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domingo, 18 de julho de 2021

ROTEIRO DE ENCONTRO: A ORAÇÃO DO PAI NOSSO

SUGESTÃO DE ROTEIRO ENCONTRO - CATECUMENATO DE ADULTOS OU PAIS 


AMBIENTE: Uma mesa com a Bíblia, cruz, vela acesa flores e uma imagem de Jesus orando. Uma imagem grande com a Oração do Pai Nosso que possa ser vista por todos. * Para encontro por meios digitais, colocar uma apresentação em powerpoint com a imagem de Jesus e com a oração do Pai Nosso.

ACOLHIDA: Sejam todos bem-vindos! Olhando para a imagem de Jesus vemos o quanto Ele, mesmo sendo o “Filho do Pai” tantas vezes buscava forças na oração. Peçamos a Jesus que nos ensine a ter este mesmo desprendimento e esta mesma vontade de “aprender” a falar com Deus. Vamos juntos rezar o Pai Nosso?

1ª PARTE – LEITURA BÍBLICA

Os discípulos sempre observavam que Jesus continuamente se recolhia para rezar... e assim, certo dia aproximaram-se e pediram-lhe para que os ensinasse a orar ao seu jeito. Nesse momento, Jesus ensinou-lhes o “Pai-Nosso”, não como uma fórmula para recitar de cor como se recita a tabuada, mas como modelo do que deve ser uma oração à maneira de Jesus.

Por não se tratar de uma fórmula para ser repetida de cor, é que o Pai-Nosso de São Lucas (Lc 11, 1-4) não é igual ao de São Mateus (Mt 6, 9-13), que é a que aprendemos a rezar costumeiramente.

Vamos acompanhar em nossas Bíblias as duas leituras?

 - FAZER AS DUAS LEITURAS BEM PAUSADAMENTE, prestando atenção nas diferenças.

Mateus 6,9-13

9 Portanto, orai desta maneira: Pai Nosso que estás no céu, santificado seja o teu nome, 10 venha o teu reino, seja feita a tua vontade na terra, como no céu. 11 O pão nosso de cada dia dá-nos hoje. 12 E perdoa-nos as nossas dívidas como também nós perdoamos aos nossos devedores. 13 E não nos submeta à tentação, mas livra-nos do maligno. (Bíblia de Jerusalém).

Lucas, 11, 2-4

2 Quando orardes, dizei: Pai, santificado seja o teu Nome; venha o teu Reino; 3 o pão nosso cotidiano dá—nos a cada dia; 4 perdoa-nos os nossos pecados, pois também nós perdoamos aos nossos devedores; e não nos deixes cair em tentação”. (Bíblia de Jerusalém)

 

Jesus rezou o Pai-Nosso de muitas maneiras sem se preocupar com repetir uma fórmula. Uma vez, sentindo-se feliz por ver como a gente simples compreendia e aceitava a sua mensagem, Jesus rezou um Pai-Nosso muito bonito e bastante diferente do outro Pai-Nosso que decoramos. Eis algumas palavras deste Pai-Nosso descritas pelo evangelho de Lucas (10,21-22):

“Naquele momento, ele exultou de alegria sob a ação do Espírito Santo e disse: Eu te louvo, ó Pai, Senhor do Céu e da Terra, porque ocultaste essas coisas aos sábios e entendidos, e as revelaste aos pequeninos. Sim, ó Pai, porque assim foi feito do teu agrado. Tudo me foi entregue por meu Pai, e ninguém conhece quem é o Filho senão o Pai, e quem é o Pai senão o Filho e aquele a quem o Filho o quis revelar. (Lc 10, 21-22).

Os evangelhos dizem que Jesus, quando acabava de falar às multidões retirava-se para um lugar isolado e, sozinho, falava com o Pai (Mt 14, 23).

Todas as horas e todos os lugares são bons para orar desde que nos possibilitem chegar ao mais íntimo do nosso coração, pois é aí que podemos encontrar um Deus sempre disponível para nós.

- Utilizar os textos abaixo como apoio para entender o conteúdo do encontro de forma que se compreenda a enorme “cumplicidade” da oração, demonstrada e ensinada por Jesus.


2. REFLEXÕES:

Fazer as reflexões sobre os textos abaixo e pedir que se faça uma leitura silenciosa. De preferência, disponibilizar os textos antes.

