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sábado, 23 de novembro de 2024

A ESPIRITUALIDADE DO CATEQUISTA COMO DISCÍPULO DE JESUS

“Conhecer a Jesus é o melhor presente que qualquer pessoa pode receber; tê-lo encontrado foi o melhor que ocorreu em nossas vidas, e fazê-lo conhecido em nossa palavra e obras é nossa alegria.” (DAp. 29)

A Catequese deve favorecer esse encontro, ensinar a viver como Jesus viveu. Tornar-se apaixonado por Jesus, seguir o ensinamento e o exemplo do Mestre para assimilar seu estilo de vida (Mt 5,1-12) identificando-se com Ele é ser DISCÍPULO. “Crescer rumo à maturidade em Cristo “ (Ef 4,13) é a busca da perfeição. É configurar-nos com Ele. Esta é a VOCAÇÃO e meta de todo cristão: a busca da santidade vivendo a espiritualidade. 

Jesus pede: “Ide, pois, fazer discípulos entre todas as nações, e batizai-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Ensinai-lhes a observar tudo o que vos tenho ordenado. Eis que estou convosco todos os dias, até o fim dos tempos”. 

“Se vocês tiverem amor uns para com os outros, reconhecerão que vocês são meus discípulos.”(Jo 13,35). O AMOR é a identidade do discípulo. 

“ Recebereis uma força, a do Espírito Santo que descerá sobre vós e sereis minhas TESTEMUNHAS até os confins da terra.” (At. 1,8). 

O Batismo nos mergulha no mistério de comunhão com a Trindade, tornamo-nos filhos da Família Divina, capacitados para o bem que leva à salvação. Os batizados formam a IGREJA, a comunidade dos discípulos. Para levar o batizado à maturidade da fé, para que seja um discípulo perfeito “preparado para  toda boa obra” (2Tm 3,17), é necessário EVANGELIZAR. 

A missão da Igreja é anunciar o Evangelho para fazer discípulos, é missão de todo cristão. A evangelização tem três momentos:  

01 - O primeiro anúncio que chamamos de querigma ( ver em At 2,14-36; 13,16-41;17,22-31). É o momento do encontro com Jesus que provoca a conversão e desperta a fé. 

02 - O segundo momento é a CATEQUESE que faz ecoar o primeiro anúncio, para crescermos na fé e cumprir a missão de evangelizar. 

03 - O terceiro momento é a ação pastoral através da formação permanente que aprofunda o seguimento de Jesus (discipulado)e o compromisso missionário. 

A CATEQUESE é um processo educativo que faz Jesus mais conhecido, amado e seguido. Quem não tem paixão por Jesus Cristo nunca será capaz de despertá-la nos outros. 

O Catequista transmite a sua experiência de vida cristã com generosidade e ardor, guiado e animado pelo Espírito. Esse modo de viver impulsionado até Deus e aos irmãos no serviço que Ele nos pede é a ESPIRITUALIDADE. A espiritualidade faz parte do “SER” do catequista, de sua pessoa. 

O Diretório Nacional de Catequese (nº262 a 268) traça o perfil do catequista como pessoa que vive uma profunda espiritualidade, quer crescer em santidade e sabe ler a presença de Deus em tudo.  Da sua experiência de fé o catequizando deve poder receber luz e certezas que orientem sua vida. 

A espiritualidade do catequista deve ser vista dentro da sua missão de “SERVIDOR DA PALAVRA”e de “EDUCADOR DA FÉ”, voltada ao serviço e para o serviço, e vivida com humildade e confiança. É um servidor da Palavra, da Igreja e dos catequizandos que não são seus, mas de Deus, e deve crescer no discipulado de Jesus. 

A missão é grande, mas o catequista conta com a ajuda de Deus. A Bíblia traz o exemplo de Jeremias (Jr 1,6-8), de Moisés (Ex 3,10-12), Pedro (Lc 5,4-11) e muitos outros. Como Maria poderemos dizer: “O Senhor fez por mim maravilhas” (Lc 1,46-49) 

DIMENSÕES DA ESPIRITUALIDADE DO CATEQUISTA: 

01 -  CRISTOCÊNTRICA– O coração da Catequese é Jesus. Somente numa profunda comunhão com ele é que o catequista encontra a luz e força para cumprir sua missão. Cristão é alguém que recebe a missão de Jesus (At 11,26), é o enviado. 

02 - TRINITÁRIA-  Batizados e consagrados à Trindade no batismo,somos chamados a viver em comunidade.À semelhança do Deus Trindade, somos seres de relação, viver juntos, ter relacionamentos sociais, faz parte de nossa natureza. A Trindade é motivo importante para darmos um imenso valor ao outro. 

03 - LITÚRGICO-SACRAMENTAL- Jesus Cristo ressuscitado se faz presente através de sinais, os sacramentos. Somente quem tem intimidade com Jesus pode comunicar o seu mistério.A vida sacramental é essencial para o catequista crescer na santidade.O dois sacramentos  : Eucaristia e Reconciliação oferecem a “manutenção”da vida cristã e sustento para a santidade. Importante o domingo com a missa dominical, centro da vida cristã. O encontro com o Cristo na Eucaristia suscita o compromisso da evangelização e o impulso à solidariedade. 

04 – ORANTE - A vida de oração é fundamental para uma catequese intensa e para o ardor que a acompanha. Ex. de oração, de intimidade com o Pai é o próprio Jesus. O Novo Testamento traz ( Mt 6,6; Ef 6,18; Jo 4,3) Jesus em oração atenta; humilde em Lc7,6; Jo 4,6; Rm 8,26; confiante em Mt 21,22; Mc11,22;perseverante em Lc 18,1; 1Ts 5,17 . A vida e a atividade toda de Jesus são alimentadas pela oração. O catequista deve ser capacitado também para educar à oração autêntica e aos diversos modos de rezar. Não apenas repetir fórmulas, mas dialogar com Jesus como amigo. 

04 - BÍBLICA: O catequista está à serviço da Palavra, a Bíblia é o texto fundamental da Catequese,fonte da sua espiritualidade .O catequista deve se familiarizar com a Palavra de Deus e despertar o “apetite” por ela.Alimentar-se da Palavra de Deus através da Leitura Orante. 

