Vamos aprender a fazer ROTEIROS DE ENCONTROS?*

Como já comentei em outros textos,
o planejamento
consiste no processo de organização de determinada ação, o que implica um
conjunto de encaminhamentos, princípios e pressupostos, pode ser também chamado
de programação,
aqui num nível mais básico. A definição do caminho a ser percorrido para se
alcançar o objetivo almejado envolve um conjunto de iniciativas e ações, entre
as quais as elaborações de planos e projetos. Já o cronograma, muito confundido com
planejamento na catequese, é a simples disposição de períodos, datas, horários
com se desenvolverá a ação. O cronograma normalmente está “dentro” do
planejamento.
Agora vamos ver em que, exatamente,
estes conceitos nos interessam!
Nossa catequese é
toda disposta dentro de um planejamento, seja ele diocesano, setorial ou
paroquial, que obedece determinadas orientações e diretrizes. Estas orientações
e diretrizes são determinadas pelas lideranças da nossa Igreja. Incluindo aí,
os TEMAS
a serem desenvolvidos na catequese! E é com bastante frequência que alguns
temas são desenvolvidos pelos próprios catequistas. Ou seja, o “plano”,
as ações para atingir os objetivos da catequese, nem sempre estão disponíveis
em roteiros detalhados e projetos bem elaborados em nossas paróquias. Aí entra
o nosso famoso SABER
FAZER. Que jamais deve ser confundido com “procurar no Google” um
roteiro pronto e acabado...
Os encontros de catequese
precisam ser planejados! E nossos roteiros de catequese, nada mais são do que Planos!
Mesmo que encontremos roteiros já prontos, ideias geniais e dinâmicas de
sucesso; nem tudo está dentro do nosso VER. Nem sempre as ações e iniciativas
estão de acordo com o contexto vivido pelos nossos catequizandos e pela nossa
comunidade. Isso exige abordagem diferente, linguagem diferente e adaptação!
Para realizar um bom encontro é
sempre necessário prepará-lo com antecedência, olhar com carinho para o futuro
que se almeja em nossa comunidade de fé. A catequese é um encontro com Deus,
por isso, também deverá ser preparada de forma a ir ao encontro do que é
desejado: o crescimento na fé (Evangelização) dos seus interlocutores! Para que
isso aconteça é necessário definir o que é pretendido e o que fazer para
alcançar.
A catequese tem um lugar próprio
na vida que cada criança, ela faz parte da sua educação na fé e na vida. Porém,
nem só no local da catequese acontece este desenvolvimento, mas, também na comunidade,
na família e nas experiências de vida de cada um. Cabe então, ao catequista,
permitir um desenvolvimento unitário e por etapas de todas estas dimensões e
suscitar o interesse cada vez mais profundo nos seus catequizandos, de forma
que eles consigam afirmar a sua fé nas experiências que vivem na catequese e leva-las
vida afora.
E o que podemos fazer para melhorar o nosso
desempenho e o das crianças, jovens e adultos que estão ali para viver essa
experiência conosco?
Em tudo que fazemos, traçamos
metas, atitudes e formas de agir. Para que consigamos alcançar determinados
objetivos da catequese é necessário PROGRAMAR
nossos encontros de forma a torna-los atrativos, interessantes e um meio de crescimento na fé, tanto para
aqueles que estão conosco, quanto para nós mesmos.
A programação deverá ser
realizada não apenas no grupo de catequese/catequizandos, mas, também no grupo
de catequistas. Programar com coerência e precisão é necessário para o
desenvolvimento pleno de qualquer objetivo.
Assim, as/os catequistas deverão
questionar-se de forma a conhecer melhor o que pretendem fazer e quem são as pessoas
com quem irão trabalhar, observando:
1.O que sabem os catequizandos
e catequistas, e o que podem vir a aprender?
2. Quem são as crianças/ adolescentes/adultos e catequistas com quem vamos trabalhar?
3. Quais são os objetivos da catequese: litúrgicos, catequéticos e humanos que podemos atingir? O que fazer e para quê?
2. Quem são as crianças/ adolescentes/adultos e catequistas com quem vamos trabalhar?
3. Quais são os objetivos da catequese: litúrgicos, catequéticos e humanos que podemos atingir? O que fazer e para quê?
4. Como fazer para
que possam aprender e compreender?
5. Como saber se foram atingidos os nossos objetivos?
5. Como saber se foram atingidos os nossos objetivos?
Outros aspectos que aspectos que
o catequista deve considerar e avaliar depois:
1. O que foi que cada elemento do grupo adquiriu no final de cada etapa?
2. O catequista está satisfeito com o caminho percorrido?
3. Como é que o grupo se comportou diante a animação ou atividade
realizada?
4. Porque escolheu este tipo de atividade?
5. Existiu colaboração entre o grupo?
6. Em que deve melhorar?
PROGRAMAÇÃO
Os catequistas deverão traçar um
programa que unifique todo o grupo de catequese: O que se pretende, como poderá
ser realizado, envolvendo: as próprias crianças, adolescentes, pais, Paróquia e
pároco. Portanto, as experiências deverão passar pelo conteúdo da catequese,
pela celebração litúrgica, pela partilha com a comunidade e pelo o envolvimento
com e dos pais. Portanto, uma programação efetiva deverá conter:
1. Participação na
catequese e conteúdos a transmitir;
2. Participação na celebração litúrgica;
3. O que o grupo se compromete a fazer de modo a estar em constante partilha com a sua a comunidade;
4. Envolvimento dos pais.
2. Participação na celebração litúrgica;
3. O que o grupo se compromete a fazer de modo a estar em constante partilha com a sua a comunidade;
4. Envolvimento dos pais.
PRONTO! Agora sabemos como
planejar a nossa atuação. Isso é a parte “metodológica” da catequese e faz
parte da nossa formação como catequistas. Mais ainda, se somos ou “estamos”
como “coordenadores” da pastoral. Aliás de qualquer pastoral!
