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sexta-feira, 27 de novembro de 2020

REFLEXÃO DO EVANGELHO: 1º DOMINGO DO ADVENTO

Imagem: CEBI.org

Uma Igreja Desperta

(Marcos 13,33-37)

Jesus está em Jerusalém, sentado no monte das Oliveiras, olhando para o Templo e conversando confidencialmente com quatro discípulos: Pedro, Santiago, João e André. Vê-os preocupados por quererem saber quando chegará o fim dos tempos. A Ele, pelo contrário, preocupa como viverão seus seguidores quando já não o tenham entre eles.

Por isso, uma vez mais, mostra-lhes sua inquietude: “Olhai, vivei despertos”. Depois, deixando de lado a linguagem aterradora dos visionários apocalípticos, conta-lhes uma pequena parábola que passou quase inadvertida entre os cristãos.

“Um senhor foi de viagem e deixou a sua casa”. Mas, antes de ausentar-se, “confiou a cada um dos seus criados a sua tarefa”. Ao se despedir, apenas lhes insistiu numa coisa: “Vigiai, pois não sabeis quando virá o dono da casa”. Que, quando venha, não vos encontre a dormir.

O relato sugere que os seguidores de Jesus formarão uma família. A Igreja será “a casa de Jesus” que substituirá “a casa de Israel”. Nela, todos são servidores. Não há senhores. Todos viverão esperando o único Senhor da casa: Jesus, o Cristo. Nunca devem esquecê-lo.

Na casa de Jesus ninguém deve permanecer passivo. Ninguém deve sentir-se excluído, sem responsabilidade nenhuma. Todos são necessários. Todos têm alguma missão confiada por Ele. Todos estão chamados a contribuir para a grande tarefa de viver como Jesus. Ele viveu sempre dedicado a servir o reino de Deus.

Os anos irão passando. Manter-se-á vivo o espírito de Jesus entre os Seus? Continuarão a recordar o Seu estilo a serviço dos mais necessitados e desamparados? Irão segui-Lo pelo caminho aberto por Ele? Sua grande preocupação é que sua Igreja possa adormecer.

Por isso insiste até três vezes: “Vivei despertos”. Não é uma recomendação aos quatro discípulos que o estão a escutar, mas um mandato aos crentes de todos os tempos: “O que vos digo a vós digo-o a todos: velai”.

O traço mais generalizado dos cristãos que não abandonaram a Igreja é seguramente a passividade. Durante séculos temos educado os fiéis para a submissão e a obediência. Na casa de Jesus, só uma minoria se sente hoje com alguma responsabilidade eclesial.

Chegou o momento de reagir. Não podemos continuar a aumentar ainda mais a distância entre “os que mandam” e “os que obedecem”. É pecado promover o descontentamento, a mútua exclusão ou a passividade. Jesus deseja ver-nos a todos despertos, ativos, colaborando com lucidez e responsabilidade no seu projeto do reino de Deus.

 

José Antônio Pagola

Padre Jesuíta espanhol

Passeando às margens do lago (em Cafarnaum) e contemplando o nascer do sol todas as manhãs, eu me encontrei com Jesus. Não me esqueci de que, ao pôr do sol, Jesus contemplava o Pai que faz surgir o sol tanto sobre os bons, quanto sobre os maus."

 

Fonte:

https://cebi.org.br/reflexao-do-evangelho/reflexao-do-evangelho-uma-igreja-desperta/ (Publicado no Instituto Humanitas em  01/12/2017).

 

UMA REFLEXÃO SOBRE VIGIAR E ORAR

Imagem: CEBI.org

Um exemplo do que significa “Vigiar e Orar” no coração de mulheres de fé

“Vigiai e Orai” (Mc 13, 33)

Elaine Neuenfeldt

Esta é uma fórmula que fica guardada na memória ao ler este texto bíblico. Estar atentos combinado com a oração. É esta a principal mensagem do que se guardou na memória em relação a este texto. E muitas vezes já se afirmou que oração sem ação ou igualmente ação sem oração se torna vazio de sentido na prática cristã.

O texto do evangelho de Marcos a ser refletido no primeiro domingo de Advento reflete uma linguagem apocalíptica, ou um jeito de dizer profecia em tempos de perseguição e perigo. O contexto do texto na época reflete o período conturbado da destruição do Templo de Jerusalém pelos romanos e a subsequente perseguição, morte e violência sofrida neste período. Vigiar constantemente, em todos os momentos – à tarde, à meia-noite, ao cantar do galo, pela manhã engloba todas as horas do dia. Não há tempo de deixar cair a guarda, de cochilar. Estas são recomendações que se encaixam no período litúrgico celebrado: o Advento. Advento é tempo de espera, de esperança; mas não uma espera passiva, de cruzar os braços. Esperança ativa que se desenvolve em ações que concretizam os anseios da oração feita é o que envolve o período do advento – do tempo que já vem.

Este primeiro domingo de advento foi celebrado em 2011 num momento que se outorgaria no dia 10 de dezembro, em Oslo, Noruega, o prêmio Nobel da Paz a três mulheres: a presidente da Libéria, Ellen Johnson Sirleaf, a militante Leymah Gbowee, também liberiana, e a jornalista e ativista iemenita Tawakkul Karman. É de destacar que em 111 anos, apenas 12 mulheres haviam recebido o Nobel da Paz. Considerando todas as categorias do prêmio, até aquele momento apenas 44 mulheres haviam sido agraciadas. [1]

É a história de vida de uma delas que se faz presente neste contexto de reflexão sobre a espera ativa de oração e ação em tempo de advento. Leymah Gbowee teve um papel importante como ativista durante a segunda guerra civil liberiana, em 2003. Ela mobilizou as mulheres no país pelo fim da guerra, organizando inclusive uma “greve de sexo” em 2002. Também organizou as mulheres acima de suas divisões étnicas e tribais no país, ajudando a garantir direitos políticos para elas. Estas são as informações que são destacadas na imprensa em geral, de Leymah Gbowee. O que quero trazer aqui são detalhes um pouco mais amplos que ajudam a entender de onde vem a motivação desta mulher.

