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quarta-feira, 31 de maio de 2017

CATEQUESE DO PAPA

FRANCISCO: TRANSBORDAR SEMPRE NA ESPERANÇA

Na iminência da solenidade de Pentecostes não podemos não falar da relação que existe entre a esperança cristã e o Espírito Santo. O Espírito é o vento que nos arrasta para a frente, que nos mantém no caminho, nos faz sentir peregrinos e estrangeiros e não nos permite de acomodar e de tornarmo-nos num povo “sedentário”.

Com estas palavras, o Papa Francisco iniciou na manhã de hoje, quarta-feira, dia 31 de Maio de 2017, a última audiência geral deste mês de Maio, na Praça de S. Pedro, repleta de fiéis e peregrinos provenientes de diversas partes da Itália e do mundo inteiro. Tema da catequese de hoje, é “o Espírito Santo nos faz transbordar na esperança”: uma reflexão sobre a Carta do Apóstolo Paulo aos Romanos( Rm 15, 13-14).

Ora, a Carta aos Hebreus, disse Francisco, compara a esperança com uma âncora e à esta imagem podemos acrescentar a da vela. Se a âncora é o que dá segurança ao barco e o mantém “ancorado” por entre as ondas do mar, a vela é, pelo contrário,  permite ao barco de caminhar e avançar nas águas. A esperança é realmente uma vela; ela recolhe o vento do Espírito e o transforma em força motriz que empurra o barco, segundo as circunstâncias, para o largo ou ao destino.

O Apóstolo Paulo, disse ainda o Papa, conclui a sua carta aos Romanos dizendo:“ O Deus da esperança vos encha de toda a alegria e de toda a paz na vossa fé, para que pela virtude do Espírito Santo, transbordeis de esperança!”.

 Ora, a expressão “Deus da esperança”, sublinha o Santo Padre, não quer dizer somente que Deus é objecto da nossa esperança, isto é Aquele que já, desde agora nos faz esperar; mas antes de mias, nos torna “alegres na esperança: alegres agora de esperar e não só de esperar de ser alegres no futuro, depois da morte.

“Enquanto há vida há esperança”, diz um ditado popular; e é verdade também o contrário: até quando há esperança, há vida. Os homens têm necessidade de esperança para viver e têm necessidade do Espírito Santo para esperar. São Paulo atribui ao espírito Santo a capacidade de nos transbordar na esperança. Transbordar na esperança significa não desencorajar-se nunca; significa esperar contra todas as esperanças, isto é, esperar mesmo quando vêm menos todos os motivos humanos para esperar, como foi para Abrãao quando Deus lhe pediu de sacrificar-Lhe o seu único filho Isac, e como foi ainda mais, para a virgem Maria debaixo da cruz de Jesus.

O Espírito Santo, afirma Francisco, torna possível esta esperança invencível dando-nos um testemunho interior  de que somos filhos de Deus e seus herdeiros. O espírito Santo não nos torna só capazes da esperar, mas também de ser semeadores da esperança, de sermos também nós, como Ele e graças à Ele, os paráclitos, isto é, consoladores e defensores dos irmãos: são sobretudo os pobres, os excluídos, os não amados, a terem necessidade de alguém que seja para eles, o “paráclito”, isto é, consolador e defensor.

O Espírito Santo, prosseguiu o Papa, alimenta a esperança não só no coração dos homens, mas também em toda a criação. Pois, como sublinha o Apóstolo Paulo, “ a criação foi sujeita à vaidade, todavia, com a esperança de ser também ela libertada do cativeiro da corrupção, para participar da gloriosa liberdade dos filhos de Deus. Pois sabemos que toda a criação geme e sofre como que dores de parto até ao presente dia”. Façamo-nos então também, concluiu dizendo Francisco, paráclitos, defensores da criação que “espera” a manifestação dos filhos de Deus.

Que a próxima festa de Pentecostes nos encontre concordes em oração, com Maria, a Mãe de Jesus e nossa Mãe. E o dom do Espírito Santo nos faça transbordar na esperança.

Queridos amigos, nestes dias de preparação para a festa de Pentecostes, peçamos ao Senhor que derrame em nós abundantemente os dons do seu Espírito, para que possamos ser testemunhas de Jesus até os confins da terra. Obrigado pela vossa presença.


RADIOVATICANA.VA

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