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segunda-feira, 5 de julho de 2021

ROTEIRO DE ENCONTRO: CONFIRMADOS NA FÉ E ENVIADOS A MISSÃO (Crisma)

 

Imagem: Youcat

1. OBJETIVO: Animar os adolescentes que receberão o Sacramento da Crisma e depois situá-los de sua missão no mundo e despertar nos mesmos o amor a Igreja e ao serviço.

2. PÚBLICO-ALVO: Adolescentes (entre 15 e 17 anos), que receberão o sacramento da Crisma.

3. DURAÇÃO: Por estarmos na Pandemia, o encontro durará 2 horas.

4. TEXTOS:

1) Os blocos de construção para uma Igreja movida espiritualmente (Youcat);

2) Teologia dos Sacramentos;

3) Vídeos do Youtube: a) Música Espírito Santo repousa; b) Qual o sentido do sacramento da Crisma; c) a missão da Igreja.

5. AMBIENTE E MATERIAIS: Como estamos na pandemia, o encontro será feito virtualmente pela plataforma do (google meet). Os materiais utilizados serão a Bíblia e o Youtube.

 

6. ROTEIRO DA ATIVIDADE


Momento 1:

- Objetivo: Mostrar a ação do Espírito na Bíblia Sagrada.

- Passos da atividade: Primeiro será feita a oração inicial (5 min) e colocada uma música (♫ Espírito Santo repousa) (8 min), depois será feita uma partilha do que os crismandos entendem por este sacramento e o que querem ser e fazer depois da recepção deste (15 min). Logo após será partilhado um texto bíblico da descida do Espírito Santo aos Apóstolos no dia de Pentecostes (At 2, 1-11), se dará a  explicação sobre do texto (20 min), e a partilha novamente dos jovens sobre o que o texto disse a cada um deles (10 min). Logo após esta partilha será feito um intervalo de 5 min.

 

Momento 2:

- Objetivo: Apresentar o Sacramento da Crisma pelo olhar da Igreja.

- Passos da atividade: A partir do vídeo (Qual o sentido do Sacramento da Crisma), levar os crismandos a expandir sua visão da importância do sacramento e o que ele provoca na vida das pessoas. (10 min). Depois a partir do documento Youcat trabalhar com os adolescentes os dons do Espírito Santo, de maneira dinâmica e interativa, dialogando com os mesmos, pedindo a participação com a leitura de cada dom e assim por diante (30 min). Em seguida a partir de mais um vídeo (A missão da Igreja), mostrar aos crismandos qual é a missão do crismado, ou seja, sair e anunciar que Jesus é o Redentor (10 min). Depois se dará o momento dos avisos e em seguida a oração final (10 min).

 

Vinicius da Rosa dos Reis

Ricardo Luís Lopes

6º Período de Teologia - PUCPR

 

ANEXOS

Anexo 1 – Youcat

Imagem: Youcat


Os blocos de construção para uma Igreja movida espiritualmente

 

A Igreja primeiramente precisa do dom da sabedoria – ou, para usar outro termo, do “espírito do discernimento”. Em 1Jo 4, 1 é dito: “Caríssimos, não deis fé a qualquer espírito, mas examinai se os espíritos são de Deus, porque muitos falsos profetas se levantaram no mundo.” É por isso que cristãos sábios sempre dizem: deixe-me rezar e pensar sobre isso por uma noite, então poderei fazer meu julgamento.

A Igreja, então, precisa do dom da inteligência. Inteligência significa: não permanecer meramente na superfície! Olhar para o profundo! Reconhecer o que Deus quer dizer ou mostrar a você. O “coração sábio” (1Rs 3, 9) que o sábio Rei Salomão pediu pode também ser encontrado nos dois discípulos de Emaús, que partem com pensamentos sombrios até que uma terceira pessoa misteriosa se junta a eles. Os olhos dos desesperados somente se abrem quando o pão é partido. Sem a inteligência, nunca saberíamos “coisas que os olhos não viram, nem os ouvidos ouviram, nem o coração humano imaginou, tais são os bens que Deus tem preparado para aqueles que o amam. Todavia, Deus no-las revelou pelo seu Espírito, porque o Espírito penetra tudo, mesmo as profundezas de Deus.” (1Cor 2, 9-10)

