"Anunciar ao mundo, por palavras e atos, a mensagem de Cristo e comunicar sua graça." |
Não é de hoje que venho tentando
responder a uma questão:
“Quem é, afinal, a figura do INTRODUTOR, no
processo de Iniciação à Vida Cristã”?
E muito se discute e muito se
atribui a tão importante figura que, no entanto, ninguém sabe direito quem é. Algumas
paróquias “preparam” pessoas para ser esse introdutor, outras até constituem
grupos de introdutores. E muitas ainda estão procurando o dito cujo...
Bom, vamos ao conceito mais
simples do que seria um “introdutor” em qualquer lugar que seja: É aquele que
leva alguém a algum lugar, fazendo com que esta pessoa participe de um clube, instituição,
agremiação, grupo, etc. Claro que antes ele precisa fazer com que essa pessoa
partilhe dos objetivos e ideais daquele grupo.
Agora vamos aos nossos conceitos
na iniciação cristã.
Primeiro vamos pensar que “cabe a todo discípulo de Cristo a missão de
difundir a fé” (Conc. Vat, II – Lumien
Gentium, 17). A este respeito podemos encontrar no item 41 do RICA, uma
explanação mais completa a este respeito. E no item 42 temos que:
“O candidato que solicita sua
admissão entre os catecúmenos é acompanhado por um introdutor, homem ou mulher que
o conhece, ajuda e é testemunha de seus costumes, fé e desejo”.
Ou seja, o introdutor é aquele
que dá testemunho a respeito do candidato a ponto de tornar-se seu “padrinho”
se assim for a vontade do catecúmeno.
Com certeza é um “papel” sério
demais para se exercer na vida de alguém e não uma “designação” que se dê a uma
pessoa específica, cuja função seja acompanhar a quem não conhece e não convive
na vida cotidiana.
Por isso, e por acreditar que “introdutor”
não é um título e nem um ministério que se dê a alguém depois de um curso,
penso que é necessário a comunidade se atentar ao que diz o Decreto Ad Gentes (14): “O povo de Deus, representado pela Igreja local, sempre compreenda e
manifeste que a iniciação dos adultos é algo de seu, e interessa a todos os
batizados”.
Portanto, a nós, todos os
batizados, compete o papel de “introdutores” na fé. Não sou só eu, catequista ou agente de pastoral. Somos todos nós que vivemos e participamos da comunidade católica. Que são aqueles que devemos "introduzir"? São todas aquelas pessoas que conosco convivem: nossos vizinhos, nossos amigos e todos aqueles a quem a mensagem do Reino de Deus precisa chegar.
Este é um exemplo que nos relata,
Nilva Mazzer, catequista em Maringá.
Aconteceu dela ser catequista, mas, este é
um olhar que cabe a todos os fiéis: “... de
que o apostolado da Igreja e de todos os seus membros, procura em primeiro
lugar, anunciar ao mundo, por palavras e atos, a mensagem de Cristo e comunicar sua graça. (Conc. Vat. II, Decreto sobre o Apostolado dos leigos, nº 16 e
RICA 42, 1).
Vamos ao testemunho!
“Em nossa caminhada na catequese deparamos com vários casos, várias
situações. Mas, uma delas me fez muito bem como catequista esse ano. Foi ajudar
a regularizar a situação do Charles, um ser muito especial da nossa comunidade
São José Operário. Ele tem 48 anos, mas, mais parece um menino. Ele não tinha
os sacramentos da Crisma e nem recebido a catequese de Eucaristia. Na sua
ingenuidade, recebia comunhão sem ter feito qualquer preparação a respeito. Eu
não sabia disso até uma pessoa me falar a respeito.
Na hora, achei estranho e só. Ficou por isso mesmo e ele continuou
entrando na fila da comunhão como sempre fez. Mas um dia algo me tocou forte,
porque não preparar esse moço para regularizar sua caminhada na igreja? Afinal
sou catequista! Pedi a autorização do nosso Pároco para fazer isso em poucos
encontros pois ele não sabe ler nem escrever (descobri depois) mas, tinha muita
vontade de receber os sacramentos como me relatou sua mãe.
Fiz isso, em alguns encontros, e ele não faltou em nenhum, era só
ouvinte, mas, seu coração de menino com 48 anos entendia tudo. Chegou o dia de
receber os sacramentos, depois que foi crismado pelo Padre Emerson no sábado
Santo. Ele ficou tão feliz que contagiou o coração de quem sabia da sua
situação (o meu principalmente rsrs). Hoje o Charles é um cristão católico
iniciado nos sacramentos da iniciação cristã como manda nossa Santa Igreja”.
Nilva Mazzer - Maringá-Pr
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