Leymah é cristã, e sua prática de fé se insere na Igreja Luterana da Libéria, que é membro da Federação Luterana Mundial. No início de sua militância ela foi presidente da organização de mulheres da Igreja Luterana St.  Peter, na capital Monrovia. Junto com outra mulher, Comfort Freeman, organizaram o “Programa Mulheres Construindo a Paz”. Esta organização foi plataforma ativa de mulheres engajadas na superação da violência, pelo fim da guerra na Libéria.

O povo da Libéria tem esperança”, dizia Gbowee naquela época, se referindo às mulheres que iniciaram os seus dias sentando por paz em meados de abril, na capital Monrovia. Sob sol ou chuva as mulheres da Libéria se reuniam para afirmar seu compromisso pela paz. Elas se reuniam para protestar contra as ações de todos que perpetuavam a violenta guerra civil.

Nossa visão é pela unidade de nossas famílias e a eliminação da fome e das doenças. Nós cremos que as mãos poderosas de Deus nos acolhem neste esforço. Deus voltou seus ouvidos para nós.” [2]

O que elas faziam? Elas se reuniam para sentar e orar juntas! Mas, sua oração era uma oração que juntava em si o que o texto de Marcos recomenda – Vigiai e orai. A oração ativa e engajada destas mulheres lideradas por Laymah se dava nos mais diferentes  lugares na igreja, nas casas, nas ruas, ou em pontos estratégicos, como na frente dos portões do exército onde os caminhões de guerra saíam com os soldados prontos para as batalhas na guerra sangrenta que assolou o país.

As mulheres superaram barreiras culturais que as prendiam a serem donas de casas expectadoras da violência, ou limites religiosos – elas reuniram cristãs e muçulmanas em suas ações de paz. Elas firmemente pronunciaram com suas palavras que basta! Chega de violência e guerra! Queremos paz! E tomando o rumo de suas vidas e de suas famílias em suas mãos, juntaram as mãos em oração por paz. Seu movimento foi juntando mais adeptas e com a pressão de serem muitas, em redes, em grupos, foram forjando os rumos do fim da guerra no país.  De 1989 a 2003, a Libéria enfrentou uma das piores e mais violenta guerra civil na África; grupos rebeldes e forças governamentais se enfrentaram em batalhas pelo poder, em conflitos étnicos e políticos. [3]

Em 2008, eu tive a oportunidade de visitar a igreja Luterana da Libéria e conhecer o trabalho das comunidades e dos grupos de mulheres que seguem firmes no testemunho de ser igreja inserida no contexto de pobreza, testemunhando com ações diaconais a presença do Evangelho libertador neste mundo. As mulheres seguem reunindo-se em oração, que são momentos de memória que está vigilante para que a guerra não volte, para que a paz, mesmo que frágil,  siga regendo a vida desta sociedade tão sofrida. As mulheres guardam na memória que a oração é capaz de parar os tanques de guerra.

A história de vida e testemunho de fé desta mulher que foi reconhecida internacionalmente laureada pelo premio Nobel da Paz ajuda na reflexão neste tempo de advento, inspirada pelo evangelho de Marcos, que exorta a vigiar e orar. A oração militante destas mulheres da Libéria é um exemplo concreto de como esta exortação se transforma em prática.

* Elaine Neuenfeldt é pastora da IECLB, trabalhando na Federação Luterana Mundial responsável pela oficina de Mulheres na Igreja e na Sociedade.

 

FONTE:

https://cebi.org.br/reflexao-do-evangelho/reflexao-do-evangelho-vigiai-e-orai/

COROA DO ADVENTO: QUE VELA ACENDER PRIMEIRO?

Que tal fazer uma "catequese" com as famílias falando da "Coroa do Advento?

A Coroa do Advento é o símbolo das quatro semanas do Tempo do Advento.  Ela é feita de forma circular, numa bandeja ou prato, (ou então num pedestal preparado para isso), coberta de ramos verdes (ou o chamado ''festão'') na qual se colocam quatro velas: verde, roxa, vermelha e branca. E cada uma delas é acesa nos seu tempo: verde no 1º domingo do advento, roxa no 2º domingo, vermelha no 3º domingo e branca no 4º domingo.

Exposta nas igrejas nas quatro semanas que precedem o Natal, ela é colocada geralmente próxima ao presépio ou do ambão da Palavra, ou num lugar de destaque no templo. Simboliza a alegria da espera do Senhor que está para vir, o  advento de Jesus. 

A coroa de advento é feita com ramos verdes, geralmente envolvida por uma fita vermelha e nela 4 velas são afixadas. Ela simboliza a preparação das pessoas para receber o Natal. 

O círculo da coroa: simboliza a nova aliança de Deus com a humanidade. Os ramos verdes da coroa significam a esperança, essa mesma esperança que leva a perseverança, uma entrega total da vida a Deus. A fita vermelha: representa o testemunho e o amor de Deus que nos envolve por completo, um amor forte e infinito.

As 4 velas são uma para cada domingo que antecede ao dia 25 de dezembro. As velas da coroa são acesas (a cada domingo mais uma), para iluminar a Vigília do Advento, a preparação para vinda do menino Jesus.