A Igreja precisa do dom do conselho. Frequentemente ficamos perdidos – e nossa perplexidade nos causa um “curto-circuito”. Então, nós causamos isso – não Deus. Ser um cristão significa viver com confiança e paciência, esperando pela mão de Deus. Quando a hora chegar, ficará claro o que é correto. Podemos pensar na palavra que Jesus deu a seus discípulos para a hora em que eles seriam levados a julgamento: “Quando fordes presos, não vos preocupeis nem pela maneira com que haveis de falar, nem pelo que haveis de dizer: naquele momento ser-vos-á inspirado o que haveis de dizer. Porque não sereis vós que falareis, mas é o Espírito de vosso Pai que falará em vós.” (Mt 10, 19-20)

A Igreja precisa do dom da fortaleza. Também pode ser dito que ela precisa de bravura e pessoas proféticas. “Quem tem fortaleza” diz o YOUCAT 303, “responsabiliza-se pelo bem que é conhecido, mesmo que tenha, em caso extremo, de sacrificar a própria vida.” Os verdadeiros servos de Deus seguem 2Tm 4, 2: “prega a palavra, insiste oportuna e importunamente, repreende, ameaça, exorta com toda paciência e empenho de instruir.” Um corajoso lutador da resistência contra Hitler, Robert Prinz von Arenberg, disse: “Eles não podem fazer mais do que me matar. E mesmo que o façam, não irão de fato me matar.”

A Igreja também precisa do dom do conhecimento. Isso não se refere simplesmente à razão humana, mas àquele “conhecimento” que é evidente em Jesus na história da mulher no poço de Jacó (Jo 4). Apesar de Jesus não conhecer a mulher, Ele é capaz de compreender suas necessidades interiores e mostra-lhe o caminho da cura. Na Igreja geralmente encontramos esse dom do conhecimento em confessores sábios e pessoas que acompanham outras espiritualmente.

A Igreja também precisa do dom da piedade. Uma pessoa é piedosa quando ela fez de Deus o centro do seu pensamento, julgamento e ação. “Quando uma pessoa descobre Deus” diz o YOUCAT 34, “tem de O colocar no primeiro lugar de sua vida.” Piedade é outra palavra para devoção a Deus. Tito 2, 11-12 fala sobre a graça de Deus: “Manifestou-se, com efeito, a graça de Deus, fonte de salvação para todos os homens. Veio para nos ensinar a renunciar à impiedade e às paixões mundanas e a viver neste mundo com toda sobriedade, justiça e piedade.”

Finalmente, a Igreja precisa do dom do temor de Deus. Para muitas pessoas modernas, isso é algo questionável. Mas para a Sagrada Escritura, o temor de Deus é “o princípio da sabedoria. Os insensatos desprezam a sabedoria e a instrução.” (Pr 1, 7) O que se quer dizer aqui é uma atitude que procede da infinita sublimidade de Deus sobre todo pensamento e ação humanos. O homem temente a Deus coloca a vontade de Deus sobre todos seus planos particulares; ele faz de tudo para viver conforme os mandamentos de Deus e não os transgredir.

 

Anexo 2 – (At 2, 1-11)

 

1Chegando o dia de Pentecoste, estavam todos reunidos num só lugar. 2De repente veio do céu um som, como de um vento muito forte, e encheu toda a casa na qual estavam assentados. 3E viram o que parecia línguas de fogo, que se separaram e pousaram sobre cada um deles. 4Todos ficaram cheios do Espírito Santo e começaram a falar noutras línguas, conforme o Espírito os capacitava. 5Havia em Jerusalém judeus, devotos a Deus, vindos de todas as nações do mundo. 6Ouvindo-se o som, ajuntou-se uma multidão que ficou perplexa, pois cada um os ouvia falar em sua própria língua. 7Atônitos e maravilhados, eles perguntavam: "Acaso não são galileus todos estes homens que estão falando? 8Então, como os ouvimos, cada um de nós, em nossa própria língua materna? 9Partos, medos e elamitas; habitantes da Mesopotâmia, Judeia e Capadócia, do Ponto e da província da Ásia, 10Frígia e Panfília, Egito e das partes da Líbia próximas a Cirene; visitantes vindos de Roma, 11tanto judeus como convertidos ao judaísmo; cretenses e árabes. Nós os ouvimos declarar as maravilhas de Deus em nossa própria língua!".

