E
muito se fala sobre Coelho da páscoa, ovos de páscoa... Críticas daqui e dali,
mas, o fato é que eles estão aí fazendo sucesso há séculos.
E
vem aquela pergunta de sempre? De onde
vem essa história? Os coelhos não põem ovos obviamente, mas, os dois estão
ligados à tradição pascal.
E
há uma verdadeira “salada” de explicações para esta tradição.
Dizem
que o ovo é uma tradição antiga que surgiu antes de Cristo, com a
festa do fim do inverno na Europa. Quando a Páscoa cristã começou a ser celebrada,
os cristãos passaram a ver no ovo um símbolo da ressurreição de Cristo. Naquela
época, as pessoas trocavam ovos de galinha decorados. A tradição dos ovos
de chocolate começou na França e, a partir do século XIX, e os ovos doces
tomaram conta da comemoração.
A
tradição do coelho da Páscoa é mais recente, se comparada à do ovo. O
costume surgiu no século XVI, na Alemanha. O animal foi associado à Páscoa
porque se reproduz rapidamente e simboliza fertilidade e vida nova.
A
celebração da morte e ressurreição de Cristo é um momento especial para que os
cristãos reflitam sobre o significado da vida e do sacrifício daquele que fundou
a nossa Igreja. Contudo, muitos não conseguem visualizar qual a relação
existente entre essa celebração de caráter religioso com o hábito de se
presentear as pessoas com ovos de chocolate.
Para
responder a essa pergunta, precisamos voltar no tempo em que o próprio
cristianismo estava longe de se tornar uma religião. Em várias antigas culturas
espalhadas no Mediterrâneo, no Leste Europeu e no Oriente, observamos que o uso
do ovo como presente era algo bastante comum. Em geral, esse tipo de
manifestação acontecia quando os fenômenos naturais anunciavam a chegada da
primavera, lembrando renascimento, vida, fertilidade.
A entrada destes
símbolos para o conjunto de festividades cristãs aconteceu no Concilio de
Niceia, com a preocupação da Igreja em ampliar o cristianismo por meio da
adaptação de algumas antigas tradições e símbolos religiosos a eventos
relacionados às ideias cristãs.
No
auge do período medieval, nobres e reis de condição mais abastada costumavam
comemorar a Páscoa presenteando os seus com o uso de ovos feitos de ouro e
cravejados de pedras preciosas. Até que chegássemos ao famoso (e bem mais
acessível!): Ovo de chocolate, foi necessário o desenvolvimento da culinária e,
antes disso, a descoberta do continente americano (cacau).
Ao
entrarem em contato com os maias e astecas, os espanhóis foram responsáveis
pela divulgação desse alimento sagrado no Velho Mundo. Duzentos anos mais
tarde, os franceses tiveram a ideia de fabricar os primeiros ovos de chocolate.
Depois disso, a energia desse calórico extrato retirado da semente do cacau
também reforçou o ideal de renovação sistematicamente difundido nessa época.
Agora,
sobre o “acessível” ovo de chocolate, temos a dizer que ele quase se assemelha
aos ovos de ouro do período medieval. Nesta páscoa de 2017, o quilo do Ovo da
Kinder Ovo, custa em torno de R$ 400,00
Enfim,
ultimamente tem-se feito uma “campanha” para que, religiosamente, se substitua o
“coelhinho” de páscoa, pelo “cordeirinho”, que seria a representação de Cristo.
No entanto, a campanha falha quando se trata de, na verdade, trocar somente a “embalagem”
e ainda continuar presenteando as crianças com doces e chocolate. Nada de combater
o consumismo e os excessos. Jejum é para a sexta-feira. No domingo, com
coelhinho ou cordeirinho, ainda se consome muito chocolate, para a felicidade
da indústria.
Ângela
Rocha
Catequistas
em formação
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