Estou aqui me debatendo com um assunto deveras preocupante: Um amigo me
pediu sugestões de formação para que conseguisse tocar numa "ferida"
bem aberta nossa: a falta de comprometimento e engajamento de muitos
catequistas com a missão.
E
acho que nem preciso me aprofundar muito no que seria isso. O catequista não engajado e não comprometido é aquele que está lá, na catequese - LÁ... mesmo: na
sala... sair pra um passeio, uma visita, nem pensar! - só na hora do encontro e
quando muito na missa do final de semana (fica feio não ir!). Além disso ele
está acima da necessidade de formação e de comparecer em reuniões: Sabe tudo! E
não precisa saber de recado nenhum e nem planejamento nenhum, porque é ele com
ele mesmo, e basta.
Como
sei disso? Ora, o que acham de um grupo na rede social com 2.277 pessoas, todas
envolvidas diretamente na catequese, cujos participantes ativos,
"ativos" mesmo, que curtem, comentam, aparecem, questionam,
discutem... Não passam de 200?
Recebemos
muitos pedidos de adesão ao nosso grupo no Facebook. Toda semana são de 100 a
150 pedidos. E tem gente que – pasmem! - faz parte de mais de 200 outros
grupos!!! Como interagem, não faço a menor ideia. Para estes, os grupos de
catequese na internet são "paginas amarelas" onde se busca roteiro de
encontro. De preferência descrito em suas minúcias e com molde e desenho até da
disposição das cadeiras no encontro. Será que são catequistas comprometidos? Ou meros "reprodutores" de conteúdo?
Mas,
voltando aqui para a nossa discussão sobre falta de comprometimento... O que
será que poderíamos fazer e falar para estes catequistas? Isso se eles fossem
numa formação...
Pela
minha experiência de palestras por aí eu diria que "falar", palestrar
ou discorrer um tema, seja ele qual for; é perder o verbo, o substantivo, o
pronome e tudo que diga respeito a linguagem. Quando a pessoa que nos escuta,
NÃO ESTÁ CONVERTIDA, pode se falar a vontade! Entrará por um ouvido e sairá
pelo outro...
MAS,
COMO??? Catequista não convertido? Pode? Isso mesmo gente! Existe as pencas!
Não temos católicos de ocasião aos punhados? Podem acreditar que temos
catequistas também! As coordenadoras e coordenadores dos grupos de catequese
vão ratificar isso, tenho certeza.
E
como entender isso? Parece que algumas pessoas se engajam na religião por questões
puramente "sociais". A Igreja é um lugar que o "pessoal
frequenta". É como frequentar um clube. É meio chato não ir ao clube com
as amigas ou amigos, não é? Ah! E tem no meu grupo de amigas, algumas que se
reúnem toda semana para jogar canastra (buraco, pontinho, tênis, sei lá...).
Não posso deixar de participar disso também! E como é um "clube", que
frequento socialmente, se aparecer um passeio mais interessante ou uma viagem
para o dia do jogo, posso muito bem cancelar o desta semana, não posso?
Nada
ver com o encontro semanal de catequese, né gente?
E
assim, meus queridos, nos aparecem catequistas às vezes... Cujo
entendimento da catequese é esse: um evento social onde comparecem porque fica
"bem para a imagem" e onde não vão se o "horário do salão"
ou aniversário de alguém, coincidir com o compromisso semanal. Estes
são os (as) não engajados e não comprometidos.
Devemos excluir de vez estes
catequistas? Claro
que não! Alguma formação eles (elas) tem, algum preceito católico, mesmo que
seja lá no fundo, estas pessoas possuem. Falta "provocar" isso,
trazer pra fora. Mostrar que há um mundo "novo" a se conhecer. São
pessoas pra gente "evangelizar". Somos da Igreja da Esperança!
Vamos
a solução? Qual?
Vamos
fazer INICIAÇÃO CRISTÃ com nossos catequistas não comprometidos. Simples, muito
simples! Vamos mostrar que existe uma "pessoa" que está doida
pra encontrá-la: JESUS! Vamos marcar um encontro?
Ah, sim... Se
não fosse tão complicado... "Justo
quando tenho aniversário do primo do cunhado da minha irmã pra ir!"
Ângela
Rocha
Catequista
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