em prol do bem-estar da sua comunidade, trabalha pelo
social, ajuda os necessitados, trabalha pela capacitação profissional daqueles
que não tem condições. Gratuitamente! Sem retorno financeiro. Ele ama o outro sem precisar “ouvir” de Jesus
que é isso mesmo que a gente tem que fazer.
Acredito, como disse o padre, que é mesmo um
"chamado". Mas, mesmo aos chamados, respondemos se assim o queremos.
E a caminhada, depende exclusivamente de nós. Ir ou ficar é da nossa vontade.
Deus te chama, Jesus te ensina o caminho, o
Espírito Santo te dá forças, mexer as pernas: é com você! E, evidente, ninguém
enfrenta uma árdua caminhada sem estar preparado: sem levar água, alimento ou
ter sapatos confortáveis. E é bom estudar o mapa da jornada (itinerário)
também. Somente os desavisados e imprevidentes o fazem sem preparo. E, normalmente,
desistem na primeira subida...
E digo mais, o que acaba comprometendo nossa missão
na Igreja, é justamente o "voluntariado". Nisso eu concordo com o
padre. Catequista não é um mero
voluntário.
- Voluntário
é aquele que se oferece para fazer algum serviço gratuito, nas horas em que
está disponível.
- E voluntário, faz quando quer e quando pode
- E voluntário usa só as horas vagas.
- E voluntário pode deixar de sê-lo a hora em que quiser.
- E voluntário não precisa exatamente saber “bem” o que está fazendo.
- E ninguém precisa, exatamente, se preparar para ser voluntário. Normalmente é um serviço específico, dentro daquilo que ele pode oferecer, com os dons que tem.
- E voluntário usa só as horas vagas.
- E voluntário pode deixar de sê-lo a hora em que quiser.
- E voluntário não precisa exatamente saber “bem” o que está fazendo.
- E ninguém precisa, exatamente, se preparar para ser voluntário. Normalmente é um serviço específico, dentro daquilo que ele pode oferecer, com os dons que tem.
E o problema mesmo é que a grande maioria, maioria
mesmo, dos catequistas, se acha “voluntário”. Por isso eu prefiro ser
"amadora"! (Risos).
O amador o é, enquanto está aprendendo e se
aprimorando. Para um dia ser um “profissional” de verdade, comprometido
verdadeiramente com a sua "profissão". Pois profissão, lembra
especialização e comprometimento. A profissão também precisa gerar benefícios
para a sociedade. Bom, aí vocês podem pensar que o profissional precisa ter
como contraprestação dos seus serviços, o salário. E qual é o salário do
Catequista?
OPA! Perái! Estou
dizendo que catequista é profissão? Isso pode deixar os padres de cabelos
em pé... vamos "arrumar"...
Não, não é uma profissão, mas, fica bem dentro
daquilo que um profissional precisa fazer: formar-se, preparar-se para executar
uma tarefa. Quanto ao salário, vamos pensar que, com certeza, o salário dos
justos é a vida eterna.
E o que me anima nesta vida é a expectativa de que
no fim da minha jornada “de trabalho", me espera lá no final, naquela
derradeira sexta-feira, um "happy
hour" eterno, sentada com Aquele que me acompanhou pela vida afora:
Jesus! E ali vamos conversar sobre os prós e os contras dessa missão tão
importante...
Ângela Rocha
Catequista Amadora (ainda e sempre).
"Comunicar-se com os outros é dizer as palavras que
o amor escolhe."
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