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segunda-feira, 18 de novembro de 2024

ROTEIRO DE ENCONTRO: MARIA MÃE DE DEUS

 ROTEIRO DE ENCONTRO: MARIA MÃE DE DEUS

(Catecumenato de Adultos)

 Ambientação e materiais:

- Imagem de Maria (e de  várias devoções), flores, Bíblia e velas.

- Terços (para serem dados aos catequizandos) 

- Folhetos Como rezar o Terço (Paulus)

- Todos se acomodarem em círculo.

Oração Inicial: Pai Nosso e uma Ave Maria.

Música:Perfeito é quem te criou (Vida reluz)

https://www.youtube.com/watch?v=S6udRo0NX8g

- Iniciar o encontro falando sobre a devoção a Maria. Como é e porque existe. Falar sobre a importância da Mãe de Jesus para a igreja, (ver aprofundamento para o catequista). 

- Como uma dinâmica rápida pode-se pedir que os catequizandos lembrem nomes dados a Virgem Maria e escrevam em um papel. 

Explicar também sobre como rezar o Santo Rosário, que é um ótimo exercício de fé e poderoso amparo nas horas difíceis da vida. Então pode-se entregar o terço, explicar como se reza e fazer o terço onde todos fazem a oração. 

Veja Como Rezar o Santo Rosário (Terço)


Como canto final podemos fazer também a oração final ao cantar:

♫ Mãe fiel – padre Zeca.

 https://www.youtube.com/watch?v=NfsG-Mqsgf8

 

APROFUNDAMENTO PARA O CATEQUISTA:

A igreja católica tem em Maria um forte sinal devocional, é como uma marca de quem comunga da fé católica,  seria quase impossível ser da igreja e não acreditar em Nossa Senhora.

Em aramaico o nome é Maryam  que significa soberana. Já em hebraico Míriam que significa  “amada por Deus”. 

Devoção Mariana: Nascido da Virgem Maria – CIgC  484 - 511 parágrafo 2.

O que a fé católica crê, a respeito de Maria, funda-se no que crê a respeito de Cristo. Mas o que a mesma fé ensina sobre Maria esclarece, por sua vez, a sua fé em Cristo. (CIgC 487).

A RELIGIOSIDADE POPULAR

Fora da liturgia dos sacramentos e dos sacramentais, a catequese deve ter em consideração as formas de piedade dos fiéis e a religiosidade popular. O sentimento religioso do povo cristão desde sempre encontrou a sua expressão em variadas formas de piedade, que rodeiam a vida sacramental da Igreja, tais como a veneração das relíquias, as visitas aos santuários, as peregrinações, as procissões, a via-sacra, as danças religiosas, o rosário, as medalhas, etc. (CIgC 1674).

 

Estas manifestações são um prolongamento da vida litúrgica da Igreja, mas não a substituem. Devem ser organizadas, tendo em conta os tempos litúrgicos e de modo a harmonizarem-se com a liturgia, a imanarem dela de algum modo e a nela introduzirem o povo; porque, por sua natureza, a liturgia lhes é, de longe, superior. (CIgC 1675).

Para manter e apoiar a religiosidade popular, é necessário um discernimento pastoral. O mesmo se diga, se for caso disso, para purificar e corrigir o sentimento religioso subjacente a essas devoções e para fazer progredir no conhecimento do mistério de Cristo. A sua prática está submetida ao cuidado e às decisões dos bispos e às normas gerais da igreja (CIgC 1676).

Jesus, o único Mediador, é o Caminho de nossa oração e Maria, sua mãe, é pura transparência dele, Maria “mostra o Caminho”(“Hodoghitria”) é seu sinal, conforme a iconografia tradicional no Oriente e no Ocidente.


