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segunda-feira, 15 de setembro de 2014

OS SEIS GRANDES DESAFIOS PARA O ANÚNCIO DA FÉ NA ERA DIGITAL

Continuando nossa conversa sobre EVANGELIZAÇÃO...

Segundo o Pe. Antonio Spadaro, a Igreja tem hoje seis grandes desafios para o anúncio da fé, nesta chamada “Era Digital”.
Partindo destes desafios nosso grupo de catequistas na internet, refletiu sobre cada um deles e o que isto significa para a catequese e a comunicação nestes novos tempos. 
Nesta e nas próximas postagens do blog, vamos publicar os desafios, um a um, e os resultados desta discussão.

Vamos começar pelo 1º:

MUDANÇA DA PASTORAL DA RESPOSTA PARA À PASTORAL DA PERGUNTA:

E o que pode significar isso? Então o Evangelho não tem todas as respostas que as pessoas procuram? Hoje em dia, com o advento da tecnologia as pessoas têm à sua disposição uma abundância de informações. 

“Vocês já tentaram digitar no Google uma pesquisa e perceberam que, enquanto escreve, o próprio site completa sua frase? Além de oferecer mais de mil respostas”. Pois é, o buscador do Google já começa a pesquisar a partir da primeira letra que você digita...

O ponto é que tudo é resposta: “Hoje o problema não é encontrar respostas, mas saber fazer a pergunta”.

As pessoas não estão mais habituadas a fazer perguntas, colocam uma palavra na internet e já tem uma lista de respostas, e diante de um mundo onde tudo é resposta, o que elas não conseguem é separar quais são as perguntas importantes. Portanto, qual o desafio para o anúncio da fé nesse contexto?

Padre Antonio Spadaro afirma que até agora, os cristãos pensam no Evangelho como um livro que contém as respostas a todas as perguntas do homem, mas diante da realidade atual isso não basta mais.

“No mundo em que tudo é resposta, se mostramos um livro que apresenta todas as respostas, o Evangelho será apenas mais um entre todos os outros”.
Com isso, os cristãos são chamados a apresentar o Evangelho como um livro que contém todas as perguntas fundamentais para a vida do homem.

“Se o Evangelho não é apresentado como uma pergunta na sua vida, não tem nenhum gancho real, assim que chega uma outra via mais interessante, ele é posto de lado…”

Não será por isso que estamos com tanta dificuldade na catequese? Se o Evangelho não provoca reflexão e não faz parte da vida, porque nossas crianças e jovens vão se interessar por ele?

Padre Antonio Spadaro destaca que o Evangelho não é uma resposta fácil, então é preciso criar o “terreno da pergunta”. “O homem de hoje tem necessidade de perguntas".

 A QUESTÃO É:

- A Igreja sabe envolver-se com as dúvidas e perguntas dos homens? Sabe despertar as perguntas que estão no coração sobre a existência?

Papa Francisco, na Evangelii Gaudium, número 155, escreve que não é preciso nunca responder a perguntas que ninguém se faz. E o Santo Padre afirma ainda que é necessário saber inserir-se no diálogo com os homens de hoje, para compreender suas expectativas, dúvidas e esperanças.


O QUE SIGNIFICA ESTE DESAFIO PARA A CATEQUESE DE HOJE?

DISCUSSÃO DO GRUPO:

Parte superior do formulário
Jin Hee Kim Num mundo onde os jovens têm tudo ao seu alcance, independente do merecimento, pois sua família não tem tempo de exemplificar, de mostrar, de refletir o que acontece em sua volta... Vai acabar criando, se é que já não criou, seres que só querem saber do seu, como disse uma mãe numa das reuniões, só sabem lutar pelo seu e não pelo “nosso”. Hoje não existe mais o silencio, por isso não tem como refletir, mal sabe escutar o outro, e já tem a resposta, sem ao menos pensar no que o outro disse. Acho que precisamos fazer as crianças ouvirem, ouvir o outro...

Suely Barbosa o catequista deve atualizar-se sem perder o foco que é o Evangelho.

Adriana de Oliveira Uma proposta que recorro é ensiná-los a se colocarem dentro do texto que vão ler, daí o que esta sendo dito, percebemos facilmente que é para nós e vamos encaixar a nossa realidade nesse texto.Tem dado certo.

