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domingo, 10 de novembro de 2024

PROCURA-SE CATEQUISTA!


O que acontece nas comunidades, que acarreta a falta de catequistas? Por que sempre temos um grande número de catequizandos e poucos catequistas? Onde estão indo os discípulos missionários que "formamos" todos os anos?

Como está a nossa "catequese"? Tem sido eficaz? Tem formado cristãos prontos ao seguimento? O que tem de "errado" aí?


VAMOS PENSAR? Mas, pensar a RAIZ do problema!

Todos os anos, o serviço de coordenação na catequese, nos traz um problema bem complicado de resolver: a quase constante, FALTA DE CATEQUISTAS para as turmas! E, resolver isso não é nada fácil! E ficamos a nos debater sobre o que fazer? Convidar irrestritamente nos "avisos" da missa pode trazer consequências não desejadas, Como a fragrante falta de formação que vemos em muitos catequistas.

Não é só de boa vontade e de uma hora por semana, que a catequese precisa. Quando feito este convite de maneira pública na comunidade, ele deve ser feito de maneira cuidadosa. É preciso convidar aqueles que desejam "acompanhar" a catequese em busca de formação, para fazer uma "experiência" na pastoral, de no mínimo um ano, para se ter uma ideia de que, é aquilo mesmo que se quer fazer! E só vai aceitar este convite, quem estiver EVANGELIZADO! Porque só a evangelização plena leva ao seguimento.

Com certeza o erro está na catequese que estamos "praticando". Que catequese é essa que não forma discípulos missionários? Isso e, principalmente, o aspecto individualista assumido pela sociedade de hoje. O ser humano está ficando cada vez mais centrado em si mesmo, fechado em seu próprio mundo, sem pensar no seu semelhante. Muitas e muitas vezes, o "chamado" acaba sendo sufocado pelas questões do tipo: "não quero renunciar a nenhum dos meus afazeres". 

Será que a catequese que fazemos, ou como vivemos a pastoral catequética, está atraindo, "seduzindo" outros ou até mesmo nos “catequizando” para seremos catequistas melhores? Nossa vocação de catequista inspira outros a descobrirem sua vocação de catequista?

Agora, muito mais interessante que o meu texto, são os comentários de catequistas que vem a seguir:

Comentários “Procura-se catequistas”

Catequista disse... Realmente é complicado, aqui, no final do ano foram feitos convites individuais e particulares às pessoas que fazem parte da igreja, mas, não participam de nenhuma pastoral. Elas receberam a visita do coordenador da catequese e do padre e aceitaram ser catequistas. No próximo domingo começará o curso de formação com um psicólogo e se estenderá durante três dias na semana , será uma formação para todas as paróquias da cidade.

Catequista disse... Agora sim, se chegou no foco do problema. Temos primeiro que mudar, aceitar o que a IGREJA nos orienta e não a nossa vontade e convicções, aí já começa o problema. Temos que dispor de nosso tempo, não apenas uma hora uma vez por semana. É viver 24 horas (hoje em dia nem os padres querem ser padre 24 horas). Temos que viver e pregar o que vivemos, aí é que fica pior o problema. Com a tecnologia temos também que ser catequistas nas redes sociais. De outro lado temos a própria igreja que não ajuda muito. Então algumas vezes nem é tudo culpa dos catequistas.

Catequista disse... Hoje  todos falam "está corrido e estou sem tempo",  tempo esse que vive num mundo do “EU”. Visão esta que é muito compromisso. “Catequese tem que  saber e eu não sei nada”. Mas, também não se dispõem a aprender! Se não houver a iniciativa de coragem, nós nos perdemos em tantos “mas”.

Catequista disse... É um problema geral a falta de catequista. A rotatividade é grande todos os anos. No caso de jovens oriundos da crisma, existe aqui uma cultura de que jovens devem evangelizar jovens, mas, esquecem de dizer que tem que ser jovens maduros na fé e responsáveis.

Catequista disse... Será que não é a nossa catequese que está falhando? Será que esta catequese feita na infância, está dando frutos? Não seria melhor uma catequese para pessoas mais maduras? Porque o adolescente que sai da catequese, não tem idade para assumir nada sério. No máximo vai para um grupo de jovens, mas de um "batalhão" de crismados, uma meia dúzia vai permanecer nestes grupo.

Catequista disse... Realmente, a questão da responsabilidade em ser catequista assusta, pois muitos acham lindo ser Catequista, mas, quando se fala da responsabilidade se afastam. Ninguém quer "perder seus finais de semana" com formações, reuniões, planejamento, etc. A pessoa quer ser Catequista, mas, quando percebe o que isso envolve, se afastam, ou seja, falta a verdadeira conversão e vocação.