05 - ECLESIAL: O catequista é enviado por Deus e pela comunidade. Comprometer-se com ela assumindo, participando, vivendo em comunhão pastoral. A vivência amiga e fraterna dentro do grupo de catequistas educa para essa comunhão e forma para o trabalho em comum. Ser Igreja, sentir-se Igreja, amar a Igreja e ser capaz de transmitir esse gosto. 

06 - MARIANA: Exemplo de quem acolhe a Palavra e nela acredita (Lc 1,45).Modelo dos catequistas,discípula fiel de Jesus. A devoção a   Maria deve ter uma dimensão cristocêntrica. (ver em anexo) 

07 - SOLIDÁRIA:  A catequese deve despertar à participação para a construção de um mundo mais justo e humano. Deve desenvolver a sensibilidade sobretudo com os mais pobres e excluídos. 

Espiritualidade sólida, baseada em todas essas dimensões, é a mística que desperta no catequista e em seus catequizados a fome e sede de Deus-Pai e a paixão por Jesus. Os catequizandos precisam mais de testemunhas que de mestres,pelo exemplo e pelo testemunho que o catequista dá, a doutrina que ele ensina se faz VIDA. 


Helena Okano
Catequista – Londrina Pr.



domingo, 25 de agosto de 2024

EXISTE DIFERENÇA ENTRE ESPIRITUALIDADE E RELIGIOSIDADE?

(Gogle imagens - s/autoria)

A espiritualidade pode ser definida como "uma dimensão da experiência humana relacionada ao sentido e ao propósito da vida, que pode incluir crenças religiosas, bem como práticas, sentimentos e atitudes que conectam o indivíduo a algo maior que si mesmo."  Essa definição pode ser associada ao trabalho de Kenneth Pargament, um renomado psicólogo que estuda a espiritualidade e a religião. Ele sugere que a espiritualidade é uma busca de significado que transcende o material e se conecta ao transcendente, seja através de uma religião organizada ou de uma perspectiva mais pessoal e individualizada.

Para Boff, a espiritualidade é "a busca de um sentido profundo para a vida, que vai além da dimensão material e imediata, conectando o ser humano ao mistério da existência, à natureza e ao cosmos, em uma relação de respeito e harmonia."

A Espiritualidade pode ser entendida como o conjunto de crenças que traz vitalidade e significado aos eventos da vida em dimensões que transcendem o tangível, que elevam o coração e o sentir humanos à experiência com algo maior que o seu existencial e que pode ou não estar relacionada a uma prática religiosa formal. É a propensão humana para o interesse pelos outros e por si mesmo. Ela atende à necessidade de encontrar razão e preenchimento na vida, assim como a necessidade de esperança e vontade para viver.

Espiritualidade é a busca por um significado maior, uma conexão com algo superior, seja Deus, o universo ou nossa essência interior. Não se trata de seguir dogmas ou rituais, mas de uma experiência pessoal que transcende a materialidade.

Simplificando, a espiritualidade é um vasto oceano sem fim, que compreende todas as coisas nele contidas. Já a religião está contida neste “mar infinito” que é a espiritualidade.

A espiritualidade não está presente apenas nas religiões, existem vastos caminhos para despertá-la e vivenciá-la. As religiões trazem consigo um sistema de regras, dogmas, crenças, e quem se identifica realmente com elas, pode segui-las sem problemas. Mas a espiritualidade em essência independe desses aspectos. A espiritualidade é livre, é a sua forma pessoal de se relacionar com o sagrado, com o transcendente.

É importante reconhecer que o sagrado, o transcendente, não é necessariamente Deus. Digo, não aquele Deus do cristianismo ou de qualquer outra religião. A espiritualidade transcende essa ideia, ela é livre e vasta. A sua relação com o divino pode ser feita através do contato com a natureza, ou com o contato consigo mesmo, através da meditação, pode ser também algo que te traga muito sentido, como a prática de algum esporte ou hobbies. Tudo aquilo que te conecta com algo maior que você, pode ser chamado de espiritualidade.

O autoconhecimento é um caminho para alcançar a espiritualidade, para se conectar com nosso "eu" interior e o transcendente. É através dele que nos tornamos conscientes da nossa totalidade, onde a perspectiva de mundo e da forma que você se relaciona com ele não fica presa ao Ego, ela se amplia. Passamos a entender que somos muito mais do que os nossos gostos, muito mais do que é certo ou errado, não ficamos presos a uma ideia de identidade, pois tudo isso limita. O autoconhecimento nos dá a capacidade de perceber que estamos além de tudo isso. Somos o todo e parte dele.

O conceito de espiritualidade pode referir-se ao vínculo entre o ser humano e Deus ou uma divindade. A religião tende a ser o nexo que permite desenvolver esta relação. Pode-se dizer que os sacerdotes, os pastores e diversos gurus falam de espiritualidade quando tratam assuntos religiosos. Desta forma, nossa espiritualidade nos ajuda a espalhar o Evangelho.

Em resumo, podemos ter espiritualidade sem religião, mas, a religião não sobrevive sem a espiritualidade. Sem ela somos vazios. 

(*Este texto é um resumo de vários textos encontrados na Internet, alguns sem  autoria definida, com as reflexões da Catequista Ângela Rocha).

 Referências:

BOFF, Leonardo. Espiritualidade: um caminho de transformação. Petrópolis: Vozes, 2001.

PARGAMENT, K. I. The psychology of religion and coping: Theory, research, practice. Guilford Press, 1997.

OBS.: Sempre haverá aqueles que não conseguiram externar a sua espiritualidade “fora” da religiosidade. Estes devem ser alertados...

TAREFA: Coloque em palavras como você sente a sua espiritualidade. Você é capaz de pensar nela, sem pensar a religião que professa?

........................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................OBS: Esta atividade pode ser enviada para Ângela Rocha para avaliação, pelo e-mail angppr@gmail.com


* ESTE E OUTROS TEXTOS/ATIVIDADES, ENCONTRAM EM NOSSA APOSTILA


São 73 páginas com textos e atividades, que podem ser feitas pelo Grupo de Catequistas da sua comunidade ou enviadas para o Catequistas em Formação pelo email angprr@gmail.com 

Você receberá comentários da autoria e um arquivo em powerpoint com material do Pe. Humberto Robson carvalho.

