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segunda-feira, 12 de fevereiro de 2018

QUANDO CRIANÇAS ESTÃO NA CATEQUESE E TAMBÉM FREQUENTAM OUTROS TEMPLOS DE DENOMINAÇÕES RELIGIOSAS DIFERENTES


E por falar em catequese...
Com Ângela Rocha

Depois de escrever o título aí em cima, eu percebi o quanto ele é "ridículo" falando da nossa prática catequética e do que é a catequese na nossa Igreja.

Mas, como é uma coisa que acontece, e sei que acontece muito. Mas, vamos ao que EU PENSO. Destacado aqui que é um pensamento MEU e não da Igreja, e que minhas atitudes sempre são corroboradas pela consulta prévia e aconselhamento do PÁROCO, se for o caso.

O que fazer com testemunhos como esse: "Temos catequizandos que frequentam outras igrejas, estão na catequese, quase não frequentam missa, mas, costumam ir à cultos evangélicos".

A catequese da Igreja católica é para cristãos católicos convertidos, que receberam um “querigma” (anúncio) e desejam aprofundar a sua fé, conhecendo mais de Jesus Cristo e da Igreja. Se fazemos catequese para grupos que frequentam outras denominações religiosas, eu diria que isso seria tema para um estudo antropológico, coisa que eu não sou capaz e nem estou preparada para fazer. E é um caso para ser levado às autoridades da nossa Igreja.

Penso que cabe aqui uma visita à família e uma CATEQUESE FAMILIAR ou de adultos, antes de mais nada. Se a família não vai acompanhar a criança, sinto muito, mas, não serei catequista dela.

Legalmente falando, cabe aos pais prover educação e orientação aos filhos menores, inclusive a religiosa. Aqui o caso é, volto a frisar, de CATEQUESE DE ADULTOS e não de crianças. Se estou fazendo catequese com crianças cujos pais são de outra religião, posso até mesmo, ser acusada pelos pais de assédio moral e psicológico à criança. Criança não "se manda", vai aonde os pais levam e permitem. Por isso, obviamente, não vão frequentar a missa. Nem nossos catequizandos que são católicos de pai e mãe o fazem!

Eu, Ângela Rocha, catequista há 12 anos na Igreja Católica, não faço catequese com crianças e jovens que frequentam outra Igreja. Para mim isso é um desvio de conduta nossa, se percebo essa situação, imediatamente tomo uma atitude.

Já tive casos assim na catequese. Chamei os pais e perguntei se estavam se convertendo ao catolicismo também e se gostariam de frequentar a catequese de adultos da nossa Igreja. A resposta foi "não". Então pedi que levassem a criança com eles à Igreja em que frequentavam, buscassem catequese lá, pois, nossa doutrina não é a mesma e até mesmo nossas crenças diferem bastante. O mesmo se deve fazer com relação a pais (pai e mãe) cujas religiões são diferentes. O mínimo que um pai e mãe, responsáveis, precisam fazer, é escolher uma das religiões para orientar o filho ou esperar que adulto, ele mesmo faça essa escolha.

Outro caso são os avós, tias, madrinhas... Avós, tias, madrinhas não "mandam" nas crianças, a não ser que tenham a guarda legal delas. Quem tem pátrio poder, são os pais. Logo, por mais boa vontade que tenham, estão interferindo no futuro de uma criança que não lhes "pertence". Obviamente que existem casos em que estas pessoas é que "cuidam" (legalmente e não só no fim de semana) da educação destas crianças. Neste caso, se forem católicas, problema algum.

E pode ter muita gente que pense diferente de mim. Que acha este meu pensamento muito radical e lógico. Só que a "lógica" da evangelização não é esse "oba-oba" que está por aí, onde se oferece "catolicidade" e "catequese" como se fosse um produto de prateleira. Pega quem aparece e quem quer fazer. Se somos frutos de uma Igreja e herdeiros dela, devemos respeito a ela. "Conversão" verdadeira leva a catequese e frutifica em fiéis seguidores da nossa Igreja. E nossa Igreja tem uma doutrina e uma tradição a ser respeitada.

E lembrando que devemos respeito também às outras denominações religiosas cristãs. Deus está tão lá, quanto está na nossa. Nem todas as religiões são práticas levianas de "pastores" aproveitadores. Nem todas são maléficas. O que pode causar mal a uma criança talvez seja estar com os pés em dois mundos diferentes, com práticas e maneiras de professar suas crenças, também diferentes.

Muitas e muitas vezes, esquecemos o que é de fato "evangelização". Ela parte sempre de um querigma, de um anúncio que leva a uma conversão; que por sua vez leva a uma catequese de aprofundamento; e esta culmina no "seguimento". Se nem com nossos pequenos de berço católico conseguimos o tal seguimento, como vamos conseguir com aqueles que frequentam cultos evangélicos? Se é culto das grandes Igrejas protestantes tradicionais, ainda vai, mas, e se é daqueles templos de esquina cujo sucesso maior é a "lavagem cerebral" e a exploração econômica que fazem dos fiéis? Destes últimos talvez nos caiba salvá-los, mas, façamos isso com os ADULTOS maduros e responsáveis, não com crianças e jovens, cuja maior carência, talvez não seja de fé ou religião, e sim do AMOR da sua família.

Claro que precisamos acolher a todos que nos procuram, mas, devemos lembrar que esse "todos", precisam ser adultos maduros e conscientes do que estão fazendo, não crianças ingênuas em busca de adesão a um "grupo" que vá suprir suas necessidades sociais e de afeto. A Catequese é e sempre será para ADULTOS. Nós é que continuamos e teimamos em fazer com crianças que não receberam anúncio algum dos seus pais.

Abraço a todos!
Ângela Rocha


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