Apesar das nossas dificuldades
(no que toca à oração ficamos quase sempre na infância da Fé), a oração é
fundamental para alimentar a vida cristã. A oração é a respiração da vida
espiritual. Não é possível crescer espiritualmente sem sermos introduzidos num
dinamismo como o da respiração, no seu ritmo de inspiração- expiração. Por
outras palavras: acolhimento e partilha.
Seria totalmente errado pensar
que a oração faz com que Deus nos substitua. Deus nunca nos substitui. Está conosco
sempre, mas não está nunca em nosso lugar. Quando rezou o “Pai Nosso”, Jesus
ensinou-nos a pedir o pão para cada dia (Mt 6, 11), mas isto não significa que
nos tenha ensinado a cruzar os braços. O Apóstolo Paulo, por exemplo, diante de
algumas coisas que aconteciam na comunidade de Tessalonica, disse aquela frase
que acabou por ficar famosa: “Quem não
trabalhar também não coma!” (2Ts 3, 10).
Mas, ao mesmo tempo, seria
totalmente errado pensar que a oração não tem impacto real na nossa vida e é
apenas um acessório religioso “para quem
tem tempo para essas coisas”. É uma pena que a maior parte dos cristãos nunca
consiga encontrar tempo para interromper um o ritmo do seu dia e conversar com
Jesus, como quem “faz uma chamada”, como quem liga só para dizer olá ou para
contar como está correndo o dia. Se nos treinássemos a conversar intimamente
com Deus, a nossa Fé ia amadurecer, a nossa Esperança ia tornar-se mais
robusta, e o nosso Amor ia ganhar qualidade.
Porque toda a nossa vida ganha
quando convivemos com as pessoas certas. Jesus está ao nosso alcance, é mais
familiar e próximo do que estamos habituados a pensar, e Deus é mais íntimo a
nós do que nós próprios!
“Quando eu for levantado da terra atrairei tudo a mim”, disse Jesus
(Jo 12, 32). Este é o segredo: deixarmos-nos ser atraídos, deixarmo-nos levar,
aproveitarmos as ocasiões para o conhecermos melhor. Porque é impossível
conhecê-lo de verdade e não se apaixonar por ele!
Rui Santiago, cssr
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