O
documento é composto por nove capítulos divididos em 299 parágrafos. O Papa
explica que se deixou “inspirar pela riqueza das reflexões e diálogos do Sínodo
dos jovens”, celebrado no Vaticano em outubro de 2018.
CIDADE DO VATICANO
“Cristo
vive: é Ele a nossa esperança e a mais bela juventude deste mundo! Tudo o que
toca torna-se jovem, fica novo, enche-se de vida. Por isso as primeiras
palavras, que quero dirigir a cada jovem cristão, são estas: Ele vive e quer-te
vivo!”
Assim
começa a Exortação Apostólica pós-sinodal "Christus vivit" do Papa
Francisco, assinada segunda-feira, 25 de março, na Santa Casa de Loreto, e
dirigida “aos jovens e a todo o povo de Deus”.
No
documento, composto por nove capítulos divididos em 299 parágrafos, o Papa
explica que se deixou “inspirar pela riqueza das reflexões e diálogos do Sínodo
dos jovens”, celebrado no Vaticano em outubro de 2018.
A VIDA DE CRISTO
Francisco
aborda o tema dos primeiros anos de Jesus. Para ele, estes aspectos de Sua vida
não deveriam ser ignorados na pastoral juvenil, “para não criar projetos que
isolem os jovens da família e do mundo”.
O
Pontífice retoma um de seus ensinamentos e explica que é necessário apresentar
a figura de Jesus “de modo atraente e eficaz” e diz: “Por isso é necessário que
a Igreja não esteja demasiado debruçada sobre si mesma, mas procure sobretudo
refletir Jesus Cristo. Isto implica reconhecer humildemente que algumas coisas
concretas devem mudar”.
Na
Exortação, se reconhece que há jovens que sentem a presença da Igreja “como
importuna e até mesmo irritante”. Há jovens que “reclamam uma Igreja que escute
mais, que não passe o tempo a condenar o mundo. Não querem ver uma Igreja
calada e tímida, mas tampouco desejam que esteja sempre em guerra por dois ou
três assuntos que a obcecam”.
Sobre a
realidade juvenil, o Papa recorda os jovens que vivem em contextos de guerra,
explorados e vítimas de sequestros, criminalidade organizada, tráfico de seres
humanos, escravidão e exploração sexual, estupros. “Não podemos ser uma Igreja
que não chora à vista destes dramas dos seus filhos jovens. Não devemos jamais
habituar-nos a isto”, escreve.
Acenando
a “desejos, feridas e buscas”, Francisco fala da sexualidade:
num mundo que destaca excessivamente a sexualidade, é difícil
manter uma boa relação com o próprio corpo e viver serenamente as relações
afetivas”, mas lamenta que os jovens vejam na Igreja um espaço de julgamento e
condenação.
A
Exortação se detém em seguida sobre o tema do “ambiente digital”, que criou
“uma nova maneira de comunicar”, mas é também um território de solidão,
manipulação, exploração e violência. “A reputação das pessoas é comprometida
através de processos sumários on-line. O fenômeno diz respeito também à Igreja
e seus pastores.”
MIGRAÇÃO, PROTEÇÃO DOS MENORES, EMPENHO
SOCIAL
Outro
tema tocado pelo Pontífice são os migrantes e como os jovens estão diretamente
envolvidos nas migrações. O Papa os alerta para a difusão de uma mentalidade
xenófoba, contrapondo-os entre si.
O Papa
fala também dos abusos sobre menores e expressa gratidão “a quantos têm a
coragem de denunciar o mal sofrido”.
O abuso
não é o único pecado dos membros da Igreja, recorda o Papa. Mas ela não recorre
a cirurgias estéticas. “Lembremo-nos, porém, que não se abandona a Mãe quando
está ferida.” Com a ajuda preciosa dos jovens, este momento pode ser uma
oportunidade “para uma reforma de alcance histórico para se abrir a um novo
Pentecostes”.
A
TODOS OS JOVENS, O PAPA ANUNCIA TRÊS GRANDES VERDADES.
A
primeira: “Deus
que é amor”;
A segunda: “Cristo
salva-te”;
A terceira verdade
é que “Ele vive!”.
Nestas
verdades, aparece o Pai e aparece Jesus. E onde estão o Pai e Jesus, também
está o Espírito Santo, escreve Francisco, aconselhando os jovens a invocarem
todos os dias o Espírito Santo: “Não perdes nada e Ele pode mudar a tua vida”.
Francisco
recorda ainda que a juventude não pode ser um “tempo suspenso”, porque é “a
idade das escolhas”, por isso é importante buscar «um desenvolvimento
espiritual. O Papa propõe “percursos de fraternidade” e a importância de ser
jovens comprometidos, que buscam o bem comum.
“O
empenho social e o contato direto com os pobres continuam a ser uma
oportunidade fundamental para descobrir ou aprofundar a fé e para discernir a
própria vocação”. Em outras palavras, os jovens são chamados a ser “missionários
corajosos”.
Não
poderia faltar a referência à “relação com os idosos”. Se “os jovens se
enraizarem nos sonhos dos idosos, conseguem ver o futuro”. É preciso, portanto,
“arriscar juntos”.
PASTORAL JUVENIL
Um
inteiro capítulo é dedicado à “Pastoral dos jovens”. A pastoral juvenil precisa
de adquirir outra flexibilidade, explica, sendo um espaço onde não só recebam
uma formação, mas lhes permitam também compartilhar a vida.
Serve
“uma pastoral juvenil popular”, “mais ampla e flexível que estimula, nos
distintos lugares onde se movem concretamente os jovens, as lideranças naturais
e os carismas que o Espírito Santo já semeou entre eles”.
Outro
ponto fundamental é o discernimento, seja para a vida familiar, seja para a
consagração a Deus.
No que
diz respeito ao trabalho, o Papa recorda que “é uma necessidade, faz parte do
sentido da vida nesta terra, é caminho de maturação, desenvolvimento humano e
realização pessoal”.
A EXORTAÇÃO SE CONCLUI COM “UM DESEJO”
DO PAPA FRANCISCO
“
“Queridos jovens, ficarei feliz vendo-vos correr mais rápido do que os lentos e
medrosos. Correi atraídos por aquele Rosto tão amado, que adoramos na sagrada
Eucaristia e reconhecemos na carne do irmão que sofre…A Igreja precisa do vosso
ímpeto, das vossas intuições, da vossa fé...E quando chegardes aonde nós ainda
não chegamos, tende a paciência de esperar por nós”. ”
Papa Francisco
FONTE: Vaticannews.va
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