(Ícone Hodoghitria )

Maria foi escolhida por Deus para ser a mãe do seu filho, e podemos imaginar como só este fato é extremamente relevante para que ela tenha toda esta importância. Deus não escolheria qualquer uma, ele escolheria alguém especial, e foi o que ele fez. De uma vila desprezada em toda a Palestina chamada Nazaré, Deus viu uma jovem, ainda adolescente que era perfeita para gerar o seu primogênito. Escolheu também um homem chamado José para assumir o papel de pai terreno de Jesus.

Mas o fato mais relevante é que esta jovem aceitou a missão de ser mãe do filho de Deus, e passou por todas as dores terrenas de ser mãe e as dores divinas de ser “mãe de Deus”: criou seu filho, viu ele fazer milagres, morrer, ressuscitar, subir aos céus e depois levá-la.  Maria sempre intercedeu pelos mais necessitados, começando nas Bodas de Caná e para todos os fiéis está intercessão continua até hoje.

OS NOMES DE MARIA

A igreja tem como conta de que Nossa Senhora sempre dá seus sinais aparecendo em várias partes do mundo para interceder sobre algumas situações. Vide alguns exemplos:

Nossa Senhora Aparecida: 

A imagem apareceu no Vale do Paraíba justamente quando um importante Conde iria fazer um estadia na região e quando um dos pescadores pescou a cabeça da imagem e depois o corpo logo as redes se encheram de peixes. Mas o mais interessante foi o fato de a imagem vir negra, e justamente os escravos viviam dias cada vez mais difíceis, ela deu esperança pois mostrou que Maria também tinha o rosto dos oprimidos. Há duas fontes sobre o achado da imagem, que se encontram no Arquivo da Cúria Metropolitana de Aparecida (anterior a 1743) e no Arquivo da Companhia de Jesus em Roma: a história registrada pelos padres José Alves Vilela, em 1743, e João de Morais e Aguiar, em 1757, cujos documentos se encontram no Primeiro Livro de Tombo da Paróquia de Santo Antônio de Guaratinguetá.

Segundo os relatos, a aparição da imagem ocorreu na segunda quinzena de outubro de 1717, quando o conde de Assumar,  governante da Capitania de São Paulo e Minas de ouro, estava de passagem pela cidade de Guaratinguetá, no Vale do Paraíba,  durante uma viagem até Vila Rica. O povo de Guaratinguetá decidiu fazer uma festa em homenagem à presença de Dom Pedro de Almeida e, apesar de não ser temporada de pesca, os pescadores lançaram seus barcos no Rio Paraíba com a intenção de oferecerem peixes ao conde.  Os pescadores Domingos Garcia, João Alves e Filipe Pedroso rezaram para a Virgem Maria e pediram a ajuda de Deus. Após várias tentativas infrutíferas, desceram o curso do rio até chegarem ao Porto Itaguaçu. Eles já estavam desistindo da pescaria quando João Alves jogou sua rede novamente, em vez de peixes, apanhou o corpo de uma imagem da Virgem Maria, sem a cabeça. Ao lançar a rede novamente, apanhou a cabeça da imagem, que foi envolvida em um lenço. Após terem recuperado as duas partes da imagem, a figura da Virgem Aparecida teria ficado tão pesada que eles não conseguiam mais movê-la. A partir daquele momento, os três pescadores apanharam tantos peixes que se viram forçados a retornar ao porto, uma vez que o volume da pesca ameaçava afundar as embarcações. Esta foi a primeira intercessão atribuída à santa. 

Nossa Senhora de Lourdes:

Gruta de Lourdes
As aparições começaram no dia 11 de fevereiro de 1858, quando Bernadete, camponesa com 14 anos, foi questionada por sua mãe, pois afirmava ter visto uma “dama” na gruta de Massabielle, cerca de uma milha da cidade, enquanto ela estava recolhendo lenha com a irmã e uma amiga. A “dama” também apareceu em outras ocasiões para Bernadette até os dezessete anos. Bernadette foi canonizada como santa, por suas visões da Virgem Maria. A primeira aparição da “Senhora”, relatada por Bernadette foi em 11 de fevereiro. O  Papa Pio IX autorizou o bispo local para permitir a veneração da Virgem Maria em Lourdes, em 1862.



