ENCONTROS CATEQUÉTICOS
– CAMPANHA DA FRATERNIDADE 2014
PARA O 1º E 2º TEMPO
(8 A 10 ANOS)
Para as
crianças mais pequenas, os encontros do livrinho foram formatados em apenas
dois encontros. Pode-se utilizar um dos encontros para passar o filme e o outro
para trabalhar o tema.
01 - PRIMEIRO ENCONTRO - O valor de
todo ser humano.
01
- Desenvolvimento do encontro
Preparação
do local: Colocar em
destaque o cartaz da Campanha da Fraternidade e a Bíblia. Prepara uma
folha com três colunas e com os títulos: coisa barata, coisa muito caras, o que
não tem preço. Trazer figuras de pessoas de variadas etnias, idades, situação
social e anúncio de produtos que estão a venda.
Apresentação do tema: O catequista vai conversar sobre a
Campanha da Fraternidade, verificando o que os catequizandos já sabem sobre
isso. Outras campanhas podem ser lembradas. Como ela é feita na Quaresma, temos
aí uma oportunidade de explicar o significado desse tempo litúrgico que nos
convida a uma revisão de vida.
Serão apresentados
o cartaz e o tema, com uma explicação do significado geral de tráfico humano
(trabalho escravo, exploração de atividade sexual, venda de crianças para
adoção ilegal e comércio de órgãos) adaptada à idade e à sensibilidade dos
catequizandos. Aí pode comparar o que o grupo já sabe sobre o processo de
escravidão vivido em outros tempos com os tipos de escravidão que podem ocorrer
ainda hoje.
a)
Podemos vender coisas e não pessoas.
Por quê? – (Trabalhar em forma de debate)
Todos os
dias vemos anúncios que mostram como é o nosso sistema de compra e venda
(apresentar recortes de anúncios publicados em revistas, folhetos e jornais,
com o preço de cada mercadoria anunciada). Por que algumas coisas são mais
caras do que as outras?
Devemos
comprar tudo que desejarmos? Há pessoas que só se sentem valorizadas se
estiverem usando o que a propaganda diz que é indispensável. Mas quem será que
tem mais valor: o jovem (ou a criança) que vive exigindo dos pais tudo o que os
colegas estiverem usando ou quem sabe fica sem alguma coisa quando percebe que
isso vai ser um sacrifício para os pais? O que é mais valioso para nós: um
presente caro ou a alegria de estarmos sendo os melhores amigos dos nossos pais
e de todos que cuidam de nós? Vale mais um brinquedo, uma roupa da moda, ou a
amizade, a ajuda dos amigos e da família, a descoberta de nossas próprias
qualidades? Há coisas que podemos comprar e outras (mais preciosas ainda) que
não tem preço.
O
catequista apresenta a folha com as três colunas. Os anúncios serão colados nas
duas primeiras colunas e as figuras das pessoas na última:
a)
Uma história que nos dá bom exemplo
-
Passar o filme ou trechos do filme com a história de Pinóquio:
O filme
completo de Walt Disney pode ser encontrado no Youtube neste endereço:
http://www.youtube.com/watch?v=Ps3jiJKC2ls
, usar um programa do seu PC para baixar. Ele tem 1h27 no total. Se optar por
passar o filme completo, deixar as reflexões para um próximo encontro,
relembrando as passagens que temos que refletir.
Refletindo...
Vamos
pensar um pouco na história do Pinóquio. Gepeto era um fabricante de
brinquedos, vivia disso: fazia os brinquedos e vendia. Um brinquedo mais
caprichado, com mais recursos, certamente seria mais caro. Gepeto, porém,
queria algo muito especial: não queria ser o melhor fabricante de brinquedos do
mundo, queria ter um filho para amar. Fez o Pinóquio com muito cuidado, mas só
ficou contente de verdade quando o boneco ganhou vida: agora ele poderia lhe
trazer muita fama, ele não iria nunca querer vender, porque era amado como algo
que não tem preço. O que havia no Pinóquio agora que fazia dele algo tão especial?
