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segunda-feira, 18 de agosto de 2014

FIQUEM VIGIANDO...


“Servi ao Senhor com toda humildade, com lágrimas e no meio das provações que sofri por causa das ciladas que me fizeram. Nunca deixei de anunciar...”.
(At. 20, 19-20)

O apóstolo Paulo sempre foi referência para todos os cristãos, mais ainda para os catequistas. Sua conversão e sua vida de pregações são exemplos que nos levam a amar a nossa missão. Como ele, também somos discípulos, chamados a mais importante das missões: levar a palavra do Pai a toda criatura.

Algumas vezes, no entanto, esquecemos um pouco nosso papel e nos deixamos levar pelas intrigas e mal-querenças existentes em nosso meio. Preocupamos-nos demais com o que os outros “não” estão fazendo! A tal ponto que de nos esquecermos da nossa maior responsabilidade: as pessoas que estão ali, sob a nossa responsabilidade, ávidas por palavras de encorajamento e pelo conhecimento da fé, sejam elas: crianças, adolescentes, adultos, idosos ou deficientes. Parece-nos correto nos incomodarmos com o que os pais “não fazem”, o que o padre “não faz”, com o que a coordenadora “não faz” e o com o que os outros catequistas “não fazem”.

E eu? O que eu “não faço”? Uma coisa podemos dizer: se estamos somente preocupados com isso, é porque não estamos “fazendo coisa alguma”!

Lembremos que Paulo não se incomodava com que os outros discípulos “não estavam fazendo”. Muito pelo contrário, ele era um exemplo a ser seguido por todos os que caminhavam com ele. Exortava a todos, como pastores, a cuidar do rebanho do Senhor. Nunca achou, em nenhuma de suas viagens, que estava cansado demais para prosseguir. A vida dele foi repleta de realizações mesmo em seus piores momentos. Quando não podia estar lá, junto de todos, ele escrevia cartas. Palavras de encorajamento para não deixar que a chama da fé se apagasse.

Ele não tinha medo e conhecia seu destino, aceitava sem temor a missão que lhe fora confiada. Sempre que me sinto desanimada para continuar minha missão, leio a despedida de Paulo em Mileto (At 20m 17ss). São trechos que nos emocionam, pois parece-me uma mensagem para nós, nos entregando uma missão: “Cuidem de vocês mesmos e de todo o rebanho, pois o Espírito Santo os constituiu guardiões, para apascentarem a Igreja de Deus, que Ele adquiriu para si com o sangue do seu próprio Filho.” (At. 20, 28).

Será que somos capazes de cumpri-la? Ao dizer tudo isso aos anciões ou presbíteros daquele tempo, Paulo estava nos dizendo da importância da missão do catequista, do evangelizador. “Eu sei: depois da minha partida aparecerão lobos vorazes no meio de vocês, e não terão pena do rebanho. E no meio de vocês mesmos surgirão alguns falando coisas pervertidas, para arrastar os discípulos atrás deles. Portanto, fiquem vigiando e se lembrem que durante três anos, dia e noite, não parei de admoestar com lágrimas a cada um de vocês.” (At. 20, 29-31), com essas palavras, ele nos alertava para o que aconteceria em nosso meio: intrigas, disputas por atenção, vaidades, ciúme e egoísmo.

Na catequese precisamos tomar muito cuidado. Estamos, a todo o momento, sujeitos ao “aparecer” e nos mostrar à sociedade, esquecendo um pouco os nossos catequizandos. Esquecendo que a catequese não é um simples serviço prestado para concessão de um sacramento. Ela é um aprendizado para a vida toda, ela é a iniciação do cristão na Igreja. Então, façamos como Paulo, que não cobiçou prata nem ouro e nem as vestes de ninguém: “Vocês sabem que estas minhas mãos providenciaram o que era necessário para mim e para os que estavam comigo. Em tudo mostrei a vocês que é trabalhando assim que devemos ajudar os fracos, recordando as palavras do próprio Senhor Jesus, que disse: ’Há mais felicidade em dar do que em receber’.” (At. 20, 33-35).

Paulo nos entregou ao Senhor e à palavra de Sua graça, que tem o poder de edificar e de nos dar a herança entre todos os santificados. Façamos bom uso dessa herança e não a gastemos em vão.


*Ângela Rocha
angprr@gmail.com

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