Fazendo o encontro

Por meio das redes sociais combine um "encontro" com as famílias para falar deste tempo tão importante que é o Advento. Prepare uma pequena fala sobre o "Tempos Litúrgicos", lembrando a todos que o Advento é o 1º Tempo do Ano Litúrgico e começa logo depois do Domingo de Cristo Rei do Universo, normalmente, no final de novembro. Use um "gráfico" para mostrar como se distribui os "tempos" ao longo do Ano. Para maiores informações Clique Aqui.

Prepare o material: festão verde, fita vermelha, quatro velas grandes coloridas: verde, roxa, vermelha, branca, enfeites como folhas douradas, pequenas pinhas, etc., um prato ou bandeja redonda para colocar a coroa.

* Se não conseguir as velas coloridas, use brancas com fitas amarradas com as cores litúrgicas.

Explique aos seus catequizandos e pais o significado da Coroa do Advento. Aqui em nosso blog temos algumas publicações que podem ajudar a enriquecer este conteúdo: Tudo sobre o Advento.

Fazendo a Coroa do Advento em família:

Alguns modelos utilizados pelos catequistas e pelas famílias:

Simples e bonito:


- Prato descartável
- Festão
- Forma descartável de docinho de festa
- Velas (dividida ao meio)
- Fitilho paro o lacinho
- Cola quente
Acender uma vela em cada domingo do advento, junto com a família e fazer a leitura do evangelho.

Coroa do Advento feita com as "maõs das crianças:

Uma atividade interessante para se fazer: Desenhar as mãos dos catequizados num papel cartão/colorset verde e recortar, formar uma coroa imitando as folhas (que significa vida). Confeccionar a coroa emendando as mãozinhas, enfeitar com flores e fitas vermelhas e no centro colocar pequenas velinhas, vermelhas ou com as cores litúrgicas da Coroa do Advento.





ORAÇÃO DO ADVENTO: para rezar enquanto se acende cada vela...


Outros  modelos de Coroa do Advento:











FONTE: 

Acervo Catequistas em Formação e imagens Google.

BECKHÄUSER, Frei Alberto. Coroa de Advento: História, simbolismo e celebrações, Petrópolis, RJ: Vozes, 2006. 

Segue abaixo roteiro que pode ser adaptado aos tempos de pandemia pelas redes sociais ou plataformas de encontros/reuniões:

ROTEIRO DE ENCONTRO – TEMPO DO ADVENTO

O ideal é promover este encontro na 1ª Semana do Advento e continuar a acender as velas enquanto houver encontros de catequese. Peça aos catequizandos que acompanhem as missas dos domingos do Advento durante o mês de dezembro e vejam as velas sendo acendidas. 

AMBIENTE: Bíblia, imagem de Jesus menino; Cartaz ou folder do Ano Litúrgico; Papel dupla face (color set/papel cartão) verde, tesoura, lápis, cola, quatro velas: (vermelha, verde, rosa e branca), flores para enfeitar, fita vermelha;

- Confeccionar um cartão/marca página com a Oração do Advento.

ENCONTRO 

- Iniciar o encontro conversando com os catequizandos sobre o Tempo Litúrgico mostrando o cartaz/folder com a figura e pedindo a eles que identifiquem em que tempo estamos agora. Faça-os acompanhar a trajetória do ano.

- Em seguida pergunte a eles se sabem o significado da palavra ADVENTO.

- Use exemplos de “anúncio”, como por exemplo de um filme que está para ser lançado. As produtoras normalmente criam cartazes e trailers para anunciar o filme e provocar interesse nas pessoas em assistir. (Pode-se usar exemplo de algum filme que esteja sendo bem esperado o lançamento). Comentar sobre a expectativa que isso gera, a vontade de que aconteça logo e como isso nos causa alegria.

- Fazer agora a analogia com o anúncio do nascimento do Salvador. Volte àquele tempo em que era grande a espera por aquele que viria a salvar a humanidade. Volte ao contexto da época e explique porque as pessoas esperavam o messias.

 Leitura Bíblica: Isaías 9, 1-6.

Depois da leitura bíblica, lembre da “grande luz” anunciada pelo Profeta Isaías e fale sobre a COROA DO ADVENTO, usando as informações do texto base e outras que você conheça. 

Texto base: O que significa a Coroa do Advento?

O advento é o tempo litúrgico que antecede o Natal. São quatro semanas nas quais somos convidados a esperar Jesus que vem. Por isso é um tempo de preparação e de alegre espera do Senhor. Neste tempo montamos a COROA DO ADVENTO.

A vela sempre teve um significado especial para o homem, sobretudo porque antes de ser descoberta a eletricidade ela era a vitória contra a escuridão da noite. À luz das velas São Jerônimo traduzia a Bíblia do grego e do hebraico para o latim, nas grutas escuras de Belém onde Jesus nasceu. Em casa, a noite, quando falta a energia, todos correm atrás de uma vela e de um fósforo, ainda hoje.

Antes da era cristã os pagãos celebravam em Roma a festa do deus Sol Invencível (Dies solis invicti) no  solstício de inverno, em 25 de dezembro. A Igreja sabiamente começou a celebrar o Natal de Jesus neste dia, para mostrar que Cristo é o verdadeiro Deus, o verdadeiro Sol, que traz nos seus raios a salvação. É a festa da luz que é o Cristo: “Eu Sou a Luz do mundo” (Jo 12, 8). No Natal desceu a nós a verdadeira Luz “que ilumina todo homem que vem a este mundo” (Jo 1, 9).