ADQUIRA JÁ A SUA!

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sábado, 14 de outubro de 2023

A ESPIRITUALIDADE DO CATEQUISTA COMO DISCÍPULO DE JESUS

 


“Conhecer a Jesus é o melhor presente que qualquer pessoa pode receber; tê-lo encontrado foi o melhor que ocorreu em nossas vidas, e fazê-lo conhecido em nossa palavra e obras é nossa alegria.” (DAp. 29)

 A Catequese deve favorecer esse encontro, ensinar a viver como Jesus viveu. Tornar-se apaixonado por Jesus, seguir o ensinamento e o exemplo do Mestre para assimilar seu estilo de vida (Mt 5,1-12) identificando-se com Ele é ser DISCÍPULO. “Crescer rumo à maturidade em Cristo “ (Ef 4,13) é a busca da perfeição. É configurar-nos com Ele. Esta é a VOCAÇÃO e meta de todo cristão: a busca da santidade vivendo a espiritualidade.

Jesus pede: “ Ide, pois, fazer discípulos entre todas as nações, e batizai-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Ensinai-lhes a observar tudo o que vos tenho ordenado. Eis que estou convosco todos os dias, até o fim dos tempos”.

“Se vocês tiverem amor uns para com os outros, reconhecerão que vocês são meus discípulos.”(Jo 13,35). O AMOR é a identidade do discípulo.

“ Recebereis uma força, a do Espírito Santo que descerá sobre vós e sereis minhas TESTEMUNHAS até os confins da terra.” (At. 1,8).

O Batismo nos mergulha no mistério de comunhão com a Trindade, tornamo-nos filhos da Família Divina, capacitados para o bem que leva à salvação. Os batizados formam a IGREJA, a comunidade dos discípulos. Para levar o batizado à maturidade da fé, para que seja um discípulo perfeito “preparado para  toda boa obra” (2Tm 3,17), é necessário EVANGELIZAR.

A missão da Igreja é anunciar o Evangelho para fazer discípulos, é missão de todo cristão. A evangelização tem três momentos: 

01 - O primeiro anúncio que chamamos de querigma ( ver em At 2,14-36; 13,16-41;17,22-31). É o momento do encontro com Jesus que provoca a conversão e desperta a fé.

02 - O segundo momento é a CATEQUESE que faz ecoar o primeiro anúncio, para crescermos na fé e cumprir a missão de evangelizar.

03 - O terceiro momento é a ação pastoral através da formação permanente que aprofunda o seguimento de Jesus (discipulado)e o compromisso missionário.

A CATEQUESE é um processo educativo que faz Jesus mais conhecido, amado e seguido. Quem não tem paixão por Jesus Cristo nunca será capaz de despertá-la nos outros.

O Catequista transmite a sua experiência de vida cristã com generosidade e ardor, guiado e animado pelo Espírito. Esse modo de viver impulsionado até Deus e aos irmãos no serviço que Ele nos pede é a ESPIRITUALIDADE. A espiritualidade faz parte do “SER” do catequista, de sua pessoa.

O Diretório Nacional de Catequese (nº262 a 268) traça o perfil do catequista como pessoa que vive uma profunda espiritualidade, quer crescer em santidade e sabe ler a presença de Deus em tudo.  Da sua experiência de fé o catequizando deve poder receber luz e certezas que orientem sua vida.

A espiritualidade do catequista deve ser vista dentro da sua missão de “SERVIDOR DA PALAVRA”e de “EDUCADOR DA FÉ”, voltada ao serviço e para o serviço, e vivida com humildade e confiança. É um servidor da Palavra, da Igreja e dos catequizandos que não são seus, mas de Deus, e deve crescer no discipulado de Jesus.

A missão é grande, mas o catequista conta com a ajuda de Deus. A Bíblia traz o exemplo de Jeremias (Jr 1,6-8), de Moisés (Ex 3,10-12), Pedro (Lc 5,4-11) e muitos outros. Como Maria poderemos dizer: “O Senhor fez por mim maravilhas” (Lc 1,46-49)

DIMENSÕES DA ESPIRITUALIDADE DO CATEQUISTA:

01 -  CRISTOCÊNTRICA– O coração da Catequese é Jesus. Somente numa profunda comunhão com ele é que o catequista encontra a luz e força para cumprir sua missão. Cristão é alguém que recebe a missão de Jesus (At 11,26), é o enviado.

02 - TRINITÁRIA-  Batizados e consagrados à Trindade no batismo,somos chamados a viver em comunidade.À semelhança do Deus Trindade, somos seres de relação, viver juntos, ter relacionamentos sociais, faz parte de nossa natureza. A Trindade é motivo importante para darmos um imenso valor ao outro.

03 - LITÚRGICO-SACRAMENTAL- Jesus Cristo ressuscitado se faz presente através de sinais, os sacramentos. Somente quem tem intimidade com Jesus pode comunicar o seu mistério.A vida sacramental é essencial para o catequista crescer na santidade.O dois sacramentos  : Eucaristia e Reconciliação oferecem a “manutenção”da vida cristã e sustento para a santidade. Importante o domingo com a missa dominical, centro da vida cristã. O encontro com o Cristo na Eucaristia suscita o compromisso da evangelização e o impulso à solidariedade.

Orante: A vida de oração é fundamental para uma catequese intensa e para o ardor que a acompanha. Ex. de oração, de intimidade com o Pai é o próprio Jesus. O Novo Testamento traz ( Mt 6,6; Ef 6,18; Jo 4,3) Jesus em oração atenta; humilde em Lc7,6; Jo 4,6; Rm 8,26; confiante em Mt 21,22; Mc11,22;perseverante em Lc 18,1; 1Ts 5,17 . A vida e a atividade toda de Jesus são alimentadas pela oração. O catequista deve ser capacitado também para educar à oração autêntica e aos diversos modos de rezar. Não apenas repetir fórmulas, mas dialogar com Jesus como amigo.

BÍBLICA: O catequista está à serviço da Palavra, a Bíblia é o texto fundamental da Catequese,fonte da sua espiritualidade .O catequista deve se familiarizar com a Palavra de Deus e despertar o “apetite” por ela.Alimentar-se da Palavra de Deus através da Leitura Orante.