Gepeto pode
nos fazer pensar no nosso Deus. Ele criou muitas coisas, mas ao fazer os seres
humanos, pensou neles como filhos a serem amados. Com certeza, toda a criação merece ser bem cuidada, mas as pessoas que Deus tanto
ama, e que são também capazes de amar, precisam ter um tratamento especial.
Quando
o tráfico de pessoas leva gente para longe de tudo, não é somente a vida
daquela pessoa que está sendo estragada; todo um futuro bom para muitos outros
está deixando de existir quando se impede uma pessoa de desenvolver livremente
seus dons, de criar coisas boas com liberdade, de cuidar bem daquelas a quem
ama.
b)
Alguém poderia dizer que não tem nada
a ver com isso?
Quando
alguém da nossa família é maltratado, achamos que não temos nada a ver com
isso? Somos todos, parte de uma família maior de filhos e filhas de Deus. De
alguma forma, tudo que é feito a outro ser humano nos atinge. Quando
respeitamos o outro, estamos indicando que queremos ser respeitados e estamos
ajudando a perceber como esse respeito é importante para todos.
Leitura
Bíblica – Lucas 15, 1-7
Jesus um
dia contou uma parábola que alguns acham estranha. Está em Lucas 15, 1-7. Ele
pergunta; quem, tendo cem ovelhas e perdendo uma deixa as 99 no deserto e vai
atrás daquela que se perdeu? Se ele estivesse mesmo falando de ovelhas, era
fácil achar que, tendo 99, dá para se conformam com a perda de uma. Mas as
ovelhas aí representam as pessoas e ele estava querendo dizer que nenhuma
pessoa deve ficar perdida, porque o valor de cada uma é imenso. Pessoas não têm
preço, cada uma é um tesouro sem fim.
Quem segue
Jesus não pode se conformar com a injustiça feita a qualquer pessoa, nenhuma
vida pode ser desrespeitada. Quem faz tráfico de pessoas (enganado e
escravizando trabalhadores e crianças, transformando relacionamentos sexuais em
fonte de lucro) está tratando um ser humano como se fosse uma mercadoria. Jesus
nunca iria concordar com isso! Para Deus, todos somos amados, especiais e
importantes. A Bíblia nos mostra que Ele nos acompanha e nunca desiste de nós.
Oração
final
Oração da Campanha da Fraternidade
2014
Ó Deus, sempre ouvis o clamor do vosso povo
e vos compadeceis dos oprimidos e escravizados
fazei que experimentem a libertação da cruz
e a ressurreição de Jesus.
Nós vos pedimos pelos que sofrem
o flagelo do tráfico humano.
Convertei-vos pela força do vosso espírito,
e tornai-nos sensíveis às dores destes nossos irmãos.
Comprometidos na superação deste mal,
vivamos como vossos filhos e filhas,
na liberdade e na paz.
Por Cristo nosso Senhor.
AMÉM!
02 –SEGUNDO ENCONTRO - O que é liberdade? Como se garante?
Ao
Catequista
Liberdade é
um conceito básico no problema do tráfico de pessoas. Aparece também com
destaque no lema da nossa CF: “Foi para a liberdade que Cristo nos libertou”
(Gl 5,1). Mas há quem pense que a liberdade é fazer o que quiser, sem perceber
o quanto está sendo dominado por seduções externas ou por sua própria
acomodação. Fazer escolhas é fundamental para o ser humano. O próprio Deus, ao
nos dar
livre arbítrio, nos fez diferentes de um robô tecnologicamente muito avançado.
No caso do tráfico de pessoas, a falta de liberdade começa com a falta de
recursos para viver, com a carência que leva a buscar caminhos arriscados, com
oportunidades negadas em outros campos. Mas o traficante também não é livre já
que, escravo do dinheiro, perdeu a noção de dignidade humana.