 

1.   JESUS BUSCAVA FORÇAS NA ORAÇÃO

Jesus orava sempre antes dos acontecimentos mais significativos da sua vida. Depois de ter sido batizado, diz São Lucas, Jesus começou a orar e eis que os Céus se abriram e o Espírito Santo desceu sobre Ele em forma de pomba. No mesmo instante ouviu-se a voz de Deus Pai dizendo: “Tu és o meu Filho muito amado no qual ponho o meu enlevo” (Lc 3, 21-22). 

Jesus fez o mesmo no momento de escolher os doze Apóstolos: retirou-se para uma montanha, diz São Lucas, e passou a noite em oração (Lc 6, 12-13). Também antes de perguntar aos discípulos qual o significado do Messias para eles, Jesus esteve em oração (Lc9, 18). 

Jesus é apresentado nos evangelhos como um verdadeiro modelo de oração. No momento em que se transfigurou sobre o monte Tabor, Jesus estava em oração, acrescenta São Lucas (Lc 9, 28-29). 

Na última noite da sua vida, ao se aperceber que os soldados do sumo-sacerdote o vinham prender para o matarem, Jesus também temeu. Isto passou-se no Jardim das Oliveiras. Nesse momento, começou a orar, falando com Deus Pai sobre o medo que estava a sentir. Depois pediu aos discípulos para orarem também, a fim de não caírem na tentação da fuga e da traição (Lc 22, 39-42). Finalmente, quando já estava pregado na cruz, Jesus ainda orou, pedindo a Deus Pai que perdoasse o pecado daqueles que projetaram a sua morte (Lc 23, 34). 

Os evangelhos apresentam Jesus como um homem que orava sempre, e de modo particular, quando tinha de tomar decisões ou enfrentar dificuldades. Jesus nunca entendeu a oração como um conjunto de Palavras carregadas de uma força mágica capaz de modificar Deus. Pelo contrário, procurava na oração a força necessária para ser fiel à vontade do seu Pai do Céu. 

A oração ajudava Jesus a ser fiel 

Jesus dizia que a sua felicidade estava em fazer a vontade do Pai que está nos Céus: “O meu alimento, é fazer a vontade daquele que me enviou e realizar a sua obra” (Jo 4, 34). Ou então: “Eu não procuro a minha vontade, mas a vontade de quem me enviou” (Jo 5, 30). 

Certo dia, enquanto falava às pessoas, Jesus disse: “Se alguém é temente a Deus e faz a sua vontade, a esse, Deus ouve” (Jo 9, 312). 

Ao ensinar os discípulos a orar, Jesus disse-lhes entre outras coisas para dizerem ao Pai: “Venha a nós o vosso Reino, faça-se a vossa vontade assim na terra como no Céu” (Mt 6, 10). A vontade de Deus em relação a nós é a nossa realização e felicidade. A oração, portanto, não é para modificar este querer de Deus em relação a nós, mas modifica a nossa maneira de ser, a fim de melhor podermos sintonizar com o querer de Deus. Mediante a oração, nós vamos descobrindo a vontade de Deus e ganhamos força para agir de acordo com o que é melhor para nós. 

Jesus não orava apenas por si, mas também pelos discípulos e pela humanidade. Isto quer dizer que a comunhão com Deus não nos afasta nunca da comunhão com os irmãos. Certo dia, Jesus disse a Pedro: “ Eu rezei por ti, Pedro, a fim de que a tua fé não vacile (Lc 22, 32). No Evangelho de São João aparece Jesus a orar pelos Apóstolos e por todas as pessoas que um dia, haviam de acreditar através da sua pregação (Jo 17, 9-16). 

Eis algumas palavras desta oração: “Pai, não peço apenas por eles (os discípulos), mas também por todos aqueles que irão acreditar em mim através da sua Palavra” (Jo 17, 20). 

Uma vez ressuscitado, Jesus ficou no Céu junto ao Pai. A Carta aos Hebreus diz que Jesus, agora, no Céu, continua a pedir por nós ao Pai e a enviar-nos o Espírito Santo (Heb 7, 25). 


2.   A ORAÇÃO DA NOVA ALIANÇA


Jesus não ensinou o Pai Nosso aos discípulos como uma fórmula para estes repetirem de cor e de modo completo. Ao ensinar o Pai-Nosso aos discípulos, Jesus apenas quis transmitir-lhes um conjunto de ensinamentos, a fim de ensiná-los a falar com Deus com critérios de Nova Aliança. 

