O capítulo IV explora a formação mistagógica como um processo central para capacitar catequistas a conduzir uma catequese de iniciação à vida cristã. Inspirando-se na passagem bíblica de João 1,49, o texto ressalta que o reconhecimento de Jesus como Mestre e Filho de Deus impulsiona os cristãos a um discipulado missionário, caracterizado pela vivência comunitária, pela transformação pessoal e pelo engajamento em um estilo de vida moldado pelo Evangelho.
Aspectos Fundamentais da Formação Mistagógica
1. O Ser do Catequista Mistagogo
O catequista é visto
como o centro do processo catequético, cuja missão é vivenciar e testemunhar
sua fé com autenticidade. Sua formação deve contemplar:
- Identidade:
O catequista é chamado por Deus, faz a experiência de Cristo e torna-se
testemunha viva na comunidade.
-
Afetividade e Relacionamentos: É importante trabalhar as lacunas
emocionais, promovendo equilíbrio, alegria no serviço e capacidade de
acolher.
- Discernimento: A avaliação constante ajuda o catequista a amadurecer, enfrentando suas fragilidades.
2. O Conviver do Catequista Mistagogo
A formação deve
priorizar a convivência, baseada na comunhão e no cuidado mútuo. Isso
inclui:
- Inserção
comunitária e valorização das relações interpessoais.
- Criação de
uma comunidade catequética inclusiva, que espelhe os valores do Evangelho.
- Um estilo de vida inspirado no Mestre, com atenção aos pobres e marginalizados.
3. O Saber do Catequista Mistagogo
O conhecimento do
catequista vai além do domínio de conteúdos teológicos; é um saber integrado à
vida e às realidades sociais. Elementos fundamentais incluem:
- Mensagem
cristã vivida e celebrada na liturgia.
-
Conhecimento bíblico, teológico, das ciências humanas e da realidade cultural e
ecológica.
- Coerência moral e ética, demonstrada na prática.
4. O Catequista Mistagogo como Interlocutor da Fé
O catequista é um facilitador da experiência de fé, orientando seus catequizandos com base na convivência, no diálogo e na partilha. Ele deve ser um comunicador preparado, que utiliza linguagem apropriada e acolhedora para transmitir a Boa Nova de forma eficaz. Sua missão é marcada pela ternura e pela atenção às relações humanas.
Conclusão
O capítulo destaca que a formação mistagógica exige uma abordagem integral, que conecta conhecimento, experiência e vivência comunitária. O catequista é um "especialista em humanidade", cuja missão é ser ponte entre a Palavra de Deus e a vida concreta dos catequizandos. Através de uma formação contínua, a catequese deixa de ser apenas um repasse de conteúdos e se torna uma experiência transformadora de fé.
Conversando no grupo de catequistas
a) Identificar com 10 palavras o “ser” do catequista.
1. Discípulo – Sempre em busca de aprender com Jesus e com os outros.
2. Testemunha – Alguém
que vive e partilha a fé de forma autêntica.
3. Mestre – Guia que
ensina com sabedoria e paciência.
4. Acolhedor – Capaz de
receber a todos com empatia e respeito.
5. Missionário – Enviado
para anunciar o Evangelho.
6. Amoroso – Age com
ternura e cuidado nas relações.
7. Perseverante – Não
desiste diante das dificuldades do caminho.
8. Orante – Busca
inspiração e força na oração constante.
9. Comunitário – Alguém
que promove a união e o espírito de grupo.
10. Formador – Alguém que contribui para o crescimento na fé e na vida cristã.
(Este é o meu, Ângela Rocha, agora faça o seu...)
b) Inspirados nos gestos, palavras e atitudes de Jesus como deve ser o nosso relacionamento com:
Com os catequizandos
- Gestos: Acolher
com carinho e paciência, como Jesus acolhia as crianças (Mc 10,14).
- Palavras:
Ensinar com simplicidade e verdade, adaptando a mensagem à realidade de cada
um.
- Atitudes: Ser um exemplo de fé e amor, guiando-os sem julgamentos, mas com compreensão.
Com suas famílias
- Gestos:
Demonstrar empatia e cuidado, reconhecendo os desafios familiares.
- Palavras:
Dialogar com respeito, incentivando a participação ativa na formação dos
filhos.
- Atitudes: Estar
disponível para ouvir, apoiar e incluir as famílias na caminhada catequética.
Com as lideranças
- Gestos:
Trabalhar em unidade, valorizando o papel de cada um na comunidade.
- Palavras:
Comunicar-se de forma respeitosa e clara, promovendo a cooperação.
- Atitudes: Agir
com humildade e espírito de serviço, evitando competições ou divisões.
Com a comunidade em geral?
- Gestos: Ser
presença ativa e promotora de inclusão e acolhimento.
- Palavras:
Anunciar o Evangelho com alegria e entusiasmo, como Jesus fazia.
- Atitudes:
Testemunhar o amor de Cristo em ações concretas, como o cuidado com os pobres e
necessitados.
Essas reflexões ajudam a fortalecer o papel do catequista como um verdadeiro discípulo missionário, inspirado pela vida e pelo exemplo de Jesus Cristo.
FONTE:
SCHERER, Odilo
Pedro; BERTOLDI, Marlene; TOGNERI, Silvia; SILVA, Sérgio; FERREIRA, Nilson
Caetano. Mistagogia: novo caminho Formativo de Catequistas. Cap. 4. VII
SULÃO DE CATEQUESE. São José do Rio Preto – SP. 19 a 21 de agosto de
2011. editor@suliani.com.br
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