05 - ECLESIAL: O catequista é enviado por Deus e pela comunidade. Comprometer-se com ela assumindo, participando, vivendo em comunhão pastoral. A vivência amiga e fraterna dentro do grupo de catequistas educa para essa comunhão e forma para o trabalho em comum. Ser Igreja, sentir-se Igreja, amar a Igreja e ser capaz de transmitir esse gosto.

06 - MARIANA: Exemplo de quem acolhe a Palavra e nela acredita (Lc 1,45).Modelo dos catequistas,discípula fiel de Jesus. A devoção a   Maria deve ter uma dimensão cristocêntrica. (ver em anexo)

07 - SOLIDÁRIA:  A catequese deve despertar à participação para a construção de um mundo mais justo e humano. Deve desenvolver a sensibilidade sobretudo com os mais pobres e excluídos.

Espiritualidade sólida, baseada em todas essas dimensões, é a mística que desperta no catequista e em seus catequizados a fome e sede de Deus-Pai e a paixão por Jesus. Os catequizandos precisam mais de testemunhas que de mestres,pelo exemplo e pelo testemunho que o catequista dá, a doutrina que ele ensina se faz VIDA.

 Helena Okano

Catequista – Londrina Pr - 2013



domingo, 4 de junho de 2023

O QUE É ESPIRITUALIDADE?

Imagem: https://www.shutterstock.com/pt/image-photo

Se formos procurar definições formais, veremos que espiritualidade, vem do latim "spiritus", é o conjunto de atitudes, crenças e práticas que fazem parte da vida das pessoas e as ajuda a alcançar realidades mais sensíveis e a ter um relacionamento com o transcendente - no nosso caso Deus - consigo mesmo, com o outro e com o mundo. Está presente em todas as religiões. Ou seja, uma pessoa pode ter espiritualidade, sem estar ligada a nenhuma Igreja ou religião.

Mas falando um pouco da espiritualidade que "liga" as pessoas à nossa religião podemos dizer que é a dimensão da pessoa humana que traduz o modo de viver característico daquele que acredita e busca alcançar a plenitude da sua relação com Deus, com as pessoas que a cercam, com a natureza e com a sociedade em que vive.
E como saber se determinada pessoa possui "espiritualidade"? Eu diria que essa pessoa "transpira" isso. Você observa no modo em que ela vive, não só a dimensão religiosa como a maneira como ela trata as outras pessoas e o mundo que a cerca. Ela é uma pessoa "diferente".
Algumas pessoas confundem espiritualidade com religiosidade. Não é a mesma coisa. A religiosidade é o esmero e o fervor em cumprir com as obrigações de uma religião, ou seja, está mais relacionado ao conjunto de crenças naquilo que é divino, sagrado e ao exercício de algumas atividades relacionadas a essas crenças. E algumas pessoas podem levar a religiosidade aos extremos, chegando até ao fanatismo religioso não aceitando outras crenças, que não as suas. Tornando-se intransigentes e intolerantes para com aqueles que não professam a mesma religião ou tem a mesma fé.
Enfim, não é fácil saber se realmente possuímos "espiritualidade". Crer em Deus, ir à missa todos os domingos, comungar, confessar, rezar terços, fazer adoração, rezar sempre, não dá à pessoa a característica da "espiritualidade". Penso que a espiritualidade está mais relacionada ao modo como ela coloca essa fé interior (fé que ela possui num ser divino e transcendente), no seu modo de viver. Como pratica aquilo em que crê.
E agora VAMOS FAZER UM TESTE. Ver se somos realmente pessoas "espiritualizadas". Como você encara um texto escrito por Leonardo Boff (que muito católico torce o nariz porque é teólogo da libertação), baseado na filosofia do Dalai Lama (monge tibetano budista)? O texto fala de "espiritualidade". E espiritualidade tem muito a ver com o "como" interpretamos as coisas.
Você consegue deixar de lado as crenças religiosas profundamente arraigadas em você e "entender" essa visão de duas pessoas que professam a religião diferente de você?

* * * * * *
VAMOS AO TEXTO:

"(...) Afinal, o que é espiritualidade? Uma vez fizeram esta pergunta ao Dalai-Lama e ele deu uma resposta extremamente simples:
- “Espiritualidade é aquilo que produz no ser humano uma mudança interior”.
Não entendendo direito, alguém perguntou novamente:
- Mas se eu praticar a religião e observar as tradições, isso não é espiritualidade?
O Dalai-Lama respondeu:
- Pode ser espiritualidade, mas, se não produzir em você uma transformação, não é espiritualidade. E acrescentou: - Um cobertor que não aquece deixa de ser cobertor.
Então atalhou a pessoa:
- A espiritualidade muda ou é sempre a mesma coisa?
E o Dalai-Lama falou:
- Como dizem os antigos, os tempos mudam e as pessoas mudam com ele. O que ontem foi espiritualidade hoje não precisa mais ser. O que em geral se chama de espiritualidade é apenas a lembrança de antigos caminhos e métodos religiosos.
E arrematou: - O manto deve ser cortado para se ajustar aos homens. Não são os homens que devem ser cortados para se ajustar ao manto.
Parece-me que o principal a ser retido desse pequeno diálogo com o Dalai-Lama é que ESPIRITUALIDADE É AQUILO QUE PRODUZ DENTRO DE NÓS UMA MUDANÇA. O ser humano é um ser de mudanças, pois nunca está pronto, está sempre se fazendo, física, psíquica, social e culturalmente.
Mas há mudanças e mudanças. Há mudanças que não transformam nossa estrutura de base. São superficiais e exteriores, ou meramente quantitativas. Mas há mudanças que são interiores. São verdadeiras transformações alquímicas, capazes de dar um novo sentido à vida ou de abrir novos campos de experiência e de profundidade rumo ao próprio coração e ao mistério de todas as coisas. Não raro, é no âmbito da religião que ocorrem tais mudanças. Mas nem sempre.
Hoje a singularidade de nosso tempo reside no fato de que a espiritualidade vem sendo descoberta como dimensão profunda do humano, como o momento necessário para o desabrochar pleno de nossa individuação e como espaço da paz no meio dos conflitos e desolações sociais e existenciais."

