No mundo de hoje, repleto de
urgências, altamente tecnológico, acabamos corrompidos por uma fé rasa, sem muito compromisso, onde o “meu”
Deus, está ali para me servir sempre que “eu” dEle necessitar. Eu, em contrapartida,
não tenho muito tempo de servi-lo como se deve, ou como se espera de um bom
cristão. A conversa que se houve é: “vou à missa sempre que posso, sou uma
pessoa de muita fé em Deus, e não preciso ir à igreja para estar em comunhão
com Deus”.
Confissão? Ah! não tenho tempo
nem de pecar, minha vida é muito corrida. Eu confesso diretamente com Deus, ele
sabe bem dos meus problemas e não preciso
falar dos meus pecados a um padre, que é um ser humano igual a mim.
A Igreja de Jesus Cristo,
apesar da sua Tradição, deve se atualizar e se adaptar aos novos tempos. Está
conseguindo? Está lendo as novas realidades que ultrapassam a vivência da fé
dos nossos antepassados?
Não faz muito tempo, a
catequese era decoreba: doutrina, sacramentos, mandamentos. O importante
era saber “decor” as orações e pronto! Todo mundo catequizado, sacramentado e já
se definia um católico. Cristão? Não dá para saber.
Depois do Concílio Vaticano
II, a Igreja entendeu que precisava mudar. Então surgiu o CATEQUESE RENOVADA,
para nos aproximar do ideal de EVANGELIZAR
e não somente catequizar. De
lá pra cá, vamos caminhando, a passos
lentos, mas caminhando. Novos documentos surgiram para nos auxiliar na
caminhada, e estamos buscando mais e mais, sermos fiéis ao que pede a Santa
Igreja, ao que Jesus espera de nós. Hoje, graças a essa ‘renovação’, temos
diversos materiais sobre catequese, temos um novo Diretório para catequese.
Temos a instituição do Ministério do catequista. Mas, o que de fato mudou?
Um questionamento: Por quê uma
criança precisa passar três/quatro anos na catequese só para poder comungar?
Onde ficou aquela máxima de que a família é a “primeira catequista” dos filhos?
Todo mundo tem tempo pra tudo,
mas, a fé, Jesus, fica sempre em segundo plano. A fé tem sido negligenciada
pelas famílias, que tem muitas preocupações com o futuro de seus filhos -
filhos que precisam estar bem-preparados para o mundo de hoje, precisam falar
inglês, praticar esportes, ter brinquedos de última geração... Mas, que não
estão preparados para os “não” que a vida lhes reserva.
E Deus? Quem precisa de Deus?
Missa pra quê? Toda missa é igual, foi numa, foi em todas. Mas, com certeza,
basta uma coisa só acontecer, que o ser humano não saiba como resolver, lá
estará nosso católico rezando terços que ele nem sabe mais como é que reza.
O que fazer para mudar esse
quadro? Evangelizar crianças é a
solução? Não Seria mais sensato iniciar os adultos, as famílias, num processo
de conversão? Como está claro para nós,
que cada um só pode dar testemunho do
que vive, também fica claro que estas famílias não foram de fato evangelizadas,
não foram iniciadas, foram sim catequizadas, e hoje transmitem aos seus filhos
o pouco que receberam, uma fé rasa, sem
nenhum sentido de pertença. Ou simplesmente, não transmite nada.
Estamos num novo processo, a
Iniciação à Vida Cristã pelo método catecumenal, que por um viés querigmático e
mistagógico, nos leva a um caminho de conversão, de discipulado, de
missionariedade. Onde, fazer catequese
para receber o sacramento, NÃO é o objetivo da Igreja hoje. O que ela quer, é formar
discípulos, seguidores, apaixonados pelo projeto de Jesus, e conscientes do seu
papel de cristão católico.
Quando se entende essa
proposta, entende que o que de fato importa, é
o seguimento, o sentimento de
pertencimento e amadurecimento dessa fé que nos faz seguidores comprometidos
com o projeto do Reino, que dão testemunho da fé que vivem, e assim fazem novos
discípulos. Como diz um ditado: "Palavras convencem, mas,
testemunhos arrastam”.
Um comentário:
É isso mesmo . Precisamos ter o sentido do pertincimento. As famílias também precisam fazer parte da caminhada da catequese.
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