Cidade
do Vaticano (RV) – O Papa Francisco teve na manhã desta quarta-feira, dia 1 de
Fevereiro, às 10 horas de Roma, a audiência geral na Sala Paulo VI repleta de
fiéis e peregrinos provenientes de diversas partes da Itália e do mundo para
assistir à audiência e a catequese do Papa. Tema da catequese de hoje é a esperança cristã.
“Caros irmãos e irmãs, disse Francisco,
nas catequeses passadas iniciamos o nosso percurso sobre o tema da esperança à
luz da perspectiva de algumas páginas do Antigo Testamento. Hoje queremos
evidenciar o aspecto extraordinário que esta virtude assume no Novo Testamento,
quando encontra a novidade representada por Jesus Cristo e pelo evento Pascal”.
É quanto emerge, sublinha o Pontífice,
de maneira tão clara na primeira carta de S. Paulo aos Tessalonicenses(1Ts
5,4-10). Quando o Apóstolo Paulo escreveu esta carta, a comunidade de
tessalônica, uma pequena comunidade, bastante jovem, tinha sido apenas fundada
e não obstante enfrentar diversas dificuldades, conseguiu permanecer radicada
na fé e a celebrar com entusiasmo e alegria, a ressurreição do Senhor Jesus.
Poucos anos separavam esta pequena e
jovem comunidade cristã do evento da Páscoa de Cristo e vendo os frutos da fé,
o apóstolo Paulo procura fortificar esta
esperança de “filhos da luz e filhos do dia” que lhes advém em virtude da força da sua plena
comunhão estabelecida com Cristo. Paulo observa o Santo Padre, procura fazer
compreender todos os efeitos e as consequências que o evento da Páscoa de
Cristo comporta para a história da humanidade e para a vida de cada um.
De fato, as dificuldades experimentadas
por esta pequena comunidade, não eram tanto ligadas ao facto de reconhecer a
ressurreição de Jesus, mas em acreditar na ressurreição dos mortos. Neste
sentido, disse Francisco, esta carta do apóstolo Paulo aos Tessalonicenses,
revela também uma particular atualidade nos nossos dias.
“Todas as vezes que nos encontramos
diante da nossa morte, ou perante a morte de uma pessoa querida, sentimos que a
nossa fé é posta à prova. Emergem todas as dúvidas, toda a nossa fragilidade e
nos perguntamos: realmente haverá a vida depois da morte? Poderei ainda ver e
reabraçar as pessoas que amei? Também nós, no contexto atual, temos necessidade
de regressar à raiz e aos fundamentos da nossa fé, por forma a tomar
consciência de quanto Deus realizou para nós em Jesus Cristo e o que significa
a nossa morte. Todos nós, de facto, temos medo da morte por causa desta
incerteza. E é precisamente aqui, que nos vem em ajuda, a palavra do Apóstolo
Paulo ”.
O Apostolo Paulo, observou o Papa,
perante os temores e as perplexidades da comunidade de Tessalônica, convida a
manter-se segura sobre a cabeça como um cimo, sobretudo nas provas e nos mementos
mais difíceis da nossa vida, a esperança da salvação. Eis, sublinha o Pontífice,
o que é a esperança. Quando se fala de esperança podemos ser levados a
entendê-la segundo a interpretação comum do termo, isto é, algo de belo que
desejamos, mas que pode realizar-se ou não realizar-se. Tudo é reduzido ao
âmbito do desejo. Por exemplo, espero que amanhã haja bom tempo; mas também
sabemos que poderá haver um mau tempo.
A esperança cristã não é assim. A esperança
cristã é a espera de algo que já foi realizado e que certamente se realizará
para cada um de nós. Também a nossa ressurreição e a dos nossos defuntos,
portanto, não é uma coisa que poderá realizar-se ou não, mas é uma realidade
certa, enquanto radicada no evento da ressurreição de Cristo.
Ter esperança para o cristão, significa
portanto, para Francisco, aprender a viver na expectativa, com um coração
pobre e humilde, de alguém que não deposita a sua confiança nos seus próprios
bens e capacidades, mas em Deus que ressuscitou Jesus dos mortos e há de nos
fazer partícipes dessa mesma Ressurreição.
E assim, concluiu dizendo o Santo
Padre, estaremos sempre com o Senhor! Vocês acreditam nisso? Perguntou
Francisco aos presentes na Sala Paulo VI. Pergunto-vos: vós acreditais nisso?
Então convido-vos todos a repetir juntamente comigo, três vezes, a seguinte
expressão: e assim para sempre estaremos com o Senhor! E assim para sempre
estaremos com o Senhor! E assim para sempre estaremos com o Senhor! Sim, e lá
com o Senhor nos encontraremos! Obrigado!
Como habitualmente, não faltou uma
saudação do Santo Padre, aos fiéis e peregrinos de língua oficial portuguesa
presentes na audiência, na Sala Paulo VI:
“Dirijo uma saudação especial a todos
os peregrinos de língua portuguesa, nominalmente aos estudantes vindos de
Portugal. Queridos amigos, que a fé na Ressurreição nos leve a olhar para o
futuro, fortalecidos pela esperança na vitória de Cristo sobre o pecado e a
morte. Deus vos abençoe”!
Fonte: radiovaticana.va
Fonte: radiovaticana.va
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