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sábado, 25 de fevereiro de 2017

VOCÊ SABE QUAIS SÃO AS TAREFAS DA CATEQUESE?


Muitas pessoas têm uma visão de que a catequese é feita exclusivamente de “conteúdo”, ou seja, temas da fé, extraídos do Catecismo ou simplesmente mensagens extraídas das passagens bíblicas, mas, ela é muito mais que isso. Se quisermos, realmente, EVANGELIZAR, precisamos levar a instrução da fé a todas as dimensões da vida do nosso catequizando.

Segundo do DGC (Diretório Geral de Catequese), em seu item 85, as tarefas fundamentais da catequese são:

1. Favorecer o conhecimento da fé (Dimensão Conteúdo)

Aquele que encontrou Cristo deseja conhecê-Lo o mais possível, assim como deseja conhecer o desígnio do Pai, que Ele revelou. O conhecimento da fé (fides quae) é exigência da adesão à fé (fides qua). Já na ordem humana, o amor por uma pessoa leva a desejar conhecê-la sempre mais. A catequese deve levar, portanto, a compreender progressivamente toda a verdade do projeto divino, introduzindo os discípulos de Jesus Cristo no conhecimento da Tradição e da Escritura, a qual é a eminente ciência de Jesus Cristo (Fil 3,8). O aprofundamento no conhecimento da fé ilumina cristãmente a existência humana, alimenta a vida de fé e habilita também a prestar razão dela no mundo. A entrega do símbolo, compêndio da Escritura e da fé da Igreja, exprime a realização desta tarefa.
2. A educação litúrgica (Dimensão Liturgia)       

De fato, Cristo está sempre presente em Sua Igreja, sobretudo nas ações litúrgicas. A comunhão com Jesus Cristo leva a celebrar a sua presença salvífica nos sacramentos e, particularmente, na Eucaristia. A Igreja deseja ardentemente que todos os fiéis cristãos sejam levados àquela participação plena, consciente e ativa, que exigem a própria natureza da Liturgia e a dignidade do seu sacerdócio batismal. Por isso, a catequese, além de favorecer o conhecimento do significado da liturgia e dos sacramentos, deve educar os discípulos de Jesus Cristo à oração, à gratidão, à penitência, à solicitação confiante, ao sentido comunitário, à linguagem simbólica , uma vez que tudo isso é necessário, a fim de que exista uma verdadeira vida litúrgica.

3. A formação moral (Intrínseca em atitudes e exemplos)
A conversão a Jesus Cristo implica o caminhar na sua sequela. A catequese deve, portanto, transmitir aos discípulos as atitudes próprias do Mestre. Eles empreendem assim, um caminho de transformação interior, no qual, participando do mistério pascal do Senhor, passam do velho para o novo homem aperfeiçoado em Cristo. O Sermão da Montanha, no qual Jesus retoma o decálogo e o imprime com o espírito das bem-aventuranças, é uma referência indispensável na formação moral, hoje tão necessária. A evangelização, que comporta também o anúncio e a proposta moral, difunde toda a sua força interpeladora quando, juntamente com a palavra anunciada, sabe oferecer também a palavra vivida. Este testemunho moral, para o qual a catequese prepara, deve saber mostrar as consequências sociais das exigências evangélicas.

4. Ensinar a rezar (Dimensão Orante)
A comunhão com Jesus Cristo conduz os discípulos a assumirem a atitude orante e contemplativa que adotou o Mestre. Aprender a rezar com Jesus é rezar com os mesmos sentimentos com os quais Ele se dirigia ao Pai: a adoração, o louvor, o agradecimento, a confiança filial, a súplica e a contemplação da sua glória. Estes sentimentos se refletem no Pai Nosso, a oração que Jesus ensinou aos discípulos e que é modelo de toda oração cristã. A entrega do Pai Nosso, resumo de todo o Evangelho, é, portanto, verdadeira expressão da realização desta tarefa. Quando a catequese é permeada por um clima de oração, o aprendizado de toda a vida cristã alcança a sua profundidade. Este clima se faz particularmente necessário quando o catecúmeno e os catequizandos encontram-se diante dos aspectos mais exigentes do Evangelho e se sentem fracos, ou quando descobrem, admirados, a ação de Deus na sua vida.