Se Jesus quisesse ensinar uma fórmula para os discípulos repetirem de cor e de modo literal, estes tê-la-iam conservado tal qual Jesus a ensinou. Mas não foi isto que aconteceu, pois o Pai-Nosso de Lucas (Lc 11, 2-4) e o de Mateus (Mt 6, 9, 13) têm fórmulas diferentes, embora os seus conteúdos teológicos sejam idênticos. 

Ao apresentar o Pai-Nosso como critério para orar ao jeito da Nova Aliança, Jesus distanciou-se profundamente dos outros grupos judaicos. O termo “Abba”, Pai ou Papá, é original de Jesus. Nenhum judeu seu contemporâneo ousava utilizar este termo nas suas orações. Para a mentalidade judaica do tempo de Jesus, dirigir-se a Deus chamando-o de meu Pai era um comportamento sacrílego, pois não mantinha a distância que deve existir entre o Homem e Deus.  

Ao ensinar os discípulos a orar ao seu jeito, Jesus quis demarcar-se dos diversos grupos religiosos existentes, os quais afirmavam a sua identidade cultivando um jeito próprio de orar, a fim de se diferenciarem dos outros grupos. Tanto os fariseus como os saduceus, os essênios ou os discípulos de João Batista, os mestres ensinavam aos discípulos um modo de orar que fosse diferente, a fim de afirmarem a sua identidade. 

O evangelho de São Mateus diz que Jesus, ao ensinar o Pai-Nosso aos discípulos,  marca a diferença dele e dos seus discípulos face aos diferentes grupos existentes, bem como face aos pagãos (Mt 6, 5-8). Ao ensinar o Pai-Nosso aos discípulos, Jesus apenas quis ensinar os discípulos falarem com Deus Pai como um filho fala com um Pai muito querido. Mais tarde, o Espírito Santo ensinará os discípulos a dialogar com Jesus ressuscitado, falando com ele como um irmão dialoga com outro irmão: “O que pedirdes em meu nome eu o farei de modo que, no Filho, se revele a glória do Pai. Se me pedirdes alguma coisa em meu nome eu a farei” (Jo 14, 13-14). 

Com a apresentação do Pai-Nosso, Jesus ensina aos discípulos a dialogar com Deus do jeito de um diálogo familiar. No Pai-Nosso, Jesus ensina aos discípulos que o conteúdo da sua oração deve ser tudo aquilo que possa interessar a Deus e ao Homem. Estão presentes a vinda do Reino, o amor de Deus por nós, a nossa fragilidade e a necessidade de sermos ajudados para não cairmos na tentação. 

Ao ensinar o Pai-Nosso aos discípulos, Jesus quis ensiná-los a falar com Deus tal como ele falava com o seu Pai querido. Por outras palavras, o Pai-Nosso reúne um conjunto de critérios capazes de fazer que a oração dos discípulos se processe em forma de uma oração com sabor da Nova Aliança. 

São Paulo diz que todos os que se deixam conduzir pelo Espírito Santo são filhos e herdeiros em relação a Deus Pai e co-herdeiros em relação ao Filho de Deus (Rm 8, 14-17; Gl 4, 4-7). Por outras palavras, ao ensinar o Pai-Nosso aos discípulos, Jesus quis que eles se sentissem membros da Família de Deus. É como membros da Família que nós devemos dialogar com Deus. É o próprio Espírito Santo que nos convida a orar, introduzindo-nos no próprio diálogo de Deus com seu Filho.  

( Textos: Pe. Santos Calmeiro Matias)

 

3.   O SIGNIFICADO DO PAI NOSSO


A maneira de Jesus fazer oração dava aos seus discípulos vontade de rezar como ele. E, quando lhe disseram isso, Jesus rezou com eles. Chamou a Deus “Pai, e disse-lhe que queria viver de tal maneira que desse bom nome a Deus. 

É isso que significa “Santificado seja o Teu Nome”. O de Deus, não o nosso! O segredo é fazer de Deus a questão mais importante da vida. Depois, Jesus disse ao Pai que o seu maior desejo era que o Reino de Deus chegasse a nós e se cumprisse entre nós: Venha o Teu Reino!

Não é simplesmente um pedido, mas sim um consentimento e uma disponibilidade para colaborar nesse Reinado de Deus. 

Por outras palavras: fazer a vontade de Deus e pôr o mundo como Deus gosta. Viver como Deus manda! 

Jesus continuou a oração dizendo ao Pai que confiava nele, inteiramente, em todas as dimensões da vida e todos os dias. É isso que significa “Dá-nos a cada dia o Pão de que precisamos. 

