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segunda-feira, 1 de julho de 2024

TUDO QUE RECEBO OU PESQUISO, POSSO DIVULGAR?

 

O tema REFERENCIALIDADE é pouco discutido no mundo da internet, ainda mais nas redes sociais. O que temos hoje na internet e nas redes sociais é, sem dúvida nenhuma, uma quantidade enorme de FAKE NEWS, que vão se espalhando sem o menos controle. Como catequistas, temos que nos perguntar:

Tudo que recebo ou pesquiso, posso divulgar? 

Como saber se a fonte é verdadeira e confiável?

Referencialidade aqui, é um termo que vamos usar para falar de “verdade” e coerência. Não que estes dois termos possam ser aplicados exatamente ao que se encontra hoje na internet. Sem dúvida uma fonte inesgotável de informação, mas, não necessariamente de verdades. Para começar, tudo que se vê na internet é informação, mas, não exatamente “notícia”. E estas informações vão sendo repassadas sem que saibamos “quem foi que disse”.

Estou sempre clicando aqui e ali em blogs e sites de catequese. E observei que dinâmicas e roteiros, disseminam-se por aí como se fossem rastilho de pólvora. E nas que falam do Espírito Santo nem falta "fogo"! Mas, a autoria ou as informações que dão embasamento a estes roteiros, são bastante controversos. 

Vejam só este exemplo: Próximo de Pentecostes, vemos inúmeras sugestões de encontros e celebrações que utilizam a simbologia do fogo. Algumas me provocam, numa primeira reação, um total e completo horror! Não pela dinâmica ou sugestão em si, mas pensando nas "consequências" da mesma. Dificilmente eu ia conseguir fazer com que meus queridos "pensam-que-são-grandes-mas-não-são", chegassem com a mão perto da chama de uma vela sem fazer alguma "besteira". Velas e fogo, ou qualquer experiência do gênero, estão, simplesmente, fora de cogitação quando se trata de crianças. As últimas experiências que tive com vela acesa - e foi na Igreja, no espaço sagrado do Presbitério - me fizeram cometer pelo menos umas duas dúzias de pecados em pensamento, desde dar uns gritos até colocar umas crianças no joelho e dar umas palmadas, aliás, essas foram as coisas mais "santas" que pensei. Isso em plena renovação das promessas do batismo, quando meu menininho mais comportado, botou fogo no suporte da vela que segurava e tive que sair correndo até ele, jogar a vela no chão e apagar o fogo com meus pés. Enfim... 

Mas a questão em si, não é esta. É o fato de que os catequistas, quase que de modo geral, estão carentes de "receitas". Não exatamente receita do "bolo", mas do "modo de preparar" o bolo. É o “como fazer” é que faz uma falta danada! Em quase todos os lugares eu vejo pedidos de como fazer “isso” ou como fazer “aquilo”. E eu não sou contra o pedido de ajuda e muito menos a publicação da solução! Louvo quem se dedica a resolver os problemas dos outros. Assim como louvo quem tem a humildade de pedir. E também acredito que material de catequese deve ser partilhado. 

No entanto, eu penso demais em como as coisas são feitas no final. Ou se cada um adapta a matéria a sua realidade ou ao conteúdo proposto ou até mesmo ao itinerário proposto pelas suas instâncias catequéticas. É isso mesmo, porque cada paróquia tem acima dela, um decanato, um setor, uma forania, uma região, uma diocese, um regional e por aí vai... E deve (ou pelo menos deveria) ter um itinerário para seguir. 

E é bom que o catequista se pergunte: 

ü  Estou fazendo aquilo que deve ser feito ou aquilo que EU acho que deve ser feito?

ü Estou buscando experiências locais e participando de reuniões de planejamento com os catequistas da minha paróquia ou estou correndo a Internet em busca de soluções?

ü  Estou me dedicando a pensar na “minha” catequese ou é mais fácil copiar de alguém?

Cuidado, cuidado! Muito cuidado mesmo, pois, coloca-se a mão no fogo, quando a confiança é muita. Pergunte pra quem já colocou... clique aquiNem sempre a resistência é a mesma. 

Onde buscar informações na internet? Em que sites confiar?

São muitos os recursos que você pode utilizar para dinamizar os seus encontros, torná-los mais atrativos e dinâmicos. Você pode usar a sua criatividade, mas, também, buscar modelos e práticas que já deram certo. Isso você pode buscar em sites, blogs, livros, filmes, enfim, são muitas as opções. O problema é saber quais são as fontes confiáveis para dar credibilidade ao que se está fazendo.

Copiando um pouco o sistema de pesquisa de trabalhos acadêmicos, existem algumas dicas que podem ajudar você nesse percurso. Confira:

1. Cada autor ou escritor tem uma opinião, porém isso não significa que um texto é menos confiável que outro. Analisar as fontes e citações utilizadas por eles é uma boa dica. Busque aqueles que falam a linguagem da Igreja para os dias atuais.

2. As melhores fontes são diretas e concisas, ou seja, evitam enrolar muito sobre o assunto.

3. Lembre-se de que qualquer pessoa pode publicar um artigo na internet. Procure saber mais sobre os autores de todos os textos que você lê e o que eles fazem. Procure não usar material sem saber quem foi que criou.

4. Livros geralmente são mais confiáveis do que artigos digitais, por conta do processo de edição. É muito difícil uma informação incorreta ser publicada.

5. Artigos de revistas também são ótimas fontes para enriquecer a prática catequética. Não se limite aos textos de livros ou a material encontrado na internet.

6. É importante ter em mente que filmes são ficções. Mesmo filmes baseados em fatos reais são ficção, portanto, ao utilizar um filme, tome muito cuidado com as informações. Tente conciliar a análise do filme com o texto que o respalde.

7. No caso de artigos publicados na internet, ler os comentários da página é uma boa forma de confirmar a reputação do autor.

8. Procure um autor ou sua popularidade. As chances de um site ou blog ser confiável são maiores se alguém está disposto a colocar seu próprio nome nele. Você também pode e deve pesquisar sobre o autor (se houver) na internet e ver se há alguma informação sobre ele que torne o site confiável. Se o autor não pode ser contatado ou não há nenhum registro sobre ele, ou ainda se o site não é popular na internet, então o endereço pode ser considerado duvidoso. A pessoa que trabalha com evangelização e não se identifica ou “aparece”, é porque tem alguma coisa errada.

9. Sempre registre as fontes e autoria de material que for usar ou compartilhar. É por não se ter este cuidado que a internet virou essa “terra de ninguém”. Quantos textos, artigos, enxertos são creditados a autores que nunca sequer imaginaram escrever sobre aquele assunto ou tem aquele estilo?

10. Use o que encontrar na internet, mas, com coerência e cuidado. Nada como fazer planejamento e criar seus próprios roteiros antecipadamente, sem precisar se preocupar em procurar algo para “amanhã”, no imediatismo. Faça com tempo. O tempo te dará a segurança necessária na utilização de qualquer informação.

Ângela Rocha - Catequista

Graduada em Teologia pela PUCPR.




Um comentário:

Anônimo disse...

Roteiro muito bom! Fonte confiável é imprescindível.