SACRAMENTO DA RECONCILIAÇÃO
Eu
vi algo que me deixou pensativa hoje. Ainda mais nestes tempos em que vivemos a
"iniciação à vida cristã" como "método" ou jeito de fazer a
catequese; nestes tempos da mistagogia e do "sentir".
O
assunto girava em torno da Confissão das crianças próximas da Primeira
Eucaristia. E alguém pergunta: “Alguém tem um modelo de exame de consciência bom?
”. Que pergunta estranha! Mesmo para quem olha pelo viés catequético.
Estamos
vivendo em tempos de "IVC" e mistagogia orientados pelos documentos
da Igreja. Será que tem que existir um "roteiro" para se fazer exame
de consciência? Pior que existe! Se você fizer uma “busca” no Google ou
perguntar num grupo de catequese, vai ter muitas respostas com roteiros
elaborados.
Complicado,
né? Deve ser por isso que pouco adulto faz...
Eu
já acompanhei várias turmas até o sacramento da Eucaristia e já trabalhei
bastante os conteúdos referentes ao sacramento da Confissão/reconciliação. E,
NUNCA soube que tinha roteiro para exame de consciência. Simplesmente porque
isso nunca me pareceu necessário. Será que depois de 3 anos de catequese, as
crianças ainda não sabem o que é pecar?
No
manual que usamos como subsídio (Crescer em Comunhão 3) tem exatas 3 linhas
falando o que é o exame de consciência:
"Examinar
nossa vida diante de Deus com honestidade, procurando descobrir o que nos
afastou do amor de Deus e dos irmãos".
E
não é isso? Perguntar a si mesmo se feriu algum dos mandamentos ou se fugiu dos
valores que Jesus ensina nos evangelhos. PRONTO! Isso é um exame de
consciência.
Mesmo
que ensinemos os 5 Passos para o
sacramento da reconciliação, o conteúdo não precisa ser tão
"teórico" e "formal".
E
isso me fez lembrar o pequeno encontro que nosso pároco fez com as crianças
antes da confissão no ano passado. Se há um "roteiro", este cabe
justinho:
"Muita
gente continua vivendo o sacramento da reconciliação como "quem ainda
escreve a lápis"...
E
ele perguntou se a gente lembrava de quando trocou o lápis pela caneta na
escola. Qual foi a sensação?
Era
bom escrever a lápis, né?
E
que medo de começar a escrever com a caneta!
Por
que? Porque quando escrevemos a lápis, sabemos que tem borracha para apagar os
erros rapidinho.
Já
a caneta, exige segurança, maturidade. Não se apaga facilmente uma escrita de
caneta. No mínimo, a gente acaba mesmo, rasgando a folha ou borrando tudo.
E
é assim que muitas pessoas encaram o sacramento da confissão ou reconciliação.
Pensam e vivem "escrevendo a lápis", errando e refazendo, às vezes,
até os mesmos erros. Afinal, dá para apagar mesmo!
E
enquanto não começarmos a "escrever de caneta", tentando fazer tudo
certo, nos esforçando para não errar, continuamos a viver uma fé infantil,
imatura, achando que precisa ir toda semana ao confessionário...
Se tivermos a maturidade de escrever nossa vida "a caneta", com certeza, vamos errar muito menos!"
Se tivermos a maturidade de escrever nossa vida "a caneta", com certeza, vamos errar muito menos!"
Papa
Francisco diz a quem quer se confessar:
"Que conselhos daria a um penitente para fazer
uma boa confissão? Que pense na verdade da sua vida diante de Deus, o que
sente, o que pensa. Que saiba olhar-se com sinceridade a si próprio e ao seu
pecado. E que se sinta pecador, que se deixe surpreender, assombrar-se pela
misericórdia de Deus."
Por
que fazemos tanta "onda" com algo tão maravilhosamente simples como o
perdão de Deus?
Ângela Rocha
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