HOMILIA DO 16° DOMINGO DO TEMPO COMUM – ANO B
“Vindes sozinhos para descansar um pouco.” (Mc 6,31). Jesus e seus discípulos têm uma vida agitada e precisam de momentos de afastamento, de solidão.
Jesus convida seus
discípulos para relatarem a sua missão (cf. Mc 6,30). A primeira lição de
Jesus, portanto, é a importância da avaliação. Quando paramos como grupo,
comunidade ou individualmente, podemos enxergar de um modo mais ponderado como
está a nossa missão de cristãos, discípulos missionários. Quando realizada com
os irmãos, esta avaliação ganha força, pois a comunidade é sempre um critério
para que encontremos o melhor caminho.
Em um segundo momento, Jesus
nos ensina a importância do recolhimento. O mundo moderno é o mundo da
agitação, da vida ocupada. Facilmente vivemos em função do nosso trabalho, de
nossas obrigações. É geralmente uma corrida que ofusca o verdadeiro tesouro da
vida e, não raras vezes, é uma busca pelo ter, pelo sucesso profissional, pelo
dinheiro. Nossa corrida nem sempre é missionária, e mesmo a fadiga missionária,
não dispensa o descanso merecido.
Como está o nosso descanso?
O nosso lazer? Como aproveitamos o nosso tempo livre? O descanso tem uma
dimensão espiritual: Jesus se retirava para rezar, para se encontrar com o Pai
e não perder o foco da missão. Esta lição foi ensinada na prática aos
discípulos. Reservar tempo para o Senhor nasce de Um hábito; é preciso estar
alerta, pois facilmente esse tempo fica em segundo plano.
A Igreja nos convida a
valorizar o domingo como dia de descanso, de encontro familiar, de reunião
comunitária, de celebração da Páscoa do Senhor: “Entende-se, assim, a grande
importância do preceito dominical de ‘viver segundo o domingo’, com uma
necessidade interior do cristão, da família cristã, da comunidade paroquial.
Sem uma participação ativa na Celebração Eucarística dominical e nas festas de
preceito não existirá um discípulo missionário maduro. Cada grande reforma na
Igreja está vinculada ao redescobrimento da fé na Eucaristia. Por causa disso,
é importante promover a ‘pastoral do domingo’ e dar a ela ‘prioridade nos
programas pastorais’ para um novo impulso na evangelização do povo de Deus no
continente latino-americano”.
Jesus é o Bom Pastor, o verdadeiro Pastor
prometido no Antigo Testamento (Jr 23, 5-6). As ovelhas vão atrás de Jesus,
pois precisam de uma palavra, de um alento, da água viva que só Ele oferece.
Hoje, do mesmo modo, o mundo é um rebanho sedento, deseja uma vida de sentido,
mas nem sempre encontra a Palavra do Pastor. Existe uma multidão correndo atrás de Jesus, e talvez nem
saiba disso. Somos também essas ovelhas perdidas? Somos pastores que podem
apontar o verdadeiro Pastor? Todos nós somos ovelhas e pastores ao mesmo tempo.
A Santa Missa é uma ocasião
para escutar os ensinamentos de Jesus (cf. Mc 6, 34b), de contar que estamos
fazendo (cf. 6,30). Na Eucaristia nos encontramos com Aquele que nos alimenta
com o pão, que prepara a mesa, que faz o nosso cálice transbordar (cf. Sl 22).
A Eucaristia é o alimento das ovelhas; é o nosso encontro pessoal com o
verdadeiro Pastor.
Pe Roberto Nentwig
Arquidiocese de Curitiba - PR
FONTE:
NENTWIG, Roberto. O Vosso Reino que também é nosso. Reflexões Homiléticas - Ano B. Curitiba; Editora Arquidiocesana, 2015. pg. 79.
NENTWIG, Roberto. O Vosso Reino que também é nosso. Reflexões Homiléticas - Ano B. Curitiba; Editora Arquidiocesana, 2015. pg. 79.
Nenhum comentário:
Postar um comentário