* Do livro: “ESPIRITUALIDADE – Um Caminho de Transformação” de Leonardo Boff.

E agora: O que você pensa sobre "espiritualidade"?


Ângela Rocha
Catequista



sexta-feira, 22 de janeiro de 2021

ESPIRITUALIDADE DA CRIANÇA E ADOLESCENTE COM AS PESSOAS DE SUA CONVIVÊNCIA – PARTE II

 

Imagem: SINOP

PARTE II - SEGUNDA INFÂNCIA

Texto bíblico Lc 2, 41-52

Todos os anos, os pais de Jesus iam a Jerusalém para a festa da Páscoa. Quando ele completou doze anos, subiram para a festa, como de costume. Terminados os dias da festa, no momento de voltarem, Jesus permaneceu em Jerusalém, sem que seus pais percebessem. Pensando que se encontrasse na caravana, fizeram o caminho de um dia e procuravam-no entre os parentes e conhecidos,  mas, como não o encontrassem, voltaram a Jerusalém, à procura dele. Depois de três dias o encontraram no templo, sentado entre os mestres ouvindo-os e fazendo-lhes perguntas. Todos os que ouviam o menino ficavam extasiados com sua inteligência e suas respostas. Quando o viram, seus pais ficaram admirados, e sua mãe lhe disse: “Filho, por que agiste assim conosco? Olha, teu pai e eu andávamos, angustiados, à tua procura!” Ele respondeu: “Por que me procuráveis? Não sabíeis que eu devo estar naquilo que é de meu Pai?” Eles, porém, não entenderam o que ele lhes havia dito .Jesus desceu, então, com seus pais para Nazaré e era-lhes submisso. Sua mãe guardava todos os esses acontecimentos em seu coração. E Jesus ia crescendo em sabedoria, idade e graça diante de Deus e dos homens,

(Tradução -Bíblia CNBB- 3ª edição-2019)

 

Dando continuidade ao tema Espiritualidade da criança e do adolescente, iniciado no artigo anterior, inspirado pelo texto bíblico apresentado, podemos verificar que os pais de Jesus, Maria e José, educaram Jesus na fé, com todo o zelo e cuidado com o Filho de Deus. E Jesus se desenvolve em um ambiente familiar de oração e fidelidade a Deus.

Na Encíclica do Papa Francisco, Amoris Laettia, encontramos:  

A educação dos filhos deve estar marcada por um percurso de transmissão da fé, que se vê dificultado pelo estilo de vida atual, pelos horários de trabalho, pela complexidade do mundo atual, onde muitos têm um ritmo frenético para poder sobreviver. Apesar disso, a família deve continuar a ser lugar onde se ensina a perceber as razões e a beleza da fé, a rezar e a servir o próximo. Isto começa no batismo, no qual- como dizia Santo Agostinho- as mães que levam seus filhos “cooperam no parto santo”. Depois, tem início o percurso de crescimento desta vida nova. A fé é um dom de Deus, recebido no batismo, e não o resultado de uma ação humana; mas os pais são instrumentos de Deus para a sua maturação e desenvolvimento. (AL, 287)

Na caminhada catequética os catequizandos precisam de um ambiente acolhedor, tanto na família, quanto na comunidade. Durante o seu desenvolvimento a criança vai absorvendo o comportamento de seus familiares e dos grupos de convivência.

Na primeira infância, conforme Calandro e Ledo (2010), denominam a idade de 0 a 6 anos, a criança contempla tudo a seu redor, tudo é novidade para ela, um mundo a descobrir. Repete os gestos, brinca, dança, toca (tato) e é dotada de espontaneidade e cheia de energia.

De 0 a 2 anos a criança percebe o mundo pelo olhar de seus pais, a fé ainda é indiferente, porém, “as pré-imagens de Deus estão inseridas neste primeiro contato que a criança estabelece com o meio familiar” (CALANDRO e LEDO, 85). A confiança que ela tem no adulto é que estabelece o sentido de cuidado e amor. A afetividade é fator primordial em todo os períodos do desenvolvimento da criança, principalmente na primeira infância.  De 3 a 7 anos, a fé já é projetada, a criança assimila a cultura de seus pais, e a comunidade aos quais os pais frequentam.

A segunda infância, de 7 a 9 anos, conforme Calandro e Ledo (2010), é o período da sistematização da criança, ela já vai se reconhecendo em um grupo maior, mas, com a sua identidade sendo formada. Com a experiência escolar também presente neste período, ela vai formando seu repertório tanto de fé, quanto de bases da educação científica. É a idade que entram na catequese.

Os catequistas, atentos à essas mudanças e realidades, precisam estar atento à maturidade gradativa de fé, que as crianças vão tendo ao longo da vivência na catequese. O Diretório Nacional de Catequese nos seus números 199 e 200 orienta:

199. A infância constitui o tempo da primeira socialização, da educação humana e cristã na família, na escola e na comunidade. É preciso considera-la como uma etapa decisiva para o futuro da fé, pois nela, através do Batismo e da educação familiar, a criança inicia a sua iniciação cristã. No final da segunda infância (pré-adolescência), uma fase curta, mas efervescente do desenvolvimento humano, ou até mais cedo (primeira infância, começa-se em geral o processo de iniciação eucarística). É nessa idade que se atinge o maior número de catequizandos e há o maior envolvimento de catequistas por causa da Primeira Comunhão Eucarística, que não deve ter caráter conclusivo do processo catequético, mas a continuidade com uma catequese de perseverança que favoreça o engajamento na comunidade eclesial.

200. A educação para a oração (pessoal, comunitária, litúrgica), a iniciação ao correto uso da Sagrada Escritura, o acolhimento dentro da comunidade e o despertar da consciência missionária são aspectos centrais da formação cristã dos pequenos. É preciso cuidar da apresentação dos conteúdos, de forma adequada à sensibilidade infantil. Embora a criança necessite de adaptação de linguagem e simplificação de conceitos, é importante não semear hoje o problema de amanhã. Simplificar com fidelidade e qualidade teológica exige boa formação e criatividade. É necessário ter cuidado para que, em nome da mentalidade infantil, não se apresentem ideias teologicamente incorretas que depois serão motivo de crise de fé. (DNC, 2006) 

                                     

Sendo assim, o que a Catequese pode oferecer para a formação na fé destas crianças e desses adolescentes diante de tanta dificuldade e adversidade? As famílias estão cada vez mais distantes de uma vivência de fé autêntica; os pais têm dado pouca atenção a seus filhos e filhas e tentam preencher o espaço que é devido aos eles com coisas materiais: celulares, tablets, videogames, brinquedos, etc. E, muitas das vezes, o que as crianças e adolescentes precisam, é simplesmente um abraço, um colo, um ombro, um ouvido atento às suas indagações. 

