Tudo que recebo ou pesquiso, posso divulgar?
Como saber se a fonte é verdadeira e
confiável?
Referencialidade aqui, é um termo que
vamos usar para falar de “verdade” e coerência. Não que estes dois termos
possam ser aplicados exatamente ao que se encontra hoje na internet. Sem dúvida
uma fonte inesgotável de informação, mas, não necessariamente de verdades. Para
começar, tudo que se vê na internet é informação, mas, não exatamente
“notícia”. E estas informações vão sendo repassadas sem que saibamos “quem foi
que disse”.
Estou sempre clicando aqui e ali em blogs e sites de catequese. E observei que dinâmicas e roteiros, disseminam-se por aí como se fossem rastilho de pólvora. E nas que falam do Espírito Santo nem falta "fogo"! Mas, a autoria ou as informações que dão embasamento a estes roteiros, são bastante controversos.
Vejam só este exemplo: Próximo de Pentecostes, vemos inúmeras sugestões de encontros e celebrações que utilizam a simbologia do fogo. Algumas me provocam, numa primeira reação, um total e completo horror! Não pela dinâmica ou sugestão em si, mas pensando nas "consequências" da mesma. Dificilmente eu ia conseguir fazer com que meus queridos "pensam-que-são-grandes-mas-não-são", chegassem com a mão perto da chama de uma vela sem fazer alguma "besteira". Velas e fogo, ou qualquer experiência do gênero, estão, simplesmente, fora de cogitação quando se trata de crianças. As últimas experiências que tive com vela acesa - e foi na Igreja, no espaço sagrado do Presbitério - me fizeram cometer pelo menos umas duas dúzias de pecados em pensamento, desde dar uns gritos até colocar umas crianças no joelho e dar umas palmadas, aliás, essas foram as coisas mais "santas" que pensei. Isso em plena renovação das promessas do batismo, quando meu menininho mais comportado, botou fogo no suporte da vela que segurava e tive que sair correndo até ele, jogar a vela no chão e apagar o fogo com meus pés. Enfim...
Mas a questão em si, não é esta. É o fato de que os catequistas, quase que de modo geral, estão carentes de "receitas". Não exatamente receita do "bolo", mas do "modo de preparar" o bolo. É o “como fazer” é que faz uma falta danada! Em quase todos os lugares eu vejo pedidos de como fazer “isso” ou como fazer “aquilo”. E eu não sou contra o pedido de ajuda e muito menos a publicação da solução! Louvo quem se dedica a resolver os problemas dos outros. Assim como louvo quem tem a humildade de pedir. E também acredito que material de catequese deve ser partilhado.
No entanto, eu penso demais em como as coisas são feitas no final. Ou se cada um adapta a matéria a sua realidade ou ao conteúdo proposto ou até mesmo ao itinerário proposto pelas suas instâncias catequéticas. É isso mesmo, porque cada paróquia tem acima dela, um decanato, um setor, uma forania, uma região, uma diocese, um regional e por aí vai... E deve (ou pelo menos deveria) ter um itinerário para seguir.
E é bom que o catequista se pergunte:
ü Estou fazendo aquilo que deve ser feito ou aquilo que EU
acho que deve ser feito?
ü Estou buscando experiências locais e participando de
reuniões de planejamento com os catequistas da minha paróquia ou estou correndo
a Internet em busca de soluções?
ü Estou me dedicando a pensar na “minha” catequese ou é mais
fácil copiar de alguém?
Cuidado,
cuidado! Muito cuidado mesmo, pois, coloca-se a mão no fogo, quando a confiança
é muita. Pergunte pra quem já colocou... Nem sempre a
resistência é a mesma.
Onde
buscar informações na internet? Em que sites confiar?
São muitos os recursos que
você pode utilizar para dinamizar os seus encontros, torná-los mais atrativos e
dinâmicos. Você pode usar a sua criatividade, mas, também, buscar modelos e
práticas que já deram certo. Isso você pode buscar em sites, blogs,
livros, filmes, enfim, são muitas as opções. O problema é saber quais são as
fontes confiáveis para dar credibilidade ao que se está fazendo.
Copiando um pouco o sistema de
pesquisa de trabalhos acadêmicos, existem algumas dicas que podem ajudar você
nesse percurso. Confira:
1. Cada autor ou escritor tem
uma opinião, porém isso não significa que um texto é menos confiável que outro.
Analisar as fontes e citações utilizadas por eles é uma boa dica. Busque
aqueles que falam a linguagem da Igreja para os dias atuais.
2. As melhores fontes são
diretas e concisas, ou seja, evitam enrolar muito sobre o assunto.
3. Lembre-se de que qualquer
pessoa pode publicar um artigo na internet. Procure saber mais sobre os
autores de todos os textos que você lê e o que eles fazem. Procure não
usar material sem saber quem foi que criou.
4. Livros geralmente são mais
confiáveis do que artigos digitais, por conta do processo de edição. É muito
difícil uma informação incorreta ser publicada.
5. Artigos de revistas também são ótimas fontes para enriquecer a prática catequética. Não se limite aos textos de livros ou a material encontrado na internet.
6. É importante ter em mente
que filmes são ficções. Mesmo filmes baseados em fatos reais são ficção,
portanto, ao utilizar um filme, tome muito cuidado com as informações. Tente
conciliar a análise do filme com o texto que o respalde.
7. No caso de artigos
publicados na internet, ler os comentários da página é uma boa forma
de confirmar a reputação do autor.
8. Procure um autor ou sua
popularidade. As chances de um site ou blog ser confiável são maiores se alguém
está disposto a colocar seu próprio nome nele. Você também pode e deve
pesquisar sobre o autor (se houver) na internet e ver se há alguma informação
sobre ele que torne o site confiável. Se o autor não pode ser contatado ou não
há nenhum registro sobre ele, ou ainda se o site não é popular na internet,
então o endereço pode ser considerado duvidoso. A pessoa que trabalha com
evangelização e não se identifica ou “aparece”, é porque tem alguma coisa
errada.
9. Sempre registre as fontes e
autoria de material que for usar ou compartilhar. É por não se ter este cuidado
que a internet virou essa “terra de ninguém”. Quantos textos, artigos, enxertos
são creditados a autores que nunca sequer imaginaram escrever sobre aquele
assunto ou tem aquele estilo?
10. Use o que encontrar na
internet, mas, com coerência e cuidado. Nada como fazer planejamento e criar
seus próprios roteiros antecipadamente, sem precisar se preocupar em procurar
algo para “amanhã”, no imediatismo. Faça com tempo. O tempo te dará a segurança
necessária na utilização de qualquer informação.
Ângela Rocha - Catequista
Graduada em Teologia pela PUCPR.
Um comentário:
Roteiro muito bom! Fonte confiável é imprescindível.
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