No item 86, encontramos outras tarefas fundamentais da catequese: iniciação e educação à vida comunitária e à missão:

A catequese torna o cristão idôneo a viver em comunidade e a participar ativamente da vida e da missão da Igreja. O Concílio Vaticano II aponta a necessidade, para os pastores, de desenvolver devidamente o espírito de comunidade e para os catecúmenos, de aprender a cooperar ativamente na evangelização e na edificação da Igreja.

5. A educação para a vida comunitária (Dimensão Comunitária)

a) A vida cristã em comunidade não se improvisa e é preciso educar para ela, com cuidado. Para esta aprendizagem, o ensinamento de Jesus sobre a vida comunitária, narrado pelo Evangelho de Mateus, requer algumas atitudes que a catequese deverá inculcar: o espírito de simplicidade e de humildade ( se não vos converterdes e não vos tornardes como as crianças..., Mt 18,3); a solicitude pelos pequeninos (Caso alguém escandalize um desses pequeninos que crêem em mim..., Mt 18,6); a atenção especial para com aqueles que se afastaram ( vai à procura da ovelha extraviada... , Mt 18,12); a correção fraterna ( ... vai corrigi-lo a sós, Mt 18,12); a oração em comum (se dois de vós estiverem de acordo na terra sobre qualquer coisa que queiram pedir..., Mt 18,19); o perdão mútuo (até setenta e sete vezes..., Mt 18,22). O amor fraterno unifica todas estas atitudes: “ Amai-vos uns aos outros como eu vos amei” (Jo 13,34).

b) Ao educar para este sentido comunitário, a catequese dará uma especial atenção à dimensão ecumênica, e encorajará atitudes fraternas para com os membros de outras Igrejas cristãs e comunidades eclesiais. Por isso, a catequese, ao procurar atingir esta meta, exporá com clareza toda a doutrina da Igreja Católica, evitando expressões que possam induzir ao erro. Favorecerá, além disso, um bom conhecimento das outras confissões, com as quais existem bens comuns, tais como: a Palavra escrita de Deus, a vida da graça, a fé, a esperança, a caridade e outros dons interiores do Espírito Santo. A catequese terá uma dimensão ecumênica, na medida em que saberá suscitar e alimentar um verdadeiro desejo de unidade, feito não em vista de um fácil irenismo (pacificação), mas em vista da unidade perfeita, quando o Senhor assim o desejar e através das vias que Ele escolher.

5. A iniciação à missão (Dimensão Missionária)
a) A catequese é igualmente aberta ao dinamismo missionário. Ela se esforça por habilitar os discípulos de Jesus a se fazerem presentes, como cristãos, na sociedade e na vida profissional, cultural e social. Prepara-os também a prestarem a sua cooperação nos diferentes serviços eclesiais, segundo a vocação de cada um. Este empenho evangelizador origina-se, para os fiéis leigos, dos sacramentos da iniciação cristã e do caráter secular de sua vocação. É também importante usar todos os meios disponíveis para suscitar vocações sacerdotais e de particular consagração a Deus, nas diversas formas de vida religiosa e apostólica e para acender no coração de cada um a vocação especial missionária.

