HOMILIA:
SOLENIDADE DE TODOS OS SANTOS
Atualmente pouco se
ouve falar na “comunhão dos santos”. Além disso, muitos fiéis talvez tenham
uma ideia muito restrita a respeito de quem são os santos. Nas suas
cartas, Paulo chama os fiéis em geral de “santos”. Todos os que pertencem a
Cristo e seu Reino constituem uma comunidade viva e real, a “Comunhão dos
Santos”.
As bem-aventuranças (evangelho) proclamam a chegada do Reino de
Deus e, por isso, a boa ventura daqueles que “combinam com ele”. Assim,
caracterizam a comunidade dos “santos”, os “filhos do Reino”, e
proclamando a sua felicidade e salvação. Jesus felicita os “pobres de
Deus”, os que confiam mais em Deus do que na prepotência, os que produzem paz,
os que vêem o mundo com a clareza de um coração puro etc. Sobretudo os que
sofrem por causa do Reino, pois sua recompensa é a comunhão no “céu”, isto é,
em Deus. Dedicando sua vida à causa de Deus, eles “são dele”. É o que diz S.
João (2ª leitura): já somos filhos de Deus, e nem imaginamos o que
seremos! Mas uma coisa sabemos: seremos semelhantes a ele, realizaremos a
vocação de nossa criação (Gn 1,26). O amor de Deus tomará totalmente conta de
nosso ser, ao ponto de nos tornar iguais a ele.
A santidade não é o destino de uns poucos, mas de uma imensa multidão (1ª
leitura): todos aqueles que, de alguma maneira, até sem o saber, aderiram e
aderirão à causa de Cristo e do Reino: a comunhão ou comunidade dos santos.
Ser santo significa ser de Deus. Não é preciso ser anjo para isso.
Santidade não é angelismo. Significa um cristianismo libertado e
esperançoso, acolhedor para com todos os que “procuram Deus com um coração
sincero” (Oração Eucarística IV). Mas significa também um cristianismo
exigente. Devemos viver mais expressamente a santidade de nossas
comunidades (a nossa pertença a Deus e a Jesus), por uma prática da caridade
digna dos santos e por uma vida espiritual sólida e permanente.
Sobretudo:
santidade não é beatice, não é medo de viver. É uma atitude dinâmica, uma busca
de pertencer mais a Deus e assemelhar-se sempre mais a Cristo. Não exige boa
aparência!
Desprezar os pobres
é desprezar os santos! Mas exige disponibilidade para se deixar atrair por
Cristo e entrar na solidariedade dos fiéis de todos os tempos, santificados e
unidos por ele.
Do livro “Liturgia Dominical”, de Johan Konings, SJ, Editora Vozes
Fonte: franciscanos.org
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