Nossa Senhora de Fátima

N. Sra. Fátima
Em 1917, o ano da Revolução Soviética, Lúcia e os seus primos Francisco e Jacinta, popularmente chamados de pastorinhos, afirmaram ter presenciado seis aparições de Nossa Senhora no lugar da Cova da Iria, em Fátima, nos dias 13 de maio, 13 de junho, 13 de julho, 13 de setembro e 13 de outubro, tendo, no mês de agosto desse ano, a aparição mariana ocorrido excecionalmente no dia 19 e no lugar dos Valinhos, também da freguesia de Fátima. Já no ano anterior, em 1916, no lugar dos Valinhos, as três crianças afirmaram ter recebido três aparições de um anjo, o qual se apresentou como sendo o Ajo da Paz ou Anjo de Portugal. Duas das aparições do anjo ocorreram na Loca do Cabeço nos Valinhos, e outra decorreu junto do Poço do Arneiro, na Casa de Lúcia, em Aljustrei. Segundo relatos posteriores aos acontecimentos, por volta do meio-dia, depois de rezarem o terço, as crianças terão visto uma luz brilhante; julgando ser um relâmpago, decidiram ir-se embora do lugar onde apascentavam as ovelhas, mas, logo depois, outro clarão terá iluminado o espaço. Nessa altura, terão visto, em cima de uma pequena azinheira (onde agora se encontra a Capelinha das Aparições), uma “Senhora mais brilhante que o sol”.

Nossa Senhora de Medjugorje:

N. Sra Medjugoege
Rainha da Paz
No dia 24 de junho de 1981, Mirjana Dragicevic e Ivanka Ivankovic relataram ter recebido uma aparição da Virgem Maria na vila de Međugorje. No dia seguinte, outras quatro crianças (Marija, Jakov, Vicka e Ivan) também relataram ter observado a presença da Santíssima Virgem. Nos anos seguintes, os seis videntes continuaram sempre a relatar aparições da Virgem Maria diariamente, e isto à medida que Međugorje se tornava num famoso local de peregrinação cristã. De acordo com relatos, desde então Nossa Senhora de Međugorje (Medjugorje) vem aparecendo diariamente para três das seis crianças. Nossa Senhora de Medjugorje é também conhecida como Rainha da Paz, pois segundo as crianças é vestida assim que ela aparece. Como é um lugar onde geralmente as crianças estavam sofrendo com a guerra, foi este o título escolhido. É a única aparição que ainda está em curso.


Nossa Senhora de Guadalupe:

N Sra Guadalupe
Pelos relatos, a “Senhora do Céu” apareceu a Juan Diego, identificando-se como a mãe do verdadeiro Deus, fez crescer flores numa colina semidesértica em pleno inverno, as quais Juan Diego devia levar ao bispo, que exigira alguma prova de que efetivamente a Virgem havia aparecido.

Juan foi instruído por ela a dizer ao bispo que construísse um templo no lugar, e deixou sua própria imagem impressa milagrosamente em seu tilma, um tecido de pouca qualidade feito a partir do cacto, que deveria se deteriorar em 20 anos mas que não mostra sinais de deterioração até ao presente. É venerada na Basílica de Nossa Senhora de Guadalupe e a sua festa é celebrada em 12 de dezembro.



MARIA NO CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA

(437, 456, 484-486, 723-726)

437.  O anjo anunciou aos pastores o nascimento de Jesus como sendo o do Messias prometido a Israel: “nasceu-vos hoje, na cidade de David, um salvador que é Cristo, Senhor” (Lc 2,11). Desde a origem, Ele é “Aquele que o Pai consagrou e enviou ao mundo” (Jo 10,36), concebido como “santo” no seio virginal de Maria. José foi convidado por Deus a “levar para sua casa Maria, sua esposa, grávida d’Aquele que nela foi gerado pelo poder do Espírito Santo” (Mt 1,20), para que Jesus, “chamado Cristo”, nascesse da esposa de José, na descendência messiânica de David (Mt 1,16),

456. Com o Credo Niceno-Constantinopolitano, respondemos confessando: “Por nós, homens, e para nossa salvação, desceu dos céus; e encarnou pelo Espírito Santo no seio da Virgem Maria e Se fez homem”.

