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domingo, 3 de agosto de 2014

HOMILIA DO DOMINGO - 18º DOMINGO DO TEMPO COMUM

Deus nos alimenta gratuitamente

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O amor de Deus se manifesta na atitude de saciar a fome. O seu alimento não exige nenhuma paga, como nos diz o texto do profeta Isaías (Is 55,1): Deus não cobra, Ele alimenta o pobre, o faminto, o pecador. Assim como as dores da vida não nos furtam o amor de Deus, também nossa condição social ou moral não nos impedem de sermos amados e alimentados pelo Senhor. Nem mesmo um grande pecado poderia impedir que Deus continuasse amando. Ele é amor incondicional, gratuito. Por isso, de nossa parte, basta-nos abrir à sua graça, deixar o seu amor entrar. Jamais poderemos fazer barganhas com Deus, com a ilusão de que trocaremos nossas virtudes ou práticas religiosas por algum benefício.

Mas o benefício divino não nos priva da dor. Porém, é comum desejar um Deus intervencionista, que venha e faça o milagre aqui e agora, que não permite que a dor aconteça. O sofrimento parece ser sinônimo de imobilidade divina. A pobreza, a violência, a guerra, parecem evocar o fato de que Deus não se importa. Se Ele é Deus, por que não faz nada? É hora de acolhermos um Deus que luta contra o mal, mas não é um Todo Poderoso tapa buracos. Ele deixa que o mundo caminhe entre as vicissitudes, deixa que aprendamos a construir a nossa história como pessoas adultas entre os desafios. São Paulo nos diz na segunda leitura é que o Senhor nunca deixa de nos amar, mesmo que não pareça. Às vezes age de modo furtivo, sem ser percebido. Acima de tudo, seu amor vai além desta vida: é mais forte do que a morte, ou seja, é garantia de nossa ressurreição. Mas nossas vitórias sobre as mortes já acontece aqui e agora… A pergunta atual de São Paulo é um encorajamento a não duvidarmos: “Quem nos separará do amor de Cristo?”
No Evangelho Jesus alimenta o Povo. Jesus não admite despedir a multidão com fome. Não deixa que “se virem sozinhos”. O Senhor deseja alimentar o seu povo, pois “encheu-se de compaixão por eles”. O amor que não se separa de nós é sinônimo de compaixão (=sofrer com). Deus não tem pena, mas sente em suas entranhas (este é o sentido bíblico do termo compaixão) a miséria de quem sofre. Então, intervém com seu amor. Mesmo se não percebemos ou se a graça demora, Ele sofre a nossa dor, tem um coração capaz de se compadecer de nossa dor, é solidário com o ser humano.
Troquemos o deus intervencionista pelo Deus solidário, que sente nossas dores. Troquemos o Deus da barganha por Aquele que nos dá tudo de graça. Do seu amor jamais poderemos nos apartar!
Pe. Roberto Nentwig

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