O dia de hoje começa um tanto
nebuloso: O sol lá fora brilha com toda força, mas vivemos uma expectativa de
mudança que deixa a gente meio ansioso. Mas, deixemos isso de lado por
enquanto. Quero falar do meu encontro de catequese. E para falar dele preciso
colocar aqui a passagem bíblica que lemos ontem:
"Hoje estou deixando que vocês escolham entre o bem e o mal,
entre a vida e a morte. Se vocês obedecerem aos mandamentos do SENHOR, nosso
Deus, que hoje estou dando a vocês, e o amarem, e andarem no caminho que ele
mostra, e cumprirem todas as suas leis e todos os seus mandamentos, vocês
viverão muito tempo na terra que vão tomar e vai ser de vocês. E Deus lhes
abençoará e lhes dará muitos descendentes. Porém eu lhes afirmo hoje mesmo que,
se abandonarem a Deus e não quiserem obedecer e se caírem na tentação de adorar
e servir outros deuses, nesse caso vocês serão completamente destruídos e não
viverão muito tempo na terra que estão para possuir no outro lado do Rio
Jordão. Neste dia chamo os céus e a terra como testemunhas contra vocês. Eu
lhes dou a oportunidade de escolher entre a vida e a morte, entre a bênção e a
maldição. Escolham a vida para que vocês e os seus descendentes vivam muitos
anos. Amem o SENHOR nosso Deus, obedeçam ao que ele manda e fiquem ligados com
Ele. Assim vocês continuarão a viver e viverão muitos anos na terra que o
SENHOR Deus jurou que daria aos nossos antepassados Abraão, Isaque e
Jacó."
(Deuteronômio 30, 15-20)
Toalha branca na mesa, uma
faixa de tecido verde por cima (para lembrar sempre o tempo
litúrgico). A Cruz de Jesus, a vela, a Bíblia e um grande coração vermelho
feito de papel cartão. Na parede um painel feito de cartolina dividido ao meio.
De um lado a palavra PERTO e de outro a palavra LONGE. Esse era o nosso
ambiente.
As crianças foram chegando e
perguntando: O que será que vai ter hoje? Por que esse coração?
Sempre coloco as cadeiras em
círculo em frente a nossa mesa e sempre faço parte do círculo. Enquanto nos
ajeitávamos fomos conversando e a Fernanda e o Rodrigo me deram
a "deixa" para começar o encontro. As crianças haviam me dito
que eles não viriam porque iam com a mãe ao Shopping em Londrina. Eu
cumprimentei os dois e disse-lhes que estava feliz porque eles vieram ao
encontro e não viajaram. Então eles me contaram que Rodrigo lembrou
do encontro e então Fernanda pediu a mãe para ficar.
E ali começamos a falar
de "escolhas". Vir ao encontro foi uma escolha. Os meninos começaram
a tirar uma "casquinha" do Rodrigo: "Não acredito que você preferiu vir à catequese, Rodrigo!" (Rodrigo
é mais velho que as outras crianças, vai fazer 13 anos em setembro). E
Rodrigo respondeu: "Eu amo a catequese!" Não sei bem se aquilo
era deboche ou verdade... As crianças
falam sempre rindo. Mas "escolhi" tomar aquilo como verdade.
Então contei a eles que estava
meio chateada e que tive uma grande vontade de nem estar lá, mas escolhi
ir e ficar com eles. Engraçado que, ao que os adultos imediatamente procuram a
causa, as crianças aceitam e consolam, sem querer saber o “porque” das
nossas mazelas.
E ontem pela primeira vez,
consegui que eles todos fechassem os olhos e ficassem, em silêncio absoluto
por UM minuto, pensando e refletindo sobre uma determinada escolha que os
fez feliz ou triste em algum momento da vida. E rezamos o Pai Nosso do fundo
do nosso coração. Pedi a eles que imaginassem o coração de Deus do tamanho
daquele coração que estava ali (mais ou menos o tamanho de uma cartolina), e
que nele cabem todas as nossas orações e pedidos. E que fizéssemos nosso
coração daquele tamanho também.