484. A Anunciação a Maria inaugura a “plenitude dos tempos” (Gl 4,4), isto é, o cumprimento das promessas e dos preparativos. Maria é convidada a conceber Aquele em quem habitará “corporalmente toda a plenitude da Divindade” (Cl 2,9). A resposta divina ao seu “como será isto, se Eu não conheço homem?” (Lc 1,34) é dada pelo poder do Espírito: “O Espírito Santo virá sobre ti” (Lc 1,35).

485. A missão do Espírito Santo está sempre unida e ordenada à do Filho. O Espírito Santo, que é “o Senhor que dá a Vida”, é enviado para santificar o seio da Virgem Maria e para a fecundar pelo poder divino, fazendo-a conceber o Filho eterno do Pai, numa humanidade originada da sua.

486. Tendo sido concebido como homem no seio da Virgem Maria, o Filho único do Pai é «Cristo», isto é, ungido pelo Espírito Santo, desde o princípio da sua existência humana, embora a sua manifestação só se venha a fazer progressivamente: aos pastores, aos magos, a João Batista , aos discípulos. Toda a vida de Jesus Cristo manifestará, portanto, «como Deus O ungiu com o Espírito Santo e o poder” (At 10,38).

723. Em Maria, o Espírito Santo realiza o desígnio benevolente do Pai. É pelo Espírito Santo que a Virgem concebe e dá à luz o Filho de Deus. A sua virgindade torna-se fecundidade única, pelo poder do Espírito e da fé.

724. Em Maria, o Espírito Santo manifesta o Filho do Pai feito Filho da Virgem. Ela é a sarça ardente da teofania definitiva: cheia do Espírito Santo, mostra o Verbo na humildade da sua carne; e é aos pobres e às primícias das nações que Ela O dá a conhecer.

725. Finalmente, por Maria, o Espírito começa a pôr em comunhão com Cristo os homens que são “objeto do amor benevolente de Deus”; e os humildes são sempre os primeiros a recebê-lo-Lo: os pastores, os magos, Simeão e Ana, os esposos de Caná e os primeiros discípulos.

726. No termo desta missão do Espírito, Maria torna-se a “Mulher”, a nova Eva “mãe dos vivos”, Mãe do “Cristo total” . É como tal que Ela está presente com os Doze, “num só coração, assíduos na oração” (At 1,14), no alvorecer dos “últimos tempos”, que o Espírito vai inaugurar na manhã do Pentecostes, com a manifestação da Igreja.

Oração a Maria (CIgC 2675-2679)

Foi a partir desta singular cooperação de Maria com a ação do Espírito Santo que as Igrejas cultivaram a oração à santa Mãe de Deus, centrando-a na pessoa de Cristo manifestada nos seus mistérios. Nos inúmeros hinos e antífonas em que esta oração se exprime, alternam habitualmente dois movimentos: um “magnifica” o Senhor pelas “maravilhas” que fez pela sua humilde serva e, através d’Ela, por todos os seres humanos; o outro confia à Mãe de Jesus as súplicas e louvores dos filhos de Deus, pois Ela agora conhece a humanidade que n’Ela foi desposada pelo Filho de Deus. (2675).

Este duplo movimento de oração a Maria encontrou uma expressão privilegiada na oração da Ave-Maria:

“Ave, Maria (alegrai-vos, Maria)”. A saudação do anjo Gabriel abre esta oração. É o próprio Deus que, por intermédio do seu anjo, saúda Maria. A nossa oração ousa retomar a saudação a Maria com o olhar que Deus pôs na sua humilde serva, alegrando-nos com a alegria que Ele n’Ela encontra.

