A
Santíssima Trindade é um dogma da Igreja, ratificado pelo IV
Concílio de Latrão em 1215. Ou seja, é uma “lei” da Igreja, uma convenção, por
assim dizer. Está no CIC (Catecismo da Igreja Católica), no número 253 e
seguintes.
Alguém
me perguntou como eu explicaria a Trindade. É difícil explicar a Trindade.
Tarefa enorme e, por vezes, difícil de cumprir. Acho que seria assim...
Tento
explicar do "meu jeito", usando aquilo em que acredito. Pode até,
nem ser o melhor jeito, ainda estou em busca da “suprema” compreensão. Quem
sabe quando eu me encontrar lá com o criador.
Mas
eu explico a minha crença da seguinte maneira:
Deus
para mim é uma visão de PAI/MÃE, Aqueles que nos protegem, nos afagam, nos amam
acima de qualquer coisa e a quem devemos respeito e pedimos socorro nos
momentos de perigo. O Pai ou a mãe nunca se eximem de cuidar de seus filhos. E
nesse "cuidar" eu diria até mesmo que é deixar que cometamos erros
para um aprendizado maior.
Jesus,
o Filho, é o lado humano de Deus. Ele se explica pela necessidade desse
“Pai” também ser "humano", por isso Ele veio aqui e viveu como nós.
Ele nos entende, sentiu fome, frio, sede, dor... teve todos os sentimentos que
nós temos. Sofreu na carne chagas horríveis. Por isso nos compreende, nos
abraça e chora conosco. É o irmão mais velho que nos orienta no melhor
caminho. E provou que, mesmo humanos, somos capazes de dar TUDO pelo
outro.
O
Espírito Santo, talvez seja o mais complicado de se explicar. Eu até gosto de
chamá-lo só de "Espírito de Deus". Isso me lembra cor, luz, energia,
beleza, vontade. Isso está em mim. Não dá para ver, não dá para tocar, nem
sequer imaginar a textura que poderia ter. O Espírito de Deus me
"envolve" e ao mesmo tempo "mora" em mim. Mora na criação,
mora em todas as coisas belas que Deus criou. Somos NÓS o "Espírito
de Deus". O Espírito Santo é o nosso lado "divino", que está
dentro e fora ao mesmo tempo. Afinal, o que faz com que, um ser humano, sofra a
mais profunda dor, como a de perder um filho e, mesmo assim, consiga se
levantar da cama o resto dos seus dias? É o "Espírito de Deus" em
nós!
E
no Espírito está Deus, o Pai, e está o Filho, Jesus, seu lado humano.
Assim eles são Três e ao mesmo tempo UM!
É muito difícil explicar a fé. Tentei várias
vezes. E por mais que eu tente parece que não consigo explicar direito. Acabo
fracassando no final. Porque a fé é um mistério... não um mistério para ser “desvendado”,
mas, um mistério para ser “sentido”, experimentado fora do domínio racional. Talvez
seja essa “mistagogia”, esse mistério, que nos faz perseverar. A fé não se
explica: Sente-se. Pronto. É uma coisa de "conversão" e de anúncio
mesmo. Um "mistério" em toda a magnitude da palavra.
Quando
eu fico triste, desanimada, desesperada, com medo... Parece que sinto o afago
de Deus em mim. Sinto a ação do seu Espírito, sinto Jesus caminhando do meu
lado. Sei que muitas vezes Ele não pode evitar a minha dor, mas meu consolo é
que Ele é que enxuga minhas lágrimas, me pede paciência, me pede amor no
coração e insiste para que eu não desista.
Não
sou perfeita, não passo nem perto disso, aliás! Estou me construindo
ainda, aos poucos, sou amadora demais ainda. Mas no que eu posso, eu tento
transmitir tudo de bom que Deus tem me sussurrado ao ouvido.
Ângela
Rocha
Catequista
Aos Catecúmenos de
Constantinopla, São Gregório Nazianzeno, denominado também "o
Teólogo", confia o seguinte resumo da fé trinitária:
“Antes de todas as coisas, conservai-me este bom
depósito, pelo qual vivo e combato, com o qual quero morrer, que me faz suportar
todo os males e desprezar todos os prazeres; refiro-me à profissão de fé no Pai e no Filho e no Espírito Santo. Eu a
confio a vós hoje. É por ela que daqui a pouco vou mergulhar-vos na água e vos
tirar dela. Eu a dou como companheira e dona de toda a vossa vida. Dou-vos uma
só Divindade e Poder, que existe Una nos Três, e que contém os Três de uma
maneira distinta. Divindade sem diferença de substância ou de natureza, sem
grau superior que eleve ou grau inferior que rebaixe... A infinita conaturalidade
é de três infinitos. Cada um considerado em si mesmo é Deus todo inteiro...
Deus os Três considerados juntos. Nem comecei a pensar na Unidade, e a Trindade
me banha em seu esplendor. Nem comecei a pensar na Trindade, e a unidade toma
conta de mim!”.
(CIC, 256).
Nenhum comentário:
Postar um comentário