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domingo, 31 de março de 2024

REFLEXÃO SOBRE A RESSURREIÇÃO – JOÃO 20,1-18

 morte de Jesus Cristo foi vista no primeiro momento como uma derrota para as primeiras pessoas cristãs, elas se sentiram fracassadas, impotentes, sem esperança e forças para lutar contra o sistema opressor. E agora, sem este Homem que tinha a palavra certa e na hora certa, o que seria deste povo?

Conforme o Evangelho de João 20, 1-18, no primeiro dia da semana, Maria Madalena foi ao sepulcro ainda de madrugada, no escuro, e o encontra com a pedra revolvida. Isto a deixou preocupada e ela foi avisar aos outros discípulos. Naquele tempo, as mulheres eram desacreditadas e o aval de um homem seria importante. Ela vai ao encontro dos discípulos e diz: (20,2) tiraram do sepulcro o meu Senhor e não sabemos onde o levaram.

“Não sabemos” este verbo no plural indica que Maria Madalena não estava só quando fora ver ao sepulcro, certamente tinha algumas mulheres com ela, ainda mais que era madrugada e estava escuro. Ela representa a voz das pessoas fracas e oprimidas que eram desacreditadas. Dar uma notícia desse porte é muito preocupante, principalmente por uma mulher, daí ter a credibilidade dos apóstolos.

Segundo Pe. Cornélio Rodrigues, em sua reflexão do Evangelho (Jo 20,1-9), nos fala que “o dia seguinte é o sábado, último dia da antiga criação. Com essa expressão, o evangelista indica que há uma nova criação em curso; um novo tempo e um novo mundo estão sendo gestados, mas ainda está na etapa primordial, o caos, simbolizado pela expressão “quando ainda estava escuro”; o escuro, como sinônimo de caos, fora constatado também na primeira criação (Gn 1,1-2)“.

Isto nos mostra que o povo ainda estava triste e sem rumo, desamparado porque não perceberam que a morte de Jesus seria o começo de um novo tempo, um tempo de amor, de esperança renovada nesta nova “aliança” de Deus com seu povo. Maria Madalena representa todas as pessoas que estão no escuro, em busca de ver uma luz que as leve a um lugar de paz, amor, respeito, companheirismo. A busca dos discípulos e discípulas para que também vejam o sepulcro aberto é muito importante para abrir os olhos, sair do escuro e olhar adiante.

Pedro e o Discípulo amado também compartilham da dor e desesperança. Pedro, ainda abalado por ter negado Jesus ( Jo 18,17; 25) e se omitido, caminha devagar, sem esperança, pensativo nos últimos acontecimentos, enquanto que o Discípulo amado corre mais depressa, com esperança, e mesmo chegando primeiro espera pelo companheiro. No sepulcro aberto viram os lençóis que envolviam Jesus e o lenço que cobria   cabeça não estava com os lençóis, mas deixado num lugar a parte. O discípulo amado viu e creu.

Enquanto os discípulos contemplavam o sepulcro, Maria Madalena permanecia na entrada chorando, mas ao levantar a cabeça viu os anjos vestidos de branco, e perguntou onde eles tinham levado o corpo de Jesus (v.13-14), tendo feito a pergunta, voltou-se para trás e viu Jesus de pé, mas não o reconheceu.

“Entre nós está e não o conhecemos”. Entre nós está o irmão que passa fome, que está desempregado, sem teto, sem amparo, sem saúde, sem justiça…

Ao ser reconhecido, Jesus diz a Maria Madalena (v.17-18): Não me detenhas; porque ainda não subi para meu Pai, mas vai ter com meus irmãos e dize-lhes: subo para meu Pai e vosso Pai, para meu Deus e vosso Deus.

Reconhecer Jesus Cristo é a experiência do amor autêntico no ressuscitado, na reconstrução da vida, da paz e da fé no divino.

Maria do Socorro Rodrigues dos Santos Morais
CEBI – RN

FONTE: https://cebi.org.br/reflexao-do-evangelho/reflexao-sobre-a-ressurreicao-joao-201-18/ 

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