Na chama da vela estão presentes as forças da natureza e da vida. Cada vela marca um ano de nossa vida no bolo de aniversário. Para nós cristãos simbolizam a fé, o amor e  o trabalho realizado em prol do Reino de Deus. Velas são vidas que se imolam na liturgia do amor a Deus e ao próximo. Tudo isso foi levado para a liturgia do Advento. Com ramos de pinheiro uma coroa com quatro velas prepara os corações para a chegada do Deus Menino.

Nessas quatro semanas somos convidados a esperar Jesus que vem. É um tempo de preparação e de alegre espera do Senhor. Nas duas primeiras semanas do Advento, a liturgia nos convida a vigiar e esperar a vinda gloriosa do Salvador. Nas duas últimas, a Igreja nos faz lembrar a espera dos Profetas e de Maria pelo nascimento de Jesus.

A Coroa é o primeiro anúncio do Natal. O verde é o sinal de esperança e vida, enfeitada com uma fita vermelha que simboliza o amor de Deus que se manifesta de maneira suprema no nascimento do Filho de Deus humanado. A branca significa a paz que o Menino Deus veio trazer; a roxa clara (ou rosa) significa a alegria de sua chegada.

A Coroa é composta de quatro velas nos seus cantos presas aos ramos formando um círculo. O círculo não tem começo e nem fim, é símbolo da eternidade de Deus e do reinado eterno do Cristo. A cada domingo acende-se uma delas.

Tudo isso para nos lembrar o que anunciou o Profeta:

“Um renovo sairá do tronco de Jessé, e um rebento brotará de suas raízes. Sobre ele repousará o Espírito do Senhor, Espírito de sabedoria e de entendimento, Espírito de prudência e de coragem, Espírito de ciência e de temor ao Senhor”. (Is 11,1-2)

“O povo que andava nas trevas viu uma grande luz; sobre aqueles que habitavam uma região tenebrosa resplandeceu uma luz. Vós suscitais um grande regozijo, provocais uma imensa alegria; rejubilam-se diante de vós como na alegria da colheita, como exultam na partilha dos despojos. Porque o jugo que pesava sobre ele, a coleira de seu ombro e a vara do feitor, vós os quebrastes, como no dia de Madiã. Porque todo calçado que se traz na batalha, e todo manto manchado de sangue serão lançados ao fogo e tornar-se-ão presa das chamas; porque um menino nos nasceu, um filho nos foi dado; a soberania repousa sobre seus ombros, e ele se chama: Conselheiro admirável, Deus forte, Pai eterno, Príncipe da paz.  Seu império será grande e a paz sem fim sobre o trono de Davi e em seu reino. Ele o firmará e o manterá pelo direito e pela justiça, desde agora e para sempre. Eis o que fará o zelo do Senhor dos exércitos” (Is 9,1-6).

DINÂMICA: COROA DO ADVENTO - feito com as "mãos" das crianças.

- Convide os catequizandos a fazer uma “coroa do advento” com suas “próprias mãos”.

- Desenhar as mãos dos catequizados num papel cartão/colorset (dupla face) verde e recortar, depois de recortadas as mãozinhas, cole umas nas outras formando um círculo. - Formar uma coroa imitando as folhas (que significa vida). Enfeitar com flores e fitas vermelhas e no centro colocar pequenas velinhas, vermelhas ou com as cores litúrgicas da Coroa do Advento.

MOMENTO DE ORAÇÃO:

 - Acenda a primeira vela da Coroa.

(Pode-se cantar com as crianças um canto ou mantra apropriado).

 - Convide-os a ler e refletir o Evangelho do 1º Domingo do Advento: Mc 13, 33-37.

ENCERRAMENTO:

- Sugira aos catequizandos que pesquisem na internet sobre a Coroa do Advento e os vários modelos e incentivem seus pais a fazer uma coroa também. Pode ser com as mãos dos membros da família ou com qualquer modelo disponível.

- Entregue os cartões com a Oração do advento, encerrando o encontro com a oração.

Ângela Rocha - Catequistas em Formação.

 

 


quinta-feira, 26 de novembro de 2020

REZAI ASSIM, DISSE ELE. E REZOU.

Um jeito bonito de compreender o "Pai Nosso"... 

A maneira de Jesus fazer oração dava aos seus discípulos vontade de rezar como ele. E, quando lhe disseram isso, Jesus rezou com eles.

Chamou a Deus “Pai”, e disse-lhe que queria viver de tal maneira que desse bom nome a Deus. É isso que significa “Santificado seja o Teu Nome”. O de Deus, não o nosso! O segredo é fazer de Deus a questão mais importante da vida.

Depois, Jesus disse ao Pai que o seu maior desejo era que o Reino de Deus chegasse a nós e se cumprisse entre nós: “Venha o Teu Reino!” Não é simplesmente um pedido, mas sim um consentimento e uma disponibilidade para colaborar nesse Reinado de Deus. Por outras palavras: fazer a vontade de Deus e pôr o mundo como Deus gosta. Viver como Deus manda!

Jesus continuou a oração dizendo ao Pai que confiava nele, inteiramente, em todas as dimensões da vida e todos os dias. É isso que significa “Dá-nos a cada dia o Pão de que precisamos”. Por confiar em Deus, que é Pai Bom, não vivemos para ajuntar nem nos deixamos levar por nenhuma espécie de ganância.

Jesus rezou ainda para ter limpo o coração e a mente: o coração limpo de ressentimentos, e a mente limpa de tentações. Podemos contar com a força do Espírito Santo, que Deus derramou nos nossos corações, para nos ajudar a perdoar e a deixarmo-nos perdoar, e também para sermos inteligentes e fortes diante da tentação para não fazermos o que Deus não gosta. 