 

Anexo 3

A teologia dos Sacramentos

Fantico Borges

O batismo-crisma, sacramento da fé.

 

A compreensão do batismo como sacramento da fé foi sempre marcante na Tradição. Mas não estará o kairós da fé presente em todos os demais sacramentos eclesiais? Importa, portanto, precisar como característico do kairós batismal-crismal “o despertar da fé, a conversão à fé, o início da fé, a fé como dom”. Conforme à narrativa dos Atos dos Apóstolos, é admido ao batismo aquele que, tendo ouvido a mensagem do Evangelho, aceita-a na fé e se compromete a pautar sua vida no seguimento a Jesus.

O batismo é, pois, o sacramento da primeira e fundamental adesão à fé. A prática do batismo de crianças, no entanto, obscurece essa dimensão pessoal da fé e a compreensão da fé como processo. A teologia batismal clássica acabou por valorizar a fé virtude infusa, derramada gratuitamente do íntimo da criança, em detrimento da fé como aceitação da oferta divina e engajamento pessoal. Se o aspecto fundamental da prioridade da graça é ali vantajosamente acentuado (princípio do sola gratia de Lutero), fica a perder o aspecto processual e dialogal da fé, enquanto adesão a exigir conversão. Por ser dom e, por conseguinte, não evidente, a fé corre o risco de ser considerada óbvia, banalizando-se, pois, facilmente (como atesta-nos a prática pastoral).

 

O batismo-crisma, sacramento da conversão à fé.

 

Como se lê em At 2,37, tem acesso o batismo aquele que se converte ao Evangelho. A conversão à fé se apresenta aqui como o kairós festejado no batismo-confirmação. O que poderá trazer alguma estranheza em nossos círculos eclesiais onde o convite à conversão não parece tão adequado ao batismo de crianças, onde o tema da purificação do pecado original soa mais importante. As Escrituras, porém, valorizam esta dimensão da conversão, desde que não desconsiderado o primeiro aspecto do batismo como sacramento da fé. Donde a formulação “conversão à fé cristã”.

Os textos batismais neo-testamentários sugerem uma experiência de conversão mediante o movimento de um estado anterior e outro posterior, evocando a passagem de algo negativo para algo positivo. Segundo os mesmos textos, o batismo suscita efeitos negativos no neófito, ou seja, nega o negativo nele presente, concedendo-lhe o perdão dos pecados (cf. At 2,38), a purificação dos pecados (cf. At 22,16; Ef 5,26; 1Co 6,11), a purificação do coração de uma má consciência (cf. hb 10,22), a libertação da morte conseqüente ao pecado (cf. Rm 6,1-11), a salvação no julgamento (cf. Tt 3,5), e outros similares. Por outro lado, o batismo suscita, positivamente, a regeneração e renovação (cf. Tt 3,5), a santificação e justificação (cf. 1Co 6,11; Rm 6), a incorporação ao mistério pascal de Cristo, sua morte e ressurreição (cf. Rm 6, 1-11), o revestir-se de Cristo como exigência do batismo (cf. Gl 3,27s; Rm 13,14; Ef 4,23), à incorporação à Igreja (cf. At 2,41).

O conjunto destes efeitos evoca-nos um movimento de conversão que leva do pecado à graça (vida em Deus). O texto protocristão de Cl 1,13s atesta-o lapidarmente: “Ele nos arrancou do poder das trevas e nos transportou para o Reino do seu Filho amado, no qual temos a redenção e a remissão dos pecados”. Outro texto (At 2,38) corrobora esta mesma relação batismo-conversão, quando nos exorta: “Convertei-vos e seja cada um de vós batizado em nome de Jesus Cristo para a remissão dos pecados e recebereis, então, o dom do Espírito Santo” Kairós.