Muitos relatos de catequistas nos contam das frustrações de seus catequizandos, com inúmeras dificuldades familiares: presença de alcoolismo, depressão, separação, conflitos, sobrecarga de funções para a mãe, que sempre tem que dar conta de tudo ou do pai, com dificuldade de ouvir seus filhos e filhas, por estar por demais focado no trabalho.

A catequese a serviço da evangelização acaba abarcando todas essas realidades dos catequizandos. A comunidade de fé, também precisa acolher todas as situações e colaborar com a formação na fé daqueles que estão sobre seus cuidados.

Assim, durante os encontros catequéticos - sejam presenciais na paróquia, ou ainda, para aqueles que optam por catequese em casa (com os pais e acompanhamento do catequista) - pode-se propor momentos celebrativos, apresentação dos símbolos, do espaço litúrgico, momentos de partilha de alguma situação concreta, histórias inspiradoras de diversos santos e santas presentes na Tradição da Igreja, etc. Alguns subsídios catequéticos, como o “Crescer em Comunhão”, da Editora Vozes, trazem em seu itinerário de temas, celebrações catequéticas a cada bloco de temas. Estas celebrações proporcionam encontros mistagógicos, orantes, com reflexões e cantos, e pode ser convidada a família do catequizando.

Pode-se também, visitar as famílias para conhecer a realidade de cada catequizando, para que a comunidade conheça as alegrias, dificuldades e esperanças de cada um, pois, a partir do olhar do catequista e da comunidade,  pode-se proporcionar à família que vem para a catequese, um espaço de partilha e de superação das eventuais dificuldades em família.

 

Catequista: Alessandra Rodrigues França da Silva 
Paróquia Nossa Senhora da Boa Esperança -Pinhais/PR 
Arquidiocese de Curitiba

Referências:

CALANDRO, Eduardo; LEDO, Jordélio Siles.  Psicopedagogia Catequética - Reflexões e vivências para a catequese conforme as idades. Vol.1 – Criança. São Paulo: Paulus. 2019.

_______  Psicopedagogia Catequética - Reflexões e vivências para a catequese conforme as idades. Vol. 2 – Adolescentes e jovens. São Paulo: Paulus, 2019.

COMISSÃO BÍBLICO CATEQUÉTICA - ARQUIDIOCESE DE CURITIBA. Formação Básica de Catequistas - subsídio com os principais temas para formação de catequistas. Curitiba: Editora Arquidiocesana, 2008

CNBB. Diretório Nacional de Catequese - DOC 84. 5ª ed. São Paulo: Paulinas, 2007.

PAPA FRANCISCO.  Amoris Laetitia: sobre o amor na família.  Exortação Apostólica Pós-sinodal. São Paulo: Paulus, 2016.




domingo, 4 de junho de 2017

O QUE É ESPIRITUALIDADE?

... é aquilo que produz, dentro de nós, uma mudança...

Se formos procurar definições formais veremos que espiritualidade, vem do latim "spiritus", é o conjunto de atitudes, crenças e práticas que fazem parte da vida das pessoas e as ajuda a alcançar realidades mais sensíveis e a ter um relacionamento com o transcendente - no nosso caso Deus - consigo mesmo, com o outro e com o mundo. Está presente em todas as religiões e também nas pessoas. Ou seja, uma pessoa pode ter espiritualidade, sem estar ligada a nenhuma Igreja ou religião.

Mas falando um pouco da espiritualidade que "liga" as pessoas à nossa religião, podemos dizer que é a dimensão da pessoa humana que traduz o modo de viver, característico daquele que acredita e busca alcançar a plenitude da sua relação com Deus, com as pessoas que a cercam, com a natureza e com a sociedade em que vive.

E como saber se determinada pessoa possui "espiritualidade"?

Eu diria que essa pessoa "transpira" isso. Você observa no modo em que ela vive, não só a dimensão religiosa como a maneira como ela trata as outras pessoas e o mundo que a cerca. Ela é uma pessoa "diferente". Que causa “impacto” em nós a cada encontro. E este “impacto” pode ser de uma paz infinita assim como de uma inquietação infinita.

Algumas pessoas confundem espiritualidade com religiosidade.

Não é a mesma coisa. A religiosidade é o esmero e o fervor em cumprir com as obrigações de uma religião, ou seja, está mais relacionado ao conjunto de crenças naquilo que é divino, sagrado e ao exercício de algumas atividades relacionadas a essas crenças. E algumas pessoas podem levar a religiosidade ao extremo, chegando até ao fanatismo religioso não aceitando outras crenças, que não as suas. Tornando-se intransigentes e intolerantes para com aqueles que não professam a mesma religião ou tem a mesma fé.

Enfim, não é fácil saber se realmente possuímos "espiritualidade". Crer em Deus, ir à missa todos os domingos, comungar, confessar, rezar terços, fazer adoração, rezar sempre, não dá à pessoa a característica da "espiritualidade". Penso que a espiritualidade está mais relacionada ao modo como ela coloca essa fé interior no seu modo de viver. Em como pratica aquilo em que crê. Ou sejam o Deus do interior dela transcende para o exterior.
E agora vamos lá. VAMOS FAZER UM TESTE!

Vamos ver se somos realmente pessoas "espiritualizadas". Como você encara um texto escrito por Leonardo Boff (que muito católico torce o nariz porque é teólogo da libertação), baseado na filosofia do Dalai Lama (monge tibetano budista)?
O texto fala de "espiritualidade". E espiritualidade tem muito a ver com o "como" interpretamos as coisas. Você consegue deixar de lado as crenças religiosas, profundamente arraigadas em você, e "entender" essa visão de duas pessoas que professam a religião diferente de nós?