Nossas
crianças e adolescentes, muitas vezes, pensam que estão sendo livres quando, na
verdade, estão sendo dominadas pelas propagandas, pela pressão de grupos, por
condicionamentos não identificados. Vamos destacar duas condições básicas para
que haja de fato a liberdade:
a.
Ter
possibilidade de escolhas dentro de um sistema justo;
b.
Saber,
em primeiro lugar, dominar a si mesmo.
c.
Responsabilidade
sem liberdade é tirania; liberdade sem responsabilidade é perigosa anarquia,
que acaba prejudicando a todos. Na realidade atual, preparar as crianças para
viver a liberdade com responsabilidade, com justiça, com sabedoria e com
caridade é uma tarefa premente.
Desenvolvimento
do Encontro
Preparação do local: Colocar em destaque a Bíblia e o
cartaz da CF. deixar também disponível o material usado no encontro anterior.
Preparar o quadro a ser completado sobre a liberdade.
Apresentação
do Tema
“Foi para a
liberdade que Cristo nos libertou” (Gl 5,1) é uma frase de Paulo numa carta
escrita a uma comunidade que precisava saber quais regulamentos deveria cumprir
para seguir Jesus. Aí ele fala de liberdade diante de certos costumes dos
judeus, mas diz que essa liberdade não deve ser usada para fazer o que é
errado, deve ser uma liberdade vivida “com amor, alegria, paz, paciência,
amabilidade, bondade, lealdade, mansidão e domínio próprio” (Gl 5, 22-23).
- Convidar
os catequizandos a preencher o quadro abaixo,com o resultado da conversa sobre
o lema da CF.
Liberdade
é para ser vivida...
Com amor...
|
querendo o bem do outro.
|
Em paz...
|
sem agredir ninguém.
|
Com paciência...
|
|
Com amabilidade...
|
|
Com bondade...
|
|
Com lealdade...
|
|
Com mansidão...
|
|
Com domínio próprio...
|
Uns
pensam que são livres, mas não são.
Pensemos no
último requisito da nossa lista: domínio próprio. Liberdade não é simplesmente
fazer o que quiser, sem se importar com as consequências. Um dependente de
drogas pode até dizer: sou livre, ninguém manda em mim, uso drogas porque
quero. Mas ele não é livre, está dominado por um desejo que não consegue
controlar e que vai ser explorado por quem está ganhando dinheiro com isso. O
mesmo pode se dizer de quem não controla sua gula, sua preguiça, seu uso de
dinheiro, seu desejo sexual, sua língua, sua violência...
Outros
são forçados a entregar sua liberdade.
Uns perdem
a liberdade porque são enganados: é o que acontece no processo atual de tráfico
de pessoas. O traficante promete uma boa situação, convence a pessoa a sair do
seu lugar e depois, quando ela está desamparada, obriga-a a fazer o que vai dar
a ele um lucro desonesto.
A extrema
pobreza também pode levar uma pessoa a ser vítima desse processo: como não tem
meios de sustentar (ou de criar os filhos), acaba se colocando a serviço de
quem não vai tratá-la com dignidade, não vai respeitar seus direitos e vai até
obrigá-la a fazer algo errado.
Temos
duas situações de perda de liberdade na história do Pinóquio
A história
do Pinóquio não é só brincadeira da imaginação: é uma espécie de parábola para
fazer refletir sobre o comportamento dos seres humanos em geral. Dois episódios
dessa história têm muito a ver com a nossa conversa de hoje:
1.
Pinóquio
é convidado a ir para a Ilha dos Prazeres. Lá ninguém precisa seguir as regras,
cada um pode fazer o que quiser, sem se importar com nada. Parece ótimo, não é?
Mas isso vai criando uma falta do tal “domínio próprio”. Pinóquio consegue
perceber a tempo que ali as pessoas eram transformadas em burrinhos (porque há
falta de sabedoria, na verdade, quando alguém se deixa levar
por propostas desse tipo) que depois eram vendidos (ou seja, outros saiam
lucrando com esse descontrole, enganando quem pensava que ia viver melhor).
