Quanto
mais adulta for a fé de um cristão, mais ele toma Deus a sério na oração,
fazendo da oração um diálogo com Deus Pai ao jeito de um filho que fala com seu
Pai. Do mesmo modo procura dialogar com o Filho de Deus ao jeito de um irmão
que fala com outro irmão.
Quanto
mais for este o modo de nós orarmos, mais a nossa oração será uma oração em
nome de Jesus e, portanto, mais será oração no Espírito Santo.
São
Paulo diz que o Espírito Santo é o amor de Deus derramado em nossos corações
(Rm 5, 5). Ele é o vínculo e o princípio animador da comunhão que nos liga
familiarmente a Deus. É ele que clama em nós “Abba”, Paizinho, e faz de
nós co-herdeiros com Cristo (Rm 8, 14-17).
Orar
em união com Cristo é comunicar com Deus de modo familiar, dizendo-lhe o que
nos vai no coração, seja no sentido de pedir, louvar ou falar das grandes
questões da Humanidade. Mas falar de modo familiar. É este o modo de tomar
Deus a sério na oração. Eis o que diz São Paulo a este respeito: “Orai com o espírito e com a inteligência.
Pensai nas palavras, a fim de entenderdes o que estais a dizer. Quando
orardes em comunidade, fazei-o de modo a que as pessoas vos entendam, a fim de
poderem dizer “Amém” à vossa oração”. (1 Cor, 14, 15-16).
Jesus
diz para não usarmos de muito palavreado na oração. Os pagãos é que procedem
deste modo, pois pensam que por falarem muito serão melhor atendidos (Mt 6,
7). Jesus diz que a nossa oração não deve ser como a dos hipócritas que se
põe a julgar os outros. Estes não saem da presença de Deus justificados,
diz Jesus (Mc 12, 40). A Carta de São Tiago diz que devemos orar com fé,
pois sem fé não é possível obter os dons de Deus (Tg 1, 5-8).
Na
oração estamos falando com Deus, que não é uma teoria, mas Alguém real com quem
podemos contar. Podemos ter conhecimentos teóricos sobre os conteúdos da
fé, mas, não termos uma experiência viva de Deus.
A
oração deve ser uma relação com Deus assente na verdade e no amor. Isto
quer dizer que à medida que cresce no amor, a pessoa está mais capacitada para
conhecer e amar a Deus. Eis o que diz a primeira Carta de São João:
“Caríssimos, amemo-nos uns aos outros, pois o amor vem de Deus. Aquele que
ama nasceu de Deus e chega ao conhecimento de Deus. Aquele que não ama não
chega a conhecer Deus, pois Deus é amor” (1 Jo 4, 7-8).
É
importante termos consciência de que a oração não é um conjunto de palavras
mágicas capazes de mudar o querer de Deus ou a sua opinião. Mas, isto não
quer dizer que a oração não seja eficaz. Pelo contrário, podemos ter a certeza
de que a oração é sempre eficaz. À medida que oramos no Espírito Santo, o
nosso coração começa a sintonizar com o querer de Deus. Este é o dom
principal que nos é concedido através da oração, pois o querer de Deus coincide
rigorosamente com o que é melhor para nós.
Em Comunhão Convosco,
Pe. Santos Calmeiro Matias
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