"Afinal, o que é espiritualidade? Uma vez fizeram esta pergunta ao Dalai-Lama e ele deu uma resposta extremamente simples:
- “Espiritualidade é aquilo que produz no ser humano uma mudança interior”.
Não entendendo direito, alguém perguntou novamente:
- Mas se eu praticar a religião e observar as tradições, isso não é espiritualidade?
O Dalai-Lama respondeu:
- Pode ser espiritualidade, mas, se não produzir em você uma transformação, não é espiritualidade. E acrescentou:
- Um cobertor que não aquece deixa de ser cobertor.
Então atalhou a pessoa:
- A espiritualidade muda ou é sempre a mesma coisa?
E o Dalai-Lama falou:
- Como dizem os antigos, os tempos mudam e as pessoas mudam com ele. O que ontem foi espiritualidade hoje não precisa mais ser. O que em geral se chama de espiritualidade é apenas a lembrança de antigos caminhos e métodos religiosos.
E arrematou:
- O manto deve ser cortado para se ajustar aos homens. Não são os homens que devem ser cortados para se ajustar ao manto.

Parece-me que o principal a ser retido desse pequeno diálogo com o Dalai-Lama é que ESPIRITUALIDADE É AQUILO QUE PRODUZ DENTRO DE NÓS UMA MUDANÇA. O ser humano é um ser de mudanças, pois nunca está pronto, está sempre se fazendo, física, psíquica, social e culturalmente.

Mas há mudanças e mudanças. Há mudanças que não transformam nossa estrutura de base. São superficiais e exteriores, ou meramente quantitativas. Mas, há mudanças que são interiores. São verdadeiras transformações alquímicas, capazes de dar um novo sentido à vida ou de abrir novos campos de experiência e de profundidade rumo ao próprio coração e ao mistério de todas as coisas. Não raro, é no âmbito da religião que ocorrem tais mudanças. Mas nem sempre.

Hoje a singularidade de nosso tempo reside no fato de que a espiritualidade vem sendo descoberta como dimensão profunda do humano, como o momento necessário para o desabrochar pleno de nossa individuação e como espaço da paz no meio dos conflitos e desolações sociais e existenciais."

* * * * * *
Do livro: “ESPIRITUALIDADE – Um Caminho de Transformação” de Leonardo Boff.


Ângela Rocha
Catequista

quarta-feira, 29 de junho de 2016

MOMENTO DE ESPIRITUALIDADE - ROTEIRO PARA ENCONTRO DE CATEQUISTAS


MOMENTO DE ESPIRITUALIDADE – ENCERRAMENTO
OFICINA DE TRABALHO EM EQUIPE – 2ª TURMA
ACOLHIDA: 

Estamos aqui reunidos em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo...
Queridos catequistas, SEJAM BEM VINDOS, a este nosso momento de oração! 
Aqui estamos nós, catequistas de todos os cantos do país, com os corações repletos do amor e da misericórdia de Deus. Temos hoje a certeza de que foi para isso que nos juntamos. Depois da nossa festa de confraternização pelo encerramento da nossa oficina de trabalho, vamos parar um momentinho aqui e fazer nossa ORAÇÃO de encerramento.

Primeiramente, convido a todos para fazer uma pequena leitura de Colossenses 3, 15-17:

Que a paz de Cristo seja o juiz em seu coração, visto que vocês foram chamados para viver em paz, como membros de um só corpo. E sejam agradecidos. Habite ricamente em vocês a palavra de Cristo; ensinem e aconselhem-se uns aos outros com toda a sabedoria e cantem salmos, hinos e cânticos espirituais com gratidão a Deus em seu coração. Tudo o que fizerem, seja em palavra seja em ação, façam-no em nome do Senhor Jesus, dando por meio dele graças a Deus Pai." 

Repletos da Paz de Cristo, rezemos: “Pai Nosso, que estais no céu...”


MENSAGEM: 

Catequistas: Protagonistas da fé, do amor e da esperança. O coração do catequista vive sempre esse movimento de união com Jesus, e com o outro. Vivemos aqui, a alegria do encontro com a graça que tudo transformou e ainda transforma. Catequistas do amor e da esperança, peçamos ao Espírito Santo que ilumine as nossas mentes para compreender o que significa seguir e anunciar Jesus no mundo de hoje. Amém!

VÍDEO: “Catequista seja feliz!”

PRECES

Peçamos juntos:
Senhor, pedimos perdão por todas às vezes que não escutamos a Tua voz...
Pelas vezes que fomos por caminhos que não levam a Ti...
Pelas vezes que não realizamos Tua vontade em nossas vidas...
Pedimos perdão por tantos erros cometidos no decorrer do caminho...
Pelas vezes que fomos incompreensivos, egoístas, mesquinhos...
Pelas vezes em que permitimos que o nosso “eu” falasse mais alto que o Teu chamado...
Por todas as vezes que não acolhemos e ajudamos aqueles que precisaram de nós...
Deus Pai de Misericórdia, perdoa nossas limitações, pecados e misérias e ajuda-nos a buscar-te continuamente e a vivermos conforme os teus projetos para cada um de nós!
Amém!

AGRADECIMENTO:
 
Queremos agradecer a DEUS por esta oportunidade, sem Ele não chegaríamos em lugar algum. Somos imensamente agradecidos a todos que fizeram parte desta formação tão rica. Esta Formação nos mostrou que a vida vai além... Além do que pensamos ir. Perdemos-nos em alguns momentos, mas, no fim sempre achamos a solução. Nós só temos a agradecer e louvar a Deus por nos ter disponibilizado momentos incríveis, de grande valor. Senhor dai-nos a graça de continuarmos a ter Fé na vida, principalmente, quando passamos por momentos ruins. Obrigada Senhor Deus pelos planos muito maiores que tens para nós. Temos confiança que no final a felicidade é o que virá.


