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segunda-feira, 30 de maio de 2016

APENAS COORDENADORES E NÃO “DONOS” DA CATEQUESE

A coordenação é uma ‘cooperação’, uma ação em conjunto, de corresponsabilidade conforme os diversos ministérios.

Coordenadores de catequese não são donos do “campinho”, mas parte integrante de um processo comunitário. Muitos parecem não saber disso e agem como se fossem chefes de uma empresa e não líderes: não discutem, não aceitam sugestões de melhorias, são intolerantes com os mais novos, não exercitam a democracia e se perpetuam na função sem abrir espaço para outras lideranças.

Coordenadores que exercitam sua missão dessa forma impedem o crescimento e o surgimento de outras lideranças. Pior do que isso, acabam afastando as que estão trabalhando.

Em vez de estimuladores, são desmotivadores, pois estão sempre contra as ideias novas e nem se quer estimulam a construção conjunta dos desafios para a catequese.

Observem o que diz o Diretório Nacional de Catequese sobre a importância da coordenação:

“A coordenação é uma ‘cooperação’, uma ação em conjunto, de corresponsabilidade conforme os diversos ministérios. Jesus é a fonte inspiradora da arte de coordenar. Ele não assumiu a missão sozinho. Fez-Se cercar de um grupo e com este grupo foi criando a Sua comunidade. Em Jesus, o ministério da coordenação e animação caracteriza-se pelo amor às pessoas, e pelos vínculos de caridade e amizade. Ele conquista confiança e delega responsabilidades. Coordenar é missão de pastor, que conduz, orienta, encoraja catequistas e catequizandos para a comunhão e participação, para a solidariedade e para a transformação da realidade social. Requer um trabalho de equipe, pois é um serviço representativo da comunidade, dos catequistas e das famílias. Reveste-se de um mística do exercício da função de Cristo Pastor. É gerar vida e criar relações fraternas, abrindo espaço para o diálogo, a partilha da vida, a ajuda aos que necessitam de presença, de incentivo e compreensão. Não é uma função, mas uma missão que brota da vocação batismal, de servir e animar. Através da coordenação, o projeto de catequese avança, cria relações fraternas, promove a pessoa humana, a justiça e a solidariedade. A catequese não pode ser considerada uma empresa que visa à produtividade, ao lucro, a eficiência e à execução fria das leis de mercado. Entretanto poderá incorporar as conquistas das ciências modernas, como maior eficiência no método, no uso do tempo, na qualidade de vida e no aproveitamento dos recursos. A palavra-chave desse ministério é articulação.”

Repetindo alguns tópicos:
  • A coordenação é uma “cooperação”, de corresponsabilidade;
  • A ação inspiradora é Jesus;
  • Requer um trabalho em equipe;
  • Cria relações fraternas;
  • Abre espaço para o diálogo;
  • Não é função, mas uma missão;
  • Promove a pessoa humana, a justiça e a solidariedade;
  • Cerca-se do grupo;
  • Conquista confiança e delega responsabilidades;
  • Não é uma tarefa fácil ser coordenador de catequese;
  • Não podemos pecar pelo excesso de moralismo, centralismo de poder e pela antipatia no relacionamento com as pessoas e com a comunidade;
  • Não somos donos da catequese;
  • O coordenador é parte de um todo e deve procurar exercitar a humildade como qualquer outra pessoa;
  • Também necessita de uma formação adequada, não apenas teológica, mas de conduta e relacionamento com as pessoas;
  • Um coordenador de catequese precisa saber respeitar a opinião dos outros;
  • Um coordenador de catequese não precisa ser um “banana” que aceita tudo, mas apenas basear-se na ação inspiradora de Jesus Cristo;
  • A ação de Jesus não admite soberba e muito menos individualismo;
  • Coordenador de catequese que não consegue viver e partilhar experiências com o grupo não pode coordenar. 

Alberto Meneguzzi
Jornalista, relações públicas e catequista.
Autor dos livros Paixão de anunciar e Missão de anun­ciar, publicados pela Paulinas Editora.


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