Esta foi a pergunta de uma mãe no final de uma palestra que dei a respeito do Universo dos games e as crianças. Com tantas notícias sobre
jogos de vídeo transformar crianças em alienados ou zumbis, viciados e
antissociais; e um número crescente de especialistas advertindo sobre os
perigos do tempo demasiado no computador; pode ser tentador proibir nossos
filhos de usar computadores e smarphones.
Mas, isso não é a solução, vamos a elas!
Se você proibir o jogo, você
vai perder a oportunidade de influenciar o comportamento de seu filho. Uma
abordagem bem melhor é jogar com eles. Claro que no começo você vai se perder geral, mas, comece com jogos educativos online grátis. Depois,
informe-se sobre os jogos preferidos dos jovens, a temática, o que os atrai,
etc.
A chave para garantir que seus
filhos tenham um relacionamento saudável com jogos de vídeo game (e, sim,
existe tal coisa!) é tirar proveito de experiências prazerosas que eles
experimentam, também fora desses jogos. Um estudo publicado na revista científica Nature em 1998 mostrou que jogar jogos de
vídeo game libera o neurotransmissor dopamina,
que causa a sensação de bem estar, realização, prazer. Qualquer outra atividade
prazerosa pode causar o mesmo efeito.
O simples fato de uma criança
ou jovem passar muito tempo no computador jogando, não significa que ele é um
“viciado”. O jogo assim como qualquer outra atividade toma tempo, envolve
dedicação, é entretenimento, é socialização e possui vários níveis de aproveitamento.
Nem todos os jogos são iguais e
reação de cada pessoa para os jogos é diferente, também. Perguntar quais são os efeitos dos
jogos de vídeo game é como perguntar quais são os efeitos da ingestão de
alimentos, é importante conhecer a realidade específica do jogo em
questão e do contexto social do jogador, antes de se fazer qualquer julgamento.
ALGUMAS
DICAS:
Atenção com o uso do computador: Hoje em dia os estudantes
precisam do computador para estudos e trabalhos escolares. De acordo com o Center for Internet and Technology Addiction
(Centro que estuda o vício em internet e tecnologia), 80% do
tempo que uma criança gasta no computador não tem nada a ver com estudos. Colocar computadores, smartphones e outros dispositivos de jogos em
uma localização central da casa, e não a portas fechadas, permite monitorar
suas atividades. Aprenda a verificar o histórico de pesquisa do computador para
confirmar o que seus filhos tem visto e feito na Internet.
Estabelecer limites: é bom impor limites no tempo de utilização do
computador. As crianças são muitas vezes
incapazes de avaliar com precisão a quantidade de tempo que passam de jogo.
Além disso, eles são inconscientemente incentivados a permanecer no jogo. Estabeleça não mais que uma ou duas horas de tempo de
computador durante a semana. Usar firewalls, limites eletrônicos e bloqueios em
telefones celulares e sites da Internet pode ajudar.
Começar a conversar: Discuta o uso da Internet e jogos desde o
início com os seus filhos. Defina expectativas claras para ajudar e oriente em
uma direção saudável antes de um problema começar. Comunicação não significa
necessariamente uma conversa formal. Em vez disso, trata-se de dar ao seu filho
uma oportunidade de compartilhar seus interesses e experiências com você.
Conhecer seu filho: Se o seu filho está se dando bem no mundo
real, participando da escola, esportes e atividades sociais, então limitar o
jogo pode não ser tão importante. A chave, dizem os especialistas, é a
manutenção de uma presença em suas vidas e estar ciente de seus interesses e
atividades. Por outro lado, se você tem uma criança que já tem problemas de
raiva, é importante limitar jogos violentos.
Procure ajuda: Para alguns jovens, o jogo se torna uma
obsessão irresistível. Se o seu filho está mostrando sinais de vício em
videogames, procure ajuda. As opções de tratamento existem. Pode ser uma
terapia ou até mesmo uma intervenção familiar.
Mas, nem todos os jogos são
ruins. Jogos de vídeo game podem ajudar o cérebro de várias maneiras, tais como
percepção reforçada visual, melhoria da capacidade de executar várias tarefas
ao mesmo tempo, melhor processamento de informações. "De certa forma, o
modelo de jogo de vídeo é brilhante", diz Judy Willis, MD, da Academia
Americana de Neurologia (AAN), "Ele pode alimentar as informações para o
cérebro de uma maneira que maximiza o aprendizado", diz ela.
Agora, se o seu filho se recusa a deixar o jogo até para comer, começa a dormir tarde ou fazer as tarefas em tempo record para jogar, comece a se preocupar. Um não grande hoje, pode evitar problemas bem mais sérios no futuro.
ALGUNS COMPORTAMENTOS
QUE CARACTERIZAM O "VÍCIO" EM GAMES (JOGOS):
Somente um especialista
capacitado pode diagnosticar que alguém está “viciado em jogos”, mas existem
alguns sintomas comuns que devem ser considerados e que podem indicar um
problema:
1.
Passa muito tempo no computador ou vídeo game;
2.
Entra na defensiva quando confrontado sobre o problema;
3.
Perde a noção do tempo;
4.
Prefere passar mais tempo nos jogos que com amigos e familiares;
5.
Perde o interesse em atividades que antes eram importantes;
6.
Torna-se socialmente isolado, irritável ou rabugento;
7.
Estabelece uma nova vida social, apenas com amigos online;
8.
Negligencia trabalhos escolares e sofre para conseguir boas notas na escola;
9.
Gasta dinheiro em atividades inexplicáveis;
10.
Tenta esconder que passou algum tempo jogando.
Apesar disso, alguns
especialistas dizem que é difícil definir o “vício em jogos”. Enquanto uns
creem que isso pode ser um transtorno de ordem psicológica, outros acreditam
que é apenas parte de outros problemas de ordem psicológica e social. A versão
atual do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, DSM-V, afirma
que mais estudos precisam ser feitos antes incluir a "Disorder Gaming
Internet" (vício em jogos da internet).
Por trás do vício em games,
sempre podem existem causas psicológicas e sociais, além do prazer causado pelo
jogo. Nenhuma criança fica trancada num quarto 10, 12 horas sem que pais
"responsáveis" não percebam. Que criança ou jovem sai de casa a “caça
de Pokémon” sem que os pais saibam que saiu? Que criança ou jovem não tem hora
para voltar para casa? Claramente, aqueles que não tem uma vivência familiar ou
controle por parte dos pais e responsáveis. Se o problema é excesso de celular,
porque é que seu filho tem um celular? Por que uma pessoa fica viciada em
jogos? Porque na sua vida real não tem nada equiparado ao prazer e a satisfação
que um jogo proporciona.
Vamos olhar nossos filhos com mais atenção e buscar informações fidedignas, de médicos e psicólogos, cientistas, pessoas que
trabalham na área da tecnologia, que fazem estudos sérios a
respeito do assunto.
FONTES:
Paturel,
Amy M.S., M.P.H. Neurology Now. Centro Americano de Neurologia.
Academia Americana de Neurologia: Neurology Now: Junho / Julho de 2014 - Volume 10 - Número 3 - p 32-36
Um comentário:
Ótimo texto!
Só penso que estamos terceirizando tudo, até nossas responsabilidades.
Criança é criança!
Educando, amando e dando limites não tem vício certo.
Não sou mãe perfeita não, é só um desabafo por ver que está sendo mais fácil colocar culpa em tudo menos na criação que estamos dando(ou não) as nossas crianças
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