Catequista disse... Pelo que tenho visto a falta de pessoas compromissadas, não é tão somente com os catequistas novos que são convidados, pois conheço catequistas que há anos estão na caminhada com a catequese e quando se fala em formação, não se interessam, muitas vezes não participam nem das reuniões da coordenação e por aí vai, como podemos conquistar novos catequistas se muitas vezes não mostramos motivação e exemplo?

Catequista disse... Acredito que a falta de catequistas tenha a ver com a falta de comprometimento, assim como pela falta de formação e de incentivo para aprofundar mais o serviço desse ministério. Muitos entram achando "bonitinho" trabalhar com crianças, jovens e adultos, mas, quando se deparam com a realidade e com a responsabilidade que é este serviço, saem. Na catequese, assim como em qualquer outra pastoral, espera-se que a pessoa esteja por inteiro, aceitando as responsabilidades advindas do serviço e se comprometendo com ele.

Catequista disse... A cada ano enfrentamos esse problema. E tenho vivido dificuldades como coordenadora. A maioria que se apresenta vem com o sonho que vivem no dia do sacramento da crisma, ficam maravilhados, porém no dia a dia como catequistas percebem que ser catequista vai além do momento, é preciso comprometimento e a maioria deles não o tem, ou não conseguem acompanhar e saem no meio do caminho. E tem também àqueles que insistem, mas não aceitam a ideia de aprofundar-se.

Catequista disse... Desculpe, mas, senão voltam, então não foram evangelizados, podem ter tido uma catequese maravilhosa... mas, se não gerou a "pertença", foi porque não se encontraram com Jesus antes e a catequese não passou de um "Curso" feito com uma pessoa que sabia muito de religião e nada de evangelização.

Catequista disse... Mas, até onde essa" falta de pertença " é só das catequistas? Cadê os padres, diáconos, etc. para amparar as catequistas?

Catequista disse ... Não estamos falando exclusivamente de catequistas, há falta de agentes em todas as pastorais. E da mesma forma que a catequese/evangelização não tem gerado catequistas, não gera padres, diáconos, etc. comprometidos com a causa do Reino. Por isso precisamos urgente da INICIAÇÃO À VIDA CRISTÃ!

Catequista disse... Já paramos pra pensar que o ambiente de nossas comunidades pode  influenciar na permanência dos agentes de pastoral? Não ser bem acolhido, não ter um clima afetivo (amigável), coordenadores distantes ou que mandam demais, padres ausentes ou que interferem demais, desentendimentos e por aí vai... O ambiente também ajuda a permanecer, temos que ser cativados, ter resposta nos afetos, também.

Ângela Rocha disse... Vamos pensar: Não seria um processo de iniciação a vida cristã “malfeito e inacabado” a origem dessa falta de "formação" e disponibilidade? Antes do “saber” e do “saber fazer”, vem o “ser”. As pessoas não estão sendo evangelizadas, ou seja, não são convertidas integralmente. Quem se converte de fato, torna-se seguidor de Cristo, anunciador da palavra, sente-se compromissado com a sua comunidade. Obviamente que quem não é, não quer saber de nada! Quantos adolescentes e adultos serão crismados nas suas comunidades este ano? Quantos destes vão procurar um grupo, um serviço, uma pastoral para se engajar? E, mais grave ainda, quantas de nossas pastorais estão abertas para acolher os neófitos? Poucas, pois nossas pastorais a maioria são formadas de pessoas mais velhas que torcem o nariz para acolher o jovem que chega com todo seu fervor. Ou eles mesmos não conseguem acompanhar porque as pastorais não são adequadas para a idade deles!

Vamos sair um pouco do nosso "quadrado": todos aqueles que passaram pelo processo de Iniciação a Vida Cristã, leia-se "catequese", precisam se tornar seguidores e pertencer, de fato, a uma comunidade, senão, é porque não foram evangelizados! Não é só para a catequese que a gente "catequiza", catequizamos para que haja pessoas em todas as frentes pastorais da Igreja! Estamos falando aqui em "catequistas", mas, e a falta de padres? de religiosas? de ministros? acólitos? agentes para a pastoral familiar? e por aí vai...

Catequista disse... O problema maior não é se há ou não cursos de formação, escolas catequéticas, estágios na pastoral, nosso maior problema é encontrar pessoas dispostas a fazer isso. É ou não é?

Catequista disse... Será que se tivéssemos mais pais envolvidas na catequese teríamos menos problemas com falta de catequistas e catequistas descompromissados?

Catequista disse ... Não existe catequista “comprometido”, que é “discípulo missionário”, esperando sentado, aparecer catequizandos e pais. O comprometido naturalmente, gera compromisso, comprometimento. Eu, com uma equipe assim, sairia às ruas, visitaria casas, "Igreja em saída" nos pede o Papa Francisco.

