1.
OBJETIVO: Animar os adolescentes
que receberão o Sacramento da Crisma e depois situá-los de sua missão no mundo
e despertar nos mesmos o amor a Igreja e ao serviço.
2. PÚBLICO-ALVO:
Adolescentes (entre 15 e 17 anos), que receberão o sacramento da Crisma.
3. DURAÇÃO: Por
estarmos na Pandemia, o encontro durará 2 horas.
4. TEXTOS:
1) Os blocos de construção para
uma Igreja movida espiritualmente (Youcat);
2) Teologia dos Sacramentos;
3) Vídeos do Youtube: a) Música Espírito Santo repousa;
b) Qual o sentido do sacramento da Crisma; c) a missão da Igreja.
5.
AMBIENTE E MATERIAIS: Como
estamos na pandemia, o encontro será feito virtualmente pela plataforma do (google
meet). Os materiais utilizados serão a Bíblia e o Youtube.
6. ROTEIRO
DA ATIVIDADE
Momento 1:
- Objetivo: Mostrar a ação do
Espírito na Bíblia Sagrada.
- Passos da atividade: Primeiro será feita a oração
inicial (5 min) e colocada uma música (♫ Espírito Santo repousa) (8
min), depois será feita uma partilha do que os crismandos entendem por este
sacramento e o que querem ser e fazer depois da recepção deste (15 min). Logo
após será partilhado um texto bíblico da descida do Espírito Santo aos
Apóstolos no dia de Pentecostes (At 2, 1-11), se dará a explicação sobre do texto (20 min), e a
partilha novamente dos jovens sobre o que o texto disse a cada um deles (10
min). Logo após esta partilha será feito um intervalo de 5 min.
Momento 2:
- Objetivo: Apresentar o
Sacramento da Crisma pelo olhar da Igreja.
- Passos da atividade: A partir do vídeo (Qual o sentido do
Sacramento da Crisma), levar os crismandos a expandir sua visão da
importância do sacramento e o que ele provoca na vida das pessoas. (10 min). Depois
a partir do documento Youcat trabalhar com os adolescentes os dons do Espírito
Santo, de maneira dinâmica e interativa, dialogando com os mesmos, pedindo a
participação com a leitura de cada dom e assim por diante (30 min). Em seguida
a partir de mais um vídeo (A missão da Igreja), mostrar aos crismandos
qual é a missão do crismado, ou seja, sair e anunciar que Jesus é o Redentor
(10 min). Depois se dará o momento dos avisos e em seguida a oração final (10
min).
Vinicius
da Rosa dos Reis
Ricardo
Luís Lopes
6º
Período de Teologia - PUCPR
ANEXOS
Anexo 1 –
Youcat
Imagem: Youcat
Os blocos de
construção para uma Igreja movida espiritualmente
A Igreja primeiramente precisa do dom da sabedoria
– ou, para usar outro termo, do “espírito do discernimento”. Em 1Jo 4, 1 é
dito: “Caríssimos, não deis fé a qualquer espírito, mas examinai se os
espíritos são de Deus, porque muitos falsos profetas se levantaram no mundo.”
É por isso que cristãos sábios sempre dizem: deixe-me rezar e pensar sobre isso
por uma noite, então poderei fazer meu julgamento.
A Igreja, então, precisa do dom da inteligência.
Inteligência significa: não permanecer meramente na superfície! Olhar para o
profundo! Reconhecer o que Deus quer dizer ou mostrar a você. O “coração sábio”
(1Rs 3, 9) que o sábio Rei Salomão pediu pode também ser encontrado nos dois
discípulos de Emaús, que partem com pensamentos sombrios até que uma terceira
pessoa misteriosa se junta a eles. Os olhos dos desesperados somente se abrem
quando o pão é partido. Sem a inteligência, nunca saberíamos “coisas que os
olhos não viram, nem os ouvidos ouviram, nem o coração humano imaginou, tais
são os bens que Deus tem preparado para aqueles que o amam. Todavia, Deus
no-las revelou pelo seu Espírito, porque o Espírito penetra tudo, mesmo as
profundezas de Deus.” (1Cor 2, 9-10)
A Igreja precisa do dom do conselho.
