Em uma publicação em nossa página, recebi alguns comentários que preciso responder. Trata-se de uma texto de 30 DE MARÇO DE 2019, com o título: “COM QUANTAS FALTAS REPROVA?”. Vamos aos comentários e o que eu tenho a dizer para cada um(a). (Os comentários estão anônimos...).
Anônimo disse...
Olá.. meu filho mora com a
mãe em cidade distante e a cada 15 dias fica comigo (pai), a gente se esforça
para não faltar mais fico preocupado pois tenho um acordo jurídico é lei vai
sempre ter mais valor que religião.. meu filho vai ser prejudicado ou vou ter
que acionar a justiça pois a igreja não compreende que está em sempre estará
errada em impor… imposição assim não é de Deus e sim uma vergonha da parte da
igreja sempre atrasada..
Com relação a esta situação,
deve dizer meu querido Pai, que há mais situações iguais as suas do que você
imagina. Muitos pais dividem a guarda dos filhos e, muitas vezes, um deles não
é católico o u não frequenta a Igreja. Fato que muitas vezes interfere na catequese
das crianças. Mas, existe algo que você pode fazer e a sua ex-esposa também: Ir
até a paróquia onde seu filho frequenta a catequese e explicar a situação para
a catequista e para a coordenação da catequese. Como se trata de algo que
acontece a cada 15 dias, você pode ajudá-lo no encontro que ele teria, se não
estivesse com você. Porém, é necessário que ambos queiram isso... e não falo dos
pais, falo do filho também. Ele quer fazer a catequese? Ele se incomoda em
faltar? Ou esta questão não está sendo considerada? Nós não fazemos catequese
para “dar” sacramento. Fazemos catequese para iniciar as crianças na vida cristã.
Então, resta saber se pais e filho, desejam esta iniciação. Se a resposta é
sim, para tudo se dá um jeito, é só conversar.
Minha filha de 10a foi
reprovada com menos de 5 faltas via recado dos colegas, muito bem igreja
católica, que prega punição e exclusão!
Eu mesma não quero que ela volte pois nem o padre se interessou pelo assunto.
Anônimo disse...
Detalhe, a pseudo catequista
me bloqueou hahaha. IGREJA PUNITIVA E EXCLUDENTE DA CIDADE DE TIETE. E SO ESTA
ANONIMO PQ NAO SEI CADASTRAR MEU NOME. TB ENVIEI PARA A ARQUIDIOCESE RESP. E SE
NGM RETORNOU É PQ CONCORDAM!
Penso que os dois comentários
sejam da mesma pessoa. Então vou responder somente uma vez. Primeiro, não sei
se é prudente acreditar num “recado dos colegas”. Creio que o mais certo é
procurar a paróquia e o(a) catequista. E a Igreja Católica da qual faço parte
minha vida toda (e olha que tenho 57 anos), não é punitiva e nem excludente. Mas,
existem pessoas dentro dela que, infelizmente, ainda não compreenderam o seu
papel. Quanto ao padre, também acredito que uma boa conversa pode resolver a
questão. Será que ele sabe do “assunto”? As faltas da sua filha foram justificadas
junto ao catequista? Você procurou a catequese para informar o que ocasionou as
faltas? O diálogo sempre é a resposta. E a Arquidiocese não tem como responder
a isso. É a comunidade que você frequenta que tem que lhe dar uma “resposta”.
Mas, primeiro, é preciso fazer a pergunta...
* * *
Realmente este
assunto é muito sério! E de forma alguma podemos ignorar o anseio dos pais, ou
as dúvidas e críticas. E é bem complicado dar uma resposta sem escutar todos os
envolvidos. Não vou dizer que nossa Igreja seja perfeita e não temos falhas. Temos,
é claro! Mas, nunca se pode excluir o diálogo. E infelizmente temos um grave
problema na catequese: os pais não participam da vida dos filhos na Igreja e os
catequistas não participam da vida dos catequizandos, fora da Igreja.
Normalmente
ao se fazer a inscrição de uma criança na catequese, os pais são alertados com
relação às faltas. Elas de fato não podem ser muitas. Isso porque temos um
calendário semanal de catequese. Um mês tem 4 encontros. Se considerarmos um
ano de 8 meses (que é o que a catequese tem), teremos 32 encontros. Se a
criança faltar 5 vezes, ela terá uma perda que não dá pra mensurar. Mesmo assim
nós catequistas consideramos que é preciso que os pais nos comuniquem das
faltas. A catequese não é escola, mas, é um compromisso tão sério quanto.
Trata-se do aprofundamento da formação cristã das crianças, iniciada pelos pais
em casa.
Isso vai da organização de cada comunidade. Eu não recomendo colocar um nº X de faltas para reprovar e sim "administrar" as faltas e imediatamente ver o porque delas, conversar com o catequizando ou com a família. Se for o caso fazer um encontro para "repor" o que foi perdido.
Ora, acontece que não informamos que X faltas reprovam. Informamos que se houver muitas faltas, talvez seja prudente começar de novo no próximo ano. Isso não é “reprovar”, é tomar cuidado com os compromissos que se assume em nome dos filhos. Lembrar que uma vez por semana, seu filho ou filha tem catequese. Penso que UMA vez por semana, não é um tempo tão grande assim, mas, se surgem outros compromissos sempre, é bom pensar se realmente é isso que você quer para o seu filho (a). Ou se é isso que a CRIANÇA quer...
Mas, infelizmente essa é uma conversa que vamos continuar tendo enquanto a catequese for "conteudista". Não é o que o catequizando "aprendeu" e sim o que ele viveu durante o tempo da catequese. Alguns catequistas ainda pensam que crianças e adolescentes precisam aprender temas e decorar orações. Fato é que, se eles tiverem vivência católica em casa, a catequese será o que deve ser, um aprofundamento daquilo que os pais e a comunidade já ensinaram.
Ângela Rocha – Catequista
Graduada em Teologia - PUCPR
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