As atitudes evangélicas que Jesus sugeriu aos seus discípulos, quando os iniciou na missão, são aquelas que a catequese deve alimentar: ir em busca da ovelha perdida; anunciar e curar ao mesmo tempo; apresentar-se pobres, sem posses nem mochila; saber assumir a rejeição e a perseguição; pôr a própria confiança no Pai e no amparo do Espírito Santo; não esperar outra recompensa senão a alegria de trabalhar pelo Reino.

b) Ao educar para este sentido missionário, a catequese formará ao diálogo inter-religioso, que pode tornar os fiéis idôneos a uma comunicação fecunda com os homens e mulheres de outras religiões. A catequese mostrará que os laços entre a Igreja e as outras religiões não cristãs são, em primeiro lugar, aqueles da origem comum e do fim comum do gênero humano, assim como também aqueles das múltiplas sementes da Palavra, que Deus depôs naquelas religiões. A catequese ajudará também a saber conciliar e, ao mesmo tempo, a saber distinguir o anúncio de Cristo do diálogo inter-religioso. Estes dois elementos, embora conservem a sua íntima relação, não devem ser confundidos nem considerados equivalentes. Com efeito, o diálogo não dispensa da evangelização.

O item 87 do diretório, faz ainda, algumas considerações sobre o conjunto destas tarefas:

As tarefas da catequese constituem, conseqüentemente, um rico e variado conjunto de aspectos. Sobre este conjunto, é oportuno tecer algumas considerações:
– Todas as tarefas são necessárias. Assim como para a vitalidade de um organismo humano, é necessário que funcionem todos os seus órgãos, também para o amadurecimento da vida cristã, é preciso que sejam cultivadas todas as suas dimensões: o conhecimento da fé, a vida litúrgica, a formação moral, a oração, a pertença comunitária, o espírito missionário. Se a catequese transcurar uma dessas dimensões, a fé cristã não alcançará todo o seu desenvolvimento.
– Cada tarefa, à sua maneira, realiza a finalidade da catequese. A formação moral, por exemplo, é essencialmente cristológica e trinitária, plena de senso eclesial e aberta à dimensão social. O mesmo acontece com a educação litúrgica, essencialmente religiosa e eclesial, mas também muito exigente no seu empenho evangelizador em favor do mundo.
– As tarefas se implicam mutuamente e se desenvolvem conjuntamente. Cada grande tema catequético, por exemplo, a catequese sobre Deus Pai, tem uma dimensão cognoscitiva e implicações morais; interioriza-se na oração e se assume no testemunho. Uma tarefa chama outra: o conhecimento da fé torna idôneos à missão; a vida sacramental dá força para a transformação moral.
– Para realizar as suas tarefas, a catequese se vale de dois grandes meios: a transmissão da mensagem evangélica e a experiência da vida cristã. A educação litúrgica, por exemplo, necessita explicar o que é a liturgia cristã e o que são os sacramentos; porém deve também fazer experimentar os diversos tipos de celebração, fazer descobrir e amar os símbolos, o sentido dos gestos corporais, etc... A formação moral não apenas transmite o conteúdo da moral cristã, mas cultiva também, ativamente, as atitudes evangélicas e os valores cristãos.
– As diferentes dimensões da fé são objeto de educação, tanto no seu aspecto de “dom” quanto no seu aspecto de “compromisso”. O conhecimento da fé, a vida litúrgica e a seqüela de Cristo são, cada uma, um dom do Espírito, que se recebe na oração e, ao mesmo tempo, um compromisso de estudo, espiritual, moral e testemunhal. Ambos os aspectos devem ser cultivados.
– Cada dimensão da fé, assim como a fé no seu conjunto, deve enraizar-se na experiência humana, sem permanecer na pessoa como algo de postiço ou de isolado. O conhecimento da fé é significativo, ilumina toda a existência e dialoga com a cultura; na liturgia, toda a vida pessoal é uma oferta espiritual; a moral evangélica assume e eleva os valores humanos; a oração é aberta a todos os problemas pessoais e sociais.

É muito importante que a catequese conserve esta riqueza de diversidade de aspectos, de forma que nenhum aspecto seja isolado, em detrimento dos demais.

FONTE:
DGC – Diretório Geral para a Catequese – Congregação para o Clero, 1997.
DNC – Diretório Nacional de Catequese – CNBB, 2006.








           

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