CONVERSÃO É APRENDER A FAZER O BEM COM COISAS CONCRETAS
Papa Francisco terminou no passado fim de semana o retiro quaresmal que
teve na localidade de Ariccia, 30 Km a Sudeste de Roma, juntamente
com a Cúria Romana.
Na última terça-feira 14 de março o Papa retomou as celebrações
eucarísticas matutinas na Capela da Casa Santa Marta. Na homilia da Missa desta
terça, e partindo da 1ª leitura, Francisco indicou o caminho da conversão que
inclui, disse, fazer o bem com ações concretas, não com palavras.
Na primeira leitura o Profeta
Isaías exorta a afastar-se do mal e a aprender a fazer o bem, um binómio
inseparável neste percurso. “Cada um de nós, todos os dias, faz algo de mau”,
disse o Papa. De fato, Continua Francisco, a Bíblia diz que “o mais santo peca
sete vezes ao dia”. O problema, porém, está em “não se acostumar em viver nas
coisas feias” e afastar-se daquilo que “envenena a alma”, a torna pequena. E,
portanto, devemos aprender a fazer o bem:
“Não é fácil fazer o bem: devemos
aprendê-lo, sempre. E Ele nos ensine. Mas: aprendam. Como as crianças. No
caminho da vida, da vida cristã se aprende todos os dias. Deve-se aprender
todos os dias a fazer algo, a ser melhores do que o dia anterior. Aprender. Afastar-se
do mal e aprender a fazer o bem: esta é a regra da conversão. Porque
converter-se não é consultar uma fada que com a varinha de condão nos converte:
não! É um caminho. É um caminho de afastar-se e de aprender”.
E aqui Francisco recordou que para
isso se torna necessário ter coragem para afastar-se e humildade para aprender
a fazer o bem que se deve exprimir com fatos concretos:
“Ele, o Senhor, aqui fala em três
ações concretas, mas existem muitas outras: buscai a justiça, socorrei o
oprimido, fazei justiça ao órfão, defendei a causa da viúva... mas…, ações
concretas. Aprende-se a fazer o bem com ações concretas, não com palavras mas
com fatos… Por isso, Jesus, no Evangelho que ouvimos, repreende a classe
dirigente do povo de Israel, porque ‘diz e não faz’, não sabem concretizar. E
se não sabem concretizar, não podem chegar à conversão”.
Em seguida Francisco evocou a
importância do fato de a primeira leitura prosseguir com o convite do Senhor:
“Vinde, debatamos”. “Vinde”: uma bela palavra, diz Francisco, uma palavra que
Jesus dirigiu aos paralíticos, à filha de Jairo, assim como ao filho da viúva
de Naim. E Deus nos dá uma mão para “ir”. E é humilde, se abaixa muito para
dizer: “Vinde, debatamos”. Aqui o ressaltou o modo como Deus nos ajuda:
“caminhando juntos para ajudar-nos, para nos
explicar as coisas, para nos tomar
pela mão”.
O Senhor é capaz de “fazer este
milagre”, isto é de “nos transformar”, não de um dia para outro, mas no
caminho:
O convite à conversão, é:
afastem-se do mal, aprendam a fazer o bem … ‘Vinde, debatamos, vinde a mim,
debatamos e prossigamos’. ‘Mas…, tenho muitos pecados …’ – ‘Não se preocupe: se
os seus pecados são como escarlate, se tornarão brancos como a neve’. E este é
o caminho da conversão quaresmal. Simples. É um Pai que fala, é um Pai que nos
quer bem, nos quer bem, bem. E nos acompanha neste caminho de conversão. Ele
nos pede somente que sejamos humildes. Jesus diz aos dirigentes: ‘Quem se
exaltar, será humilhado e quem se humilha será exaltado’”.
O caminho da conversão é
“afastar-se do mal, aprender a fazer o bem”, levantar-se e ir com Ele. Então,
“os nossos pecados serão todos perdoados” concluiu o Papa.
RADIOVATICANA.VA
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