Pinóquio consegue escapar da Ilha dos Prazeres (que de fato devia se chamar
Ilha da Falsa Liberdade). Não seria bom se todas as pessoas conseguissem
recuperar sua liberdade nesse tipo de situação?
2.
Logo
no começo da sua transformação, quando deixa de ser um simples brinquedo
inanimado, mas ainda é muito inocente para perceber os perigos da vida,
Pinóquio é enganado por dois trapaceiros que lhe prometem sucesso como artista,
mas de fato o estão vendendo a um desonesto dono de teatro de marionetes. E lá
fica ele preso depois do espetáculo enquanto seu novo dono conta o dinheiro que
ganhou. Pinóquio é libertado pela ação da fada. E, na vida real, como poderia
ser feita a libertação das pessoas que foram vítimas de trapaças parecidas com
essa?
Leitura
Bíblica: Gn 3
Será que
Deus não poderia ter criado as pessoas para fazerem só o bem, sem
possibilidades de escolhas erradas? Se Ele tivesse feito isso seríamos apenas
robôs. Sem capacidade de escolha não haveria amor verdadeiro, generosidade e
tantas outras coisas que fazem as pessoas serem tão especiais. Desde o começo,
a Bíblia nos mostra seres humanos, a humanidade representada em Adão e Eva, com
capacidade de escolher. Se escolhemos desobedecer as leis de Deus, criamos um
mundo que não é um castigo de Deus, é consequência de falta de sabedoria na
escolha. Se formos inteligentes, faremos o que Deus pede porque, como um bom
Pai, tudo que Ele nos manda fazer é para o nosso bem.
Oração
Final:
Escutar
e refletir - Hino da campanha da fraternidade ( CD)
É
para a liberdade que Cristo nos libertou, Jesus libertador!
É
para a liberdade que Cristo nos libertou!
1 - Deus não quer ver
seus filhos sendo escravizados,
À semelhança e à sua imagem, os criou.
Na cruz de Cristo, foram todos resgatados
Pra liberdade é que Jesus nos libertou!
À semelhança e à sua imagem, os criou.
Na cruz de Cristo, foram todos resgatados
Pra liberdade é que Jesus nos libertou!
2 - Há tanta gente
que, ao buscar nova alvorada,
Sai pela estrada a procurar libertação;
Mas como é triste ver, ao fim da caminhada,
Que foi levada a trabalhar na escravidão!
Sai pela estrada a procurar libertação;
Mas como é triste ver, ao fim da caminhada,
Que foi levada a trabalhar na escravidão!
3 - E quantos chegam
a perder a dignidade,
Sua cidade, a família, o seu valor.
Falta justiça, falta mais fraternidade
Pra libertá-los para a vida e para o amor!
Sua cidade, a família, o seu valor.
Falta justiça, falta mais fraternidade
Pra libertá-los para a vida e para o amor!
4 - Que abracemos a
certeza da esperança,
Que já nos lança,
nessa marcha em comunhão.
Pra novo céu e nova terra da aliança,
Pra novo céu e nova terra da aliança,
De liberdade e vida
plena para o irmão…
Catequista do 3º Tempo
- Eucaristia
Paróquia N. Sra. Rainha dos Apóstolos - Londrina PR.
(Adaptação dos Encontros catequéticos para Crianças e Adolescentes - CNBB)
Paróquia N. Sra. Rainha dos Apóstolos - Londrina PR.
(Adaptação dos Encontros catequéticos para Crianças e Adolescentes - CNBB)
2 comentários:
Muito obrigada, por disponibilizar um material tão rico. Não temos mais os subsídios para vender aqui em S. Paulo e esta postagem caiu do céu!
Deus abençoe!
Vívian Leite
Excelente material!
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