Fizemos então um círculo em
frente às cadeiras e peguei um bonito cartaz com a imagem de Nossa
Senhora com Jesus no colo. Primeiro passamos de mão em mão olhando bem.
Quando chegou em mim novamente, rasguei um pedaço e todo mundo se assustou. Fui
passando a cada um e pedindo que cada um tirasse um pedaço. Dividimos os cartaz
em onze pedaços. E eu perguntei se alguém tinha ficado com pena de rasgar a
bonita imagem de Maria. Todos disseram que sim. Aí expliquei que aquilo era
apenas um pedaço de papel, Maria é muito maior, mas que muitas vezes fazemos
isso com a nossa vida: Fazemos escolhas impensadas. Então dei-lhes uma fita
crepe e pedi que refizessem o cartaz, como se fosse um quebra cabeça. Depois de
pronto, grudamos o cartaz na parede e perguntei-lhes se o cartaz tinha ficado
igual. Claro que não. Aí começamos a refletir sobre as consequências dos nossos
atos para nossa vida. Como as coisas que fazemos, quando erradas, marcam nossas
vidas e das pessoas a nossa volta.
Em nossa Bíblia, li
pausadamente o texto bíblico (usando a Bíblia na linguagem de hoje, editada
pelas Paulinas), Deuteronômio 30, 15-20. E o que é que vamos escolher? A vida
ou a morte? E citamos diversos exemplos de vida e de morte:
-
A vida é a felicidade, a família, Deus, o bem, o sorriso, as plantas, as
crianças, os pássaros.
-
A morte são as drogas, a desobediência, a bebida, o mal, a violência, a
miséria, a fome.
E nas diversas revistas que
levei, eles recortaram imagens que nos levam para PERTO e para LONGE de Deus,
completando nosso painel. Depois de, 'recorta isso", "recorta
aquilo", "cola aqui", "cola ali"... analisamos
nosso feito. E refletimos sobre: assistir TV demais e não fazer o dever de
casa e pagar "mico" lá com a professora; ficar na internet e esquecer
que a mãe pediu pra arrumar o quarto, levar uma baita bronca e perder a
confiança dela; comer salgadinho e beber refrigerante demais e depois ficar
igual aos personagens do filme Wall-E e mal conseguir levantar da cadeira...
E por fim distribuí a todos a
letra da música "É preciso saber
viver". E cantamos a plenos pulmões. Repetimos a música umas três
vezes. E no final gritamos o refrão e rimos muito... Então depois de
limparmos nossa bagunça, pedimos ao Santo Anjo que nos iluminasse. E o Emanuel
disse pra mim: "Tia, como é que a
catequese passou tão rápido hoje?"
Muito simples: a gente tem que saber viver!
É Preciso Saber Viver
(Titãs - Composição: Erasmo Carlos / Roberto Carlos)
Quem
espera que a vida
Seja feita de ilusão
Pode até ficar maluco
Ou morrer na solidão
É preciso ter cuidado
Pra mais tarde não sofrer
É preciso saber viver
Seja feita de ilusão
Pode até ficar maluco
Ou morrer na solidão
É preciso ter cuidado
Pra mais tarde não sofrer
É preciso saber viver
Toda
pedra do caminho
Você
pode retirar
Numa flor que tem espinhos
Você pode se arranhar
Se o bem e o mal existem
Você pode escolher
É preciso saber viver
Numa flor que tem espinhos
Você pode se arranhar
Se o bem e o mal existem
Você pode escolher
É preciso saber viver
É
preciso saber viver
É preciso saber viver
É preciso saber viver
Saber viver, saber viver!
É preciso saber viver
É preciso saber viver
Saber viver, saber viver!
Ângela Rocha - Catequistas em Formação
Um comentário:
Muito bom, maravilhoso.
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