Frequentemente ficamos perdidos – e nossa perplexidade nos causa um
“curto-circuito”. Então, nós causamos isso – não Deus. Ser um cristão significa
viver com confiança e paciência, esperando pela mão de Deus. Quando a hora
chegar, ficará claro o que é correto. Podemos pensar na palavra que Jesus deu a
seus discípulos para a hora em que eles seriam levados a julgamento: “Quando
fordes presos, não vos preocupeis nem pela maneira com que haveis de falar, nem
pelo que haveis de dizer: naquele momento ser-vos-á inspirado o que haveis de
dizer. Porque não sereis vós que falareis, mas é o Espírito de vosso Pai que
falará em vós.” (Mt 10, 19-20)
A Igreja precisa do dom da fortaleza. Também pode
ser dito que ela precisa de bravura e pessoas proféticas. “Quem tem fortaleza”
diz o YOUCAT 303, “responsabiliza-se pelo bem que é conhecido, mesmo que tenha,
em caso extremo, de sacrificar a própria vida.” Os verdadeiros servos de Deus
seguem 2Tm 4, 2: “prega a palavra, insiste oportuna e importunamente,
repreende, ameaça, exorta com toda paciência e empenho de instruir.” Um
corajoso lutador da resistência contra Hitler, Robert Prinz von Arenberg,
disse: “Eles não podem fazer mais do que me matar. E mesmo que o façam, não
irão de fato me matar.”
A Igreja também precisa do dom do conhecimento.
Isso não se refere simplesmente à razão humana, mas àquele “conhecimento” que é
evidente em Jesus na história da mulher no poço de Jacó (Jo 4). Apesar de Jesus
não conhecer a mulher, Ele é capaz de compreender suas necessidades interiores
e mostra-lhe o caminho da cura. Na Igreja geralmente encontramos esse dom do
conhecimento em confessores sábios e pessoas que acompanham outras espiritualmente.
A Igreja também precisa do dom da piedade. Uma
pessoa é piedosa quando ela fez de Deus o centro do seu pensamento, julgamento
e ação. “Quando uma pessoa descobre Deus” diz o YOUCAT 34, “tem de O colocar no
primeiro lugar de sua vida.” Piedade é outra palavra para devoção a Deus. Tito
2, 11-12 fala sobre a graça de Deus: “Manifestou-se, com efeito, a graça de
Deus, fonte de salvação para todos os homens. Veio para nos ensinar a renunciar
à impiedade e às paixões mundanas e a viver neste mundo com toda sobriedade,
justiça e piedade.”
Finalmente, a Igreja precisa do dom do temor de Deus.
Para muitas pessoas modernas, isso é algo questionável. Mas para a Sagrada
Escritura, o temor de Deus é “o princípio da sabedoria. Os insensatos desprezam
a sabedoria e a instrução.” (Pr 1, 7) O que se quer dizer aqui é uma atitude
que procede da infinita sublimidade de Deus sobre todo pensamento e ação
humanos. O homem temente a Deus coloca a vontade de Deus sobre todos seus
planos particulares; ele faz de tudo para viver conforme os mandamentos de Deus
e não os transgredir.
Anexo
2 – (At 2, 1-11)
1Chegando
o dia de Pentecoste, estavam todos reunidos num só lugar. 2De repente veio do
céu um som, como de um vento muito forte, e encheu toda a casa na qual estavam assentados.
3E viram o que parecia línguas de fogo, que se separaram e pousaram sobre cada
um deles. 4Todos ficaram cheios do Espírito Santo e começaram a falar noutras
línguas, conforme o Espírito os capacitava. 5Havia em Jerusalém judeus, devotos
a Deus, vindos de todas as nações do mundo. 6Ouvindo-se o som, ajuntou-se uma
multidão que ficou perplexa, pois cada um os ouvia falar em sua própria língua.