Jesus não nos ensinou uma fórmula de oração, mas uma maneira de nos dirigirmos a Deus. Jesus não disse aos discípulos, “quando vocês rezarem digam isto”. O que está no evangelho é “quando vocês rezarem digam assim”.

O Pai Nosso é um jeito de nos dirigirmos a Deus. É o estilo da oração de Jesus, não é a fórmula que Jesus nos deu. Em outras palavras, o que Jesus nos ensinou quando rezou assim com os primeiros discípulos, foi a nos dirigirmos a Deus como filhos muito queridos a um Pai Bom. E, como filhos, a dizer ao Pai que pode contar conosco, e a confidenciar-lhe que também contamos com Ele. O Pai de Jesus e Pai Nosso é de se fiar. Rezamos isso: Deus é de confiança! E rezamos para que nós sejamos também.

Amém!

Pe. Rui Santiago, cssr.  http://derrotarmontanhas.blogspot.com/  

quinta-feira, 19 de novembro de 2020

CATECISMOS DA IGREJA CATÓLICA: UM POUCO DE HISTÓRIA

 
O Catecismo de Trento ou Catecismo de Pio V

O século XVI é o século do grande Catecismo Romano (também chamado Catecismo do Concílio de Trento ou Catecismo de Pio V), publicado em 1566. Ele foi encomendado pelo Concílio de Trento, para expor a doutrina e aprofundar a compreensão e saber teológico do clero. Este catecismo difere de outros resumos da doutrina cristã para a instrução das pessoas em dois pontos: destina-se principalmente aos sacerdotes e bispos e, como obra de referência, gozava de uma autoridade dentro da Igreja Católica jamais igualada por nenhum outro catecismo até o Catecismo de 1992.

A necessidade de um manual de autoridade popular surgiu do escasso conhecimento sistemático da fé entre o clero pré-Reforma e a pouca instrução religiosa entre os fiéis. Urgia-se que a catequese fosse feita com maior frequência e regularidade.

Os catecismos anteriores restringiam-se às noções que os pais ensinavam aos filhos no seio da família. Era preciso dar-lhe lugar de maior prestígio na própria igreja e na escola. Em 1597 São Roberto Bellarmino, um dos maiores doutores da Igreja Católica, 31 anos após a publicação do Catecismo Romano do Concílio de Trento, escreveu o Catecismo (Doutrina Cristã) em duas versões (compacta e estendida), resumindo o Catecismo Romano em forma de perguntas e respostas, que se tornou o maior best-seller de todos os tempos, traduzido para mais de 50 línguas em todo mundo. Foi este catecismo o ensino oficial entre os leigos da Igreja nos séculos XVII-XX. O Papa Pio X, em 1908, utilizou-se deste catecismo para preparar o seu conhecido Catecismo Maior, largamente difundido no mundo inteiro.

O catecismo Romano, atendeu e deu uma resposta aos conflitos de seu tempo, tendo como principal pano de fundo a Reforma. Tanto o Catecismo Romano quanto o Catecismo de São Pio X, baseado em Bellarmino, continua em uso na Igreja católica, em círculos mais tradicionais e por fiéis de orientação e sensibilidade conservadora.

O Catecismo atual

Em 1985, nas comemorações do vigésimo aniversário de encerramento do Concílio Vaticano II, a Assembleia Extraordinária dos Bispos manifestou o desejo de um Catecismo ou compêndio atualizado que abordasse a doutrina católica de forma geral, servindo de referência para catecismos e compêndios a serem preparados em diversos lugares do mundo. Após o Sínodo, o Papa João Paulo II, assumiu para si este desejo e deu início ao trabalho de formulação do Catecismo da Igreja Católica, entregando-o à população no dia 11 de outubro de 1992, resultado de um trabalho que demorou seis anos.

O Papa João Paulo II confiou ao cardeal Joseph Ratzinger (mais tarde Papa Bento XVI) em 1986, a responsabilidade de presidir uma Comissão para preparar um projeto para o catecismo. Esta equipe contou com o apoio de uma Comissão de redação, formada por sete bispos peritos em teologia e catequese. A Comissão deu diretrizes ao desenvolvimento do trabalho, cuja redação resultou em nove composições. Por outro lado, a Comissão de redação escreveu o texto e inseriu neles as modificações pedidas pela Comissão e examinou as observações de numerosos teólogos, exegetas e catequistas e bispos do mundo inteiro, a fim de melhorar o texto.

O Catecismo da Igreja Católica de 1992 é composto de assuntos que ajudam a iluminar as situações e problemas encontrados na Igreja Católica, traz assuntos com o objetivo de formar e direcionar o seus fiéis, explicando a Doutrina da mesma, reavivando a fé do povo de Deus. Apresenta ensinamentos da Sagrada Escritura, da Tradição e do Magistério; segundo o catolicismo romano. Traz também a herança deixada pelos Santos Padres, santos e santas da Igreja.

FONTES:

https://domtotal.com/

Diversas da internet (sem referências diretas)

terça-feira, 17 de novembro de 2020

CRISTÃO NÃO PODE PENSAR POLITICAMENTE?

Imagem: Ângela Rocha

 Outro dia fui "premiada" com o seguinte comentário em uma das minhas publicações: "Tenhas as suas opiniões políticas mas tire elas do Altar de Cristo e dos seus Sacramentos."

Aí fiquei cá pensando com meus botões, se Jesus Cristo foi um alienado político. Acho que não! E se um cristão precisa ser alienado e não falar ou se envolver em política. Também acho que não. E uma catequista pode ter opinião política?

