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terça-feira, 23 de julho de 2024

ESPIRITUALIDADE PRÁTICA OS 10 ENSINAMENTOS DO SERMÃO DA MONTANHA - 3º


ESPIRITUALIDADE PRÁTICA
OS 10 ENSINAMENTOS DO SERMÃO DA MONTANHA
(Mateus 5, 6 e 7)

Pe. Rui Santiago, cssr.

O TERCEIRO ENSINAMENTO – Reconheça a sua fragilidade 

(MT 5, 23-25):


Mostrar-se conciliador com o outro (5, 23-25), enquanto ele “caminha com você”, enquanto ainda estão “juntos” e podem de fato conversar.

Porque depois, lá no “tribunal”, no “julgamento”, haverá outras coisas a se considerar, principalmente o tempo que passa e faz a frieza se tornar uma pedra impossível de se quebrar. PERDOE! Tome a iniciativa da reconciliação. Vá primeiro. Lembra disso? “Felizes os construtores da paz” (Mt 5,9). Isso nos “filia”, nos torna filhos de Deus. Colocar a relação à frente do “eu”. Ter sempre razão é muito chato! Nos deixa sós. É preciso ser grande para não querer sempre ser o maior. Vai primeiro! Não cobre isso do outro se você não é capaz de fazer. Quando perdoar for tão natural quanto respirar, seremos verdadeiramente filhos de Deus. Seremos “misericordiosos como o Pai”. Seremos verdadeiramente livres!

Ah! Nada é tão difícil quanto amar os inimigos! Rezar por quem nos faz mal (5, 44-48). A chuva cai e o sol derrama seu calor para os bons e os maus, justos e pecadores. E não adianta eu me perguntar: Por que eu? Por mais difícil que seja o Pai nos pede: “Sede perfeitos”. Mas, como amar os inimigos? Rezar por eles?

Amar os inimigos e rezar por eles é a joia da coroa da nossa fé. O amor é a “carga de dinamite” capaz de revolucionar o mundo. Se levar isso a sério, se todos que se dizem cristãos, levassem isso a sério, seria a arma mais revolucionária e poderosa que há no mundo. Lutar contra o rancor, o ressentimento, espírito impuro que faz da vida um inferno, e o inferno contagia e espalha-se. Passar da amargura ao perdão pela estratégia da oração, é o que Jesus nos diz. Perdoar é da ordem da “vontade”, como o amor. Perdoar não “acontece” simplesmente, a não ser que fôssemos, de fato, tão perfeitos. Perdoar é da ordem da vontade: Quer-se, faz-se, treina-se, escolhe-se, opta-se. Perdoar é da ordem do amor. Perdoar é querer perdoar.

Mas, se eu continuo a sentir raiva? O que faço? Eu quero perdoar! Se eu continuar no caminho, a raiva passa. Tudo passa. Eu não esqueço, mas, isso é normal do ser humano. Só não posso fazer disso um espinho a me cutucar. Perdoar é vontade, opção. Esquecer não é opção, é memória. Perdoei, mas, não esqueci. Esquecer ou lembrar são mecanismos psíquicos. Estão aí. A memória do rancor causa impacto. A lembrança faz que você viva um looping, um sentimento “requentado”.

Perdoar é da ordem da decisão: eu decido, eu escolho, mesmo que não consiga dizer a você, vou dizendo a Ele, rezando... rezando por ti. O Espírito faz o caminho, sabe como somos, nos conhece, se Ele diz que é o caminho, é porque é verdade, Ele não mente.

Perdão é igual amor, igual bem querer. Mas, nem sempre é igual esquecer, porque esquecer depende do impacto psicológico, afetivo e emocional que teve em você. Pode levar mais ou menos tempo. Isto não está nas suas mãos. Mas, você pode decidir o que está nas suas mãos. O bem querer está nas suas mãos, decida por ele, o resto segue-lhe os passos, pacifica-se, cura-se. Tudo se cura se vai na direção certa... que é amar quem eu não gosto, perdoar quem me faz mal.

Continua...

Pe. Rui Santiago - Centro de Espiritualidade Redentorista de Braga PT.

Obs. Transcrição do sermão feito  no CER de Braga – Portugal, por Ângela Rocha.


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