Por confiar em Deus, que é Pai Bom, não vivemos para ajuntar nem nos deixamos levar por nenhuma espécie de ganância. Jesus rezou ainda para ter limpo o coração e a mente: o coração limpo de ressentimentos, e a mente limpa de tentações. 

Podemos contar com a força do Espírito Santo, que Deus derramou nos nossos corações, para nos ajudar a perdoar e a deixarmo-nos perdoar, e também para sermos inteligentes e fortes diante da tentação para não fazermos o que Deus não gosta. 

Jesus não nos ensinou uma fórmula de oração, mas uma maneira de nos dirigirmos a Deus. Jesus não disse aos discípulos, “quando vocês rezarem digam isto”. O que está no evangelho é “quando vocês rezarem digam assim”. O Pai Nosso é um jeito de nos dirigirmos a Deus. É o estilo da oração de Jesus, não é a fórmula que Jesus nos deu. 

Por outras palavras, o que Jesus nos ensinou quando rezou assim com os primeiros discípulos, foi a dirigirmo-nos a Deus como filhos muito queridos a um Pai Bom. E, como filhos, a dizer ao Pai que pode contar conosco, e a confidenciar-lhe que também contamos com Ele. O Pai de Jesus e Pai Nosso é de fiar. Rezamos isso: Deus é de confiança! E rezamos para que nós sejamos também. 

(Pe. Rui Santiago – CER da cidade de Porto –Portugal).

 

* * * * * * *

ORAÇÃO FINAL:

Vamos, como Jesus, buscar na oração, a força e o amor de Deus por nós, REZANDO  a Oração pela Família... 

Oração da Família (Exortação “Alegria do Amor” do Papa Francisco).

 Jesus, Maria e José, em Vós contemplamos

o esplendor do verdadeiro amor, confiantes, a Vós nos consagramos.

Sagrada Família de Nazaré, tornai também as nossas famílias
lugares de comunhão e cenáculos de oração, autênticas escolas do Evangelho e pequenas igrejas domésticas.

Sagrada Família de Nazaré, que nunca mais haja nas famílias episódios de violência, de fechamento e divisão; e quem tiver sido ferido ou escandalizado seja rapidamente consolado e curado.

Sagrada Família de Nazaré, fazei que todos nos tornemos conscientes
do carácter sagrado e inviolável da família, da sua beleza no projeto de Deus.

Jesus, Maria e José, ouvi-nos e acolhei a nossa súplica.

Amém! 

Pai nosso que estais no céu....

 

Um texto para “olhar” depois do encontro:

 

AQUELE “OLHAR”...


A maneira de Jesus fazer oração dava aos seus discípulos vontade de rezar como ele. E, quando lhe disseram isso, Jesus rezou com eles. Chamou a Deus “Pai” (Abba), e disse-lhe que queria viver de tal maneira que desse bom nome a Deus. É isso que significa “Santificado seja o Teu Nome”. O de Deus, não o nosso! O segredo é fazer de Deus a questão mais importante da vida.

Depois, Jesus disse ao Pai que o seu maior desejo era que o Reino de Deus chegasse a nós e se cumprisse entre nós: “Venha o Teu Reino!” Não é simplesmente um pedido, mas sim um consentimento e uma disponibilidade para colaborar nesse Reinado de Deus. Por outras palavras: fazer a vontade de Deus e pôr o mundo como Deus gosta. Viver como Deus manda! 

Jesus continuou a oração dizendo ao Pai que confiava nele, inteiramente, em todas as dimensões da vida e todos os dias. É isso que significa “Dá-nos a cada dia o Pão de que precisamos”. Por confiar em Deus, que é Pai Bom, não vivemos para ajuntar coisas nem nos deixamos levar por nenhuma espécie de ganância. 

Jesus rezou ainda para ter limpo o coração e a mente: o coração limpo de ressentimentos, e a mente limpa de tentações. Podemos contar com a força do Espírito Santo, que Deus derramou nos nossos corações, para nos ajudar a perdoar e a deixarmo-nos perdoar, e também para sermos inteligentes e fortes diante da tentação para não fazermos o que Deus não gosta.

 

(Pe. Rui Santiago)

 

Organizado por: Ângela Rocha

Um comentário:

LK disse...

Muito bom, me ajudou muito! Estou preparando encontros para meus catequizandos que irão receber o Pai nosso na Igreja