Catequista disse... Se essa geração de agora, que luta com afinco para a evangelização não acabar, não está conseguindo transformar, formar, capacitar, ou qualquer outro nome que se dá, novos catequistas, padres, diáconos, noivos, padrinhos, o que será que está geração vindoura que não quer assumir nada com nada. O que vai acontecer com a catequese, já que ela é a base para tudo? Sem catequista e catequese como ficará o futuro da igreja ?

Catequista disse... Também tem mais uma: não adianta fazer várias formações e deixar elas perdidas nas nossas anotações e livros se coloca-las dentro de nossa prática. Claro que tudo que aprendemos, não damos conta de colocar em prática, mas, um pouco e com esforço e ajuda de Deus conseguimos. Senão será apenas mais uma formação para encher cadernos e dizer que temos essa e aquela formação.

Angela disse... Isso me faz lembrar as várias vezes em que, no meio de uma palestra, algum catequista vem e fala pra mim: "Estou gostando, mas, preciso sair porque tenho outra reunião pra ir." !!!??? Onde a catequese é prioridade na vida de catequistas que agem assim?

Catequista disse... O que acho estranho é que tem uns catequistas que pensam que ser catequista é só ir aos encontros e aplicar o que pede no roteiro e pronto! Mas, na realidade, ser catequista exige muito mais que isso! Precisamos ter disponibilidade para os encontros, reuniões, planejamentos, partilhas. E tem também, as participações nos eventos da paróquia em que fazemos parte. Além das visitas as famílias dos catequizandos e estar atentos às famílias dos nossos catequizandos. Sem falar que temos que dar testemunho de nosso compromisso em nosso modo de vida! Tem catequistas que não podem comparecer em nem uma reunião! Tem uns que nem na formação vai de boa vontade. É. Acho que tem catequista que precisa urgentemente de uma boa catequese!!!

Catequista disse... Estava aqui pensando se não deveríamos ter uma pastoral unificada, na qual reunissem as pastorais de iniciação cristã para trabalharmos juntas, talvez ajudasse bastante. O que vocês acham? Diz-se que estamos em processo de IVC catecumenal, mas, a catequese de crianças é uma coisa, a catequese de adultos é outra, a do batismo caminha por si e o curso de noivos é uma coisa a parte.

Catequista disse... Tive este ano uma grande decepção. convidei alguns catequistas que haviam deixado a catequese há algum tempo, para retornarem. E levei vários "nãos", cada um dando uma justificativa. Tais como: filhos precisando de mim, quero crescer em minha carreira profissional, preciso de tempo para isto, e por aí a fora. De fato, a realidade atual é cada um cuidado de si. É a iniciação a vida cristã ineficiente? Falta de compromisso com seu batismo? São várias as questões. Sinceramente ser discípulo missionário é tarefa exigente e radical. É preciso ser corajoso largar as redes, e seguir Jesus. Decisão corajosa a ser tomada. Desafios constantes que temos.. Rezemos por todos nós para encontrar pistas adequadas. Amém.

Catequista disse ... Sinceramente, tenho vontade de sentar e chorar, muitas vezes me sinto triste, também pela decisão de catequistas que dizem “sim”, mas um sim de um ano só, não perseveram. Esse problema acontece em todos os lugares, infelizmente. Infelizmente a maioria das famílias não são evangelizadas, fazem inscrição dos filhos para catequese já querendo saber quando será a Eucaristia ou a Crisma,  e como reclamam que é muito tempo!

E, VOCÊ, O QUE PENSA A RESPEITO? Faça um comentário também...



3 comentários:

Anônimo disse...

Acredito que um sim a vocação que foi dado com amor permanece, mas quando a catequista se vê atropelada por tantos nãos, tanto excesso de autoridade e poder que não se assemelha em nada com o ensinamento de Jesus. Quando "o caminho, verdade e vida"., se baseiam só na autoridade daquele que coordena e não na base que a catequese representa, se torna muito difícil viver o chamado a ser catequista. Por isso creio que se deve trabalhar mais está autoridade com base na autoridade de Jesus, A atenção , A Escuta do catequista e do catequizando valorizando seu papel de tijolo na Comunidade,igreja perseverante sempre em construção.

Anônimo disse...

Quando não existe comunicação, o diálogo entre catequistas e a família dos catequizandos se torna difícil. Mas temos que ter um jeito de chamar para a igreja, participar da Santa Missa com alegria 🙏🙌

Anônimo disse...

Pensei que a falta de interesse de novas catequistas nas comunidades fosse restrita mas vejo que é geral. Então precisamos ir atrás de uma maneira cinodal. Não desistir de ir atrás convidar jovens e adultos que queiram. Fazer catequese.