Wania Dias Isso é uma realidade clara, Ângela, eu mesmo as vezes tenho a dificuldade de fazer uma pergunta quando leio um Evangelho, mas Deus com sua infinita bondade, me ajuda, ai leio, leio até que vai surgindo. E durante os meus encontros procuro fazer isso com as minhas crianças, vou entrando ali no texto e eles começam a perguntar, ai percebo que o Espirito Santo age na minha vida e na deles. É uma bênção.
E esse desafio para a catequese de hoje é difícil, mas, não impossível, temos que saber trabalhar através das atualidades, das ferramentas que temos hoje, mas jamais esquecer que a Bíblia nunca vai mudar. Temos que ter a Espiritualidade dentro dos encontros sem deixar que isso se torne uma coisa chata. Bem eu acho que é um pouco disso, obrigada pelas formações aqui pela internet.

Marlene B. Rodrigues É cara Ângela, este desafio significa que catequistas que tenham em primeiro lugar intimidade com a Palavra, sejam apaixonados por JESUS e pela Igreja, tenham compaixão do outro. Viver a Palavra antes de anunciar, só assim saberá se envolver com as duvidas e perguntas do outro e ajuda-lo a experimentar, a se encontrar com o Senhor.

Givanilda Coelho "É necessário saber inserir-se no diálogo com os homens de hoje, para compreender suas expectativas, dúvidas e esperanças..." Não seria o caso de "trazermos" as passagens bíblicas para os nossos dias? Não seria mais fácil assim respondermos as perguntas que nos forem feitas? O diálogo não ficaria mais fácil?

Ângela Rocha Givanilda Coelho, não temos que ser ou ter resposta... temos que saber despertar perguntas. O evangelho só será resposta se houver um anseio a ser respondido. O que estamos fazendo é tentando responder coisas que ninguém perguntou, aí entra o diálogo que começa na escuta. Vamos escutar primeiro, entender primeiro para, aí sim, orientar e não "responder". Veja só um exemplo: o homem de hoje tem várias angústias e medos e costumamos dizer que a resposta é o amor. Mas, você já pensou o quanto é complicado esse amor? Não é uma simples manifestação de afeto, é uma coisa bem mais profunda e envolve aspectos antropológicos e conceituais do próprio homem, necessidades a serem satisfeitas. Se encontro uma pessoa com uma grande angústia não posso dizer a ela simplesmente "leia tal passagem bíblica", a resposta para aquela pessoa e aquele momento pode não estar lá.

Madalena Scottá nós devemos buscar respostas para as nossas perguntas, para assim ajudar o nosso próximo que está desorientado, sem perspectiva de futuro. Devemos também aprender com as dúvidas dos outros.Porque tanta gente não crê em mais nada? Só pensam em um futuro cheio de dinheiro, porque é assim que a mídia mostra a felicidade.  Eu creio em Jesus Cristo e eu sou feliz por isso. Devo mostrar esta felicidade!! Enquanto não veem nossa convicção de fé e felicidade não convencemos ninguém!! No momento que veem em nós este exemplo aos poucos eles vão voltando para a Igreja.

Idelvania Antunes Coutinho Permitir que a alegria da fé desperte perguntas e dúvidas, é se envolver com o próximo e ambos se encontrarem com Jesus.


4 comentários:

Suzana disse...

Realmente, tenho visto isso nos meus encontros, estou começando a fazer a pergunta e já tem um respondendo, é tipo google mesmo. Parece que todos perderam a capacidade de ouvir, não de escutar, olham mas não veem nada. Alguns até tem respostas prontas, decoradas. Tem hora que realmente fico pensando o que estas crianças tem em casa, ou melhor o que não tem, e se é na Catequese, somente na catequese que vão encontrar o que buscam, pois já percebi que na Igreja nem eles e nem os pais vão. Então como faze-los encontrar perguntas se alguns acreditam que já sabem a resposta.

Edite Lima disse...

Eu sempre levo muitas perguntas para meus encontros. Gosto de questionar , ouvir e depois dar a minha palavra. Nas leituras do evangelho, sempre faço perguntas e procura trazê-las para a realidade de nossos dias. Naõ sei se a proposta do texto era nesse sentido, mas é assim que procedo e perguntando sempre tb aprendo ao tirar a dúvida do outro ou ao necessitar de um estudo mais profundo do assunto, pois eu tb não tenho todas as respostas.

Ângela Rocha disse...

Tem razão Suzana, é assim mesmo... Informação por informação, sem se aprofundar no sentido dela.

Ângela Rocha disse...

Creio que o que o papa quis dizer aí é isso Edite, que procuremos saber se não estamos querendo responder a coisas que ninguém quer saber, ou seja, não despertamos interesse em nossos interlocutores.