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sexta-feira, 7 de agosto de 2015

COMENTÁRIO DO EVANGELHO - 07/08/2015

“Eu sou o pão vivo que desceu do céu; se alguém comer deste pão, viverá para sempre”. Jo 6, 51

Depois de ter multiplicado o pão e saciado a uma grande multidão, Jesus proferiu um belíssimo discurso sobre a eucaristia, isto é, sobre o modo sacramental com que Ele perpetuaria a sua presença na história. Praticamente todo o capítulo 6 de João nos fala disso.

Efetivamente, a fome e a sede são duas experiências que cotidianamente sentimos, saciando-as provamos um grande prazer e se não o fazemos a fome e a sede nos causam um grande sofrimento. São duas necessidades básicas para a vida e ninguém as pode ignorar.

Por isso o comer e o beber tem uma grande força simbólica, e as coisas relacionadas a estas duas ações podem adquirir muitos significados distintos. Podemos dizer por exemplo que uma pessoa é muito doce, que a vida é muito amarga, que temos sede de justiça, que um produto tem um preço muito salgado, que tal pessoa tem fome de poder, que as preocupações estão consumindo a paz, etc.

Sendo uma a fome e a sede experiências de fundamental importância para a vida e comum a todos os humanos, oferecem a possibilidade de serem utilizadas simbolicamente para falar de modo simples mas ao mesmo tempo profundo de realidades sobrenaturais: como do amor, dos desejos mais íntimos do ser humano e também da relação com Deus Jesus Cristo, conhecendo todos os segredos dos homem, e querendo ser entendido por todos, sejam os simples como também os intelectuais, encontrou no pão e no vinho, elementos básicos da alimentação dos povos da sua época, a matéria ideal para ser signo sacramental de sua presença no mundo.

Quando ele disse que “Eu sou o pão que desceu do céu”, estava falando num modo muito concreto de sua pessoa e de sua missão no mundo, com uma imagem que todos podiam entender como um pouco de reflexão. Não é difícil intuir o que quer dizer Jesus, porém por mais que queiramos explicar, cada um poderá oferecer uma interpretação diferente, pois a linguagem simbólica permite uma interpretação ilimitada. É por isso que sobre a eucaristia muito já se escreveu, e certamente muito ainda se escreverá, pois em cada momento se poderá fazer uma nova interpretação que sem contradizer as outras oferece uma nova luz sobre este mistério.

Também nós somos convidados a meditar sobre essa presença do Senhor em nossas vidas. Cada um de nós, de acordo com sua experiência particular poderá colaborar com detalhes muito bonitos. Pense um momentinho: O que significa que Jesus seja o pão da minha vida? Como posso entender que Jesus seja o alimento que satisfaz toda minha fome e a bebida que sacia toda minha sede? Será que já descobri que na minha vida o Senhor é tão importante como a comida que me mantém vivo?

Estou também eu disposto a transformar-me em pão para a vida dos meus irmãos? Ou prefiro ser fel?

Mas, junto com essa força simbólica que a eucaristia tem, devemos também contemplá-la em sua realidade sacramental, pois é presença real do Senhor, que atua com a força do céu em nossas vidas.

Certamente no plano de Deus está também o desejo de que suceda conosco o que diziam alguns filósofos antigos: “nos transformamos no que comemos”, isto é, que através da comunhão freqüente possamos aos poucos ir cristificando-nos, isto é, transformando-nos em Cristo, até que um dia possamos dizer como São Paulo, “já não sou eu quem vive, é Cristo que vive em mim!”





O Senhor te abençoe e te guarde,
O Senhor faça brilhar sobre ti o seu rosto e tenha misericórdia de ti.
O Senhor mostre o seu olhar carinhoso e te dê a PAZ.

Frei Mariosvaldo Florentino, capuchinho.

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