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segunda-feira, 16 de julho de 2018

VAMOS PLANEJAR, PROGRAMAR, TRAÇAR PLANOS?*


Vamos aprender a fazer ROTEIROS DE ENCONTROS?*


Primeiro a gente precisa saber, exatamente, se Planejamento, Programação, Plano, Projeto, Cronograma, é tudo a mesma coisa. Por mais que pareçam sinônimos, não é bem assim. Há uma certa diferença entre eles.

Como já comentei em outros textos, o planejamento consiste no processo de organização de determinada ação, o que implica um conjunto de encaminhamentos, princípios e pressupostos, pode ser também chamado de programação, aqui num nível mais básico. A definição do caminho a ser percorrido para se alcançar o objetivo almejado envolve um conjunto de iniciativas e ações, entre as quais as elaborações de planos e projetos. Já o cronograma, muito confundido com planejamento na catequese, é a simples disposição de períodos, datas, horários com se desenvolverá a ação. O cronograma normalmente está “dentro” do planejamento.

Agora vamos ver em que, exatamente, estes conceitos nos interessam!

Nossa catequese é toda disposta dentro de um planejamento, seja ele diocesano, setorial ou paroquial, que obedece determinadas orientações e diretrizes. Estas orientações e diretrizes são determinadas pelas lideranças da nossa Igreja. Incluindo aí, os TEMAS a serem desenvolvidos na catequese! E é com bastante frequência que alguns temas são desenvolvidos pelos próprios catequistas. Ou seja, o “plano”, as ações para atingir os objetivos da catequese, nem sempre estão disponíveis em roteiros detalhados e projetos bem elaborados em nossas paróquias. Aí entra o nosso famoso SABER FAZER. Que jamais deve ser confundido com “procurar no Google” um roteiro pronto e acabado...

Os encontros de catequese precisam ser planejados! E nossos roteiros de catequese, nada mais são do que Planos! Mesmo que encontremos roteiros já prontos, ideias geniais e dinâmicas de sucesso; nem tudo está dentro do nosso VER. Nem sempre as ações e iniciativas estão de acordo com o contexto vivido pelos nossos catequizandos e pela nossa comunidade. Isso exige abordagem diferente, linguagem diferente e adaptação!

Para realizar um bom encontro é sempre necessário prepará-lo com antecedência, olhar com carinho para o futuro que se almeja em nossa comunidade de fé. A catequese é um encontro com Deus, por isso, também deverá ser preparada de forma a ir ao encontro do que é desejado: o crescimento na fé (Evangelização) dos seus interlocutores! Para que isso aconteça é necessário definir o que é pretendido e o que fazer para alcançar.

A catequese tem um lugar próprio na vida que cada criança, ela faz parte da sua educação na fé e na vida. Porém, nem só no local da catequese acontece este desenvolvimento, mas, também na comunidade, na família e nas experiências de vida de cada um. Cabe então, ao catequista, permitir um desenvolvimento unitário e por etapas de todas estas dimensões e suscitar o interesse cada vez mais profundo nos seus catequizandos, de forma que eles consigam afirmar a sua fé nas experiências que vivem na catequese e leva-las vida afora.

E o que podemos fazer para melhorar o nosso desempenho e o das crianças, jovens e adultos que estão ali para viver essa experiência conosco?

Em tudo que fazemos, traçamos metas, atitudes e formas de agir. Para que consigamos alcançar determinados objetivos da catequese é necessário PROGRAMAR nossos encontros de forma a torna-los atrativos, interessantes e um meio de crescimento na fé, tanto para aqueles que estão conosco, quanto para nós mesmos.

A programação deverá ser realizada não apenas no grupo de catequese/catequizandos, mas, também no grupo de catequistas. Programar com coerência e precisão é necessário para o desenvolvimento pleno de qualquer objetivo.

Assim, as/os catequistas deverão questionar-se de forma a conhecer melhor o que pretendem fazer e quem são as pessoas com quem irão trabalhar, observando:

1.O que sabem os catequizandos e catequistas, e o que podem vir a aprender?
2. Quem são as crianças/ adolescentes/adultos e catequistas com quem vamos trabalhar?
3. Quais são os objetivos da catequese: litúrgicos, catequéticos e humanos que podemos atingir? O que fazer e para quê?
4. Como fazer para que possam aprender e compreender?
5. Como saber se foram atingidos os nossos objetivos?

Outros aspectos que aspectos que o catequista deve considerar e avaliar depois:

1. O que foi que cada elemento do grupo adquiriu no final de cada etapa?
2. O catequista está satisfeito com o caminho percorrido?
3. Como é que o grupo se comportou diante a animação ou atividade realizada?
4. Porque escolheu este tipo de atividade?
5. Existiu colaboração entre o grupo?
6. Em que deve melhorar?


PROGRAMAÇÃO


Os catequistas deverão traçar um programa que unifique todo o grupo de catequese: O que se pretende, como poderá ser realizado, envolvendo: as próprias crianças, adolescentes, pais, Paróquia e pároco. Portanto, as experiências deverão passar pelo conteúdo da catequese, pela celebração litúrgica, pela partilha com a comunidade e pelo o envolvimento com e dos pais. Portanto, uma programação efetiva deverá conter:


1. Participação na catequese e conteúdos a transmitir;
2. Participação na celebração litúrgica;
3. O que o grupo se compromete a fazer de modo a estar em constante partilha com a sua a comunidade;
4. Envolvimento dos pais.