“Cheia de graça, o Senhor é convosco”. As duas palavras da saudação do anjo esclarecem-se mutuamente. Maria é cheia de graça, porque o Senhor está com Ela. A graça de que Ela é cumulada é a presença d’Aquele que é a fonte de toda a graça. Maria, em quem o próprio Senhor vem habitar, é em pessoa a filha de Sião, a arca da aliança, o lugar onde reside a glória do Senhor: é “a morada de Deus com os homens”, Cheia de graça, Ela dá-se toda Aquele que n’Ela vem habitar e que Ela vai dar ao mundo.

“Bendita sois vós entre as mulheres e bendito é o fruto do vosso ventre, Jesus”. Depois da saudação do anjo, fazemos nossa a de Isabel. Isabel é a primeira, na longa sequência das gerações, a declarar Maria bem-aventurada; Maria é “bendita entre as mulheres”, porque acreditou no cumprimento da Palavra do Senhor. Pela sua fé, Maria tornou-se a mãe dos crentes, graças a quem todas as nações da terra recebem Aquele que é a própria bênção de Deus: Jesus, “fruto bendito do vosso ventre. (CIgC 2676),

“Santa Maria, Mãe de Deus, rogai por nós…”. Com Isabel, também nós ficamos maravilhados: “E de onde me é dado que venha ter comigo a Mãe do meu Senhor?” Porque nos dá Jesus, seu Filho, Maria é Mãe de Deus e nossa Mãe; podemos confiar-lhe todas as nossas preocupações e pedidos: Ela ora por nós como orou por si própria: “Faça-se em Mim segundo a tua palavra”. Confiando-nos à sua oração, abandonamo-nos com Ela à vontade de Deus: “Seja feita a vossa vontade”.

“Rogai por nós, pecadores, agora e na hora da nossa morte”. Pedindo a Maria que rogue por nós, reconhecemo-nos pobres pecadores e recorremos à “Mãe de misericórdia”, à “Santíssima”. Confiamo-nos a Ela “agora”, no hoje das nossas vidas. E a nossa confiança alarga-se para lhe confiar, desde agora, “a hora da nossa morte”. Que Ela esteja então presente como na morte do seu Filho na cruz e que, na hora do nosso passamento, Ela nos acolha como nossa Mãe, para nos levar ao seu Filho Jesus, no Paraíso. (CIgC 2677).

A piedade medieval do Ocidente propagou a oração do rosário como substituto popular da Liturgia das Horas.  Maria é a orante perfeita, figura da Igreja. Quando Lhe oramos, aderimos com Ela ao desígnio do Pai, que envia o seu Filho para salvar todos os homens. Como o discípulo amado, nós acolhemos em nossa casa a Mãe de Jesus que se tornou Mãe de todos os viventes. Podemos orar com Ela e orar-Lhe a Ela. A oração da Igreja é como que sustentada pela oração de Maria. Está-lhe unida na esperança. (CIgC 2679).

 A ORIGEM DA DEVOÇÃO MARIANA

Quando começou a devoção mariana? A pergunta é legítima. E a resposta é imediata e segura: a devoção à Maria começou com o próprio cristianismo. Observemos os fatos. Entremos na pequena Casa de Nazaré, a casa das nossas origens e das nossas primeiras memórias. Eis o que encontramos: o Anjo Gabriel, mandado por Deus, aparece à Maria e lhe diz: “Salve, ó cheia de graça, o Senhor está contigo!” (Lc 1,28).

Com estas palavras que vêm do Céu começa a devoção mariana. Quem pode negar a evidência deste fato? E quando Maria, única guardiã do anúncio do Anjo, se apresenta à Isabel, depois da longa viagem da Galileia até a Judeia, acontece outro fato singular. Isabel ouve a saudação de Maria e percebe que o menino ‘salta’ de alegria no seio, enquanto o Espírito Santo a atravessa e lhe sugere palavras de rara beleza e de surpreendente compromisso: “Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre. E que venha a mim a mãe do meu Senhor? Pois logo que chegou aos meus ouvidos a tua saudação, o menino saltou de alegria no meu seio. Feliz de ti que acreditaste, porque se vai cumprir tudo o que foi dito da parte do Senhor” (Lc 1, 42-45). É a segunda expressão de devoção mariana registrada no Evangelho.

