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segunda-feira, 30 de outubro de 2023

MUDANÇAS E PERMANÊNCIAS

Imagem: freepik.com
A catequese vem mudando nos últimos anos e tem gerado muitas dúvidas e questionamentos por parte dos pais, das famílias, dos catequistas.

No mundo de hoje, repleto de urgências, altamente tecnológico, acabamos corrompidos por uma fé  rasa, sem muito compromisso, onde o “meu” Deus, está ali para me servir sempre que “eu” dEle necessitar. Eu, em contrapartida, não tenho muito tempo de servi-lo como se deve, ou como se espera de um bom cristão. A conversa que se houve é: “vou à missa sempre que posso, sou uma pessoa de muita fé em Deus, e não preciso ir à igreja para estar em comunhão com Deus”.

Confissão? Ah! não tenho tempo nem de pecar, minha vida é muito corrida. Eu confesso diretamente com Deus, ele sabe bem dos meus problemas e não preciso  falar dos meus pecados a um padre, que é um ser humano igual a mim.

A Igreja de Jesus Cristo, apesar da sua Tradição, deve se atualizar e se adaptar aos novos tempos. Está conseguindo? Está lendo as novas realidades que ultrapassam a vivência da fé dos nossos antepassados?

Não faz muito tempo, a catequese era decoreba: doutrina, sacramentos, mandamentos. O importante era saber “decor” as orações e pronto! Todo mundo catequizado, sacramentado e já se definia um católico. Cristão? Não dá para saber.

Depois do Concílio Vaticano II, a Igreja entendeu que precisava mudar. Então surgiu o CATEQUESE RENOVADA, para nos aproximar do ideal de EVANGELIZAR  e não  somente catequizar. De lá  pra cá, vamos caminhando, a passos lentos, mas caminhando. Novos documentos surgiram para nos auxiliar na caminhada, e estamos buscando mais e mais, sermos fiéis ao que pede a Santa Igreja, ao que Jesus espera de nós. Hoje, graças a essa ‘renovação’, temos diversos materiais sobre catequese, temos um novo Diretório para catequese. Temos a instituição do Ministério do catequista. Mas, o que de fato mudou?

Um questionamento: Por quê uma criança precisa passar três/quatro anos na catequese só para poder comungar? Onde ficou aquela máxima de que a família é a “primeira catequista” dos filhos?

Todo mundo tem tempo pra tudo, mas, a fé, Jesus, fica sempre em segundo plano. A fé tem sido negligenciada pelas famílias, que tem muitas preocupações com o futuro de seus filhos - filhos que precisam estar bem-preparados para o mundo de hoje, precisam falar inglês, praticar esportes, ter brinquedos de última geração... Mas, que não estão preparados para os “não” que a vida lhes reserva.

E Deus? Quem precisa de Deus? Missa pra quê? Toda missa é igual, foi numa, foi em todas. Mas, com certeza, basta uma coisa só acontecer, que o ser humano não saiba como resolver, lá estará nosso católico rezando terços que ele nem sabe mais como é que reza.

O que fazer para mudar esse quadro? Evangelizar crianças é  a solução? Não Seria mais sensato iniciar os adultos, as famílias, num processo de  conversão? Como está claro para nós, que  cada um só pode dar testemunho do que vive, também fica claro que estas famílias não foram de fato evangelizadas, não foram iniciadas, foram sim catequizadas, e hoje transmitem aos seus filhos o pouco que receberam, uma fé  rasa, sem nenhum sentido de pertença. Ou simplesmente, não transmite nada.

Estamos num novo processo, a Iniciação à Vida Cristã pelo método catecumenal, que por um viés querigmático e mistagógico, nos leva a um caminho de conversão, de discipulado, de missionariedade. Onde, fazer  catequese para receber o sacramento, NÃO é o objetivo da Igreja hoje. O que ela quer, é formar discípulos, seguidores, apaixonados pelo projeto de Jesus, e conscientes do seu papel de cristão católico.

Quando se entende essa proposta, entende que o que de fato importa, é  o seguimento, o sentimento  de pertencimento e amadurecimento dessa fé que nos faz seguidores comprometidos com o projeto do Reino, que dão testemunho da fé que vivem, e assim fazem novos discípulos.  Como  diz um ditado: "Palavras convencem, mas, testemunhos arrastam”.


Andrea Canassa
Catequista – Ibitinga SP



Um comentário:

Anônimo disse...

É isso mesmo . Precisamos ter o sentido do pertincimento. As famílias também precisam fazer parte da caminhada da catequese.