Amigas,
Olha, eu concordo com a Rô, os adolescentes precisam de nós... eu AMO trabalhar com eles, esquento a cabeça? Esquento... Se me incomodo? Também... mas quando eu consigo chegar no coração de um deles, e ouvir a verdade do que se passa lá dentro, eu sofro e choro por eles, porque não era pra ser assim...
Faz pouquíssimo tempo que sou catequista e comecei de cara com a Crisma,
desafio dos grandes, mas o amor fala mais alto em mim... Aliás, esse é um dos
motivos pelo qual eu me encanto com Jesus, quando consigo, através da
inspiração que Ele traz para minha vida, olhar o outro com olhos de amor, sem
preconceito, sem mágoa, sem querer que a minha vontade prevaleça... apenas
amor. E é isso que eles querem, eles querem mostrar ao mundo que são
autossuficientes, mas, mexe onde dói pra ver, eles chorarem como bebês!
Outra coisa que percebi por aqui, é que o fato de a igreja ter algo pra
eles contribui e muito para que o número de crismandos que voltam para a igreja
depois do Crisma aumente mais e mais.
Recentemente foi criado um grupo de oração jovem aqui na nossa paróquia
que tem cada vez mais e mais, arrebanhado os jovens, muitas vezes antes mesmo
de eles entrarem para a catequese de Crisma, já estão participando. São mais de
100 jovens que se reúnem todos os domingos à tarde, e encerram o encontro com a
participação na missa. Eles sempre fazem a entrada da procissão e todos podem
vê-los, isso mesmo, eles querem ser vistos por nós! Claro que a participação
não é de 100% dos catequizandos, mas sempre que eu vejo três das minhas
catequizandas da turma passada lá, com a Bíblia numa mão, rosário na outra,
acenando pra mim, eu digo pra mim mesma, "Obrigada Senhor, pois hoje eu
sei que valeu a pena!"
Já que hoje tô "faladeira" ...rs... posso dizer que também concordo com você Angela, pois em
todos os e-mails que leio por aqui, tem um fundo de verdade aqui e ali. Eu amo
trabalhar com os jovens, e os meus tem 14/15 anos por isso acho um pouquinho
mais fácil me comunicar com eles. Mas a família deveria ser o principal foco da
catequese sim. Catequizando os pais, os filhos seguiriam o mesmo caminho, ou
pelo menos a probabilidade de isso acontecer, seria maior.
E nós não estamos preparados pra isso e duvido que estaríamos em mais
100 anos! Não concordo também que os sacramentos sejam valorizados pelos
números, mas sim pelo valor que tem.
Eu tinha um catequizando que mais faltava do que vinha, me pregou umas
mentiras pra justificar as faltas, e qualquer esforço meu para que ele
recuperasse as faltas, ele não acompanhava. Frustrada, disse para eles que se
alguém realmente não quisesse estar ali, que chegasse em casa e falasse com os
pais, e se os pais reclamassem, mandasse vir até mim. Eu disse que na idade
deles eu não estava preparada para receber o Crisma, que gostaria muito é de
recebê-lo agora e eles me olharam espantados. Mas é a verdade, e também é
verdade de que a semente em mim plantada há mais de 15 anos atrás, resolveu
acordar e mostrar seu brotinho na terra. Devemos crismar só por crismar?
Acho que não. Mas como seria para mim hoje, se não tivesse sido crismada
mesmo não estando preparada? Eu seria catequista hoje? Eu procuraria a Igreja?
Eu me interessaria pela história da nossa fé? Só Deus saberia responder... E
quanto a esse catequizando faltante meu, deixou a catequese, disse à mãe que
não estava preparado para assumir o compromisso, mas que sabia que quando
estiver, ele sabe onde buscar. Eu fiquei feliz e triste ao mesmo tempo, feliz
por ele ter tido a coragem de não ser só mais um número na catequese por
vontade dos pais, e triste por ele não sentir o que eu queria que ele sentisse,
mas o momento não pertence à mim, é de Deus, e ele é compassivo.
Andreia amada, que bom que você escreveu, o que é justo sim, pois esse é
um grupo de amigos, e não "Clubinho
da alegria"! Compartilhar, o que é bom e o que é ruim faz parte e ajuda a
todos. Ajuda a você que precisa desabafar e não sabe onde, e ajuda a gente a
perceber que o problema não está “estacionado” em nossa catequese, todos passam
por dificuldades aqui e ali, você está
passando pelas suas agora. Se os seus catequizandos querem conversar, converse
com eles, e use a Bíblia, seu conteúdo, suas histórias e ensinamentos para
conversar de volta com eles! Não se apegue ao planejamento, isso sim deixa a
gente frustrada demais se não conseguimos pô-lo em prática, aconteceu comigo!
Eu via catequista falando que já estava no final do roteiro e eu toda
atrapalhada no meio do meu. Mas quando vi meus catequizandos me abraçando, cumprimentando,
sentando ao meu lado para conversar, eu percebi que é isso que eles precisam é
disso, atenção... Se eles souberem que na igreja tem alguém pra ouvi-los, eles
voltam. Ânimo mulher!
Renata - Cocal do Sul SC
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