“A catequese educa para
a vida de comunidade, celebra o compromisso com Jesus” (DNC 41).
A catequese como
educação para a fé, além de aprofundar as orações transmitidas pelos pais,
busca na Palavra os ensinamentos para a vida, ensina a Doutrina e a Tradição da
nossa Igreja; e também tem como função educar
para a vida em comunidade. E a vida em comunidade é, em primeiro lugar,
celebrar a liturgia e fazer dela ação para o mundo que tanto necessita: praticando
a caridade e o amor pelo próximo.
Mas, como vamos
“ensinar” que a liturgia é parte integrante da fé quando as famílias não levam
seus filhos para celebrá-la? Na verdade, ensinamos PARA que a liturgia aconteça!
A essência da fé cristã na Igreja Católica é a própria Celebração Eucarística.
O problema talvez seja que estamos falando com as crianças quando deveríamos
estar falando com os adultos. E essa tem sido a grande preocupação da nossa
Igreja nos dias atuais: temos que re-evangelizar os adultos. No entanto, nos
poucos encontros que fazemos com os pais durante o ano, (dois ou três no
máximo), temos pouquíssimos pais presentes.
O que nos aproxima das coisas e dos
valores são as experiências que temos na infância - e a religiosa é uma delas,
no entanto, a maioria dos nossos pais não participa da catequese dos seus
filhos e nem os leva nas celebrações litúrgicas (missa). São os compromissos e
as atribulações da vida moderna comprometendo até mesmo o Domingo, que é o dia
a ser dedicado ao Senhor.
A Liturgia PRECISA
fazer parte da catequese. Precisamos “ensinar” Liturgia na catequese e a
celebração eucarística valoriza o processo de ensino da fé. Algumas coisas só
se aprende vivenciando: saber fazer em comum com os outros (celebrar); a saudação
ao outro; a acolhida; a capacidade de escutar; a atitude de dar e receber o
perdão; a atitude de expressar o agradecimento; a linguagem dos símbolos; o
comer fraternalmente com os outros; a experiência da celebração festiva, etc.
(DGC - n.º 25).
Claro que a Eucaristia é
mais do que isto, é a Celebração do Mistério de Cristo. Mas, a linguagem com
que as crianças vão celebrar e participar plenamente estão implícitos na sua
capacidade de “aprender” e o aprender na infância está estreitamente ligado ao
exemplo que se recebe dos adultos. Não se pode assim, ignorar os valores
antropológicos, pedagógicos e litúrgicos contidos numa celebração
religiosa.
Por mais que
“ensinemos a Eucaristia" numa sala de catequese, é a partir do que a
Igreja reza e celebra que se conhece e se desenvolve a fé. Quem fala da
“Eucaristia” é a própria Eucaristia. É o “mistério da fé”, que só será vivido
plenamente na maturidade de cada um, e jamais será maduro aquele que não viver
a experiência deste mistério.
Ângela Rocha
Catequista - Adm
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