Acredito, sinceramente, que um cristão PRECISA ser politizado.

Vamos ver por que?

"Do ponto de vista político, Jesus morreu condenado pelos romanos. A verdade é que, além dos motivos religiosos, há também motivos políticos para a morte de Jesus, os textos bíblicos deixam transparecer. É razoável pensar que Jesus foi considerado um agitador perigoso. Mas a principal causa política foi a posição de Jesus em relação a honra e a posse de bens. Um romano não podia tolerar que alguém se despoje de sua posição de honra nem de seus bens, como atesta Sêneca, o mais humanizador dos estoicos romanos da época. O radicalismo evangélico proposto por Jesus não era compreensivo dentro do pensamento jurídico e social romano, o que pesou na condenação de Jesus a morte. Os evangelhos nos deixam transparecer que Pilatos não viu nenhum mal em Jesus, mas é instigado pelos judeus: “nós temos uma lei, e, segundo a lei, deve morrer porque se fez Filho de Deus” (Jo 19,2)." (NENTWIG, Roberto: O significado da morte de Jesus.)

E sejam benditas as aulas de Cristologia! Aliás, penso que qualquer pessoa que queira defender um argumento teológico, precisa estudar um pouquinho.

Alguns pensamentos de quem se diz "cristão" e "católico", são, no mínimo, "interessantes". Precisam ser "estudados” pelas lentes, algumas vezes, microscópicas - da paciência!

Um deles é aquele que acredita que quem é da Igreja, não pode se envolver, pensar e nem falar de política. Que dirá ter um partido político!

Mas, a política está no berço da sociedade civilizada. É anterior a Jesus Cristo. Ele viveu num sociedade muito politizada, na verdade, "dominada" pela política imperial e religiosa do oriente médio. Foi crucificado por tentar dar valor ao pobre, doente, excluído, trabalhadores, mulheres... Quer mais "política" que isso?

A palavra política tem sua origem na Grécia, vem de “polis”, que significa “cidade”. Assim, política é a ação empreendida pelas cidades-estados gregas para normalizar a convivência entre seus habitantes e as demais cidades. Estabelecer esta "política", sempre foi uma luta para tornar as sociedades mais civilizadas.

Então, hoje, política é a atividade desempenhada pelo cidadão quando exerce seus direitos em assuntos públicos por meio do seu voto.

O voto não só é um direito do cidadão, mas um dever daquele que quer uma sociedade justa e fraterna, ainda mais ser for um cristão.

Por mais que Jesus tenha dito que o seu "Reino" não era deste mundo, acredito que Ele esteve aqui para nos ensinar a fazer este Reino acontecer. Ele não quis dizer que o Reino só pode alcançado lá no "céu", penso que Ele nos deu uma “chicotada” dizendo que os seres humanos parecem incapazes de fazer um Reino aqui neste mundo.

Para mim e para muitos, é desconexo que um cristão limite o exercício da sua fé, ao templo, ao espaço físico onde vai orar e se ajoelhar. Cada um deve ser um "sacrário ambulante" (Expressão usada pelo professor Luiz Alexandre Rossi em suas aulas). O verdadeiro cristão deve carregar consigo a sua fé, levando-a para o espaço cotidiano. Ter fé não é ser carismático na Igreja e não praticar a ética na rua. Aliás, o que fazemos na rua determina o tipo de "culto" que fazemos na Igreja.

De minha parte, sempre acreditei que, se não puder fazer fora da Igreja o que aprendi dentro dela, não posso me considerar cristã.

E um ótimo dia a todos!

 

Ângela Rocha

“Catequista sempre em formação”.



sábado, 14 de novembro de 2020

ROTEIRO DE ENCONTROS: COMO FAZER?

Um pouco do que vemos em nossas Oficinas de Iniciação à vida Cristã:

PASSOS METODOLÓGICOS DE UM ENCONTRO

 A catequese é um processo, com etapas e programação sistemática, progressiva. Dentro dessa programação teremos muitas ações, uma delas é a realização dos encontros de catequese, que devem ser planejados e preparados, o que não pode ocorrer de última hora.  Vamos entender então um pouco do que é necessário para o bom desenvolvimento de um encontro de catequese, ou seja, quais são os passos metodológicos.

PASSOS METODOLÓGICOS:

01 – ACOLHIDA:

 O grupo precisa se sentir esperado, acolhido, apresentado de um para o outro. Sempre podemos realizar um sinal, um gesto ou uma atitude de acolhida. Quando iniciamos um trabalho catequético com um grupo é bom gastar mais tempo para entrosar o grupo, o que pode ser realizado com o uso de dinâmicas. Isso ajuda a criar vínculos com o grupo.

02 – MOTIVAÇÃO:

Motivar não é apenas usar dinâmicas ou recursos. Motivar na catequese é dar motivo, razão para estar no encontro e ser parte do grupo de catequese, através de um processo que movimenta e entusiasma, encaminhando cada catequizando para a prontidão no acolhimento da mensagem bíblica.

A motivação deverá ser realizada em vista do objetivo traçado para o encontro. Todos nós sabemos o que queremos ensinar no nosso encontro, logo, precisamos analisar se a dinâmicas ou recursos atendem ao nosso objetivo ou se serão mais uma brincadeira, entre tantas outras que o nosso catequizandos aprende.

 Para sabermos se a dinâmica ou recurso cumpriu o seu papel, devemos ouvir os comentários dos catequizandos. Se fizerem referência mais para a técnica do que para o que descobriram com ela, aplicamos apenas uma dinâmica, um recurso. Mas, se os comentários estiverem ligados à técnica e à descoberta de algo novo, interagindo com o conteúdo, aí motivamos e despertamos para a compreensão e aplicação na vida. Serviu, portanto como canal de comunicação, por onde a mensagem irá passar, pois a primeira porta se abriu.