Vamos até a narração do Natal. O Evangelho de Lucas refere: “Quando os anjos se afastaram deles em direção ao Céu, os pastores disseram uns aos outros: “Vamos a Belém ver o que aconteceu e o que o Senhor nos deu a conhecer”. Foram apressadamente e encontraram Maria, José e o menino deitado na manjedoura” (Lc 2, 15-16). Imaginemos que os pastores, após terem ajoelhado diante do Menino, tenham lançado a seguir um olhar à Mãe e tenham sussurrado alguma palavra. Não é legítimo pensar que os pastores tenham exclamado: “Feliz és tu, Mãe deste Menino?!” Era uma expressão de devoção mariana.

Passemos ao evangelista Mateus, que narra a chegada dos Magos em Belém e usa estas palavras textuais: “E a estrela que tinham visto no Oriente ia diante deles, até que, chegando ao lugar onde estava o menino, parou. Ao ver a estrela, sentiram imensa alegria; e, entrando na casa, viram o menino com Maria, sua mãe. Prostrando-se, adoraram-No” (Mt 2, 9-11).

Podemos, sem muito esforço, imaginar a grande emoção dos Magos, os quais, após uma longa e aventurosa viagem, tiveram a alegria de ver o Menino tão esperado e desejado! Porém, não nos afastamos da verdade dos fatos, se imaginarmos também que os Magos, depois da adoração do Menino, tenham olhado para Maria e lhe dirigido palavras de admiração: também esta é devoção mariana, percebida nas entrelinhas do Evangelho!

Nas bodas de Caná. Conhecemos toda a encantadora história da festa das bodas, na qual Maria intervém, ao mesmo tempo com delicadeza e decisão, para salvar a alegria dos noivos. Os servos, que conheciam o exato suceder-se dos fatos certamente aproximaram-se de Maria e disseram: “Jesus escutou-te! Fala-lhe de nós e pede uma bênção para as nossas famílias!”. Também estas eram autênticas flores de devoção mariana. E os noivos não retomariam com Maria o discurso das bodas e da água transformada em vinho? Certamente teriam dito a Maria: “Obrigado! A tua intervenção salvou a nossa festa. Continua a orar por nós!”

Assim começa a devoção mariana. E continua nos séculos sem interrupção. A verdade histórica é: Maria, a partir das palavras empenhadas pronunciadas pelo Anjo Gabriel, foi imediatamente olhada com admiração. E logo a sua intercessão foi invocada por motivo do seu particular vínculo com Cristo: o vínculo da maternidade! Portanto, quando recorrermos à Maria para a invocar com filial confiança, não nos encontraremos fora do Evangelho, mas totalmente dentro dele.

ATIVIDADE:

- Distribua aos catequizandos uma lista com alguns nomes/títulos de Nossa Senhora e peça que cada um pesquise um nome e sua origem, que não esteja na lista dada.

ALGUNS NOMES DA VIRGEM MARIA

NOME

ORIGEM

Nossa Senhora da Anunciação

Visita do arcanjo Gabriel a Maria

Nossa Senhora Aparecida, ou da Conceição Aparecida.

Imagem encontrada no Vale do Paraíba -São Paulo

Nossa Senhora da Assunção

Relembra a elevação de Maria, de corpo e alma, aos céus;

Nossa Senhora Auxiliadora

Relembra o auxílio de Maria ao Papa Pio VII, durante o domínio napoleônico;

Nossa Senhora do Belém

Relembra a maternidade de Maria, na cidade de Belém;

Nossa Senhora do Carmo, do Monte Carmelo.

