Temos hoje um grande problema em nossas mãos: A educação de
crianças e adolescentes para serem bons cristãos e, dessa forma, bons cidadãos.
Na verdade o grande problema está nos pais, pois, os filhos são só,
conseqüência deles. O mundo anda tão “imediato” que não sobra tempo para mais
nada, os filhos, o(a) esposo(a), o outro, enfim...
A família já não sabe mais o que é importante, não sabe mais
ficar com ela mesma. Quando está junta não consegue se “curtir”, acha que é
necessário fazer alguma atividade, algum passeio maluco como um shopping center,
por exemplo. Com isso não há conversa, perde-se o vínculo de família, de
pessoas que dividem o mesmo espaço e o mesmo sentimento. E para se “desocupar”
dos filhos, os pais enchem a agenda dos deles com escola, natação, inglês,
dança, futebol, caratê... não sobra tempo nem para brincar. Brincar? O que é
isso?
Erro novo achar que estamos preparando-os para o futuro. Não
se sabe o que as crianças vão enfrentar no futuro e do que elas irão precisar.
É melhor investir na formação humana, na formação cristã, fazê-las saber pensar
criticamente, educá-las na fé, acreditando num Ser Superior, porque aí, elas
enfrentam qualquer coisa. Brincar é fundamental. È brincando que a criança
explora, inventa, cria soluções para suas dificuldades e angústias. É assim que
ela aprende. Outro ponto a ser considerado são as diferenças entre os valores
da família e o que a sociedade e a mídia passam. Quando os filhos são pequenos
cabe aos pais impor certos limites, saber dizer não, pois, se os pais não o fizerem, o mundo lá fora o fará e aí
eles não vão saber enfrentar isso.
E essa falta de tempo para com os
filhos, enche os pais de culpa. Por não terem tempo para estar com os filhos
eles usam presentes para compensar essa
ausência, incentivando o consumismo exagerado, fazendo com que as crianças dêem
pouco valor afetivo ao presente. Só que não dá para “comprar” a presença do pai
ou da mãe. Com isso também já não se espera com ansiedade a data do aniversário
ou o Natal. Todo dia é dia de presente. Datas especiais já não existem mais.
E a solução talvez nem seja passar
mais tempo com os filhos. O melhor presente para se dar a eles é investir no tempo em que se passa com eles.
Fazer desses momentos os melhores possíveis, de preferência, dialogando. Às
vezes até, ficar um pouco escutando o silêncio gostosa da presença do outro.
Valorizar outras coisas antes do
consumo, aprender atitudes e virtudes como generosidade e solidariedade. Tentar
ensinar os filhos a enfrentar o mundo e a vida como ela é na prática. Fazê-los
ver que nem tudo é cor-de-rosa, que existem pessoas e outras crianças que
dariam tudo para estar no lugar deles.
Ângela Rocha
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