Agora vamos fazer a PROGRAMAÇÃO DO GRUPO, ou seja, da
nossa turma de catequese!
A programação de grupo (e fazemos
isso em conjunto, com toda a equipe de catequistas!) deve ser realizada
mensalmente ou a cada bloco temático, tal como a sua própria avaliação, e está
relacionada com a análise dos pontos abaixo:
1.Traçar os objetivos
de cada tema: o que se pretende?
2. Quais conteúdos transmitir: o que se vai tratar?
3. O que fazer para transmitir o conteúdo? Técnicas, métodos...
4. Que partido posso tirar de experiências já vividas? O que melhorar?
5. Qual o envolvimento dos pais na programação?
6. Compromissos que o grupo terá com a sua família ou comunidade.
2. Quais conteúdos transmitir: o que se vai tratar?
3. O que fazer para transmitir o conteúdo? Técnicas, métodos...
4. Que partido posso tirar de experiências já vividas? O que melhorar?
5. Qual o envolvimento dos pais na programação?
6. Compromissos que o grupo terá com a sua família ou comunidade.
E lembre-se de colocar “no papel” o
esquema/roteiro do seu encontro!
Mesmo utilizando um livro ou
subsídio temático, é bom fazer um roteiro. Facilita a execução dos trabalhos,
pode-se utilizar o tempo disponível a nosso favor e se constitui num “arquivo”
para partilhas com os demais catequistas. Mas, não vá descrevendo tudo numa
conversa ao “pé da orelha”. Organize-se, relacionando:
1. Ambientação e recursos: que recursos você vai precisar para
desenvolver o tema, como o ambiente vai influenciar no tema a ser desenvolvido.
Relacione o que vai precisar: multimídias, imagens, flores, velas, bíblias; sala
limpa, bem iluminada, aquecida ou resfriada, com cadeiras para todos, dispostas
de maneira adequada às estratégias que se vai desenvolver. Material impresso
para distribuição, se necessário.
2. Acolhida: Receber a todos com carinho, atenção, usar o nome de
cada um, demonstrar a alegria de estar ali com eles. Isso pode ser
complementado com som ambiente, uma “entrada” diferente, uma “surpresa”, um
destaque para despertar a curiosidade sobre o tema.
3. O Tema: Na apresentação do tema, sugerimos que se siga o
itinerário catequético, ou subsídio/livro utilizado pela sua paróquia. Se não
houver, isto deve ser metodologicamente disposto em: VER - partir da vida dos catequizandos,
sua realidade, idade, conhecimento, experiências, ILUMINAR o encontro com a
Palavra (Leitura bíblica) e, por fim, levar à conversão para uma mudança de
vida (AGIR). Mas, não deixe de fazer a
descrição daquilo que foi acrescentado ao itinerário. Caso não tenha um
subsídio base, observe se o tema está de acordo com as orientações catequéticas
recebidas da coordenação e desenvolva o encontro pelo esquema a seguir:
- Interlocutores: Idade de fase dos
interlocutores/catequizandos;
- Duração: tempo disponível para o
desenvolvimento do encontro;
-
Motivação: o que fez para introduzir
o tema; que pode ser uma oração, uma brincadeira, uma explanação;
-
Leitura Bíblica: se possível e,
dependendo da maturidade dos interlocutores, usar o método da Leitura Orante
para fazer a reflexão; provocar reflexão sobre o tema, fazer “falar” sobre o
que sentiu, entendeu;
-
Dinâmica: a dinâmica nada mais é do
que um recurso utilizado para movimentar
o grupo, um estímulo para fazer o tema evoluir. Deve estar sempre relacionado aos objetivos que se deseja atingir no encontro.
Não é uma simples “brincadeira” para animar ou descontrair sem objetivo
específico. Pode fazer parte da acolhida, da motivação, levar ao
Evangelho/leitura, encerrar o encontro; descrever detalhadamente as ações a
serem empreendidas;
- Música/canto: Deve ser escolhido de
acordo com o tema, com letra e música fáceis para que todos possam acompanhar.
Discriminar no roteiro os momentos onde a música será inserida;
- Oração final/ compromisso: deixar o
caminho aberto para reflexões fora do encontro e com a família.
- Convívio: disponibilize um tempo “pós”
encontro para o convívio com seus catequizandos. Ali é o espaço para se criar
laços de amizade, pertença. Em ocasiões especiais (aniversários, datas
festivas), se puder terminar encontro com um pequeno convívio à volta de uma
mesa, com um lanchinho, isso pode criar um clima de cumplicidade entre
catequizandos e catequista. Obviamente, cuide para que isso não se torne uma
rotina, senão o encontro passará a ser pela “festa” e não pelo “encontro com
Jesus”. Use o sistema de lanche partilhado, onde todos colaborem com algum
item.
CONCLUSÃO
Nunca deixe de AVALIAR o seu encontro! Elenque os pontos positivos
e negativos. Trace rotas de correção se necessário. Veja como foi o crescimento
do grupo depois do encontro, seu e dos seus catequizandos. Partilhe a suas práticas
de sucesso com os outros! Fale dos seus fracassos. Não para receber elogios,
mas, para ajudar o grupo de catequistas a crescer também!
Ângela Rocha
Catequistas em Formação
* Metodologia Catequética
Nenhum comentário:
Postar um comentário