Relembra o convento construído em honra à Virgem, nos primeiros séculos do cristianismo, no monte Carmelo, na Samaria.

Nossa Senhora da Conceição/da Imaculada Conceição

Relembra que Santana concebeu Maria, pura sem pecado.

Nossa Senhora Desatadora de nós

Relembra que a Virgem Maria liberta os homens das aflições da vida, desata os nós que os escravizam;

Nossa Senhora das Dores

 

Refere-se às sete dores da Virgem Maria: a profecia de Simeão, a fuga para o Egito, a perda do menino Jesus, o encontro no caminho do Calvário, a morte de Jesus, o golpe da lança e a descida da cruz, e o sepultamento de Cristo.

Nossa Senhora da Encarnação

Relembra a encarnação do Verbo no seio puríssimo da Virgem;

Nossa Senhora de Fátima, do Rosário de Fátima

Aparição em Fátima (Portugal)

Nossa Senhora da Glória

Relembra coroação da Virgem como rainha;

Nossa Senhora das Graças ou da Medalha Milagrosa

Relembra uma aparição feita a Catarina Labouré em Paris;

Nossa Senhora de Guadalupe

Aparição ao índio Juan Diego, em Guadalupe, México, em 1531; Padroeira das Américas;

Nossa Senhora de Lourdes

Aparição, no séc. XIX, na Gruta de Massabielle, em Lourdes, França.

Nossa Senhora da Luz

Imagem encontrada por Pedro Martins, entre uma estranha luz, que lhe apareceu em Carnide, Portugal; Maria é lembrada como aquela que apresenta seu Filho Jesus como “Luz das Nações”;

Nossa Senhora Mãe da Igreja

Relembra a proclamação de Maria como “Mãe de todo o povo de Deus”, pelo Papa Paulo VI, em 1964, durante o Concílio Vaticano II;

Nossa Senhora da Natividade

Relembra o nascimento da virgem Maria, que, segundo a tradição, foi num sábado, 8 de setembro, do ano 20 a.C., na cidade de Jerusalém;

Nossa Senhora dos Navegantes

Maria é invocada como protetora dos navegantes, devoção que teve seu auge durante as cruzadas e, depois, durante o período das grandes navegações;

Nossa Senhora de Nazaré

Relembra a vida da Virgem Maria, em Nazaré, junto à sua sagrada família;

Nossa Senhora da Paz, ou Nossa Senhora rainha da Paz

Relembra a intervenção da Virgem Maria na devolução da catedral de Toledo, Espanha, aos cristãos;

Nossa Senhora do Perpétuo Socorro

Relembra a Virgem Maria como socorro dos cristãos, em suas horas de necessidade. Refere-se a um quadro milagroso da ilha de Creta, que após ser roubado, foi recuperado em Roma e posto, no séc. XIX, sob a guarda dos padres redentoristas;

Nossa Senhora Rainha dos Apóstolos

Relembra que a Virgem Maria foi mãe, mestra e rainha dos apóstolos, que lhe devotavam especial veneração;

Nossa Senhora Rainha, Vendcedora e três vezes admirável de Schoenstatt

Imagem da Virgem Maria, padroeira do Movimento,  relembra a aliança de amor que o padre Joseph Kentenich, selou em 1914, em Schoenstatt, Alemanha, com a Virgem Maria.;

Nossa Senhora do Rocio

Imagem encontrada no mar, no final do séc. XVII, por um pescador que vivia em Rocio, próximo a Paranaguá;

Nossa Senhora do Rosário

Relembra a aparição da Virgem Maria a São Domingos de Gusmão, no sec. XIII, pedindo-lhe a divulgação do seu rosário de orações;

Nossa Senhora da Salete

Relembra a aparição da Virgem Maria,  em 1846, a dois pastorinhos, na montanha de Salete, nos Alpes franceses;


O ROSÁRIO


Origem:
A oração do Santo Rosário surge aproximadamente no ano 800 à sombra dos mosteiros e conventos, como “Saltério” dos leigos. Com o passar do tempo, se formaram outros três saltérios com 150 Ave-Marias, 150 louvores em honra a Jesus Cristo e 150 louvores em honra à Virgem Maria. Hoje são 200 Ave-Marias.

