COMO FAZER...
A catequese é um processo, com etapas e
programação sistemática, progressiva. Dentro dessa programação teremos muitas
ações, uma delas é a realização dos encontros de catequese, que devem ser
planejados e preparados, o que não pode ocorrer de última hora.
Vamos entender então um pouco do que é
necessário para o bom desenvolvimento de um encontro de catequese, ou seja,
quais são os passos metodológicos.
PASSOS
METODOLÓGICOS:
01 –
ACOLHIDA:
O grupo precisa se sentir esperado, acolhido,
apresentado de um para o outro. Sempre podemos realizar um sinal, um gesto ou
uma atitude de acolhida. Quando iniciamos um trabalho catequético com um grupo
é bom gastar mais tempo para entrosar
o grupo, o que pode ser realizado com o uso de dinâmicas. Isso ajuda a criar
vínculos com o grupo.
02 –
MOTIVAÇÃO:
Motivar não é apenas usar dinâmicas ou
recursos. Motivar na catequese é dar motivo, razão para estar no encontro e ser
parte do grupo de catequese, através de um processo que movimenta e entusiasma,
encaminhando cada catequizando para a prontidão no acolhimento da mensagem
bíblica.
A motivação deverá ser realizada em vista do
objetivo traçado para o encontro. Todos nós sabemos o que queremos ensinar no
nosso encontro, logo, precisamos analisar se a dinâmicas ou recursos atendem ao
nosso objetivo ou se serão mais uma brincadeira, entre tantas outras que o
nosso catequizandos aprende.
Para sabermos se a dinâmica ou recurso cumpriu
o seu papel, devemos ouvir os comentários dos catequizandos. Se fizerem
referência mais para a técnica do que para o que descobriram com ela, aplicamos
apenas uma dinâmica, um recurso. Mas, se os comentários estiverem ligados à
técnica e à descoberta de algo novo, interagindo com o conteúdo, aí motivamos e
despertamos para a compreensão e aplicação na vida. Serviu, portanto como canal
de comunicação, por onde a mensagem irá passar, pois a primeira porta se abriu.
03 –
PALAVRA
A narração do texto bíblico mantém a atenção
sobre o fato, pois é sempre agradável ouvir alguém contar uma história. Daí a
importância do catequista preparar-se antecipadamente e poder substituir a
leitura pela narração ou proclamação da Palavra.
É sempre bom explorar o texto bíblico
proporcionando aos catequizandos o estudo do fato mais de perto, fazendo
perguntas, realizando dinâmicas para que a mensagem e a atitude de Jesus e de
outras pessoas, favoreça a compreensão de que a Bíblia contextualiza a história
do povo de Deus. È importante também que o catequista associe o texto bíblico
as situações que presenciamos hoje, para que haja por parte do catequizandos a
compreensão de que o processo, a caminhada continua. Essa caminhada é
decorrente da maturidade e situação histórica do povo. É sempre necessário
estabelecer um elo com a realidade dos catequizandos, através de uma adaptação
da Palavra de Deus de acordo com aquilo que envolve a comunidade.
Antes de apresentar o texto bíblico, podemos
destacar a Palavra de Deus de diferentes maneiras:
- Passar a bíblia de mão em mão;
- Deixar a Bíblia em um lugar de destaque, para
que cada catequizando coloque a mão e faça um pedido;
- Colocar pedras sobre a Bíblia, para propiciar
um momento de pedido de perdão, para para que os catequizandos possam se
expressar enquanto retiram as pedras;
- Amarrar a Bíblia com cordas para que aos
poucos possam ir desamarrando;
- Preparar uma entrada oficial e solene da
Bíblia;
- Cantar antes da proclamação.
04 –
ORAÇÃO
É o ponto alto do nosso encontro, é o momento
da inter-relação: Deus-catequizandos-catequista. É o momento do silêncio, da
explicitação, de nosso louvor, agradecimento e o pedido de ajuda a Deus, para
conseguirmos fidelidade, coragem e esperança na caminhada. É neste momento que
devemos estar preparados e preparar o grupo para a escuta e o diálogo com Deus,
assim teremos percorrido os caminhos de um verdadeiro encontro. Se isso não
acontecer poderemos ter ficado nas aulas
de catequese, não em verdadeiros encontros
de catequese.