PRONTO! Agora sabemos como planejar a nossa atuação. Isso é a parte “metodológica” da catequese e faz parte da nossa formação como catequistas. Mais ainda, se somos ou “estamos” como “coordenadores” da pastoral. Aliás de qualquer pastoral!

Agora vamos fazer a PROGRAMAÇÃO DO GRUPO, ou seja, da nossa turma de catequese!

A programação de grupo (e fazemos isso em conjunto, com toda a equipe de catequistas!) deve ser realizada mensalmente ou a cada bloco temático, tal como a sua própria avaliação, e está relacionada com a análise dos pontos abaixo:

1.Traçar os objetivos de cada tema: o que se pretende?
2. Quais conteúdos transmitir: o que se vai tratar?
3. O que fazer para transmitir o conteúdo? Técnicas, métodos...
4. Que partido posso tirar de experiências já vividas? O que melhorar?
5. Qual o envolvimento dos pais na programação?
6. Compromissos que o grupo terá com a sua família ou comunidade.

E lembre-se de colocar “no papel” o esquema/roteiro do seu encontro!

Mesmo utilizando um livro ou subsídio temático, é bom fazer um roteiro. Facilita a execução dos trabalhos, pode-se utilizar o tempo disponível a nosso favor e se constitui num “arquivo” para partilhas com os demais catequistas. Mas, não vá descrevendo tudo numa conversa ao “pé da orelha”. Organize-se, relacionando:

1. Ambientação e recursos: que recursos você vai precisar para desenvolver o tema, como o ambiente vai influenciar no tema a ser desenvolvido. Relacione o que vai precisar: multimídias, imagens, flores, velas, bíblias; sala limpa, bem iluminada, aquecida ou resfriada, com cadeiras para todos, dispostas de maneira adequada às estratégias que se vai desenvolver. Material impresso para distribuição, se necessário.

2. Acolhida: Receber a todos com carinho, atenção, usar o nome de cada um, demonstrar a alegria de estar ali com eles. Isso pode ser complementado com som ambiente, uma “entrada” diferente, uma “surpresa”, um destaque para despertar a curiosidade sobre o tema.

3. O Tema: Na apresentação do tema, sugerimos que se siga o itinerário catequético, ou subsídio/livro utilizado pela sua paróquia. Se não houver, isto deve ser metodologicamente disposto em: VER - partir da vida dos catequizandos, sua realidade, idade, conhecimento, experiências, ILUMINAR o encontro com a Palavra (Leitura bíblica) e, por fim, levar à conversão para uma mudança de vida (AGIR).  Mas, não deixe de fazer a descrição daquilo que foi acrescentado ao itinerário. Caso não tenha um subsídio base, observe se o tema está de acordo com as orientações catequéticas recebidas da coordenação e desenvolva o encontro pelo esquema a seguir:

            - Interlocutores: Idade de fase dos interlocutores/catequizandos;
            - Duração: tempo disponível para o desenvolvimento do encontro;
            - Motivação: o que fez para introduzir o tema; que pode ser uma oração, uma brincadeira, uma explanação;
            - Leitura Bíblica: se possível e, dependendo da maturidade dos interlocutores, usar o método da Leitura Orante para fazer a reflexão; provocar reflexão sobre o tema, fazer “falar” sobre o que sentiu, entendeu;
            - Dinâmica: a dinâmica nada mais é do que um recurso utilizado para movimentar o grupo, um estímulo para fazer o tema evoluir. Deve estar sempre relacionado aos objetivos que se deseja atingir no encontro. Não é uma simples “brincadeira” para animar ou descontrair sem objetivo específico. Pode fazer parte da acolhida, da motivação, levar ao Evangelho/leitura, encerrar o encontro; descrever detalhadamente as ações a serem empreendidas;
- Música/canto: Deve ser escolhido de acordo com o tema, com letra e música fáceis para que todos possam acompanhar. Discriminar no roteiro os momentos onde a música será inserida;
- Oração final/ compromisso: deixar o caminho aberto para reflexões fora do encontro e com a família.
- Convívio: disponibilize um tempo “pós” encontro para o convívio com seus catequizandos. Ali é o espaço para se criar laços de amizade, pertença. Em ocasiões especiais (aniversários, datas festivas), se puder terminar encontro com um pequeno convívio à volta de uma mesa, com um lanchinho, isso pode criar um clima de cumplicidade entre catequizandos e catequista. Obviamente, cuide para que isso não se torne uma rotina, senão o encontro passará a ser pela “festa” e não pelo “encontro com Jesus”. Use o sistema de lanche partilhado, onde todos colaborem com algum item.  

CONCLUSÃO

Nunca deixe de AVALIAR o seu encontro! Elenque os pontos positivos e negativos. Trace rotas de correção se necessário. Veja como foi o crescimento do grupo depois do encontro, seu e dos seus catequizandos. Partilhe a suas práticas de sucesso com os outros! Fale dos seus fracassos. Não para receber elogios, mas, para ajudar o grupo de catequistas a crescer também!

Ângela Rocha
Catequistas em Formação

* Metodologia Catequética


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