Sou catequista da Paróquia São
José Operário, de Maringá, no Paraná. Quero compartilhar com vocês o encontro
que eu e a Regina Auada, preparamos para o retorno da nossa catequese em 2018.
Primeiramente convidamos as
famílias, de forma especial as mães, para participarem do encontro com seus
filhos. É a primeira vez que fazemos isso e ao final do meu relato, espero que
entendam o meu sentimento nesse momento.
Pedimos também que todos os
catequizandos trouxessem uma receita de bolo escrita ou digitada. Mas não
poderia ser uma receita qualquer, deveria ser aquela que a família mais gosta,
uma receita bem especial.
Os dias e momentos que
antecederam o encontro foram de tensão. Estávamos preocupadas com o que falar e
o que fazer com a família, caso aparecessem. Na verdade, pensei que seria
melhor que não aparecessem...
Nosso grupo tem 15 catequizandos
e contávamos com a presença de umas 5 mães. Para nossa surpresa, as mães foram
chegando, um pai também, e não paravam de chegar. E vieram 13 famílias. Penso
que estavam todos curiosos com o convite. Recepcionamos cada pessoa com um abraço
e muito carinho.
Iniciamos com a dinâmica da
pipoca e sal, sugerida no grupo Catequistas em Formação. Distribuímos um
pacotinho de pipoca sem sal e apagamos as luzes. Logo no início, já pudemos
perceber a "cara feia" de algumas crianças que sentiram a falta do
sal. Então distribuímos velas para todos e acendemos. Sugerimos que prestassem
muita atenção nas respostas que a Bíblia nos daria para aquele momento.
Fiz a leitura do evangelho (Mt 5,
13-16). Ainda de luzes apagadas, pedimos que, de olhos fechados, refletissem sobre
o texto lido. Acendemos as luzes, apagamos as velas e iniciamos a partilha.
Enquanto isso, passamos um saleiro para que cada um colocasse o sal na sua
pipoca e pudessem sentir o sabor. Rapidamente relacionaram o evangelho à
dinâmica. Só duas catequizandas quiseram falar, tinha muita gente, e penso que
isso inibiu um pouco as crianças. Mas percebemos que tinham entendido a
importância de ser sal e luz no mundo. E tudo começou a fluir melhor.
Conectamos o evangelho ao Ano
Nacional do Laicato e conversamos sobre o significa ser leigo no mundo de hoje.
E as receitas? Chegou o momento
de falar delas.
Cada catequizando estava
orgulhoso com sua receita na mão. Fomos perguntando para cada um o motivo que o
levou a escolher aquela receita de bolo. Aí todos colaboraram e as
justificativas foram lindas: "É a
que mais amo", "Essa eu sei
fazer sozinha", "É a minha
preferida", "Eu adoro esse
bolo", "Minha vó faz pra
mim", "Esse bolo é
maravilhoso" ...
Em seguida, iniciamos a reflexão:
Não adianta termos a receita se não colocarmos a "mão na massa". Da
mesma forma, não adianta só falar, só rezar, só ir à missa, só fazer novenas,
se não colocarmos tudo isso em prática. É preciso mostrar nossos dotes e nossas
habilidades. E mesmo quando colocamos em prática uma receita, não é da primeira
vez que ela fica perfeita. Vamos melhorando a receita com o tempo. Vamos
aprimorando os ingredientes, as quantidades e vamos adaptando a receita ao
paladar das pessoas e também adaptando o paladar das pessoas à receita. Não sei
quanto a vocês, mas eu dificilmente preparo um bolo só para mim. O legal de
fazer um bolo, é poder dividi-lo com outras pessoas. O bolo serve para unir.
Foi então que concluí dizendo que
eu também havia trazido a minha melhor receita. Preparei o meu melhor bolo
(chocolate com morango) para partilhar com eles. O bolo estava escondido em uma
mesa no canto da sala e quando o coloquei na mesa, foi uma festa. As mães
começaram a elogiar e pedir a minha receita. Uma delas até perguntou a data do
nosso próximo encontro. Prometi montar um livrinho para cada catequizando com
todas as receitas.
Encerramos o encontro com a
oração do Ano Nacional do Laicato e um desafio: que possamos fazer e partilhar o nosso melhor bolo durante a semana!
Agora conseguem compreender o meu
sentimento? Estou muito feliz, sensação de missão cumprida, medo superado e
muitos planos de novos encontros com as famílias.
Silvana Chavenco Santini
Regina Celia Fregadolli Auada
Paróquia São Jose Operário – Maringá – PR.
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