E por falar em catequese...
Com Ângela Rocha
Depois de escrever o
título aí em cima, eu percebi o quanto ele é "ridículo" falando da
nossa prática catequética e do que é a catequese na nossa Igreja.
Mas, como é uma
coisa que acontece, e sei que acontece muito. Mas, vamos ao que EU PENSO.
Destacado aqui que é um pensamento MEU e não da Igreja, e que minhas atitudes
sempre são corroboradas pela consulta prévia e aconselhamento do PÁROCO, se for
o caso.
O que fazer com
testemunhos como esse: "Temos
catequizandos que frequentam outras igrejas, estão na catequese, quase não
frequentam missa, mas, costumam ir à cultos evangélicos".
A catequese da
Igreja católica é para cristãos católicos convertidos, que receberam um “querigma”
(anúncio) e desejam aprofundar a sua fé, conhecendo mais de Jesus Cristo e da
Igreja. Se fazemos catequese para grupos que frequentam outras denominações
religiosas, eu diria que isso seria tema para um estudo antropológico, coisa
que eu não sou capaz e nem estou preparada para fazer. E é um caso para ser
levado às autoridades da nossa Igreja.
Penso que cabe aqui
uma visita à família e uma CATEQUESE FAMILIAR ou de adultos, antes de mais
nada. Se a família não vai acompanhar a criança, sinto muito, mas, não serei
catequista dela.
Legalmente falando,
cabe aos pais prover educação e orientação aos filhos menores, inclusive a
religiosa. Aqui o caso é, volto a frisar, de CATEQUESE DE ADULTOS e não de
crianças. Se estou fazendo catequese com crianças cujos pais são de outra
religião, posso até mesmo, ser acusada pelos pais de assédio moral e
psicológico à criança. Criança não "se manda", vai aonde os pais
levam e permitem. Por isso, obviamente, não vão frequentar a missa. Nem nossos catequizandos
que são católicos de pai e mãe o fazem!
Eu, Ângela Rocha,
catequista há 12 anos na Igreja Católica, não faço catequese com crianças e
jovens que frequentam outra Igreja. Para mim isso é um desvio de conduta nossa,
se percebo essa situação, imediatamente tomo uma atitude.
Já tive casos assim
na catequese. Chamei os pais e perguntei se estavam se convertendo ao
catolicismo também e se gostariam de frequentar a catequese de adultos da nossa
Igreja. A resposta foi "não". Então pedi que levassem a criança com
eles à Igreja em que frequentavam, buscassem catequese lá, pois, nossa doutrina
não é a mesma e até mesmo nossas crenças diferem bastante. O mesmo se deve
fazer com relação a pais (pai e mãe) cujas religiões são diferentes. O mínimo
que um pai e mãe, responsáveis, precisam fazer, é escolher uma das religiões
para orientar o filho ou esperar que adulto, ele mesmo faça essa escolha.
Outro caso são os
avós, tias, madrinhas... Avós, tias, madrinhas não "mandam" nas
crianças, a não ser que tenham a guarda legal delas. Quem tem pátrio poder, são
os pais. Logo, por mais boa vontade que tenham, estão interferindo no futuro de
uma criança que não lhes "pertence". Obviamente que existem casos em
que estas pessoas é que "cuidam" (legalmente e não só no fim de
semana) da educação destas crianças. Neste caso, se forem católicas, problema
algum.
E pode ter muita
gente que pense diferente de mim. Que acha este meu pensamento muito radical e
lógico. Só que a "lógica" da evangelização não é esse
"oba-oba" que está por aí, onde se oferece "catolicidade" e
"catequese" como se fosse um produto de prateleira. Pega quem aparece
e quem quer fazer. Se somos frutos de uma Igreja e herdeiros dela, devemos
respeito a ela. "Conversão" verdadeira leva a catequese e frutifica
em fiéis seguidores da nossa Igreja. E nossa Igreja tem uma doutrina e uma
tradição a ser respeitada.
E lembrando que
devemos respeito também às outras denominações religiosas cristãs. Deus está
tão lá, quanto está na nossa. Nem todas as religiões são práticas levianas de
"pastores" aproveitadores. Nem todas são maléficas. O que pode causar
mal a uma criança talvez seja estar com os pés em dois mundos diferentes, com
práticas e maneiras de professar suas crenças, também diferentes.
Muitas e muitas
vezes, esquecemos o que é de fato "evangelização". Ela parte sempre
de um querigma, de um anúncio que leva a uma conversão; que por sua vez leva a
uma catequese de aprofundamento; e esta culmina no "seguimento". Se
nem com nossos pequenos de berço católico conseguimos o tal seguimento, como
vamos conseguir com aqueles que frequentam cultos evangélicos? Se é culto das
grandes Igrejas protestantes tradicionais, ainda vai, mas, e se é daqueles templos
de esquina cujo sucesso maior é a "lavagem cerebral" e a exploração
econômica que fazem dos fiéis? Destes últimos talvez nos caiba salvá-los, mas,
façamos isso com os ADULTOS maduros e responsáveis, não com crianças e jovens,
cuja maior carência, talvez não seja de fé ou religião, e sim do AMOR da sua
família.
Claro que precisamos
acolher a todos que nos procuram, mas, devemos lembrar que esse
"todos", precisam ser adultos maduros e conscientes do que estão
fazendo, não crianças ingênuas em busca de adesão a um "grupo" que vá
suprir suas necessidades sociais e de afeto. A Catequese é e sempre será para
ADULTOS. Nós é que continuamos e teimamos em fazer com crianças que não
receberam anúncio algum dos seus pais.
Abraço a todos!
Ângela Rocha
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