03 – PALAVRA

A narração do texto bíblico mantém a atenção sobre o fato, pois é sempre agradável ouvir alguém contar uma história. Daí a importância do catequista preparar-se antecipadamente e poder substituir a leitura pela narração ou proclamação da Palavra.

É sempre bom explorar o texto bíblico proporcionando aos catequizandos o estudo do fato mais de perto, fazendo perguntas, realizando dinâmicas para que a mensagem e a atitude de Jesus e de outras pessoas, favoreça a compreensão de que a Bíblia contextualiza a história do povo de Deus. È importante também que o catequista associe o texto bíblico as situações que presenciamos hoje, para que haja por parte do catequizandos a compreensão de que o processo, a caminhada continua. Essa caminhada é decorrente da maturidade e situação histórica do povo. É sempre necessário estabelecer um elo com a realidade dos catequizandos, através de uma adaptação da Palavra de Deus de acordo com aquilo que envolve a comunidade.

Antes de apresentar o texto bíblico, podemos destacar a Palavra de Deus de diferentes maneiras:

- Passar a bíblia de mão em mão;

- Deixar a Bíblia em um lugar de destaque, para que cada catequizando coloque a mão e faça um pedido;

- Colocar pedras sobre a Bíblia, para propiciar um momento de pedido de perdão, para  que os catequizandos possam se expressar enquanto retiram as pedras;

- Amarrar a Bíblia com cordas para que aos poucos possam ir desamarrando;

- Preparar uma entrada oficial e solene da Bíblia;

- Cantar antes da proclamação.

04 – ORAÇÃO

É o ponto alto do nosso encontro, é o momento da inter-relação: Deus-catequizandos-catequista. É o momento do silêncio, da explicitação, de nosso louvor, agradecimento e o pedido de ajuda a Deus, para conseguirmos fidelidade, coragem e esperança na caminhada. É neste momento que devemos estar preparados e preparar o grupo para a escuta e o diálogo com Deus, assim teremos percorrido os caminhos de um verdadeiro encontro. Se isso não acontecer poderemos ter ficado nas aulas de catequese, não em verdadeiros encontros de catequese.

Percebemos que partimos para o encontro catequético analisando algo da própria vida dos catequizandos: motivados por uma situação, um símbolo, um fato, apresentamos a Palavra de Deus (texto bíblico) que nos mostrará uma proposta em relação a nossa realidade e nos dará luzes para a caminhada, abrindo caminho para o momento da oração.

Podemos aproveitar as fórmulas (Pai-Nosso, Ave-Maria...), os textos da Bíblia, como as orações espontâneas. O importante é educar para a oração, a fim de que não sejam apenas rezas mecânicas. Devemos educar o catequizando para se colocar diante de Deus de modo espontâneo.

05 – ATIVIDADES:

As atividades na catequese são um processo de ensino-aprendizagem, por meio dos quais é possível perceber o que foi assimilado pelo catequizando, sobre a mensagem apresentada. Portanto, devem estar a serviço da fé. É importante não ficar preso apenas ao que é escrito ou expresso pelo catequizando. É necessário dar um passo a mais, transformando a atividade em uma ação transformadora, gerando o envolvimento na comunidade. É insuficiente realizar encontros com perspectivas de comunidade e o catequizando não experenciar a prática participativa. São muitos os momentos em que podemos propiciar envolvimento dos catequizandos, com ações transformadoras na comunidade: organização de campanhas sociais; missões; encontros de casais; encontros das diversas pastorais; organização da festa do padroeiro (a), etc.

06 – COMPROMISSO:

É o momento do agir. É algo que procuramos fazer a partir da nossa realidade individual, daquilo que aprendemos, que descobrimos e queremos melhorar ou mudar. O catequista atua neste momento do encontro como aquele que fornece pistas para despertar as atitudes de vida fraterna na comunidade, no grupo de amigos e vida familiar, usando como referencial o tema trabalhado no encontro. Uma proposta de agir deve partir sempre das condições reais do catequizando, daquilo que é possível realizar.

 É um meio pelo qual o catequizandos toma consciência de que alguma coisa deve ser feita sobre o assunto trabalhado, sentindo-se comprometido com a mensagem e com a mudança, a partir das suas necessidades e de forma espontânea. A proposta do agir na catequese deverá ser um convite para partilhar e servir, saindo de si em busca do encontro com o outro e com Deus.

07 – AVALIAÇÃO

É o processo de reflexão em torno da tarefa catequética com função construtiva. O que se avalia:

§  Os elementos do processo catequético

§   Ação do catequista

§   O desenvolvimento

O catequista deve perceber após o encontro se os objetivos traçados foram atingidos. É o momento de rever procedimentos e corrigir os rumos para o próximo encontro. Listar ponto positivos e negativos observados é um bom ponto de partida para a correção de encontros futuros.

CONSIDERAÇÕES IMPORTANTES:

É importante destacar que o planejamento não garante a totalidade da ação, pois muito dependerá da ação do espírito Santo, que age no catequistas, mas o planejamento é uma ferramenta para que a caminhada do grupo possa ser bem trabalhada.

Cabe salientar, também, que os momentos deste método não são estanques e nem sequências de operações, mas é um processo. Neste sentido nosso conceito de método deve ser ampliado deixando de lado concepções de que o método é só uma questão didática de cada encontro catequético, com passos que precisam ser seguidos a risca.