Percebemos que partimos para o encontro
catequético analisando algo da própria vida dos catequizandos: motivados por
uma situação, um símbolo, um fato, apresentamos a Palavra de Deus (texto
bíblico) que nos mostrará uma proposta em relação a nossa realidade e nos dará
luzes para a caminhada, abrindo caminho para o momento da oração.
Podemos aproveitar as
fórmulas (Pai-Nosso, Ave-Maria...), os textos da Bíblia, como as orações
espontâneas. O importante é educar para a oração, a fim de que não sejam apenas
rezas mecânicas. Devemos educar o
catequizando para se colocar diante de Deus de modo espontâneo.
05 –
ATIVIDADES:
As atividades na catequese são um processo de
ensino-aprendizagem, por meio dos quais é possível perceber o que foi
assimilado pelo catequizando, sobre a mensagem apresentada. Portanto, devem
estar a serviço da fé. É importante não ficar preso apenas ao que é escrito ou
expresso pelo catequizando. É necessário dar um passo a mais, transformando a
atividade em uma ação transformadora, gerando o envolvimento na comunidade. É
insuficiente realizar encontros com perspectivas de comunidade e o catequizando
não experenciar a prática participativa. São muitos os momentos em que podemos
propiciar envolvimento dos catequizandos, com ações transformadoras na
comunidade: organização de campanhas sociais; missões; encontros de casais;
encontros das diversas pastorais; organização da festa do padroeiro (a), etc.
06 –
COMPROMISSO:
É o momento do agir. É algo que procuramos
fazer a partir da nossa realidade individual, daquilo que aprendemos, que
descobrimos e queremos melhorar ou mudar. O catequista atua neste momento do
encontro como aquele que fornece pistas para despertar as atitudes de vida
fraterna na comunidade, no grupo de amigos e vida familiar, usando como
referencial o tema trabalhado no encontro. Uma proposta de agir deve partir
sempre das condições reais do catequizando, daquilo que é possível realizar.
É um meio pelo qual o catequizandos toma
consciência de que alguma coisa deve ser feita sobre o assunto trabalhado,
sentindo-se comprometido com a mensagem e com a mudança, a partir das suas
necessidades e de forma espontânea. A proposta do agir na catequese deverá ser
um convite para partilhar e servir, saindo de si em busca do encontro com o
outro e com Deus.
07 –
AVALIAÇÃO
É o processo de
reflexão em torno da tarefa catequética com função construtiva. O que se
avalia:
§
Os
elementos do processo catequético
§
Ação do catequista
§
O desenvolvimento
O catequista deve perceber após o encontro se
os objetivos traçados foram atingidos. É o momento de rever procedimentos e
corrigir os rumos para o próximo encontro. Listar ponto positivos e negativos
observados é um bom ponto de partida para a correção de encontros futuros.
CONSIDERAÇÕES
IMPORTANTES:
É importante destacar que o planejamento não
garante a totalidade da ação, pois muito dependerá da ação do espírito Santo,
que age no catequistas, mas o planejamento é uma ferramenta para que a
caminhada do grupo possa ser bem trabalhada.
Cabe salientar, também, que os momentos deste
método não são estanques e nem seqüências de operações, mas é um processo.
Neste sentido nosso conceito de método deve ser ampliado deixando de lado
concepções de que o método é só uma questão didática de cada encontro
catequético, com passos que precisam ser seguidos a risca.
Este pensar exige uma visão mais global e menos
segmentada, portanto se torna necessário que o catequista realize o
planejamento do Itinerário Catequético
que seu grupo vai percorrer durante um determinado tempo, tendo sempre em mente
o fim da caminhada, ou seja, o objetivo. Assim, não se trabalha a soma de
elementos transmitidos nos encontros, encontro por encontro, mas o conjunto de
ações que vai se realizando e que irão ajudar a chegar ao objetivo.
