Houve uma ocasião em minha vida, que precisei de “salvação”.
E quem me salvou foi a Igreja Católica. Pela
acolhida e ações de uma comunidade inspirada em Jesus Cristo. Essa
mesma Igreja forjou a minha identidade religiosa. Nela fui batizada, crismada,
fiz a minha primeira comunhão, casei, batizei os meus filhos e onde, hoje, sou
catequista.
Durante algum tempo (aquele tempo em que a gente
acha que tem que fazer tudo: estudar, trabalhar, criar os filhos, passear,
festejar e tudo o mais... e pra ontem ainda!), eu esqueci um pouco dos meus
compromissos de cristã batizada. E levei a vida de, como muita gente costuma se
denominar, “católica não praticante”. Pouco me lembrava de rezar e ia a missa
de vez em quando. E
claro que, lá pelo meio do caminho, eu me perdi completamente.
E voltei a lembrar de Deus, porque “precisei” Dele.
E O tive.
E posso dizer então que me transformei numa
católica de verdade e de fé. Porque provei daquilo que Jesus distribuiu
fartamente: amor, caridade, perdão, doação, partilha, compreensão. Não porque
Ele não tivesse me dado antes. Esteve sempre lá, mas, eu acreditava não precisar. E foi como beber
de uma fonte que nunca seca. Passei a ter sede dessa fonte de água viva. Passei
a verdadeiramente, VIVER a fé. Passei a dar um valor enorme aos outros. Por que
amar não é guardar o que de bom se tem, é partilhar com o outro.
Mas percebi também que precisava saber mais de
Jesus. Por isso li, pesquisei, estudei e escutei. E enquanto ia me aprofundando
nisso minha alma e meu espírito foram se enchendo da mais pura felicidade. E percebi
que não podia ficar quieta. Ah, eu não podia ficar sem falar daquilo com
alguém!
Fazer ecoar as coisas que vem de cima, reverberar a
mensagem no coração das pessoas a ponto de refletir por toda a sua volta. Falar
de Jesus! Não com a boca, mas com o coração e com as atitudes. Acredito que a
partir daí, me foi confiada uma missão. E que não passei o que passei a toa.
Acredito que fazia parte do “aprendizado” que Deus queria que eu tivesse.
A missão confiada, não é fácil. A responsabilidade
é tremenda. Mas a recompensa é valiosa. E não é só por ver a alegria de cada pessoa
a quem você mostra Jesus Cristo, é porque a cada minuto, vai crescendo em nosso
próprio coração essa “catequese”.
E ao longo dessa caminhada de “ser, saber e saber
fazer”, percebi que chegar a um encontro de catequese não é ir “dar uma aula”.
É encontrar-se com Jesus em meio àquelas pessoas! É viver a realidade de cada
um e aprender dela. E isso, muitas vezes, não depende de “didática” ou
“metodologia”. Se eu quiser mesmo usar essas palavras, talvez pudesse dizer “didática
do amor” ou “metodologia da fé”.
Aprendi também que nem sempre é possível ser
“exemplo” (apesar de saber que devo sê-lo), muitas vezes o outro é meu exemplo.
E nem sempre sei bem o que falar. Mas se somos verdadeiros, se amamos de
verdade, a voz do coração sempre fala mais alto.
Muitas vezes, ser catequista implica deixar de
fazer coisas bem mais fáceis e cômodas. Existem serviços em nossa Igreja que
independem de tanto trabalho ou não exigem tanto do nosso tempo. Nestes outros
serviços não é preciso preparar antecipadamente o que se diz, o que se faz, de
que maneira se vai fazer ou o que se vai falar. E nem se tem nas mãos a
responsabilidade da “conversão” e da fé de tantas outras pessoas. Nem é preciso
“conhecer” tanto.
Mas a catequese implica bem mais. Não posso falar
daquilo que não sei nem dar o que não possuo. E mesmo com toda a iluminação do
Espírito Santo não há como espalhar a Boa Nova sem entendê-la e conhecê-la.
Aliás, aqueles que se dão ao trabalho de conhecer, ler, estudar, orar, se
aprimorar... Estes sim é que tem o Espírito Santo de Deus com eles!
Então, se minha Salvação foi obra e graça de Jesus
Cristo, só posso retribuir. Como? Transmitindo
a mensagem que Ele deixou usando os meios que a Igreja que Ele fundou me
proporciona: A Palavra de Deus, fonte de inspiração; a Eucaristia, alimento do
espírito; a leitura constante e estudo dos documentos do magistério da Igreja,
base para o entendimento das coisas Dele e do mundo; respeito pelas tradições e
pela Liturgia e; o infinito amor que Ele nos transmite a cada encontro com nosso
semelhante.
Ângela Rocha
Catequista e Formadora
catequistasemformacao@gmail.com
2 comentários:
olha Ângela ROCHA É BEM ASSIM QUE EU ME SENTIA QUANDO NAO PARTICIPAVA DA IGREJA SEMPRE ESTAVA FALTANDO ALGUMA COISA ME SENTIA COM VERGONHA QUANDO EU AIA NA MISSA MUITAS VEZES NAO COMUNGAVA POR EU NAO MERECER DE RECEBER O CORPO DE CRISTO .
Carina, a melhor coisa em nossa vida é escutar o chamado e responder a ele! Abraço!
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