Este pensar exige uma visão mais global e menos segmentada, portanto se torna necessário que o catequista realize o planejamento do Itinerário Catequético que seu grupo vai percorrer durante um determinado tempo, tendo sempre em mente o fim da caminhada, ou seja, o objetivo. Assim, não se trabalha a soma de elementos transmitidos nos encontros, encontro por encontro, mas o conjunto de ações que vai se realizando e que irão ajudar a chegar ao objetivo.

ITINERÁRIO:

O catecismo da Igreja Católica diz que para tornar-se cristão é preciso ser iniciado na fé cristã “por um Itinerário e uma iniciação que passa por várias etapas” (n. 1229).

A palavra itinerário significa caminho. Precisamos de um caminho por onde andar. Neste caso, trata-se do conjunto de elementos que unidos levam aos mesmos objetivos. Uma catequese de modelo escolar se preocupa mais com a transmissão de conteúdo, aula após aula. Na catequese, queremos avançar para um itinerário global, ou seja, um plano que inclua elementos de transformação, que não se limite ao encontro de catequese e ao conteúdo do manual. Alguns elementos são fundamentais neste itinerário:

  •  Palavra (o conteúdo da fé);
  • Encontro de catequese;
  • Celebrações (nos encontros e com a comunidade);
  • Envolvimento da família;
  • Ações (que geram a transformação da vida do catequizando, na família, na comunidade e na sociedade).

    “A catequese não é uma supérflua introdução na fé, um verniz ou um cursinho de admissão á Igreja. É um processo exigente, um itinerário prolongada de preparação e compreensão vital, de acolhimento dos grandes segredos da fé (mistérios), da vida nova revelada em Cristo Jesus e celebrada na liturgia”. (DNC, n. 37).

 “O que vimos e ouvimos vo-lo anunciamos”. (1Jo 1,3)

Baseado em tudo que vimos, podemos agora montar um quadro com os principais passos de um encontro:


EXEMPLO:

 

FORMAÇÃO: METODOLOGIA CATEQUÉTICA

  ROTEIRO DE ENCONTRO – PAIXÃO DE CRISTO

Criação: Jin Hee Kin

 

 

 

A

N

T

E

S

Interlocutores

(Catequizandos)

Catequizandos da 1º eucaristia

Idade : 8 a 13 anos

Duração

90 min

Local

Salão de reuniões da catequese São Judas Tadeu

Tema

Conteúdos

Paixão de Cristo – Semana Santa

 

Objetivo(s)

- Prática da espiritualidade e contemplação.

- Vivenciar com os catequizandos o amor de Cristo. A dor mais cruel, a traição, a humilhação mais intensa, tudo é pequeno diante da realização suprema da vontade de Deus na vida. Será um encontro Orante e contemplativo

Material

(Ambiente)

Cartãozinho escrito “FIQUEM AQUI E VIGIEM COMIGO”.

Bíblia, Crucifixo, Manto vermelho e incenso numa mesa para contemplação e cadeiras em volta para as crianças.

 

 

 

 

 

 

D

U

R

A

N

T

E

 

 

 

 

 

 

 

Passos metodológicos

 

Acolhida

Receber com as crianças com uma música bem suave (canto gregoriano).

Palavra

1- Mt 26,36-41.

Perguntar individualmente: É POSSIVEL ESTAR JUNTO COM JESUS NESSA HORA DE ANGUSTIA?

2- Mt 27,27-31. 

Imaginar a cena de zombaria.

3- Lc 23,33-38.

Colocar a música: “Ao morrer crucificado”.

Oração:

Depois das leituras pedir para olhar a cruz observando cada detalhe como as mãos os pregos a coroa de espinhos a expressão do rosto, e quem quiser fazer uma oração de joelhos, pode orar com gratidão por essa vida doada com tanta generosidade.




Atividades educativas

Encontro Orante e Contemplativo.

 

Incentivá–los a rezar em casa diante de um crucifixo pedindo a Jesus por todas as pessoas excluídas da sociedade, como presos, drogados, meninos de rua e outras que estão sofrendo:

A oração deve estar escrita num cartãozinho:

PAI, TORNA-ME SENSÍVEL AO SOFRIMENTO E A DOR DE CADA PESSOA QUE ENCONTRO NO CAMINHO, QUE MINHA COMPAIXÃO SE DEMONSTRE COM GESTOS CONCRETOS. AMÉM.

 

 

 

Atividades

Sócio- transformadoras

 

Quando fazemos encontros celebrativos, orantes, as atividades sócio-transformadoras são mais abstratas, depende muito do sentimento de cada um na celebração.

Neste caso, o AGIR na vida cotidiana leva a mudança de valores e da maneira de se encarar a vida, mais profundas...

Portanto, não é necessário que o catequista dê pistas aos catequizandos de ações a serem feitas. As reflexões com o grupo já levam a isso.

 

D

E

P

O

I

S

 

 

Avaliação

 

 

 

Faça uma avaliação pós-encontro para analisar a capacidade de abstração, oração e contemplação dos catequizandos. Veja se o encontro foi frutuoso, se “mexeu” com o interior de cada um.

Pontos positivos, pontos negativos. O que mudar numa próxima vez.

 

 Obs: Esse encontro é o 14º encontro do livro “Creio na alegria”.

 

FONTES:

CNBB. Diretório Nacional de Catequese – DNC 157-162. Brasília: Edições CNBB, 2006.

MACHADO, Leo Marcelo Plantes. Formação Básica de catequistas, Metodologia Catequética.. Editora Arquidiocesana de Curitiba, 2013.

OLENIKI, Marilac L. R., MACHADO, leo Marcelo Plantes. O encontro de catequese. Petrópolis: Vozes, 2005.