Há uma paz e uma alegria
enorme em se colocar em oração. E nem sempre conseguimos fazer com que nossas
crianças consigam fazer essa meditação e esse "encontro" com Deus na
Oração. Primeiro que eles são por demais inquietos e são absolutamente
incapazes de ficar imóveis por mais que dois minutos e entrar em abstração...
Não é característica da idade e nem do interesse "vivo" que eles têm
pelas coisas. São necessárias imagens, sons e movimentos. É assim que se
caracteriza o aprendizado na primeira e segunda infância.
E ao entrar na adolescência,
não é diferente, o mundo entra em ebulição. O jovem sente necessidade de estar
sozinho e ao mesmo tempo não consegue viver sem o "grupo". Ele
precisa entender as mudanças internas e ao mesmo tempo se adequar ao mundo
externo, a um outro mundo que se desdobra ao seu redor. Um mundo que exige dele
postura e "responsabilidade". Isso quando ele nem sabe ainda o que
fazer com seus hormônios...
Mas é preciso que oremos na
catequese. É preciso despertar nestes jovens a necessidade de se estar "a
sós" consigo mesmo e com Deus.
A experiência de oração
Inaciana é muito útil neste ponto. Muitas vezes não consigo fazer uma oração no
encontro de catequese. Não há "espírito" e nem "clima". A
recitação mecânica do Pai Nosso ou da Ave Maria, não satisfaz a necessidade de
"repouso" de nossas mentes e coração. E eu já encontrei catequistas
que usam a oração como um "cala boca"
quando as crianças se mostram inquietas e loquazes. E no meio da bagunça,
dá-lhe um "Pai Nosso que estais no
céu...". As crianças vão aos poucos aderindo ao "palavrório"
e se faz silêncio. Mas será essa uma oração verdadeira? De escuta e de
meditação? Ou será só uma distração momentânea daquilo que é do interesse deles
no momento?
Para rezar é preciso preparar
o corpo e a alma, fazer alguns “exercícios” de relaxamento pode ajudar, mesmo
que as crianças não sejam lá muito adeptas ao “relaxamento”. Claro que é
necessária uma certa adaptação, mas tenho sentido que nos encontros, quando uso
algo parecido com o roteiro abaixo, as orações ficam um pouco mais verdadeiras.
- Peço para que todos,
sentadinhos mesmo, coloquem os dois pés firmemente no chão e fechem os olhos...
- Coloquem as mãos nos joelhos... respirem
fundo... uma, duas, três vezes...
- Sintam a energia de vocês,
que vem lá da ponta dos pés, subindo, subindo... agora está nos joelhos...
subindo pelo estomago, pelas mãos... sinta chegar ao coração, aos pulmões... aos
ombros... e sinta todo o peso sair deles...
- Sinta... você está leve...
respire fundo, pausadamente... Levante as mãoes... pressione um pouquinho os
polegares contra os ouvidos, escute a sua respiração... o silêncio do seu
coração...
- Agora, ainda de olhos
fechados, baixe as mãos...
- Vamos levar Deus aos
nossos pensamentos, contar a ele o que vai em nossos corações, nossos medos,
nossas culpas... vamos pedir perdão... e pedir a Jesus que nos ajude a ser
melhor... e Ele perdoa... e nos dá essa graça e afirma que não nos abandonará
nunca!
- Agora agradeça e lembre de
tudo de bom que Deus colocou em sua vida e louve, louve silenciosamente a Deus,
agradeça o dom da vida... e bem devagar, saboreando cada palavra, sentindo cada
frase, vamos rezar o Pai Nosso.
Pai
Nosso, que estais no céu...
- Agora, bem devagar,
abrindo os olhos, esticando os braços, espreguiçando, levantando... remexendo
tudo e dando aquele sorriso... Vamos lá? Vamos fazer um encontro maravilhoso?
Ângela Rocha
Catequistas
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