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sexta-feira, 21 de abril de 2017

HOMILIA: 2º DOMINGO DE PÁSCOA




Um domingo prolongado é o que vivemos nesta semana até chegar na grande oitava de Páscoa. Este dia é muito importante: de domingo a domingo vivemos uma oitava, uma semana que não tem fim, como será na eternidade… É também conhecido como domingo da misericórdia, embora isso seja secundário liturgicamente falando.

Jesus ressuscitou, fez sua Páscoa. O importante agora é que a Páscoa (=passagem) aconteça em nossa existência e em nosso coração. A Vigília Pascal nos ajudou com os símbolos: da escuridão para a luz, da morte para a vida (pela água batismal).

Hoje, o Senhor nos convida para que realizemos a passagem do medo para a coragem. Ao anoitecer daquele dia, diz-nos o Evangelho, estando fechadas as portas do lugar onde se achavam os discípulos por medo das autoridades judaicas, Jesus entrou. Ficou no meio deles e disse: “A paz esteja com vocês.” Os discípulos, ainda temerosos, ficaram felizes por verem o Senhor.
Estenda a sua mão, toque nas minhas chagas… Não seja incrédulo…

Muitas vezes nos encontramos temerosos. Mesmo sem viver a perseguição, a insegurança dos discípulos, a nossa existência é repleta de inseguranças, de medos que nos imobilizam. Diante do medo, Jesus oferece a sua paz. Não é a paz do mundo, não é uma anestesia psíquica como fazem os ansiolíticos, nem tampouco a ausência de problemas. A paz que ele oferece é a certeza da vitória, a certeza de que Ele, o Senhor Ressuscitado caminha ao nosso lado, não nos abandona.

A certeza de que o shalom dele não é uma realidade para depois da morte, mas já está garantido e antecipado para o aqui e agora.
Uma outra passagem deve acontecer: a passagem da descrença para a fé. Tomé não acreditou no testemunho dos apóstolos, queria ver as marcas, tocar nas chagas.  Jesus diz: “Estenda a sua mão e toque o meu lado. Não seja incrédulo, mas tenha fé.” “Você acreditou porque viu? Felizes os que acreditaram sem ter visto.”
Estamos também nós na mesma posição de Tomé. Também nós não vimos, mas acreditamos. Será que acreditamos? Há o risco de que nossa fé se torne limitada, uma busca vazia por sinais, um sentimentalismo barato, uma fé epidérmica, que vale mais pelo espetáculo do que pela convicção. Se vivemos em tempos de grande religiosidade, não podemos falar o mesmo a respeito da fé.


Crer no Ressuscitado, na sua ação, no Espírito que Ele nos envia é a nossa alegria. Sim, Ele continua vivo, aqui e agora: “Ele está no meio de nós”. Seu Espírito não deixa de soprar e nos impulsiona para vivermos na sua graça. “A paz esteja com vocês!”
Pe. Roberto Nentwig


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