Agradecemos a Deus pelo seu imenso amor por nós, por essa formação que nos despertou muitos bons sentimentos. 
Obrigado Senhor, pelos momentos confusos e que só vós nos destes a paciência para resolver.
Obrigado por nos unir... Tantos catequistas! Mas tudo deu certo! Obrigada Senhor, por nos trazer ao longo dessa oficina tudo aquilo que planejastes a cada um de nós, pois tens planos para cada um de nós!
Obrigado Senhor, por nos fortalecer nas dúvidas e sempre nos dar a sua misericórdia.
Com essas palavras, encerramos a nossa oficina agradecendo ao Pai tudo aquilo que nos foi oferecido. Obrigado Senhor, por vossa infinita bondade. Amém!

LOUVOR: 

Senhor meu Deus, Pai misericordioso te louvamos, te bendizemos por tão grande amor por nós. 
Tua misericórdia se estende de gerações em gerações sobre aqueles que o temem, nós vos louvamos por Vosso imenso amor.
Pai, por esta formação que fizemos por todos que nos ajudaram e continuarão com a vossa graça a ajudar, quantas pessoas se aproximaram mais de Ti.
Que Teu Espirito Santo, seja derramado sobre nós para que nosso louvor chegue até Vós com alegria e assim possamos servi aos irmãos também com alegria e amor. Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!
Para sempre seja louvado...
Encerramos este momento, em nome do Pai, do filho e do Espírito Santo. Amém!


Equipe de Espiritualidade: Elaine Silva (Guarulhos -SP), Idenis Rieta (Ibirubá - RS), Isabel Aires (Areial - PB), Regilene Tomaz (Pederneiras -SP), Maria Dores Menezes (Santos - SP)

Oficina de Trabalho em Equipe
Formação Básica Módulo II – 2ª Turma


quinta-feira, 5 de maio de 2016

FALANDO DE "ESPIRITUALIDADE"...

ESPIRITUALIDADE

Afinal de contas, o que é essa tal ESPIRITUALIDADE, de que tanto se fala? Muitas vezes ouvimos esta palavra para descrever momentos de oração antes ou durante um encontro, não é mesmo? Seja ele de catequese ou mesmo de formação. Mas, onde nosso “espírito” realmente se envolve nisso tudo?

Para sabermos isso do espírito “se envolver”, precisamos entender alguns conceitos.

Espiritualidade envolve fé. E o que é Fé? É uma forma de viver todas as coisas à luz de Deus. A fé vem como resposta à experiência de Deus, feita pessoal e comunitariamente.

O que é Espírito?  Podemos dizer que é a Força mística que nos faz buscar “algo mais”, viver a vida de forma transcendente, viver com Fé.

Mística? Isso lembra mistério: aquilo que não cansamos de desejar e saborear. É a seiva, é o princípio da vida, da fé feita experiência. A mística nos provoca a fazer uma crítica: social, política, econômica, ideológica e antropológica. Mística é o motor que nos impulsiona até Deus. Os motores não são iguais. Para o Catequista, há muitos “motores” que podem ajudá-lo. Essa força, esse motor vem do Espírito de Deus. Vivemos à Mística:

© Quando percebemos o outro lado das coisas, dos acontecimentos e não paramos nas aparências;
© Quando vivemos profundamente a nossa existência.

A mística envolve compromisso e contemplação.

 

Contemplar é um modo de olhar para o que não se vê. Ver o invisível é a experiência que fazem todos aqueles que amam verdadeiramente a Deus. Contemplação é a atitude de quem está vivendo com intensidade a cada momento, na escuta da Palavra de Deus.
A atitude de escuta supõe um silêncio interior, que não se confunde com passividade ou vazio de pensamento, mas em uma presença atenta, disponível aos irmãos e a Deus. É uma atitude dinâmica, de concentração e de prontidão.

Para escutar a voz interior é preciso:


Silenciar, recordar, rememorar com o coração, assim como Maria: 


Eis aqui a serva do Senhor. Faça-se em mim segundo a tua palavra.
(Lc 1,38).

 Como vemos a Espiritualidade de Jesus?


Jesus em muitas horas do dia, principalmente pela noite e madrugada, conversava com o Pai sobre a sua missão. Vemos muito isso no Evangelho de Marcos 1,35; 6,46; 14,32-42.

ü  Jesus conseguiu conviver com os conflitos por causa da sua intimidade como Pai. Deus é, em Jesus, uma experiência afetiva.
ü  Para Jesus, a ação não era oração.
ü  Jesus, parava as suas atividades apostólicas para rezar.
ü  É necessário, em nossa vida, termos momentos fortes de oração, de intimidade com Deus.
ü  O caráter cristológico é vida em comunhão com Jesus. Reconhecendo-o nos acontecimentos, no Plano de Deus e no rosto de nossos irmãos sofridos.
ü  Por isso, podemos dizer que o resumo da espiritualidade de Jesus foi a sua opção pelos pobres, pelos marginalizados e pelos abandonados da sociedade.
  

JESUS EM ORAÇÃO:

No deserto
 (Mt 4,1-11)
Na Sinagoga, com o povo
 (Lc 4,14-21)
Entre os pobres
 (Mt 11,25-27)
Aos amigos
 (Lc 22,31-32)
Pelos discípulos e por você
 (Jo 17,20-26)
No sofrimento
 (Lc 22,39-46)
Antes de dar a vida a Lázaro
 (Jo 11,38-44)
Fala da oração, ensina o Pai-Nosso
 (Mt 6,5-15)
Pede oração pelos evangelizadores
 (Mt 9,37)
Reza no Tabor e convida à oração
 (Lc 9,28-35)

PARA APROFUNDARMOS NOSSA ESPIRITUALIDADE:


Jo 4, 1-42
Jesus na Samaria – A samaritana
Lc 1, 46-55
O Magnificat de Maria
Lc 10, 21-24
Louvor pelos discípulos
Lc 18, 10-14
O fariseu e o publicano no Templo
Lc 24, 13-35
Os discípulos de Emaús
1Cor 9, 15-18
Ai de mim se não evangelizar
1Jo 1, 1-4
O que vimos e ouvimos, nós o anunciamos
Tg 1, 19-27
Escutar, falar e fazer
At 2, 42-47
As primeiras comunidades
At 4, 32-37
A comunhão dos bens: Um só coração e uma só alma
At 6, 1-7
A escolha dos sete
At 13,1-3
Primeira viagem missionária de Paulo


*Parte da Apostila: Formação Básica para Catequistas – Módulo II.
Ângela Rocha

Catequistas em Formação