ITINERÁRIO:
O catecismo da Igreja Católica diz que para tornar-se
cristão é preciso ser iniciado na fé cristã “por um Itinerário e uma iniciação
que passa por várias etapas” (n. 1229).
A palavra itinerário significa caminho.
Precisamos de um caminho por onde andar. Neste caso, trata-se do
conjunto de elementos que unidos levam aos mesmos objetivos. Uma catequese de
modelo escolar se preocupa mais com a transmissão de conteúdo, aula após aula.
Na catequese, queremos avançar para um itinerário global, ou seja, um plano que
inclua elementos de transformação, que não se limite ao encontro de catequese e
ao conteúdo do manual. Alguns elementos são fundamentais neste itinerário:
- Palavra
(o conteúdo da fé);
- Encontro
de catequese;
- Celebrações
(nos encontros e com a comunidade);
- Envolvimento
da família;
- Ações
(que geram a transformação da vida do catequizando, na família, na
comunidade e na sociedade).
“A catequese não é uma supérflua introdução na
fé, um verniz ou um cursinho de admissão á Igreja. É um processo exigente, um
itinerário prolongada de preparação e compreensão vital, de acolhimento dos
grandes segredos da fé (mistérios), da vida nova revelada em Cristo Jesus e
celebrada na liturgia”. ( DNC, n. 37).
“O que
vimos e ouvimos vo-lo anunciamos”. (1Jo 1,3)
Baseado
em tudo que vimos, podemos agora montar um quadro com os principais passos de
um encontro:
ROTEIRO
DE ENCONTRO
A
N
T
E
S
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Interlocutores
(Catequizandos)
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Quem são nossos catequizandos?
Idade, etapa, catequese de eucaristia, de crisma...
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Duração
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Duração do encontro: 1 hora, 1 hr e
meia, 2 horas...
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Local
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Sala de catequese, Templo, casa do
catequizando, do catequista... Como vai ser ambientado?
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|
Tema
Conteúdos
|
Qual será o tema trabalhado no
encontro? Qual o conteúdo a ser explorado?
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|
Objetivo(s)
|
Que objetivo eu quero atingir com o
tema proposto?
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|
Material
(Recursos)
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Texto, canto, Bíblia, velas,
flores, cartaz, etc...
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|
D
U
R
A
N
T
E
|
Passos
metodológicos
|
Motivação
Vou usar uma dinâmica? Uma
brincadeira? Vou contar uma história? Cantar uma música?
|
Palavra
Qual a Palavra, texto bíblico que
vai fundamentar o tema?
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Oração
Como será o momento orante do
grupo? Orações espontâneas, fórmulas...
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Atividades
educativas
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Que atividades vou trabalhar para
assimilar o conteúdo? As atividades não se limitam a exercícios e escritos,
podem incentivar ações transformadoras fora do momento do encontro.
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Atividades
Compromisso
(sócio-trasnformador)
|
Que pistas posso dar aos
catequizandos para que levem para sua vida o que viram no encontro? Como
despertar a consciência de que algo precisa ser feito sobre o assunto e que
gere mudanças na vida do catequizando. É um convite para partilhar e servir,
ir em busca do outro e de Deus.
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|
D
E
P
O
I
S
|
Avaliação
|
Avaliação do encontro pelo retorno
recebido dos interlocutores.
Avaliar se os recursos utilizados
atingiram seu objetivo.
Se o conteúdo foi assimilado
satisfatoriamente e se são necessárias mudanças de conduta num próximo
encontro.
|
Ângela
Rocha
Catequista
Fonte:
- Formação Básica de catequistas, Metodologia
Catequética. Leo Marcelo Plantes Machado. Editora Arquidiocesana de
Curitiba, 2013.
- O
encontro de catequese. Marilac L. R. Oleniki e Leo Marcelo Plantes Machado.
Petrópolis: Vozes, 2005.
- Diretório Nacional de Catequese – DNC . Itens
157-162. Edições CNBB, 2006.
2 comentários:
Muito bom testo!! Estou começando como catequista estou ainda estudando,preciso desenvolver habilidades,criatividades com relação a dinâmica
Muito bom , obrigada! Deus te abençoe e fortaleça. Abraço
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