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terça-feira, 8 de outubro de 2019

VOCÊ É IGREJA OU "NÓS" SOMOS IGREJA?


De fato, somos templo do Espírito Santo. Ele habita em nós, nos direciona, inspira cura e muito mais. A palavra templo se define em ser local sagrado, local em honra a um ser divino. Para ser templo de Deus há a necessidade de treinar a santidade todos os dias. Exercitar o amor, que consequentemente exige muito perdão e sacrifícios.

Tem aumentado o número de pessoas que preferem ser templo particular de Deus dentro do seu quarto em íntima união espiritual com o Pai. E esse fato está corretíssimo, pois Ele mesmo orienta em Mateus 6,6 “Quando orares entra no teu quarto, fecha a porta e ora ao teu Pai em segredo; e teu Pai, que vê num lugar oculto, recompensar-te-á”.  No entanto, não é justo tornar-se cristão isolado, achando que só o exercício desta oração é cabível a Deus.

Faz-se necessário observar o caminho, a verdade e a vida: Jesus. Há muitos relatos bíblicos em que Ele se retirava do meio da multidão para ter o seu momento íntimo com Deus. Mas, posteriormente ele sempre retornava para estar com seus irmãos repartindo do mesmo pão e partilhando dos mesmos gestos de fé.

No evangelho de Mateus 18,20, temos: “Pois onde se acham dois ou três reunidos em meu nome, aí estou eu no meio deles”. Evidente que orar intimamente com Deus é uma oração preciosa e de extrema necessidade. Faz-se necessário entender que essa oração a “sós” com Deus é para alimentar nossa alma com mansidão, paciência, sabedoria, clareza e recuperar a alegria e a fé. Na oração íntima com Deus Ele nos instiga e nos capacita ao amor. Por quê? Para em seguida “descermos da montanha” em direção ao povo que espera nossas palavras de Luz que foram inspiradas por Deus em nosso momento íntimo de oração. Há um povo sedento por palavras de paz. Um povo sem pastor vagando desorientado mundo afora sem conhecer Jesus. Se essa oração íntima se tornar nossa única opção de oração, o rebanho de ovelhas desorientadas continuará a crescer.

Torna-se necessário entender que a missão de “ir pelo mundo e pregar o evangelho a toda criatura” não se faz dentro de um quarto fechado. Aqui fica clara nossa convocação da Igreja em saída. Nosso corpo não sai do lugar se não pela agilidade de nossas pernas. As palavras não saem se não for o poder da nossa língua. O irmão que passa fome de alimento ou de companhia, não saciará se não for outro irmão o ajudando. Isso é amor!

Em 1Coríntios 12,12-14 há um profundo ensinamento:  Ora, assim como o corpo é uma unidade, embora tenha muitos membros, e todos os membros, mesmo sendo muitos, formam um só corpo, assim também com respeito a Cristo. Pois em um só corpo todos nós fomos batizados em um único Espírito: quer judeus, quer gregos, quer escravos, quer livres. E a todos nós foi dado beber de um único Espírito. O corpo não é feito de um só membro, mas de muitos”.  De muitos queridos irmãos! Muitos!

Todo cristão está incluso nesse corpo. O sacramento da Eucaristia não chega à casa do acamado, se não for pela mão de um sacerdote ou leigo que se dispôs ao serviço. Uma cesta básica não se faz se não for o pedido de ajuda de alguém e a disponibilidade em doar. Muitos milagres aconteceram diante de orações comunitárias unidas na mesma intenção. Sacramentos, ritos, simbologias, doutrina, costumes, histórias, milagres, caridades que ocorrem movidas pela fé que mantém unido um grupo de cristãos.

 A Igreja faz o papel de oportunizar muito mais que receber os santos sacramentos, ela nos dá oportunidade de sermos irmãos. De colocar nossa fé em obras. É ali que muitas histórias são compartilhadas. Muitos pedidos de ajuda ocorrem. Muitos famintos por abraços, palavras e alimentos se achegam em momentos de profundo abandono, angústia e desesperança.  O fato de ter uma igreja construída em algum local é sinônimo de esperança para muita gente que vive realidades diferentes das nossas.

Uma Igreja é formada por pessoas que vivem e acreditam na mesma fé, cada um destinando a Deus os seus dons para que Deus possa fazer obras.

De fato, em toda Igreja haverá pessoas interesseiras, maus pastores, hipocrisia ou más condutas. Afinal, somos pecadores (aqui me incluo). Mas, vale nos perguntar se o amor não deveria ser o mandamento principal do coração cristão. Isso inclui ser manso e humilde. Dar perdão e escutar. Parar de julgar e condenar. Acolher! Ser paciente e caridoso. Há muitos valores que a doutrina de uma Igreja ensina. Basta colocar nossa fé em obras.

A Palavra relata Jesus dando-nos um exemplo quando ele foi à igreja. Em Lucas 4,16 “Chegando a Nazaré, onde fora criado; entrou na sinagoga no dia de sábado, segundo o seu costume, e levantou-se para ler”. Jesus fez uma liturgia com seus demais irmãos de fé. Ele participava dos costumes e ritos de sua época e alimentava-se da Palavra de Deus para depois ser Ele próprio o alimento espiritual de muitos nos caminhos que percorreu.

Antes de sofrer os horrores da crucificação, Jesus subiu à montanha para orar como de costume, no entanto, naquela noite a angustia era tanto que ele chamou dois de seus amigos mais íntimos com Ele para orar e vigiar. Que tenhamos a graça de ter irmãos unidos na mesma fé em nossos momentos de angustia, velando por nós e nos apresentando ao nosso Deus.

Posso concluir, que assim como é necessário ter um hospital disponível para que os doentes em momentos de emergência saibam a quem recorrer, assim se faz necessário se ter uma Igreja.

Querido irmão, se você ora na intimidade de seu quarto, peço que continue assim e ainda com maior intensidade. Porém, se você decidiu que a oração comunitária não se faz necessário, tenho que lhe despertar e lhe comunicar: você está privando seus irmãos de serem amados por você. Independente se você foi profundamente machucado por alguém de dentro da Igreja, ou se você presenciou gestos hipócritas, é necessário que você volte e faça a diferença. Deus precisa de você amando e perdoando. Deus precisa de você dentro da Igreja para defendê-la de ser corrompida. Deus precisa de você para fazer como Jesus fez quando viu o templo se transformando em comércio. Jesus foi ousado nesse dia, ficou irritado, brigou, foi áspero nas palavras, mas continuou frequentando o templo, porque ele fora construído em honra à Deus e era lá que ele conseguia partilhar do mesmo pão. Lá há a possibilidade de treinar o amor em honra a Deus.

Você não é Igreja, NÓS somos Igreja, assim como o PAI é NOSSO e não meu.

Catequista Sandra Fretta Gomes Malagi.
Paróquia Sant’Ana- Laranjeiras do Sul-PR

Um comentário:

Gleides Pacheco disse...

Muito boa essa reflexão,atualmente só se ver falar que não se tem tempo,vivemos em perceber a era do egocentrismo, está reflexão vai ajudar a ter uma vidaplant com mais amor a mim e ao proximo.