O rosário era utilizado durante as missas quando estas eram feitas em latim e nem todas as pessoas sabiam falar a língua, então os fiéis ficavam rezando o rosário e paravam no momento da consagração  (por isso existia o sininho que se tocava neste momento) e após a comunhão continuavam. O terço é a terça parte de um rosário ou seja 50 Ave-Marias e 5 Pai-nosso.

A simbologia do Rosário 

O Rosário é um símbolo. Ele forma um círculo. Sua saída coincide com a chegada. Lembra o que Jesus falou: saí do Pai e volto ao Pai (Jo 16, 28). Nós também viemos do Pai e devemos voltar a Ele. A forma de fazê-lo é seguir Cristo, que se declarou nosso caminho (Jo 14, 8) e convida a cada um a segui-lo (Mt 19,21).

 Pelo Rosário, meditamos na peregrinação que Jesus fez por este mundo unindo-nos pelo fio da fé. Sem a fé, os dias de nossa vida viram um amontoado de contas perdidas no chão, como acontece com as contas do terço quando se quebra o fio que as mantém unidas.

 O centro do Rosário é Cristo crucificado. Tendo-o nas mãos, recorda que nossa vida e nossa oração devem ter seu centro em Cristo, em união com a Mãe de Deus e Nossa Mãe, Maria Santíssima. Não há graças que Deus não nos possa alcançar por meio de Maria a quem peça por meio do Rosário. No entanto é bom lembrar que devemos nos preparar para alcançar as graças que tanto pedimos. 

SUGESTÃO:

No “Conto meu Encontro”, a catequista Jin Hee Kim, de São Paulo - SP, conta para nós como homenagear Nossa Senhora no mês Mariano com um lindo Terço de flores. 

MÊS DE MAIO – MÊS DE MARIA 

Pois é estamos no mês de Maria, um mês inteiro dedicado à mãe do nosso Salvador!
"O Rosário nos transporta para junto de Maria e com Ela meditamos toda a trajetória do Seu amado Filho. É uma de Suas orações prediletas, pois em quase todas as aparições Maria pede que reze o Rosário. Rezar o Rosário é retirar um por um dos espinhos do Coração de Maria até substituí-los por rosas. "
 

TERÇO COM FLORES

Nessa dinâmica fazemos a oração do terço e utilizamos de flores de papel para representá-lo. Tentei então transformar a sala em um jardim, colando algumas flores de EVA no chão. Montei um simples altar com imagens de Nossa Senhora para que essa combinação simbolizasse o Jardim de Maria. 

O Terço com Flores trata-se de uma dinâmica onde o catequista ajuda o catequizando a aprender a rezar o terço e a saber a importância de cada Ave Maria que recitamos neles. 

São feitas 53 flores pequenas da mesma cor (no meu terço representado pelas laranja, mas pode ser feita de outra cor), 6 flores maiores de outra cor ( no meu terço representado pelas vermelhas),ou pode se fazer um origami de tsuru como eu faço e uma pequena Cruz (nada impede de ser uma Cruz de madeira). Conforme se vai fazendo as orações vamos colando ou a Cruz ou uma flor. 

Ao começar o terço cola-se a Cruz e reza-se o Creio e as outras orações que desejares, logo em seguida cola-se as três primeiras flores pequenas e reza-se as três primeiras Ave-Marias, cola-se então a primeira flor maior que representa o primeiro Mistério. Assim se prossegue o terço colando 10 flores pequenas e 1 grande até que se faça o terço completo.

Não esqueça de lembrar a importância de cada Ave Maria do terço, esse é o sentido do terço com flores.



Catequistas em Formação
Catecumenato de adultos

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