7Atônitos e maravilhados, eles perguntavam: "Acaso não são galileus todos
estes homens que estão falando? 8Então, como os ouvimos, cada um de nós, em
nossa própria língua materna? 9Partos, medos e elamitas; habitantes da
Mesopotâmia, Judeia e Capadócia, do Ponto e da província da Ásia, 10Frígia e
Panfília, Egito e das partes da Líbia próximas a Cirene; visitantes vindos de
Roma, 11tanto judeus como convertidos ao judaísmo; cretenses e árabes. Nós os
ouvimos declarar as maravilhas de Deus em nossa própria língua!".
Anexo
3
A
teologia dos Sacramentos
Fantico Borges
O
batismo-crisma, sacramento da fé.
A compreensão do batismo como sacramento da fé foi sempre
marcante na Tradição. Mas não estará o kairós da fé presente em todos os demais
sacramentos eclesiais? Importa, portanto, precisar como característico do
kairós batismal-crismal “o despertar da fé, a conversão à fé, o início da fé, a
fé como dom”. Conforme à narrativa dos Atos dos Apóstolos, é admido ao batismo
aquele que, tendo ouvido a mensagem do Evangelho, aceita-a na fé e se
compromete a pautar sua vida no seguimento a Jesus.
O batismo é, pois, o sacramento da primeira e fundamental
adesão à fé. A prática do batismo de crianças, no entanto, obscurece essa
dimensão pessoal da fé e a compreensão da fé como processo. A teologia batismal
clássica acabou por valorizar a fé virtude infusa, derramada gratuitamente do
íntimo da criança, em detrimento da fé como aceitação da oferta divina e
engajamento pessoal. Se o aspecto fundamental da prioridade da graça é ali
vantajosamente acentuado (princípio do sola gratia de Lutero), fica a perder o
aspecto processual e dialogal da fé, enquanto adesão a exigir conversão. Por
ser dom e, por conseguinte, não evidente, a fé corre o risco de ser considerada
óbvia, banalizando-se, pois, facilmente (como atesta-nos a prática pastoral).
O
batismo-crisma, sacramento da conversão à fé.
Como se lê em At 2,37, tem acesso o batismo aquele que se
converte ao Evangelho. A conversão à fé se apresenta aqui como o kairós
festejado no batismo-confirmação. O que poderá trazer alguma estranheza em
nossos círculos eclesiais onde o convite à conversão não parece tão adequado ao
batismo de crianças, onde o tema da purificação do pecado original soa mais
importante. As Escrituras, porém, valorizam esta dimensão da conversão, desde
que não desconsiderado o primeiro aspecto do batismo como sacramento da fé.
Donde a formulação “conversão à fé cristã”.
Os textos batismais neo-testamentários sugerem uma
experiência de conversão mediante o movimento de um estado anterior e outro
posterior, evocando a passagem de algo negativo para algo positivo. Segundo os
mesmos textos, o batismo suscita efeitos negativos no neófito, ou seja, nega o
negativo nele presente, concedendo-lhe o perdão dos pecados (cf. At 2,38), a
purificação dos pecados (cf. At 22,16; Ef 5,26; 1Co 6,11), a purificação do
coração de uma má consciência (cf. hb 10,22), a libertação da morte conseqüente
ao pecado (cf. Rm 6,1-11), a salvação no julgamento (cf. Tt 3,5), e outros
similares. Por outro lado, o batismo suscita, positivamente, a regeneração e
renovação (cf. Tt 3,5), a santificação e justificação (cf. 1Co 6,11; Rm 6), a
incorporação ao mistério pascal de Cristo, sua morte e ressurreição (cf. Rm 6,
1-11), o revestir-se de Cristo como exigência do batismo (cf. Gl 3,27s; Rm
13,14; Ef 4,23), à incorporação à Igreja (cf. At 2,41).
O conjunto destes efeitos evoca-nos um movimento de
conversão que leva do pecado à graça (vida em Deus). O texto protocristão de Cl
1,13s atesta-o lapidarmente: “Ele nos arrancou do poder das trevas e nos
transportou para o Reino do seu Filho amado, no qual temos a redenção e a
remissão dos pecados”. Outro texto (At 2,38) corrobora esta mesma relação
batismo-conversão, quando nos exorta: “Convertei-vos e seja cada um de vós
batizado em nome de Jesus Cristo para a remissão dos pecados e recebereis,
então, o dom do Espírito Santo” Kairós.