 

O que se celebra no Batismo e na Crisma? (fato valorizado)

 

O Batismo e a Crisma celebram a conversão da práxis histórica no Senhor, ou seja, a reorientação da vida no seguimento a Jesus Cristo. No Novo Testamento, a conversão cristã é descrita como sendo a passagem do pecado, da lei e da morte para nova existência na graça, com liberdade e vida. Segundo os Atos dos Apóstolos, o Batismo concede o perdão dos pecados, a purificação do coração e a libertação da morte, assim como, de uma maneira mais positiva, exprime a recepção do dom do Espírito Santo com seus frutos recriadores e a incorporação à Igreja, em meio a uma profunda participação no mistério pascal de Cristo (cf. At 2,38).

A conversão possui dois sentidos: um mais antropológico e outro mais teológico. Em seu sentido antropológico, a conversão se torna condição para todos compromisso histórico transformador. Consiste na resposta construtiva a um apelo ético que brota da experiência, no encontro com o semelhante. Na América Latina, trata-se de um apelo oriundo sobretudo do empobrecido. No plano ideológico, a conversão retrata a passagem de uma consciência individualista fechada para uma consciência comunitária e solidária. Incorporando e dando consistência ao plano antropológico, vemos a conversão em seu sentido propriamente teológico e cristão. São três as suas dimensões: . Dimensão teológica: conversão dos ídolos alienantes (poder, riqueza, prazer...) ao Deus vivo e verdadeiro, real libertador da humanidade, na qualidade de Amor Absoluto.

. Dimensão cristológica: participação no mistério pascal de Jesus Cristo, com Ele, fomos sepultados na morte e ressuscitados para uma vida nova (Rm 6,4); no seguimento histórico a Jesus, chegaremos ao Deus vivo e verdadeiro, vencendo os grilhões do pecado e da morte pela prática constante do amor solidário.

. Conversão eclesiológica: incorporação à Igreja, corpo do Cristo Ressuscitado, em sua tríplice função sacerdotal (adoração e santificação), régia (defesa do direito e da justiça) e profética (anúncio da verdade); São Paulo nos diz: «fomos todos batizados num só Espírito para sermos um só povo». Introduzindo na comunidade convertida, na vivência amorosa do ideal comunitário de Jesus, a graça batismal da conversão configura, progressivamente, o ser do cristão a pessoa de Cristo, tornando sua existência cada vez mais agradável a Deus.

 

Como se celebra o Batismo e a Crisma? (expressão significativa)

 

A conversão cristã é simbolicamente evocada no rito sacramental do Batismo através da passagem do batizando pela água. Se a imersão na água denota a volta ao caos original (cf. Gn 1,1), a descida aos infernos, submergindo na morte, a emersão retrata o dinamismo da ressurreição, gerador e recriador de vida nova. Realizado «em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo», o gesto batismal exprime a magnitude de uma nova existência plasmada à perfeita imagem da Santíssima Trindade, chamada, pois, à vida em Comunhão.

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

 

BORGES, F. Teologia dos Sacramentos. Disponível em: http://fanticoteologia.blogspot.com/2011/11/teologia-dos-Sacramentos.html.

 

Bíblia de Jerusalém. Paulus: São Paulo, 2017.

 

MEUSER. Bernhard. Quais são os sete dons do Espírito Santo? Youcat, 2020. Disponível em: https://www.youcat.org/pt/credopedia/dons-do-espirito-santo/. Acesso em: 08/06/2021.

 

Música: Espírito Santo repousa – Pe. Fábio de Melo. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=aNaGqk8uu0s. Acesso em 09/06/2021.

 

Vídeo: O sentido do sacramento da Crisma. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=m8gWV8eeZTE. Acesso em: 09/06/2021.

 

Vídeo: A missão da Igreja. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=_0VURks6EVQ. Acesso em: 09/06/2021.

 

 

 

 

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