O que se
celebra no Batismo e na Crisma? (fato valorizado)
O Batismo e a Crisma celebram a conversão da práxis
histórica no Senhor, ou seja, a reorientação da vida no seguimento a Jesus
Cristo. No Novo Testamento, a conversão cristã é descrita como sendo a passagem
do pecado, da lei e da morte para nova existência na graça, com liberdade e
vida. Segundo os Atos dos Apóstolos, o Batismo concede o perdão dos pecados, a
purificação do coração e a libertação da morte, assim como, de uma maneira mais
positiva, exprime a recepção do dom do Espírito Santo com seus frutos
recriadores e a incorporação à Igreja, em meio a uma profunda participação no
mistério pascal de Cristo (cf. At 2,38).
A conversão possui dois sentidos: um mais antropológico e
outro mais teológico. Em seu sentido antropológico, a conversão se torna
condição para todos compromisso histórico transformador. Consiste na resposta
construtiva a um apelo ético que brota da experiência, no encontro com o
semelhante. Na América Latina, trata-se de um apelo oriundo sobretudo do
empobrecido. No plano ideológico, a conversão retrata a passagem de uma
consciência individualista fechada para uma consciência comunitária e
solidária. Incorporando e dando consistência ao plano antropológico, vemos a
conversão em seu sentido propriamente teológico e cristão. São três as suas
dimensões: . Dimensão teológica: conversão dos ídolos alienantes (poder,
riqueza, prazer...) ao Deus vivo e verdadeiro, real libertador da humanidade,
na qualidade de Amor Absoluto.
. Dimensão cristológica: participação no mistério
pascal de Jesus Cristo, com Ele, fomos sepultados na morte e ressuscitados
para uma vida nova (Rm 6,4); no seguimento histórico a Jesus, chegaremos ao
Deus vivo e verdadeiro, vencendo os grilhões do pecado e da morte pela prática
constante do amor solidário.
. Conversão eclesiológica: incorporação à Igreja,
corpo do Cristo Ressuscitado, em sua tríplice função sacerdotal (adoração e
santificação), régia (defesa do direito e da justiça) e profética (anúncio da
verdade); São Paulo nos diz: «fomos todos batizados num só Espírito para sermos
um só povo». Introduzindo na comunidade convertida, na vivência amorosa do
ideal comunitário de Jesus, a graça batismal da conversão configura,
progressivamente, o ser do cristão a pessoa de Cristo, tornando sua existência
cada vez mais agradável a Deus.
Como se
celebra o Batismo e a Crisma? (expressão significativa)
A conversão cristã é simbolicamente evocada no rito
sacramental do Batismo através da passagem do batizando pela água. Se a imersão
na água denota a volta ao caos original (cf. Gn 1,1), a descida aos infernos,
submergindo na morte, a emersão retrata o dinamismo da ressurreição, gerador e
recriador de vida nova. Realizado «em nome do Pai e do Filho e do Espírito
Santo», o gesto batismal exprime a magnitude de uma nova existência plasmada à
perfeita imagem da Santíssima Trindade, chamada, pois, à vida em Comunhão.
REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS:
BORGES, F. Teologia dos Sacramentos. Disponível em: http://fanticoteologia.blogspot.com/2011/11/teologia-dos-Sacramentos.html.
Bíblia de Jerusalém. Paulus:
São Paulo, 2017.
MEUSER. Bernhard. Quais são os sete dons
do Espírito Santo? Youcat, 2020. Disponível em: https://www.youcat.org/pt/credopedia/dons-do-espirito-santo/. Acesso
em: 08/06/2021.
Música: Espírito Santo repousa – Pe. Fábio de Melo. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=aNaGqk8uu0s. Acesso
em 09/06/2021.
Vídeo: O sentido do sacramento da Crisma. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=m8gWV8eeZTE. Acesso
em: 09/06/2021.
Vídeo: A missão da Igreja. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=_0VURks6EVQ. Acesso
em: 09/06/2021.
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